𝐒𝐄𝐀𝐒𝐎𝐍 𝐎𝐍𝐄; chapter thirteen
Algumas semanas se passaram. Era o tão famigerado dia do torneio. Voltei com Miguel, como amigos dessa vez, decidimos não ter um relacionamento até ambos estarem maduros o suficiente.
A perca da minha mãe me abalou muito, abalou meu pai também, que voltou a beber. Mas nem chorar e nem espernear não vão trazer ela de volta, então, o que nos basta é aceitar.
Estava preocupada porque meu pai não tinha chegado ainda. Miguel dava socos repetidos no ar, minha cabeça latejava de dor. Dor de cabeça sempre estava presente na minha vida, mas tinha que ser logo agora? Com a dor não sei se vou conseguir me concentrar na luta.
Meu pai chegou, todos já estavam achando que ele não viria.
Nós entramos e ele nos ensinou a última regra, que não podíamos ter compaixão. Isso eu ouvi a vida toda e sempre tive compaixão por todo mundo.
Meu pai nos deu o quimono novo, era preto e sem mangas, com o símbolo do cobra kai. Fizemos nossa entrada e paramos em fila reta, um ao lado do outro. Senti náusea por um momento ao ver todo o público olhando para nós, inclusive Daniel Larusso e a família podre dele.
— E finalmente, lutando sem afilição em North Hills, temos o Sr. Robby Keene.
Robby oque?! Que porra é essa? É o nome do meu irmão! Pera a não, tá me zoando! É ele mesmo! O que que tá acontecendo aqui?
Olhei para meu pai, e ele me olhou como se já soubesse disso. Desde quando o Robby luta caratê?
— Certo pessoal, preparem-se, é hora do caratê.
Todos começaram a aplaudir.
— Vocês sabem as regras, quem fizer três pontos, vence.
Demos um passo para trás e meu pai sussurrou algo para Miguel, que iria para o tatame primeiro.
Eles se prepararám para lutar e torci mentalmente diversas vezes para ele vencer.
— Lutem!
E de primeira, Miguel deu um chute na cara do adversário, o público foi a loucura e me segurei para não dar pulos de felicidade.
— Um ponto pro Diaz.
...
Foi a vez do Robby, ele lutou bem, mas ainda precisava de melhorar. Ele fez dois pontos.
Depois fui eu. Lutei um pouco dispersa, acabei só fazendo defesa, e ouvi o grito do meu pai dizendo "pare de defesa. Ataque!"
Quando o homem ia dar um golpe segurei sua perna e o joguei no chão, senti o som das suas costas batendo no tatame e fiquei em um joelho do dando um soco tão forte nele que o nariz sangrou imediatamente. Talvez estava com raiva por que meu pai escondeu sobre Robby, estava com raiva da perda da minha mãe, do que Miguel disse para Samantha na festa... Só sai de cima dele por que o Juíz me puxou.
— Muito bem Srta. Lawrence! — Meu pai disse com orgulho.
Voltei a fila e falcão sussurrou para mim.
— Espero um dia ser tão bom quanto você. — Logo foi a vez dele.
Para ser sincera, nunca vi alguém ser tão bom em algo que começou a poucos meses. Falcão era realmente ótimo no caratê, eu levei 10 anos para aprender um chute.
Falcão derrubou o cara com um simples soco, o juíz levantou a mão dele e no mesmo momento gritei e pulei de alegria.
As quartas de final foram mais acirradas, eu não lutei ainda. Miguel chegou a semi final, mas Robby também chegou. O olhar dele para mim, Miguel e nosso pai era estranho demais.
Ele avançou para cima de mim em uma velocidade impressionante, segundos depois eu já estava no chão, minhas costas ardiam pelo impacto. Um estampido me desnorteou, o gosto do sangue provocado pelo golpe invadiu meus lábios e suas mãos envolveram meu pescoço como cabos de aço.
Eu perdi o ar.
Antes de que minha visão ficasse totalmente preta, consegui nos olhos dele. Acredito que as lembranças de como ele havia me perdido o distraíram por um mero segundo e foi o suficiente. Atingi seu nariz com tanta força que pude ouvir o estalar do osso.
Sua cara estava ensanguentada e exalava um cheiro forte e metálico, ela não tentou estancar o sangue, seu ódio era muito maior que suas condições humanas. O meu também era, então aproveitei a minha chance e atingi seu rosto com toda a raiva guardada dentro de mim há anos.
Quando achei que eu tinha ganhado, Robby me deu uma arrasteira, que fez minhas costas baterem no tatame com tanta força que apenas por um milagre não se despedaçaram. Levantei com tanta raiva que o empurrei com força.
— Vai de ferrar idiota.
Peguei minha bolsa do lado do meu pai.
— Foi uma boa luta, srta lawrence.
— Dane-se.
Sai daquele local. Me sentei em um banco, sozinha, tocando meu nariz que não parava de sangrar.
— Você lutou muito bem... — Uma voz desconhecida falou comigo, e quando olhei, era a Larusso.
Eu podia espancar ela agora pelo o que fez, mas não tive coragem de fazer isso quando ela parecia tão preocupada.
— Se ele não tivesse dado a arrasteira você teria ganhado. — Se sentou ao meu lado.
— Não quero a sua pena Larusso.
Pensei que ela iria embora, mas não, encostou a cabeça na parede e continuou comigo.
"Só existe um vencedor aqui hoje! E ele está neste palco agora. Será o Miguel Diaz, do Cobra kai? Talvez o falcão do Cobra Kai? Ou será Robby Keene sem afiliação?"
O apresentador começou a falar e senti meu coração doer, a única coisa que eu queria era que Miguel vencesse e honrasse nossas mães.
— Olha... sei que é a última coisa que você quer ouvir agora, mas eu sinto muito. Sabe, é um quimono muito legal.
— Valeu. — Dei um sorriso fraco.
— A Cobra é meio maligna e tal, mas eu gostei das cores. — Começamos a rir.
— Eu posso conseguir um pra você.
— Ah claro, meu pai teria um infarto! — Rimos de novo.
— Bem, mesmo que você não entre no Cobra Kai, seria legal ter outra garota lutando caratê além da Aisha.
Miguel entrou na final, e depois ouvi que era Robby e Falcão. Eu queria ver isso, eu juro. Ouvimos uma briga começar e era meio óbvio quando se tratava do falcão.
Eu e Samantha saímos do banco e vi Robby no chão e o juíz segurando Eli. Por algum motivo Johnny estava em cima do filho, mas só me preocupei com Falcão, Robby que se foda.
— O que aconteceu? Vai ser desclassificado idiota! — Sussurrei para Falcão enquanto eu e o Juíz tentávamos segurar ele.
— Ele já tá desclassificado!
— Que merda! — Eu e ele falamos e empurramos o juíz ao mesmo tempo.
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