Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

41. Despedida

Não, eu não nasci sem coração

Eu não fui sempre assim

Eu assisti você me quebrar

E agora você me culpa

Não, eu não nasci com todas essas cicatrizes

E foi isso o que me fez assim

Você pode me culpar?

Eu não nasci assim

Mas pessoas machucadas machucam pessoas

Eu preferiria ser sem coração

Do que ter meu coração em pedaços...

Born Without a Hrart; Faouzia

¡¡¡AVISO ÓBVIO!!!: Eu preciso deixar isso claro aqui porque vocês sabem como são algumas pessoas nessa comunidade, então entendam: O gêmeo da Scarlett NÃO morreu de verdade, e eu não faço IDEIA de como era a vida dela com a família na vida real, ok? Isso aqui é pura ficção feita apenas pelo plot do livro! Grata.

××

Diamond District, Manhattan, NY
12 de janeiro, 17 h

S C A R L E T T

Aquela voz… Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar que fosse. Não importava quantos anos se passassem. Continuava o mesmo timbre que eu me lembrava. A mesma voz que me dizia tantas coisas ruins, que só vinha a mim para me xingar, dizer que eu era culpada, negligente, quando na verdade eu não tinha culpa alguma.

Eu me senti enjoada ao ouvir aquela voz. Eu realmente poderia vomitar a qualquer segundo ali, mas apenas fechei os olhos, respirei fundo e me concentrei. Ao abrir os olhos, percebi Evans vir na minha direção, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo. Meu porto seguro. Eu precisava estar nos braços dele agora.

— Boston te deixou surda? — Ela questiona. — O que está fazendo aqui?

— Prestigiando Kate. — Digo, firme, finalmente tendo coragem de olhá-la.

Não havia mudado nada. Os mesmos olhos claros, o mesmo jeito rude de encarar. Era a mesma que eu me lembrava. A mesma que continuava me assombrando há 16 anos. A razão dos meus traumas, de pé a minha frente.

— Não é mais dessa família. Não tem o direito de estar aqui.

— A festa não é sua, a família não é sua. Não é direito seu dizer onde eu devo estar ou não. — Rebato, me levantando assim que Evans se aproxima, fazendo a mulher se afastar de mim.

— Tia Mel, por favor, não é o momento. — Kate diz, tentando amenizar a situação e afastá-la.

— Você a convidou? — Melanie a pergunta, e eu rolo os olhos.

Puxo o braço de Chris e nos afasto dela, andando para o corredor dos banheiros. Ouço os passos de saltos atrás de mim e me mantenho respirando fundo.

— Dessa vez você não vai fugir. — Ela diz, se pondo na minha frente, me impedindo de andar.

Não… Dessa vez não.

Eu sabia que precisava disso. Precisava enfrentar meus demônios frente a frente. Encarar meus medos. Me impor. Só assim conseguiria superar isso de uma vez por todas. Porque eu já não aguentava mais ser refém de mim mesma. Do meu próprio medo.

Kate se aproxima, já pálida, e abre uma das portas laterais, revelando um cômodo com muitas coisas bagunçadas. Provavelmente foi onde ela e as madrinhas se arrumaram. Ótimo. Seria ali então o local da briga. Privado, não atrairia nenhuma atenção negativa para Kate. Ela não merecia isso.

— Vou procurar o tio Karsten. — Ela diz, e some tão rápido que mal noto.

— Não sei como ainda tem a coragem de aparecer aqui depois de tudo o que fez.

— É até engraçado dizer isso, porque eu não fiz nada! Já você…

— E continua se fingindo de inocente. Você nunca mudou, menina. Nunca vai mudar.

— Esse é o problema, Melanie. Eu mudei, e não foi pouco. Mas infelizmente uma parte de mim, da minha cabeça, continua presa a isso aqui. A esse inferno. A você. Tudo o que eu queria era superar, era seguir em frente, mas é realmente impossível se eu não der um basta em você. Definitivo dessa vez.

— Você não pode falar com toda essa pose autoritária contra mim! Eu ainda sou sua mãe! — Ela se defende, ou tenta.

Aquela palavra me traz repulsa, principalmente vindo da boca dela. Não, ela não era isso há muito, muito tempo.

— Uma mãe de verdade jamais faria o que você fez. Jamais teria acabado com o meu psicológico por quatro anos apenas para se sentir bem, para poder fingir que estava bem. Você não é minha mãe. Não mais. E nunca foi mãe de Hunter. Precisa aceitar isso.

— Não toque no nome dele.

— Scarlett… — Ouço a voz de Karsten e me viro na direção da porta. Apenas ele estava lá.

Kate estava no canto, ao lado de seu marido, e de Chris, que optavam por não intervir. Karsten sequer se aproximou. Sequer me deu outro olhar que não fosse o mesmo enojado que Melanie. Nem mesmo ele havia mudado. Nem mesmo ele acreditava em mim. Isso sim doeu.

— Não ouse dizer o nome dele quando sabe que foi você que-

— Que, o quê? Fala. Mente pra si mesma. Mente pra todo mundo aqui. Você sabe que não fui eu. Sabe que eu não tive nada a ver com isso. E você precisa aceitar.

— Você matou Hunter.

Flashback on ▰

Manhattan, Nova Iorque
Outubro de 2000, 19 anos atrás

O fim de tarde foi cansativo. Além de Hunter e eu, a casa estava vazia. E eu tive que cuidar de tudo outra vez. Não era a mais velha, mas o trabalho sempre era todo meu. Isso havia afetado meu tempo livre e produtividade, então eu havia feito as atividades da escola de qualquer jeito, sabendo que minhas notas ficariam baixas outra vez por conta disso.

Mas não ousava reclamar, não.

Sabia o falatório que seria aqui se eu ousasse dizer que estava ficando sobrecarregada e que meus irmãos poderiam me ajudar. Jamais. Seria como pedir para me crucificarem.

Antes eu ainda tentava, mas depois de tanto ouvir as broncas, eu aprendi. Tinha que me virar só, porque por mais que essa casa fosse quase sempre cheia, eu estava sozinha. Christian, filho apenas do meu pai, quase nunca estava aqui, e Adrian e Vanessa eram ocupados demais com sua faculdade e ensino médio para se importar com algo que eu falava.

E eu não os queria aborrecer.

Quem me ouvia era mesmo Hunter. Mas também entrava por um ouvido e saía pelo outro. Eu sabia disso. Ele era meu irmão gêmeo, eu o conhecia bem o suficiente. Então continuava mantendo meus problemas para mim. Nem mesmo escrevia em um diário, pois sabia que alguém acharia e viraria notícia na casa, Não queria isso.

— Já fez sua fantasia de Halloween, Ingrid? — Meu gêmeo pergunta.

— Já.

— Vai mesmo de princesa Leia? Que brega!

— Brega é ir de juiz!

— É um treino, idiota! Um dia eu vou ser o maior juiz desse estado. Não, desse país! Você vai ver só.

— Eu sei que vai. Afinal sou eu quem divide a beliche e fica ouvindo você falar os artigos da constituição enquanto dorme. — Digo, pondo os últimos pratos no armário. — Para um garoto de 15 anos, você é meio esquisitinho.

— Eu deveria ser como você, é? Que está aí beijando todos os seus amiguinhos. Nem sabe o que quer ser da vida ainda.

— Ao menos eu não fico bebendo as bebidas do papai no sótão, escondido.

— Como você sabe?

— Você nem tenta esconder, seu burro.

— Adrian está certo. Você é uma chata!

Ele ri quando sai, me dando certeza de que ele não estava verdadeiramente chateado comigo. Carinho de irmãos era assim mesmo. Continuei a fazer o jantar, esperando que pudesse comer em paz antes que todos chegassem. Assim que terminei, pus tudo sobre a mesa e voltei ao armário, tentando achar o tempero certo, mas tudo o que vi foi a caixa de remédios de Hunter, vazia. Ele provavelmente acabou as primeiras caixas e esqueceu de repor.

— Hunter! Já tomou seus remédios? — Gritei, mas sem resposta.

Não sabia se ele estava me ignorando, se estava bebendo no sótão, jogando na sala ou estudando no quarto, então subi para ver. Nem precisei andar demais. O encontrei na escada. Caído. Corri até o seu corpo, preocupada, mas achando que era mais uma de suas pegadinhas. Não levei a sério até tocar seu corpo.

Frio.

Os lábios cheios de espuma, e em tom azulado, quase roxo. O pó branco do remédio ainda sujava seu nariz e camisa. Em desespero, chequei seu pulso. Nada. Nenhuma pulsação de sangue contra a veia. Nenhum ar saindo do seu nariz.

Foi aí que meu coração começou a acelerar ainda mais. Parecia que sairia pela boca. Eu não sabia fazer qualquer manobra de socorro, mas eu precisava tentar. Talvez fosse uma última esperança. Ajustei seu corpo no chão e comecei. Empurrava seu peito, tentava desesperadamente acordá-lo enquanto lágrimas inundavam meus olhos. Enquanto eu pensava que era tarde demais.

E era.

Mas também foi nesse momento que Karsten e Melanie entraram em casa. Eles sequer processaram a cena, apenas correram até mim para tentar ver o que estava acontecendo. E foi aí que o terror começou. Os gritos desesperados por Hunter, as vozes exaltadas, a chamada da emergência no celular de Adrian e eu, sentada no topo da escada observando a cena. Calada. Quieta. Sabendo que aquilo não sairia da minha mente por muito, muito tempo.

▰ Flashback off ▰

Eu tinha lágrimas inundando meus olhos porque cada momento daquele dia havia passado pela minha mente nesses segundos após ouvi-la dizer essas palavras. Doía. Eu ainda lembrava. De cada pequeno detalhe.

Suspirei quando Chris me abraçou, percebendo o quão abalada eu havia ficado em ouvir aquilo. Seu colo foi meu conforto. Era ali que eu precisava estar, acolhida de verdade, com alguém que me queria bem. Chris… Era estranho pensar que ele estava aqui, agora, por mim. Mas ele estava.

— O seu problema é não aceitar que o que aconteceu com Hunter foi um acidente. Você sempre teve todas as provas sobre isso, todos os exames e laudos. Mas vocês dois sempre quiseram me culpar. Queriam uma desculpa para legitimar sua repulsa contra mim, e usaram da morte de Hunter para isso. Vocês queriam que eu fosse ruim, para que isso justificasse a forma como me tratavam. Mas eu sei que no fundo vocês sabem que é mentira.

Eu digo calma e pacientemente, respirando fundo, devagar, me contendo e a meu tom de voz. Não poderia me exaltar. Não poderia me igualar a ela.

— Vocês foram os piores pais que qualquer pessoa poderia ter. Crescer com vocês foi a pior experiência da minha vida. E estar aqui, hoje, para tentar ser minimamente feliz quando essa cidade me traz tantas lembranças ruins… Eu só estou aqui por Kate. Porque ela me quis aqui. Mas se vocês não conseguem ignorar todo esse ódio injustificável que sentem por mim, não é problema meu. O caráter de vocês é que é podre.

— Scarlett, você-

— Não. Eu não quero ouvir. Eu não vou ouvir. Eu já escutei muito vindo de vocês. Não posso deixar que continuem mexendo na minha cabeça assim. Eu sei a verdade, eu sei o que eu passei, e pouco me importa o que vocês pensam de mim. Eu não ligo. Eu não sinto muito por ser quem sou. Eu só sinto por que as pessoas que eu gosto precisam sofrer por minha culpa, e consequentemente por culpa de vocês.

— Você fica aqui. E vai ouvir sim!

— Não, e não. — Evans intervém, me interrompendo também. Ele abraça mais meu corpo, tocando minha cintura e nuca. — Olha.. Eu não sei o que ela passou, não sei de nada sobre a vida dela aqui em Nova Iorque, para ser sincero. E se eu não sei, é por culpa de vocês dois. Ela tem traumas que até eu mesmo pensei serem incuráveis, mas.. Não são. Ela foi forte em vir aqui, e ainda mais em olhar na cara de vocês, e isso já é um grande passo, mas eu não posso ficar calado e ver vocês tratarem-na assim.

— E você, quem é?

— Não interessa a você. O que os interessa, é saber que ela é uma mulher feita, não é mais a criança a quem vocês tratavam mal. E é a mulher mais incrível que eu conheço. Vocês são incapazes de reconhecer isso. De enxergarem o quanto ela é… Tudo. E se vocês não podem ver o espetáculo de mulher que ela é, não merecem a atenção dela. Muito menos serem a razão pela qual ela tem crises. Pela qual ela passa noites em claro, ou o seu motivo de ser tão fechada, reclusa. Ela precisa ser livre, de vocês. Isso acaba aqui.

— Você não pode falar por ela.

— Eu não deveria, mas é o que vocês precisam ouvir. Vocês são pessoas terríveis. — Ele diz, e eu não contenho as lágrimas.

A essa altura, não o faria nem se quisesse. Eu sabia que não conseguiria ter sequer pensado em falar tanto para eles, mas Chris o fez. Me defendeu, me deu suporte. Foi o que eu precisava. Meu apoio. Era eu que, naquele momento, sequer conseguia formar uma palavra que dissesse o quão incrível esse homem era.

— É assim que você se sente, Scarlett?

— Sempre foi. Mas vocês eram egoístas demais para perceber. E continuam sendo. — Tomo a frente, e seguro a mão de Chris. Me viro, vendo Kate atrás de nós, observando tudo e chorando também. — Me perdoe por isso. Por ter presenciado isso.

— Scar, não se desculpe. Não é sua culpa.

— Eu sei… Eu não consigo ficar aqui. Está quase tudo perfeito mas eu me sinto sufocada. Eu preciso ir.

— Vá. Descanse. Depois nos falamos, sim?

— Sim, claro. — Disse, sorrindo leve para ela. Dei uma última olhada para o casal afastado e segurei a mão de Chris, falando antes de sair, — Adeus.

▰▰ // ▰▰

Confusão e gritaria

Espero que tenham gostado do capítulo. Ficou um pouco corrido por que é no próximo em que ela explica tudo — TUDO mesmo. Mas esse serviu para vocês entenderem o que se passa na mente da nossa pimentinha, né? Só traumas...

Nos vemos sexta! Segurem a ansiedade!
Té mais! Um beijoo
🌷

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro