39. Sensações e Arrepios
Capítulo contém descrição de hot leve após os "**". Sinta-se a vontade caso queira pular.
North End, Boston
11 de janeiro, 18h
S C A R L E T T
Já estava tudo pronto, de plano a malas. Na quinta eu conversei com Edward, sabia que podia confiar nele. Não disse para onde iria, muito menos que Chris estava indo comigo. Deixei tudo nos mínimos detalhes possíveis. Para Margot também. Ela só sabia que eu estava indo com o loiro, mas de resto havia mantido segredo para preservar mais sua segurança.
Quando voltamos do trabalho aquele dia eu ainda pensei bastante sobre o que estava fazendo e sobre onde estava indo. Só de pensar em retornar para Nova Iorque era doloroso para mim, mas eu precisaria encarar aquele pesadelo em algum momento, e agora é o momento em que eu me sentia pronta. Mesmo com o medo agarrando meus pés. Eu precisava ir. E tinha que ser agora.
Expliquei a Chris tudo por alto. Apenas disse que estávamos indo para o casamento de uma prima minha, e que estava aproveitando a oportunidade para esfriar a cabeça. Ficar em Boston me faria ficar pensando 24h em tudo ao mesmo tempo, me deixaria preocupada com tudo e todos ao meu redor, não seria nada saudável para mim. Não que Nova Iorque fosse ser, longe disso, mas, tudo aqui estava um caos tão grande que eu tinha certeza que conseguiria lidar com o que me esperava lá.
— Sua prima sabe que está indo? — Chris questionou, ajustando o cinto.
— Sabe. Ela esteve ansiosa para que eu fosse e parece que tudo cooperou para isso.
— Não precisava ir se não quisesse, sabe disso, não é?
— Eu sei, Chris. Mas.. Eu sinto que preciso disso. Encarar de vez tudo isso. Deixar de ter medo do meu passado, sabe?
— É claro que sei. E te apoio. É por isso que estou aqui, com você, Pimentinha.
— Que bom que está aqui. — Digo, descansando a cabeça no banco e ouvindo os avisos do piloto sobre começar a decolar.
Chris acariciou minha mão, me deixando mais confortável com a situação, e logo começamos a voar. Ele foi lendo Sidarta, seu livro favorito mas agora na versão de capa dura. Eu havia visto o anúncio e comprei para ele. Por sorte o UPS entregou antes que saíssemos para viajar.
Já eu estava ouvindo música. Não era muito o meu tipo de coisa, e eu estava me aproveitando da playlist de Evans. Tinham muitas músicas, e o gosto dele era variado, mas uma em especial me chamou a atenção. “Shape of You” me lembrou do dia em que fomos para Roslindale, para o natal. Quando eu estava me vestindo, e ele não havia desligado a chamada.
A música me deixou pensativa, e assim que ela acabou, veio “Snowman”. O toque era bonito, e me fez voltar diretamente para a noite de natal. A neve, a fogueira, o visco e o beijo. Tudo isso estava na minha mente, e pensar nesse momento enquanto estávamos lado a lado, de mãos dadas… Meu coração acelerou. Mas… Não sei, talvez tenha sido bom.
Continuei ali, com a minha destra junto a ele, me aquecendo, e ouvindo mais das músicas extremamente sentimentais de Evans. Sentia sua mão na minha coxa, e isso acendia meu corpo. Os arrepios corriam por mim, mas eu fazia o possível para disfarçar – embora tivesse notado o seu sorrisinho ladino e cínico. Ele sabia o que estava fazendo.
O aviso de pouso veio antes que a playlist acabasse, e eu a compartilhei no meu chat de mensagens, deixando uma nota mental de que eu deveria salvar a playlist para ouvir quando desse vontade. Porque eu sabia que daria. Era boa para relembrar, para acalmar. Era quase como se nossos momentos estivessem ali, expressados em cada uma daquelas letras.
Quando voltei um toque, seu celular voltou para o início do app de mensagens. Meu contato estava fixado no topo. Só o meu. Embaixo estavam as mensagens recentes. Uma de um grupo de amigos, uma de Scott, e uma de “Loirinha”. E novamente o acelerar no coração. Aquela sensação que eu estive sentindo segunda a tarde. Aquele sentimento odioso.
“Nos vemos quando você volt...”. Essa era a mensagem que ela havia enviado. E ele ainda não havia visualizado. E eu nem sei porque ainda estava com o app aberto, agora ela estava digitando e eu estava começando a me desesperar.
Droga Scarlett! Você não é assim, para com isso!
Segui meu pensamento rápido e saí do app, voltando para o de música. Tirei os fones e bloqueei o celular, estendendo de volta para Chris. Apertei os cintos, ainda calada, e senti o avião pousar. Respirei fundo, me acalmando e tirando aquela mensagem da cabeça. E o nome do contato. Eu não precisava focar nisso, quando podia me lembrar de como o meu contato estava salvo.
“Pimentinha ❤👑”
Aquele apelido mexia tanto comigo, e lembrar dos emojis me fez rir enquanto eu soltava o cinto. Balancei a cabeça, focando no agora e estiquei as pernas. Deixei que os apressados saíssem logo. Chris e eu só levantamos quando o avião estava quase vazio. Pegamos nossas malas e seguimos para a saída, passando pelo conector e saindo dentro do aeroporto.
Seguimos para a saída e Chris pediu um táxi. Ele pôs nossas malas no carro e entramos, onde eu dei o endereço do hotel. Ver as ruas dessa cidade outra vez me levou direto a dezoito anos antes. Quando eu passei para Harvard e finalmente pude sair daquela casa. E pensar naquela casa me levou para quatro anos ainda antes. Quando tudo aconteceu. Bem aqui, nessa cidade.
— Ei. Está tudo bem? — Chris pergunta, acariciando minha perna, naquele mesmo ponto de antes. Assinto.
— Só… Lembranças.
— Já estamos chegando, você vai poder descansar.
— Hmhmm. — Murmuro.
Descansar… Não sabia se eu conseguiria. Cada parte do meu cérebro estava ativa, ligada no 220w e pensando em alguma coisa que me tirava dos eixos. Cada uma de uma forma diferente. Descansar não era exatamente uma opção, embora pudesse sim acontecer. Mas depois que eu fizesse o que minha mente estava me atentando para começar.
Chegamos no hotel em minutos. Eu paguei a corrida enquanto Evans tirava as malas. Nós fizemos o check-in no hotel, subindo para a ala leste logo após, com os dois cartões da suíte. A suíte presidencial era como um sonho de quarto. Era quase como um pequeno apartamento. Grande demais para um casal que só passaria o fim de semana.
Casal.. Estranho nos denominar assim quando nós, tecnicamente, não éramos nada além de parceiros de sexo.
E eu continuava a insistir nisso para mim mesma, mesmo sabendo que já poderia admitir que somos um pouco mais. Só precisava de coragem.
Acho que minha mente estava perdida nesse ponto. Exatamente aqui. Eu assumindo para mim mesma que éramos algo mais, quando as palavras de que seriam só sexo passavam por minha mente. Aquilo já era passado, e eu me sentia bem para afirmar. Na verdade, era necessário afirmar.
Mas não me sentia bem para dividir ele.
No fim das contas, quem queria exclusividade era eu. Irônico até.
Aquelas mensagens.. Elas não haviam me agradado em nada. Acho que, no momento, já havia deixado de ser um ciúme leve. Não, não era mais isso. Não quando eu sabia que ele veria outra quando voltássemos para Boston. Embora eu não estivesse preocupada com isso, também.
Sei o meu efeito para Evans. O efeito das minhas palavras, do tom da minha voz, do meu olhar. Eu sei o que eu causo nele, e eu sei que sou só eu. Assim como, e por Deus eu nunca mais vou assumir isso de novo, ele tem o mesmo poder sobre mim.
— Você que mandou arrumarem assim? — Ele pergunta, aproximando o corpo do meu, me abraçando por trás. Dando mais corda para a minha combustão interna.
Os lençóis estavam em um branco puro, mas vários detalhes do quarto estavam em vermelho. Incluindo as pétalas de rosas jogadas sobre a cama. Sorri.
— Não. Mas comentei que era uma viagem de folga e para irmos a um casamento, quando me questionaram na hora da reserva. Talvez seja uma regalia. Acho que eles sabiam bem o que estavam fazendo. — Digo, me virando de frente para Evans, o encarando nos olhos, mesmo que com certa dificuldade pela altura.
— O que você..
* *
O interrompi lhe dando um beijo, o puxando para mais perto. Chris se rendeu em segundos, ficando com o corpo mole e cedendo contra a minha língua. Assim que ele levou as mãos para o meu rosto, eu girei nossos corpos e o forcei para que se sentasse na cama. Ele gemeu quando o fez pois sentei no seu colo, começando a rebolar contra seu corpo.
Senti suas mãos no meu quadril e o beijei ainda com mais urgência, com muito mais necessidade. Eu não estava fazendo isso de propósito, para provar qualquer ponto para mim mesma, mas era delicioso sentir o quão entregue ele ficava para mim, totalmente a minha mercê. Seus gemidos não me enganavam. E a sensação que sentia por todo o meu corpo conforme ele corria os dedos por meu couro cabeludo também não me deixava mentir.
— Scarlett.. Scar, amor… A-Assim é tão gostoso.. — Ele geme quando eu abro o zíper da sua calça, apertando seu membro em minha mão.
— Gosta, meu bem? Quanto? — Questiono, semicerrando os olhos, vendo-o franzir o cenho.
— Muito.. Não para, Scar. — Pede, apoiando as duas mãos no colchão, ficando mais exposto e entregue para mim.
— Ah, eu não paro, amor.
E eu não iria. Continuei os movimentos da minha mão, e quanto mais ele gemia, mais meu corpo dava sinais de uma maior excitação. Ele se arrepiava enquanto me olhava, e eu me arrepiava com o seu olhar, seus gemidos. Eu poderia ficar aqui horas e horas, me entregando para ele e sentindo-o se doar para mim, mas no momento eu o queria em mim.
Me afastei por pouco tempo. Apenas o suficiente para me despir. Chris se desfez da própria calça e blusa. Eu não esperei mais uma palavra sua, apenas subi em seu colo, vendo-o segurar seu membro, e sentei. O senti deslizar para dentro de mim de forma suave, deliciosa e quente. Pela primeira vez sem preservativo. Lembrar disso fez meu cérebro estalar, mas sentir seus beijos no meu pescoço parecia me desligar mais a cada segundo.
— Chris! Hm, onde tem camisinha? — Pergunto, ofegando ao cavalgar lentamente nele.
— Não lembro se trouxe. — Ele diz, apertando minha cintura, me ajudando a me mover. — Precisa mesmo?
— Eu uso implante, m-mas.. Hm.. — Arfo sem controlar meus gemidos, levando minhas unhas aos seus ombros, o arranhando, e ouvindo seus gemidos em resposta.
— Então relaxa. É só uma rapidinha, eu tiro antes. — Garante, mordendo o lóbulo da minha orelha.
Eu apenas assinto, inebriada pelo prazer, pelo desejo, por sentir o seu calor contra o meu. Pele na pele. Chris e eu trocávamos beijos, arranhões e mordidas contra o corpo um do outro. Não era um sexo leve, mas trocávamos sentimento ali.
Eu sentia como se estivesse me entregando totalmente para ele, de corpo, alma, mente… Sentia que era sua quando cruzava minhas pernas em torno dele, cavalgando mais rápido. Sentia que ele era meu quando ia fundo e mordia meu ombro, me fazendo gemer e ofegar. Ele sugava minha pele, deixando sua marca, e eu deixava a minha nas suas costas.
— Chris! Não para! Eu vou gozar! — Peço em um intenso gemido. A essa altura já não era eu quem me movia, e sim Chris com as mãos firmes na minha cintura.
— Vem pra mim, amor!
Ele segura minhas costas, me dando apoio enquanto me move rápido. Aperto os olhos quando sinto meu corpo tremer, quando sinto meu íntimo vibrar e pulsar, gozando e chamando o nome dele, sentindo seus músculos contra os meus, continuando as cavalgadas, fazendo minhas pernas tremerem.
— De quatro. — Chris manda, e eu mordo o lábio ao ouvir seu tom de voz. E novamente os arrepios vem.
Faço o que ele pede, percebendo o espelho a nossa frente. Ele segurou meu cabelo pela raiz, me deixando parada, e logo voltou a me preencher. Apertei os olhos e os lençóis da cama, e gemi cada vez mais quando ele começou a se mover. Chris ia em movimentos ritmados, me preenchendo, saindo e voltando. Seu corpo perfeitamente desenhado contra o meu, e eu não conseguia deixar de lhe olhar. Muito menos de gemer para ele.
— Sabe que eu não aguento nessa posição, ainda mais com essa carinha de safada. Você faz de propósito.
— De propósito ou não, você gosta. — Provoco. — Não quero que dure, sabe disso. Quero que me foda e goze comigo.
Trocávamos olhares pelo reflexo do espelho, e eu sorri sádica ao receber seu olhar raivoso de volta. Chris soltou meu cabelo e apertou meu quadril dos dois lados, tomando impulso. Ele começou a se mover, chocando o quadril com força contra mim. Era quase como um castigo. E eu adorava.
Eu sentia minha mente ir para longe. Flutuar numa margem, numa névoa espessa que cheirava a puro desejo. Apertava os lençóis com cada vez mais força, sentindo meus dedos tremerem pela falta de circulação, mas por não poder tocar Chris naquele momento, era ali que descontava o prazer que sentia.
Não demorei, e nem iria se quisesse. A fricção, a posição e a intensidade me arrastaram para um orgasmo delicioso. Gemi alto, sem conseguir me controlar, e apertei mais os olhos, sentindo meu íntimo pulsar contra Evans outra vez. Uma última vez. E assim que finalizei meu orgasmo, Chris saiu, puxando meu cabelo outra vez, me fazendo lhe chupar.
Seu abdômen subia e descia, e seus gemidos ressoaram por todo o quarto enquanto ele derramava seu líquido na minha boca. Engoli tudo, limpando o canto da boca enquanto o olhava, sustentando o contato visual. Sabia o quanto isso mexia com ele. E não queria que ele esquecesse essa cena.
Jogo sujo, mas eu não ligo.
— As rapidinhas com você são melhores que um sexo de horas. — Ele diz, abraçando meu corpo, caminhando comigo em seus braços para o banheiro.
— Tenho que concordar. Por Deus, estou exausta.
— Vamos tomar um banho logo e eu peço o jantar.
— Ótimo!
▰▰ // ▰▰
Olaaa!
A partir do próximo capítulo já entramos na fase 3 do livro. A resolução de alguns problemas, surgimento de outros.. Vai ser uma fase pra testar o coração de vocês. Estejam preparades!
Nos vemos no próximo, na sexta — sem spoilers,
mas é o cap do casamento..........
Té mais! Beijuu
🌷
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