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VIGÉSIMO OITAVO

Quando voltei à forma humana, sentia o peso da raiva que Sam carregava ao nosso redor, mais intensa e amarga do que já tinha visto antes. Assim que ele cruzou a linha do limite, eu já sabia que algo estava errado, mas nada me preparou para o que aconteceu depois que ele falou com Grace.

A transformação me deixava alerta, os sentidos amplificados, e era impossível não perceber o ódio fervendo em Sam. Cada palavra que ele soltava parecia sair entre os dentes, como se segurasse um vulcão que ameaçava explodir a qualquer momento. Grace estava ali, no meio de tudo, e eu podia sentir sua confusão, talvez até medo, enquanto Sam deixava claro que Carlisle tinha cruzado um limite – um limite que não podia ser ignorado.

Sam queria que Grace entendesse a gravidade da situação, e agora ele parecia determinado a mantê-la no meio desse conflito, como se fosse parte da punição que Carlisle teria que enfrentar. Eu, porém, não suportava a ideia de vê-la envolvida nisso, de vê-la se perder nessa guerra que, no fundo, era nossa, dos lobos. Por mais que Sam quisesse colocar a Grace no centro da tempestade, eu só conseguia pensar em tirá-la dali, em protegê-la, mesmo que significasse ir contra as ordens do nosso alfa.

Sam havia deixado tudo bem claro — a reunião era indispensável, e, depois dela, iríamos definir o momento exato do ataque contra os Cullen. Ele queria aquilo resolvido o quanto antes, sem mais desentendimentos, e qualquer desvio do plano era intolerável aos olhos do alfa. Enquanto esperava, olhei ao redor, observando o resto da matilha se reunir aos poucos, sentindo o ar pesado da tensão que pairava sobre todos nós.

Sam estava parado, sério como sempre, mas a expressão dele parecia ainda mais fechada do que o normal, uma fúria nítida. Eu sabia o que estava passando pela mente dele — era impossível ignorar. Ele estava remoendo tudo, mas especialmente o momento em que Grace, numa explosão de raiva, tentou socá-lo. Até para mim, era estranho pensar nisso. Grace, que mal conhecia o mundo dos lobos, que tinha sido jogada na nossa realidade de forma tão brusca, tentou enfrentar Sam daquele jeito.

Eu até conseguia entender de onde vinha a coragem dela, mas também sabia o quanto aquilo havia mexido com ele. Não era só a tentativa de soco — era o que aquilo representava. A audácia, o desafio. Sam não era alguém que deixava essas coisas passarem, e, embora não tivesse revidado, a lembrança parecia queimar na mente dele, alimentando ainda mais a sua vontade de colocar um ponto final nessa história.

Sam respirou fundo, um suspiro que parecia trazer consigo toda a raiva contida até então, e começou a falar.

— Deveríamos matar todos os Cullen — declarou, e logo alguém, talvez Quil ou Embry, gritou em resposta.

— Você deveria matar o Carlisle na frente daquela vaca! — outro resmungou, as palavras carregadas de ódio e sarcasmo. Sam parou, e eu vi que ele estava realmente considerando aquilo, pesando as opções como quem planeja um ataque definitivo.

Jacob, sempre com esse jeito impulsivo de se meter no que não lhe dizia respeito, se pronunciou, tentando encontrar um meio-termo, quase como se quisesse colocar panos quentes na situação.

— Carlisle fez parte daquele maldito grupo de vampiros. Não que eu tenha medo, mas como a Grace disse... talvez uma guerra realmente comece por isso — ele murmurou, tentando justificar. Eu sabia que o verdadeiro motivo era outro. Jake ficava tenso quando o assunto envolvia Grace e Bella, tentando desesperadamente protegê-las, como se essas duas fossem as únicas humanas que precisassem ser salvas dessa bagunça.

Mas, para mim, aquilo ia além. Não era sobre uma guerra com vampiros, tampouco sobre Grace ou Bella. Não queria que Grace estivesse em risco, mas também sabia que ela estava longe de ser o problema dos Cullen — e eles não eram os nossos. Esse ódio que Sam sentia, esse desejo de destruir Carlisle em nome do que ele "ousou fazer" era um peso que ele mesmo tinha escolhido carregar.

As palavras saíram da boca de Sam como um golpe. Cada sílaba pesada, dura, cortante.

— Vamos matar Carlisle, e, se a garota ficar no caminho, infelizmente não teremos escolha a não ser tirá-la.

Eu senti o mundo parando por um segundo. Não esperava ouvir aquilo dele. Minha visão se ampliou, meus olhos arregalados, a descrença queimando no peito.

— O quê? Você está dizendo que podemos matar ela se ficar no caminho!? — questionei, sem conseguir esconder o choque. — Não, você ficou louco?

Não precisei de mais nada para provocar sua reação. Num instante, os olhos dele se estreitaram, e, antes que eu percebesse, ele avançou para cima de mim, sua mão firme apertando meu pescoço com uma força descomunal. A dor era instantânea, cada músculo tenso, o ar sendo arrancado dos meus pulmões enquanto ele me encarava com um ódio frio e implacável.

— Nunca mais me chame de louco, garoto — ele rosnou, os dentes cerrados, os olhos quase brilhando de raiva. — Aquela criança bateu na minha cara, e a mão machucada ainda foi pouco para ela. Grace merece um castigo, e eu darei.

Eu me contorci, lutando para puxar ar, mas, ao mesmo tempo, me recusava a desviar o olhar. Grace não merecia isso, não merecia ser um alvo no meio dessa guerra. Sam, naquele momento, estava cego de ódio, e eu sabia que, enquanto ele estivesse dominado por essa vingança insana, ninguém estava seguro — nem ela, nem os Cullen, talvez nem mesmo nós.

Sam continuava com a mão no meu pescoço, os dedos firmes, e eu sentia a pressão aumentando.

— Não seja estúpido, Sam! — consegui dizer, a voz rouca, mas firme. — Isso não é sobre justiça ou proteção. É só o seu orgulho ferido!

Ele me soltou com um empurrão brusco, me fazendo dar alguns passos para trás para não cair. Sam me encarava, o olhar fervendo de ódio, mas havia algo mais ali, talvez a lembrança do que Grace havia feito, do tapa na sua autoridade.

— Não ouse questionar minhas decisões novamente, Paul — ele rosnou. — Já deixei passar demais. Carlisle cruzou o limite, e Grace, e todos aqueles vampiros precisam entender as consequências. Você sabe tão bem quanto eu que, se não fizermos nada, eles vão continuar nos desrespeitando.

Engoli em seco, respirando fundo, tentando recuperar o controle.

— E matar a Grace vai resolver isso?

Ele cruzou os braços, ainda com aquele olhar implacável.

— Castigar o que Carlisle gosta vai nos dar paz. Eles precisam aprender que há consequências para cada erro. Que não podem cruzar nosso território, tocar em nossos... — ele hesitou, as palavras se dissolvendo num rosnado. — Se a Grace decidiu ficar do lado deles, ela escolheu seu destino.

Jacob, que até então permanecia em silêncio, finalmente interveio, o rosto tenso.

— Sam, nós não somos assassinos. Atacar os Cullen já é suficiente. Mas não vamos colocar Grace no meio disso... ela nem entende o que está em jogo aqui.

Sam estreitou os olhos para Jacob, uma expressão dura e firme.

— Ela não entende? Ela tentou me enfrentar, Jake. Ela tomou partido de um vampiro. E sabe o que isso significa para nós.

A raiva se intensificava a cada segundo, e eu sabia que aquilo não acabaria bem. Respirei fundo, me posicionando ao lado de Jacob.

— Sam, eu não vou deixar você machucar a Grace. Se tem uma coisa que sei, é que matar inocentes nunca nos trouxe paz.

O som das sirenes interrompeu o clima tenso, cortando o ar pesado como uma faca. Viramos todos na direção do som, em alerta, e vimos as luzes vermelhas e azuis piscando enquanto os carros da polícia se aproximavam. Eles pararam abruptamente, queimando pneus na entrada da reserva, e Charlie Swan, pai de Bella e Grace, desceu com uma expressão furiosa.

Ele não hesitou nem por um segundo ao caminhar em nossa direção, o rosto vermelho e a respiração rápida. Dava para ver que ele estava ali como um furacão, e não precisava ser um gênio para entender que Grace era o motivo.

— Sam, você vai para a delegacia comigo, agora. — A voz de Charlie era firme, sem espaço para argumentação.

Sam cruzou os braços, erguendo o queixo, e a raiva fria em seus olhos não se abalou. Ele soltou um meio sorriso desdenhoso, mas ficou em silêncio, como se estivesse avaliando a situação. Ele sabia que, por mais que tivesse força sobre nós, Charlie representava um obstáculo diferente. Não podia simplesmente ignorar a autoridade dele ali, especialmente em frente a todos nós e aos humanos da reserva.

— Charlie, não sei sobre o que você está falando, mas não estou indo a lugar nenhum — Sam respondeu, mantendo o tom calmo, mas carregado de desafio.

Charlie deu mais um passo à frente, encarando-o sem medo, com uma postura implacável.

— Ah, você sabe exatamente sobre o que estou falando, Sam. Eu sei que Grace está envolvida nessa confusão com vocês, e não vou aceitar que alguém — ele olhou ao redor, incluindo todos nós com o olhar — as coloque em perigo.

Eu troquei um olhar com Jacob, ambos tensos. Sabíamos que a situação estava prestes a explodir, e, com Charlie ali, as coisas só ficariam ainda mais complicadas.

Charlie cruzou os braços, os olhos estreitados e fixos em Sam. Ele estava mais sério e determinado do que eu já tinha visto.

— Eu não sei o que vocês andam fazendo ou qual é o problema entre vocês — Charlie começou, com a voz grave e implacável. — Mas Bella e Grace não vão mais ser envolvidas nisso. Não importa o que esteja acontecendo, as duas são só garotas, e não vou permitir que se machuquem ou sejam arrastadas pra confusões de vocês.

Sam, com os braços ainda cruzados, lançou um olhar desdenhoso para Charlie.

— Com todo respeito, Charlie, mas isso não é da sua conta. A Grace se envolveu sozinha nisso tudo. Ela sabia o que estava fazendo quando decidiu desafiar a gente.

Charlie deu um passo à frente, sem se intimidar.

— E eu estou dizendo que essa conversa termina aqui. Você vai explicar exatamente o que aconteceu e por que Grace e Bella estão sendo colocadas em risco. Se acha que vou só aceitar que elas estão no meio de alguma... briga de gangues ou o que quer que seja, está muito enganado, Sam.

Sam soltou um suspiro, claramente perdendo a paciência.

— Isso não é uma briga de gangues, Charlie. Existem regras, limites... e a sua filha, bem, ela cruzou um deles.

Charlie bufou, claramente irritado.

— Regras? Limites? Estamos falando de adolescentes! Eu não sei que tipo de "limites" vocês têm aqui, mas estou dizendo que Bella e Grace não fazem parte disso, ponto final. Se mais alguma coisa acontecer com qualquer uma delas, eu vou garantir que cada um de vocês enfrente as consequências.

Sam estreitou o olhar, a mandíbula travada, mas não respondeu. Ele sabia que discutir ali, em frente a Charlie, não seria sábio, mas também não queria ceder. Eu podia ver a frustração crescendo, e, por um momento, temi que ele fosse acabar revelando algo que não deveria.

Percebi que precisava intervir antes que as coisas saíssem do controle.

— Charlie... — chamei, tentando manter a voz calma. — Eu sei que você só quer proteger a Grace. Mas talvez... talvez o melhor seja você levá-la para longe daqui, só por um tempo. As coisas estão complicadas, e eu prometo que ninguém vai machucá-la.

Charlie olhou para mim, desconfiado, mas havia uma pontada de preocupação genuína em seu olhar.

— Então você admite que minha filha está em perigo?

Quando Charlie rosnou sua ordem, sabíamos que não havia escapatória. Eu troquei um olhar rápido com Sam, e vi que ele estava furioso, mas impotente. Não podíamos fazer nada ali, em meio aos policiais e às luzes vermelhas e azuis que iluminavam. Enfrentar Charlie significaria mais do que desrespeitar uma autoridade humana.

— Para a delegacia, agora — repetiu Charlie, gesticulando para que os policiais se posicionassem ao nosso redor. — Não vou tolerar que vocês, seja lá quem vocês acham que são, coloquem minha filha em risco sem consequências.

Um dos policiais se aproximou de mim, olhando com desconfiança. Meu instinto gritava para reagir, mas me forcei a permanecer imóvel. Eu podia sentir Sam ao meu lado, a mandíbula trincada, e sabia que ele estava segurando a raiva a custo.

Charlie continuou, com uma determinação feroz.

— Vamos para um depoimento e uma medida protetiva! Vou garantir que Grace e Bella fiquem longe de vocês e que estejam seguras.

Sam finalmente quebrou o silêncio, com a voz fria e controlada.

— Com todo respeito, Charlie, nós não representamos uma ameaça às suas filhas. Estamos lidando com coisas que você não entende, coisas que estão muito além do que uma ordem de medida protetiva pode resolver. E deixar ela perto daquele médico, ai sim seria burrice.

Charlie avançou um passo, o olhar ardendo de fúria.

— Ah, é? Então me explique. Porque, para mim, parece que vocês têm algum tipo de controle aqui na reserva e acham que podem fazer o que quiserem. Mas isso acaba agora. Vou levar cada um de vocês para a delegacia e vou descobrir o que está acontecendo, por bem ou por mal.

Eu olhei para Sam, esperando algum sinal, alguma decisão. Mas ele apenas balançou a cabeça, mantendo-se calmo, como se estivesse esperando a tempestade passar. Sam sabia que Charlie não recuaria facilmente, mas também sabia que, se revelássemos demais, só pioraríamos tudo.

Billy se aproximou devagar, os olhos atentos a cada um de nós, e então voltou sua atenção para Charlie, que respirava fundo, claramente tentando conter a raiva. Havia uma tensão no ar, mas a presença de Billy parecia oferecer algum tipo de equilíbrio. Ele era uma figura respeitada tanto por nós quanto pelos humanos.

— Tem um minuto, Charlie? — Billy pediu com calma, mas firme, lançando-nos um olhar de advertência, como se nos pedisse para mantermos a compostura.

Charlie hesitou por um instante, olhando para Billy com um misto de frustração e respeito. Ele fez sinal para os policiais se afastarem, e eles obedeceram prontamente, entrando de volta nas viaturas. O silêncio voltou a reinar, e era possível sentir que, pelo menos por enquanto, o confronto havia sido adiado.

Quando a porta se fechou atrás de Billy e Charlie, a tensão finalmente parecia diminuir, mas só um pouco. Os carros de polícia haviam ido embora, mas sabíamos que a paz era temporária. Sam respirou fundo, passando as mãos no rosto com um olhar perdido, como se estivesse pesando cada palavra de Billy e cada ameaça que Charlie havia feito.

Ele nos encarou, um por um.

Todos nós sentimos o cheiro ao mesmo tempo — doce e frio, o cheiro de vampiro. Era inconfundível, e a tensão voltou ao ambiente num instante. Sam ergueu o rosto, farejando o ar como se tivesse acabado de sentir o gosto da caça. Seus olhos estreitaram, uma raiva contida brilhando ali.

— Ele está aqui... — Sam rosnou, a voz cheia de determinação e uma fúria contida.

Sem hesitar, ele começou a caminhar em direção à floresta, os passos decididos, cada movimento carregado de intenção. Parou por um momento, virando-se para nos encarar com um olhar mortal, como uma ordem silenciosa que não precisava de explicações.

— Ele está sozinho, então eu irei... Sozinho — declarou, a voz firme. — Ninguém me siga.

Eu troquei olhares com Jacob e os outros, cada um de nós sentindo o mesmo impulso para desobedecer, para não deixar Sam sozinho. Mas o olhar dele era uma muralha, e sabíamos que ele não toleraria nenhum questionamento.

Com um último olhar sério para nós, Sam virou-se e desapareceu entre as sombras da floresta, indo ao encontro do invasor.

A raiva era algo que eu jamais havia compreendido completamente. Por séculos, eu segui o caminho da paz, sempre controlado, sempre contido. Vivia para ajudar, para salvar, para reconciliar. Era o médico, o conselheiro, aquele que guiava, que apaziguava. Nunca me permiti ceder às emoções intensas que os humanos sentiam — as mesmas emoções que eu via ao meu redor, mas que nunca ousava experimentar em sua profundidade.

Mas agora... agora era diferente. Desde o momento em que a conheci, algo dentro de mim mudou, algo profundo e primitivo. Ela era luz e calor, uma força que acendia em mim uma chama que eu não sabia que existia. E, por ela, tudo o que eu via era vermelho.

A paixão queimava, pulsava em minhas veias, despertando o que, durante séculos, eu suprimi. O amor era intenso, vivo, uma energia que me movia com uma força que eu nunca antes experimentara. E junto a isso, o desejo — um desejo tão profundo e arrebatador que me deixava vulnerável, mas ao mesmo tempo, poderoso.

Mas o que me dominava agora era a raiva. Uma raiva feroz e implacável, uma fúria que eu nunca imaginei ser capaz de sentir. Alguém ousara ameaçá-la, tocá-la com intenções que me tiravam o controle. A ideia de que qualquer um pudesse machucá-la despertava em mim um instinto protetor e selvagem.

Ninguém encostaria nela. Ninguém ousaria fazer mal a minha mulher.

Eu estava em território deles, consciente de que Sam e os outros sentiriam minha presença a qualquer momento. Mas não me importava. Eu não estava aqui para dialogar, para buscar paz. Estava aqui para enviar uma mensagem, e eles a entenderiam sem sombra de dúvidas.

Minha existência agora tinha um propósito claro: protegê-la, mantê-la segura. E eu faria o que fosse necessário para garantir que ela nunca fosse tocada ou ferida — não enquanto eu ainda existisse.

Eu me encostei na árvore, cruzando os braços, e observei enquanto Sam surgia entre as sombras da floresta. Ele não estava transformado, não ainda — talvez quisesse resolver isso como homem antes de recorrer à fera dentro dele. Mas sua expressão era puro ódio, um brilho feroz nos olhos escuros, como se mal conseguisse conter a vontade de se lançar contra mim.

Observei cada passo dele enquanto se aproximava, com os músculos tensos e a respiração pesada. Ele parou a poucos metros de mim, erguendo o queixo, como se tentasse me intimidar. Uma parte de mim compreendia seu instinto, sua necessidade de proteger, mas outra parte, uma parte que eu nunca havia experimentado com tamanha intensidade, se recusava a recuar.

Eu continuei calmo, mantendo o olhar fixo no dele, enquanto a raiva queimava sob minha pele, fria e calculada. Ele podia sentir minha determinação — a mesma que ele carregava no peito para proteger sua matilha, eu carregava para proteger a mulher que amava.

O sorriso de Sam era frio, desdenhoso, enquanto ele me observava com aquele olhar sombrio e feroz.

— Vejo que está sozinho, Carlisle. Será mais fácil matar você — ele rosnou, dando um passo à frente, como se medisse minha reação.

Eu soltei uma risada baixa, mas firme, sentindo a raiva crescer dentro de mim, mas controlando-a com cada fibra do meu ser.

— Quero ver você tentar — respondi, com uma calma calculada, deixando claro que não havia medo em minhas palavras.

Sam estreitou os olhos, como se estivesse tentando encontrar algum traço de hesitação, mas eu sabia que ele veria apenas meu ódio. Ele queria confronto, estava pronto para isso — mas eu também estava. Eu tinha séculos de autocontrole, mas, pela primeira vez, estava disposto a romper qualquer limite para protegê-la.

— Você não tem ideia do que está arriscando ao desrespeitar o tratado, Carlisle. Não há lugar para você aqui — ele murmurou, a voz quase um rosnado.

Eu mantive o olhar fixo no dele, e, em um tom firme e gelado, respondi:

— E você não tem ideia do que está arriscando ao ameaçá-la.

Sam arrancou a camisa e, antes mesmo que ela caísse ao chão, ele disparou na minha direção, os olhos fixos em mim com uma fúria implacável. Eu permaneci onde estava, com um leve sorriso no rosto, observando cada movimento dele, cada passo firme e decidido. Sabia o que viria a seguir.

Num salto poderoso, ele se lançou no ar, e em um instante sua forma humana se dissolveu, dando lugar ao grande lobo. A transformação foi rápida e brutal — em um segundo ele era um homem, no outro, a imensa criatura que comandava a matilha.

O lobo caiu à minha frente, encarando-me com os dentes à mostra, as garras afundando na terra enquanto soltava um rosnado baixo e ameaçador.

— Então é assim, Sam? — murmurei, sabendo que ele entenderia.

O lobo rosnou mais alto, os olhos brilhando com uma fúria selvagem.

Eu avancei com uma velocidade que faria qualquer humano parecer imóvel, uma sequência de movimentos precisos e calculados. Sam reagiu no mesmo instante, girando seu corpo massivo e lançando as garras na minha direção. Desviei no último segundo, sentindo o deslocamento do ar ao meu lado enquanto ele rosnava, frustrado por ter falhado.

Mas Sam não deu um segundo de trégua. Ele avançou novamente, as mandíbulas escancaradas em um rosnado feroz, e dessa vez seu ataque foi certeiro. Atingiu meu torso com um impacto brutal, e senti meu corpo ser lançado contra o chão. A terra cedeu sob o peso do lobo, e antes que eu pudesse me recompor, ele pressionou as patas sobre mim, tentando imobilizar-me.

Sem perder tempo, estendi o braço e segurei o pescoço dele com toda a minha força, tentando afastá-lo o suficiente para ganhar algum espaço. Sam rosnou mais alto, os músculos de seu pescoço se contorcendo enquanto lutava contra a minha resistência. Ele puxou para o lado, e eu pude sentir a força esmagadora da mandíbula dele tentando escapar do meu controle.

Com um movimento brusco, consegui empurrá-lo para longe por um instante, o suficiente para me erguer. Sam se virou no mesmo segundo, com os olhos ardendo em fúria. Nos encaramos, ambos medindo as forças e o próximo ataque, sabendo que aquela luta estava longe de terminar.

Avancei de novo, desviando de suas garras, e com um golpe rápido acertei seu ombro, forçando-o a cambalear para trás. Ele se recuperou num instante, girando o corpo e lançando as mandíbulas na minha direção. Eu me abaixei, quase sentindo os dentes dele passarem perto demais, e me preparei para o próximo embate, cada fibra do meu corpo concentrada em vencer aquela luta — por ela.

Sam investiu novamente, as mandíbulas abertas, e por pouco não atingiu meu ombro com um golpe que poderia ter sido fatal. Num reflexo rápido, girei meu corpo no ar, e ele passou por baixo de mim em sua corrida feroz. Foi nesse instante que vi a oportunidade perfeita. Num movimento preciso, mergulhei sobre ele, e meus dentes cravaram-se em seu pescoço, segurando-o com firmeza.

O lobo soltou um rosnado de dor e raiva, e senti sua musculatura tensa lutando para se livrar do meu aperto, enquanto meu veneno começava a se espalhar. Sua pele queimava sob meus dentes, e eu sabia que ele estava sentindo o efeito devastador do meu toque, o veneno entrando lentamente, centímetro por centímetro.

Mas Sam não era o tipo de oponente que cederia facilmente. Num acesso de força brutal, ele sacudiu o corpo e, com um último impulso, lançou-me para longe. Senti o impacto contra o tronco de uma árvore, o som seco do estalo ecoando pela floresta.

Ele cambaleava, os olhos semicerrados e os músculos tensos, lutando contra o veneno. A fúria ainda brilhava nos olhos do lobo, mas havia algo mais ali — uma hesitação, talvez pela primeira vez, enquanto sentia o efeito corrosivo do meu ataque.

Os olhos de Sam ainda queimavam de fúria, mas agora ele estava mais lento, cada movimento mais pesado, o veneno agindo em seu corpo. Mesmo assim, ele avançou novamente, um último esforço desesperado, determinado a não recuar.

Com um movimento preciso, girei meu corpo e desferi um golpe com o cotovelo, acertando diretamente sua lombar. O impacto ecoou com um estalo brutal, e o som do osso dilacerado reverberou pela floresta. Sam soltou um uivo de dor, o corpo dele cedeu por um instante, as patas traseiras tremendo enquanto ele tentava se manter em pé.

O golpe tinha sido certeiro, e agora, mesmo com a determinação feroz ainda queimando em seus olhos, era evidente que ele estava no limite. Ele me encarou, ofegante, lutando contra a dor e a fraqueza que o dominavam.

Eu dei um passo à frente, meu olhar firme sobre ele, mas sem qualquer expressão de triunfo. Não havia prazer naquilo — apenas a necessidade de proteger o que era meu, de deixar claro que qualquer ameaça contra ela não seria tolerada. Sam parecia entender isso, ainda que a raiva pulsasse em seus olhos, misturada com o peso da dor e da derrota iminente.

Em um piscar de olhos, a besta que era Sam se desfez e ali estava ele, agora na forma humana, com o corpo ainda tremendo pela dor. Ele se contorceu, as mãos indo diretamente para as costas, tentando aliviar a dor que provavelmente se espalhava por todo o seu corpo. Ele gritou, a frustração e o ódio misturados em sua voz, ainda com o olhar selvagem e os músculos tensos, como se tentasse reverter a situação.

Minha camisa estava rasgada, marcas de suas garras ainda visíveis em algumas partes do meu corpo, mas não era isso que me importava agora. Eu observei com calma enquanto ele se debatia, tentando processar o que estava acontecendo.

— E-eu não sinto as minhas pernas! — Sam gritou, a dor evidente em sua voz, mas o ódio ainda vibrando em cada palavra. Ele me olhou com um olhar cheio de rancor, como se a raiva fosse a única coisa que restasse a ele.

— Temporariamente, Sam — rebati, minha voz fria e controlada. Eu sabia que o veneno agiria rapidamente, mas sua força e resistência o manteriam em pé, talvez em algumas semanas ele voltasse ao normal.

Ele se agarrou à última reserva de força, rosnando com raiva, e suas palavras saíram como uma ameaça sibilante.

— Eu vou matar você! Você e todo mundo que ama!

Eu me aproximei, mais calmo do que nunca, o olhar fixo no dele, implacável.

— Se encostar em alguém que eu amo, vou dizimar cada um dessa praia — respondi, a ameaça clara em minhas palavras, como uma promessa. Eu não hesitaria. Não enquanto ela estivesse em perigo. E ele sabia disso. — Você conhece o Carlisle antigo Sam, não queira conhecer o monstro que me tornei. Não de novo.

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