32. Assuntos Necessários
Tive que colocar a foto na mídia pq essa mulher tava um ABSURDO de linda ontem!
North End, Boston
01 de janeiro de 2019, 14h
S C A R L E T T
Meu corpo inteiro doía conforme eu despertava. A cabeça latejava, o resto do álcool ainda estava no meu estômago e queimava, e minhas pernas ainda estavam dormentes, mas era uma boa manhã. Senti um cheiro doce, forte, delicioso, e logo senti a mão de Chris acariciando meu ombro, distribuindo beijos pelo local.
Me virei, vendo o loiro sorrir. Ainda tinha um olhar sonolento, e o cabelo desgrenhado compunha a visão, me deixando admirada. Adorava vê-lo pela manhã, estava se tornando um vício bom. O senti dar mais beijos por meu braço, subindo até o rosto e me dando alguns selinhos.
— Bom dia. — Deseja, mexendo no meu cabelo, acariciando e penteando os fios.
— Bom dia. — O respondo, alisando sua barba.
— Dormiu bem? — Ele pergunta, se sentando na cama.
— Muito bem.
— É? E está saciada agora, meu amorzinho? Está satisfeita? — Provoca, apertando minha coxa. — Te dei o que você queria, não dei?
— O que você trouxe aí? — Mudo de assunto, me sentando melhor na cama.
— Preparei um café para nós. Pães doces, croissant, e pedi aquele suco que você gosta. — Diz, abrindo a sacola reciclável do mercado, tirando a garrafa de dentro.
— As vezes até me dá vontade de te elogiar, sabia?! — Questiono, pegando um dos croissant, mordendo a ponta.
— Não precisa elogiar, bonequinha. Ainda consigo sentir minhas costas ardendo por causa das suas unhas, e isso diz muita coisa. — Ele provoca, bebericando o suco.
— Parece que saímos de uma briga. — Digo, observando os chupões ao redor dos meus seios.
— Foi você quem pediu. — Se defende. Ele não estava errado, mas eu não admitiria. — O que vai fazer hoje?
— Não sei, na verdade. Tenho que mandar mensagem para o Hems, para atualizar sobre o caso do Brandon… Margot quer me ver… Não sei. E você?
— Descansar. Trabalhar na folga e beber até sete da manhã não é uma boa combinação.
— Oh, não mesmo. Descansa hoje. Amanhã já tem trabalho de novo.
— Tortura, Johansson. Para, isso dói. — Ele faz drama, e eu não contenho o riso.
Continuamos a comer, conversando sobre a noite de ontem. Havíamos ficado acordados até as seis, quando saímos da casa do Robert, mesmo após suas insistências para que dormíssemos lá. E, após chegar na casa de Evans, só dormimos após as oito, por isso acordamos tão tarde.
Terminamos o café da manhã – a tarde – e Chris levou toda a louça para baixo. Assim que ele voltou, passamos para o banheiro. Escovamos os dentes, e pela primeira vez, tomamos banho juntos. Foi estranho, mas seu box tinha o tamanho de metade do banheiro. A parte mais esquisita era ver um ao outro completamente nus, mas lentamente nos acostumamos, e o banho não durou muito tempo.
Ao sair, peguei a bolsa que trouxe ontem e vesti a outra roupa. Uma calça moletom e blusa básica. Calcei as sandálias e guardei os saltos e vestido de ontem, junto aos produtos de cabelo e corpo, e os de higiene. Chris desceu, levando minha bolsa, e eu desci com o celular em mãos, marcando um encontro na minha casa com Margot e Elsa.
— Tchau, Dodger! Se comporta com o chato do seu pai. — Digo, fazendo voz fofa para o cachorro, que abana o rabo felpudo enlouquecidamente.
— Hey! Não me envergonha na frente do meu filho.
— Tá bom, garanhão. Vamos.
Saímos juntos quando ele põe a guia no cachorro, o levando conosco. Ambos me acompanham até o carro, e Chris me deu um rápido selinho antes que eu entrasse. Nos despedimos rapidamente e eu dei partida, dirigindo para casa. O dia estava um pouco mais quente. Era o mês do fim do inverno, faltava pouco para nos livrarmos daquele frio intenso.
Estacionei em casa, levando a bolsa para dentro e checando o alarme, vendo se não havia acontecido nada durante a noite. Deixei a bolsa no quarto, voltando para o andar de baixo quando ouvi a campainha tocar. Sabia quem era, e não contive o riso quando abri a porta e a vi entrar na minha casa como um furacão.
— Ele esteve aqui? Onde você estava? — Margot pergunta, se jogando no sofá da sala de estar.
— Ele quem, louca?
— Meu pai, Scarlett. Não se faz de maluca, eu te conheço bem. — A loira diz, largando o celular de lado.
— Podemos só esperar a Elsa chegar? Não quero ter que explicar duas vezes.
— Ok… Quer dar uma saída para comprar comida, então?
— E um bom vinho, vocês vão precisar. Vamos.
Pego a carteira e ela a dela, e seguimos para o seu carro. Troco algumas mensagens com Hemsworth, explicando a situação de Brandon, e o motivo do julgamento ter sido momentaneamente adiado. Eu dividia esse caso com ele, já que eu seria a juíza da corte e ele era o promotor público, e o deixei a par de toda a situação.
No mercado, Margot e eu compramos algumas frutas e doces, e um vinho branco. Pagamos tudo e voltamos para a minha casa, no tempo certo de encontrar Elsa chegando. Ficamos na sala de estar, jogadas no imenso sofá, com a TV ligada passando uma comédia romântica ainda em clima de natal,um pouco atrasado.
— Nem achei que chegaria tão rápido. — Digo para Elsa, vendo-a abrir o vinho.
— Passei cinco dias com meus filhos nas costas, qualquer oportunidade de deixá-los perturbando o juízo do Hemy eu pego e não largo. — Ela diz, e nós não contemos o riso.
— Eu entendo você, amiga. Larguei a Kenna com meus pais, e eles que se virem. Preciso de uma tarde de descanso e surto. — Diz em um suspiro, abrindo o pacote de chocolates. — Agora anda, começa a falar.
— Ok… Tudo começou, acho que no natal…
Começo a contar, detalhando cada coisa que elas pediram. Contei sobre como passamos o feriado juntos, o nosso beijo debaixo do visco e a conversa com os irmãos e melhor amiga dele no outro dia, e depois sobre a nosso pequeno desentendimento quando chegamos. Ouvi suas reclamações sobre como eu fui cabeça dura e agi mal, e entendi perfeitamente, porque sabia que elas estavam certas. E admiti isso.
E então contei sobre a nossa primeira noite. Sobre como aconteceu, como achei perfeito ele ter aquela atitude, e como a noite foi excelente, assim como a manhã seguinte. Margot estava enlouquecendo, vibrando em alegria, e Elsa estava paralisada. Eu não contive o riso, e gargalhava de ambas gaguejando, perdidas em palavras.
— Como você esconde isso por uma semana, Scarlett?
— Não foi por querer. Sempre que tocamos nesse detalhe, Chris e eu acabamos tendo alguma briga.. É complicado. Anteontem ele passou um tempo sem querer falar comigo por causa disso.
— Ele é bem difícil de lidar. — Marg diz. — Ai mas eu estou tão feliz por você! Juro, você precisava de um pouco mais de vida, sabe?
— Concordo com ela. Eu estava ficando muito preocupada com você, amor. Não era saudável a forma como estava vivendo. — Elsa diz, e eu assinto.
— Eu sei. E agradeço por toda a preocupação que tiveram. Agora eu estou começando a entender e querer viver mais.
— Que bom. E está fazendo isso com uma pessoa incrível. — Margot elogia. — Você e Evans são um par muito bom. E nós duas já comentamos sobre isso.
— É verdade! — Elsa concorda, servindo mais vinho. — Desde aquele dia que você e ele saíram de moto na festa dos meninos, nós viemos falando sobre, secretamente torcendo para que desse em algo.
— Meus parabéns, porque deu certo. — Digo, sorrindo com elas.
Comento sobre mais coisas, como as outras noites que dormimos juntos, e sobre como eu estava achando o desempenho dele como profissional muito melhor depois que tudo aconteceu. Evans estava mais dedicado ao trabalho, mais atento, e isso estava me deixando satisfeita. Seu comprometimento com sua magistratura também.
— E como estão os sentimentos? — Elsa pergunta, após nós três pararmos para prestar atenção numa cena do filme.
— É difícil dizer. Da minha parte, são poucos. Eu gosto de estar com ele, gosto de como ele me faz sentir, gosto da companhia dele… Mas… Ainda não é nada.
— Como assim “ainda”? — Marg questiona.
— Talvez no futuro isso se torne algo maior, mas agora eu não quero. Estou bem, nós estamos bem assim.
— Só sexo?
— É.. — Dou de ombros. — E estou sendo transparente sobre o que quero, deixei claro desde o início.
— Isso é importante. — Robbie diz, e eu vejo Elsa concordar. — E quanto a ele? Sabe como ele está se sentindo?
— Não. Chris não é de falar, ele se expressa com ações. Eu confesso que sinto um pouco mais vindo dele. Mesmo que ele diga que é só sexo para ele também. Ele é muito carinhoso.
— Isso te assusta?
— Sim e não, eu gosto. — Sou sincera, e acabo sorrindo ao pensar nisso.
Minhas duas amigas se olham mas não dizem nada. E nem precisava. Eu sabia o que estavam pensando, só não queria encher a minha cabeça com aquilo. Poderia ser verdade, poderia estar acontecendo sem que eu percebesse, ou sem que eu desse a menor importância por enquanto, e eu não queria me estressar com isso agora. Não agora que estava indo tudo bem.
Após atualizar as duas sobre tudo, nossa conversa da tarde tomou outro rumo. Elsa era modelo e tinha alguns trabalhos importantes para fazer, incluindo uma possível capa de revista. Para isso, precisaria viajar para a Espanha, a terra natal dela, e estávamos extremamente animadas com isso, e orgulhosas dela.
Elsa era uma modelo bem-sucedida e muito bem paga, e colocava em prática tudo o que aprendeu na universidade de moda. Tinha também uma agência própria e uma marca de roupas. Era uma excelente empreendedora, e havia conquistado o que almejava quando a conheci. Fazer parte desse crescimento dela me deixava feliz.
— Como as crianças ficaram com a viagem?
— As crianças não estão nem aí. Nunca demonstram estarem tristes quando eu viajo, e sabem que eu não demoro a voltar. — Ela diz. — Quem está manhoso é o Hemy.
— Quando você viaja, ele parece outra pessoa na promotoria. — Margot diz, e eu assinto concordando.
— Sério? Achei que ele só ficava assim pra mim.
— Quem dera. Parece que alguém espancou um cachorro na frente dele. — Robbie diz, e eu não contenho a gargalhada.
— É exatamente assim! Ele fica xoxo, muito manhoso. Nós já sabemos que você viajou sem precisar perguntar. — Explico, e ela gargalha.
— Ser casada com um dramático tem lá seus defeitos, querida. — Ela diz, e nós assentimos. — Mas e você, Marg? Conte as suas novidades, já que isso virou uma roda de fofoca.
— Ah… Não tem nada demais. — Ela diz, acanhada.
— Tem sim, essa carinha não me engana. Conta. — Peço.
— Só… Acho que as coisas estão indo rápido demais com o Sebastian. — Ela diz, um pouco cabisbaixa.
— Está tudo bem entre vocês?
— Sim, ele é ótimo, mas… Não sei. Estou um pouco nervosa com isso. Sentindo aquela ansiedade na boca do estômago, entende?
— Sim. Você deveria conversar com ele, gatinha. — Elsa diz, e eu concordo.
— E eu vou. Quero aproveitar um dia que a McKenna não esteja. — Explica. — E, boas notícias, mesmo com os atrasos da faculdade, consegui concluir as provas. Vou esperar marcarem a data de apresentar o TCC para a banca e finalmente me formar.
— Estou orgulhosa de você, loirinha. — Digo, a abraçando de lado.
— Não sabe como ficamos feliz por isso, Marg. De verdade.
Para nós, que acompanhávamos a trajetória de Margot desde que todo aquele transtorno aconteceu na vida dela, vê-la conseguir se reerguer como queria era muito, muito satisfatório. Ela merecia o melhor, merecia viver a vida bem e na carreira que tanto sonhou, e estava conquistando isso.
Estendemos a conversa por mais bastante tempo. Era bom estar com elas e falar de bobagens da vida, eu me sentia leve, e melhorava bastante o meu humor. Me sentia levemente mal por ter me negado e negado a elas esses momentos, quando estava mais fechada emocionalmente, mas agora me permitia sentir felicidade, e aproveitar a companhia delas. Eu vivia o momento com elas. E nada podia tirá-las de mim.
▰▰ // ▰▰
Essas três são meu tudinho! ♡
Vocês têm q me amar muito viu? Tô postando isso aqui no estacionamento do hospital vet. enquanto espero meu cachorro ser liberado. Não podia deixar vocês sem cap.
Espero que tenham gostado.
Nos vemos segunda!
Até mais, beijos
🌷
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