𝐒𝐄𝐀𝐒𝐎𝐍 𝐎𝐍𝐄; chapter seven
— Sensei, eu quero te perguntar uma coisa. — Eu entrei na sala de escritório dele, vendo Johnny lendo uma revista e bebendo cerveja.
— Os primeiros-socorros estão ali. Alguém sangrando?
Ouvi o grunhido mais uma vez de Coraline dando mais um soco em alguém, como o pai dela pediu.
— Não... bem, sim, tem. Há muito sangue, mas é outra coisa...
— O que foi?
— É que tem uma garota na escola...
— Ela é gostosa?
— ... ela é super inteligente.
— Gostosa?
— É engraçada e legal.
— Gostosa?
Abri um sorriso, ele mal sabia de que garota eu estava falando, e também não queria que soubesse, ainda. Não quero sair daqui com o nariz sangrando.
— Muito... ela é muito gostosa.
— Legal. — Ele sorriu.
— Ela curte caratê... e eu... quero chamar ela pra sair só não sei como fazer isso.
— Não sabe? Quer saber o que?
— E se ela disser não?
— Nunca aceite derrota. Você é um Cobra Kai, toda gata quer namorar um Cobra Kai.
...
Estava parado em frente ao armário dela, eu sabia que era o armário dela por que sempre a vejo abrindo ele.
Quando ela estava se aproximando meu coração quase saiu pela boca, senti que por um momento estava tonto e apreensivo, mas comecei a falar.
— Oi Cora!
— Oi! — Ela guardou o telefone no bolso traseiro.
— Enfim, eu to feliz de ter te encontrado... eu tenho pensado muito em você e..
Percebi que ela franziu o cenho. Eu devo estar parecendo um babaca. Nos vemos todos os dias, ela praticamente está quase morando na minha casa, nossos pais se conhecem, treinamos juntos, já dormimos lado a lado, por que chamar ela pra sair e tão difícil?!
— Quero dizer, não muito, só a quantidade normal de pensar em outra pessoa.
— Ta tudo bem? — Ela perguntou desconfiada, cruzando os braços.
— Ta...! Eu tava... — Fiz uma pausa, puxei o ar e: — Topa sair comigo algum dia?
— Tipo, um encontro?
— Não precisa ser necessariamente um encontro se não quiser... que tal duas pessoas se divertindo no mesmo lugar, separadas, mas juntas?
— Se não for um encontro, acho que pode ser divertido. — Ela abriu um sorriso, que fez meus ombros relaxarem.
— Show! Pode ser hoje à noite?
— Otimo, me busca às 20:00
...
— Eu preciso de um lugar romântico, mas não tão romântico. — Eu disse no alongamento, para Eli e Aisha.
— Leva ela pra fazer uma Tattoo. — Eli respondeu sorrindo.
— Alguma outra sugestão? — Olhei para Aisha.
— Não olha pra mim. Nunca falei com ela depois da sexta série.
— É, mas preciso da sua ajuda.
— Beleza hm... Pelo o que sei ela gosta de astronomia e roda gigante.
— Ta, já é alguma coisa.
...
Estou na casa do Jhonny, ele não sabe que vou levar a filha dele para sair e espero que continue assim até eu trazer ela de volta.
Ele está pronto para sair e resolver o negócio do nosso torneio.
— E você? Ta nervoso com o encontro? — Ele perguntou.
— Sim, um pouco... bastante.
— Relaxa e seja legal, na hora certa, você dá o bote.
— O bote? Que bote? Eu não sei dar bote, como é que eu faço isso?? – Respondi em total confusão.
— Qual é? Tem que beijar a garota.
— É, é o que eu mais queria mas... não é obrigatório né?
— Não. Tem que aprender a trançar o cabelo dela, falar sobre os caras que tiveram coragem de beijar ela no primeiro encontro. — Ele fez um comentário irônico. — Você é um Cobra Kai. Ataque primeiro, ataque firme. Não é só para o caratê. É para tudo, está bem?
Descemos do táxi. Não acredito que ele me levou para o meu lugar favorito, como ele sabia disso?
— Não acredito que me trouxe aqui!
— Podemos ir para outro lugar se você quiser...
— Ta brincando? Eu amo esse lugar! Meu pai me trazia aqui quando eu era pequena.
Pegamos nossas ficha.
...
Nunca rimos tanto em nossas vidas. Miguel era oficialmente a minha pessoa favorita da vida toda. Era tão engraçado, tão cuidadoso com os mínimos detalhes, ele era perfeito!
Brincamos em todos os brinquedos, todos mesmo! Agora estamos na roda gigante, é a minha favorita. Estou praticamente grudada na janela, a vista era tão linda!
— Vem Miguel! Olha isso! — Eu disse com um sorriso no rosto.
— Não é tão linda quanto olhar para você...
Me virei para ele com as sobrancelhas levemente surpresas.
— Ta dando em cima de mim? — Brinquei, ele encolheu os ombros.
— Talvez? Seu pai me deu algumas dicas.
Deu um soquinho em seu ombro, rindo baixo.
— Cala boca...
— É sério, você é sem dúvidas a garota mais legal, inteligente e bonita que eu já conheci. Nem sei como consegui virar seu amigo, achei que você nunca olharia para mim.
— Deveria ter me conhecido antes do Cobra Kai... gostaria de mim.
— Gostaria de você? Ta zoando? Eu já gosto de você, tem como você ser ainda melhor?
Não sei como ele veio parar tão perto de mim, mas está a apenas uns 30 centímetros. Com ele tão perto, fica difícil prestar atenção nas palavras que saem de sua boca. Seu olhar baixa brevemente até a minha boca.
— Gosta?
Está me olhando com tanta intensidade que prendo a respiração. Seu peito pressiona o meu, sua mão toca a linha da minha mandíbula. E, então, sua boca encosta na minha. Sinto uma pressão quente nos lábios.
Apesar da delicadeza, seus lábios parecem seda. Fico chocada com o gemido que reverbera em meu corpo, e ainda mais chocada quando abro os lábios e quero mais. Sua língua desliza pela mi- nha, e ele solta minha mandíbula para segurar meu rosto. O beijo fica mais intenso, e eu agarro seu cabelo, puxando-o para perto, era meu primeiro beijo.
Nós dois nos tornamos uma mistura de gemidos e arfadas à medida que o beijo nos faz passar do limite, nossos corpos querendo mais que nossas bocas são capazes de dar. Somos só adolescentes. Sinto suas mãos quando ele as abaixa, agarra minhas pernas, me erguendo, e as coloca ao redor de sua cintura.
Meu Deus, como ele beija bem! Parece até que ele leva o beijo tão a sério quanto o Cobra Kai. Começo a me afastar dele quando a roda gigante para de rodar.
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