VIGÉSIMO NONO
Minhas mãos tremiam, os dedos trêmulos que se apertavam contra meus próprios braços como se isso pudesse me acalmar. O quarto parecia menor a cada segundo, as paredes fechando-se ao meu redor enquanto eu me movia sem rumo, como se fosse explodir a qualquer momento. Meus pés arrastavam-se pelo chão, levando-me de um lado ao outro, mas sem me dar nenhuma paz. O coração martelava com tanta força que eu quase podia ouvi-lo, sentindo cada batida reverberar pelo corpo, fazendo meus pulmões perderem o ritmo. O ar parecia denso, difícil de inspirar, e cada vez que meus olhos passavam pelo relógio, a ansiedade mordia ainda mais fundo.
O tempo avançava, mas as notícias não vinham. Nada do meu pai. Nada de Carlisle.
Minha mente, como que em resposta, começou a me torturar. Ideias de todos os cenários possíveis e insuportáveis invadiam minha cabeça, as imagens se repetindo como um pesadelo que eu não conseguia afastar. Eu sabia que Sam estava tomado pela raiva, as ameaças que ele fez contra Carlisle ainda ecoavam na minha memória. E agora, Carlisle tinha ido ao encontro do alfa dos lobos. Algo deveria estar acontecendo lá fora, algo grave, enquanto eu me via confinada, impotente, presa nesse maldito quarto, incapaz de ajudar, incapaz até de entender.
E então, a campainha. Aquele som que cortou meus pensamentos como uma lâmina. O choque fez meu coração disparar ainda mais, e em um impulso, saí correndo em direção à porta, quase tropeçando nos degraus ao descer as escadas com pressa. Meus dedos envolveram a maçaneta com força, sentindo o metal frio contra minha pele quente e, ao abrir a porta, vi os rostos de Emmett e Rosalie. Não consegui evitar que a frustração transparecesse em meu rosto, sentindo meus ombros caírem, decepcionada. Não era o alívio que eu esperava.
— Sinto muito. — Rosalie murmurou ao passar pela porta, mas a entonação vazia não deixava dúvidas de que era apenas uma encenação de simpatia.
Eu não estava no menor clima para lidar com Rosalie, nem com Emmett. Meu coração ansiava por notícias, e enquanto elas não viessem, nada mais tinha importância.
— Carlisle pediu para virmos — Emmett disse, fechando a porta atrás de si, o som ecoando pelo ambiente.
Respirei fundo, tentando recuperar o mínimo de controle sobre minha própria voz antes de falar.
— Vocês... não sabem nada dele? — Perguntei, sentindo minha voz trêmula, como se cada palavra estivesse à beira de se despedaçar.
Rosalie soltou um suspiro irônico, aproximando-se de Emmett com um leve sorriso no rosto, quase como se estivesse se divertindo com a situação.
— Cuidado, seu coração vai explodir se continuar assim — ela sussurrou, os olhos brilhando com um toque de sarcasmo.
Cerrei os punhos, tentando conter a raiva que subia lentamente dentro de mim. Não queria perder a cabeça com eles, mas Rosalie estava sabendo como mexer comigo, e naquele momento, eu estava em perdida.
— Eu só quero saber se ele está bem — murmurei, tentando manter a calma. — Não consigo mais esperar sem nenhuma resposta.
Emmett suspirou, passando a mão pela nuca, visivelmente desconfortável.
— Nós entendemos — ele disse, a voz mais baixa e até um pouco gentil, diferente do tom habitual. — Carlisle nos pediu para virmos justamente porque sabia que você ia ficar preocupada. Ele está lidando com a situação... com Sam. Vai ficar tudo bem.
Rosalie revirou os olhos discretamente, mas eu percebi.
— Certo, então ele foi enfrentar o alfa dos lobos e está "tudo bem"? — Respondi com uma ironia ácida. — Vocês acham mesmo que eu vou me acalmar com isso?
Rosalie cruzou os braços, encarando-me como se eu fosse uma criança teimosa.
— Ele sabe o que está fazendo. Carlisle sempre sabe. Já lidou com situações piores — ela disse, a voz firme, como se estivesse encerrando o assunto.
Minha paciência se esgotava rapidamente, e a falta de respostas só alimentava o desespero. Eu precisava de mais do que palavras vazias. Sentia o peso da incerteza como um nó apertado no peito, quase me sufocando.
— Situações piores? — Falei, minha voz mais alta do que pretendia, ecoando pelo ambiente silencioso. — Eu estou falando de Sam! Sam, que deixou claro que não ia deixar barato para Carlisle! E vocês realmente acham que estou exagerando?
Rosalie levantou o queixo, desafiadora, os olhos estreitos e frios.
— Se você parar um segundo para pensar, vai perceber que a última coisa que Carlisle precisa agora é alguém perdendo a cabeça e fazendo escândalo — ela disse, com uma calma cortante. — Ele está lá fora, resolvendo o problema, enquanto você está aqui, presa na própria ansiedade.
Senti meu rosto esquentar, a mistura de vergonha e raiva me consumindo. Emmett colocou a mão no ombro de Rosalie, tentando amenizar a tensão entre nós.
— Ei, vamos todos respirar fundo — ele disse, olhando para mim, a expressão mais suave, quase conciliadora. — A gente entende que você está preocupada. Carlisle é importante para todos nós.
Eu cruzei os braços, tentando conter o tremor nas minhas mãos. Olhei de Rosalie para Emmett, sentindo o peso da impotência me pressionar. Queria gritar, queria que eles entendessem o que eu estava sentindo. Não podia simplesmente ficar aqui, sem fazer nada, enquanto meu pai e Carlisle estavam em perigo.
— E se ele precisar de ajuda? — Murmurei, quase para mim mesma, mas o suficiente para que eles ouvissem. — E se alguma coisa sair do controle?
Emmett trocou um olhar rápido com Rosalie antes de responder.
— Se algo sair do controle, Carlisle vai saber como se virar. Ele sabe o que está fazendo, e você tem que acreditar nisso — disse ele, sua voz firme, mas com um toque de compreensão.
Rosalie suspirou, parecendo ligeiramente mais tolerante.
— Sei que é difícil, mas estamos aqui para te manter informada. Se algo mudar, vamos ser os primeiros a te avisar. Confie um pouco em nós, também.
Mas confiar parecia impossível.
— Tudo bem! — Exclamei, erguendo os ombros em um gesto irritado, tentando encerrar a conversa. Não adiantava discutir mais com eles, era como falar com paredes.
Mas no fundo, eu tentava me agarrar às palavras deles, me convencer de que eles estavam certos. Carlisle sabia se virar, ele sempre sabia. E meu pai... Ele era o xerife, sabia se proteger. Ele tinha que voltar para casa. Ele sempre voltava, voltaria para mim, para sua filha, que esperava com o coração apertado, confiando que ele estava bem.
Respirei fundo, como se isso pudesse afastar o medo que continuava a crescer dentro de mim, apesar de tudo. Precisava acreditar que tudo ficaria bem. Era nisso que eu me forçava a acreditar, o único pensamento que me dava forças.
— Se vocês souberem de alguma coisa, qualquer coisa... — falei, tentando não demonstrar tanto desespero, mas minha voz saiu trêmula, deixando meu nervosismo transparecer. — Prometam que vão me avisar imediatamente.
Emmett assentiu, me lançando um olhar compreensivo.
— Prometemos — ele disse, com uma firmeza que me trouxe um mínimo de alívio.
Rosalie olhou para o lado, talvez entediada, talvez cansada de toda essa situação, mas concordou com um leve aceno.
— Não vamos deixar você no escuro — ela murmurou, sem tanto entusiasmo, mas ao menos sem a provocação de antes.
Ainda que a resposta deles não tivesse me dado toda a paz que eu precisava, tentei me concentrar nisso. Repeti para mim mesma que Carlisle e meu pai estariam seguros, que logo entrariam pela porta, e que essa tensão terrível não passava de uma fase.
Mas a dúvida permanecia, como uma sombra.
Passei as mãos pelo cabelo, tentando me acalmar, mas meus olhos teimavam em voltar para o relógio na parede. Cada segundo que passava era mais uma agulha de ansiedade. Foi então que ouvi a porta se abrir, e virei depressa, o coração saltando.
Ali estava ele — meu pai. Seu rosto cansado e preocupado, mas ele estava aqui, em segurança. Num impulso, corri para ele, mergulhando nos seus braços com tanta força que senti meu próprio corpo estremecer. Apertei-o como se nunca mais fosse soltá-lo, como se naquele abraço eu pudesse, por um instante, esquecer todo o medo.
— Pai... — murmurei, minha voz falha, pressionando o rosto contra seu ombro, enquanto seu cheiro familiar me envolvia.
Ele afagou meus cabelos, a voz baixa e suave como sempre, tentando me acalmar.
— Está tudo bem, querida — disse, acariciando minha cabeça. — Está resolvido. Não precisa mais se preocupar.
Por um breve momento, aquelas palavras foram um alívio. Mas logo, o medo voltou com força, lembrando-me que ele estava ali, mas Carlisle ainda não.
Levantei o rosto, e minha voz saiu hesitante, carregada de um medo que eu não conseguia esconder.
— E o Carlisle? — perguntei, olhando para meu pai, esperando por uma resposta que finalmente aliviasse minha angústia.
— Carlisle? — Meu pai ergueu a sobrancelha, confuso. — Ele deveria estar com você.
Eu me afastei um pouco, tentando esconder a preocupação crescente que seu tom de voz me causou.
— Ele... foi falar com o Sam — respondi, a voz baixa, quase hesitante. Cada palavra parecia aumentar meu próprio medo.
Charlie manteve o olhar fixo em mim, a expressão séria.
— Ele não estava lá, filha — ele afirmou com firmeza, me lançando um olhar carregado de preocupação. — O que eles estão fazendo aqui? — Perguntou, lançando um olhar rápido para Rosalie e Emmett.
Engoli em seco, sabendo que precisaria explicar.
— São meus amigos — respondi, tentando parecer tranquila. — Estão comigo, e agora... eu vou precisar ir com eles — acrescentei, pegando meu casaco de cima da cadeira, já me preparando para sair. Eu sabia que isso surpreenderia Rosalie e Emmett, mas precisava fazer algo, precisava estar em algum lugar onde pudesse ter respostas.
— Grace, é perigoso! — Meu pai protestou, a voz carregada de preocupação. Ele sabia que eu não estava pronta para ficar fora de perigo.
Olhei para ele, tentando tranquilizá-lo com um sorriso que escondia meu próprio medo.
— Estou bem, pai. Vou estar em segurança com eles — falei, lançando um olhar para Rosalie e Emmett, que me encaravam com expressões mistas de surpresa e aprovação. Eles sabiam o quanto eu precisava fazer isso.
Por mais que eu não suportasse a companhia de ambos, eu sabia que a casa dos Cullen era o primeiro lugar onde Carlisle provavelmente estaria. Era o único lugar onde eu poderia encontrar algum vestígio, alguma pista de que ele estava bem.
Me aproximei da porta, respirando fundo, o peso da decisão me empurrando para frente. Eu só podia torcer para que meu pai entendesse.
— Fique com a sua irmã. — Ele respondeu, apenas confirmando o que eu queria.
Assim que deixei a casa, caminhei em direção ao Jeep de Emmett, que estava estacionado logo à frente. O ar frio envolvia meu corpo, mas eu mal sentia; a preocupação com Carlisle era tudo o que preenchia minha mente. Rosalie entrou no banco da frente, enquanto eu me ajeitava no banco de trás, tentando encontrar uma posição que me fizesse sentir menos inquieta. Do espelho retrovisor, vi Rosalie me observando, uma expressão incomum de suavidade no olhar.
Ela quebrou o silêncio, sua voz saindo baixa, quase gentil.
— Ele ama você — disse, suas palavras carregadas de uma sinceridade que eu raramente via nela. — Nunca tínhamos visto Carlisle desse jeito. Ele realmente ama você.
Fui pega de surpresa, e um sorriso suave se formou em meus lábios. Essas palavras acalmaram um pouco a tempestade dentro de mim, trazendo uma paz que eu tanto precisava.
— E você não sabe como esse sentimento é recíproco — respondi, minha voz suave, quase um sussurro. Por um breve instante, era como se toda a tensão se dissipasse.
Ela sorriu de leve, como se lembrasse de algo, talvez do dia em que nos conhecemos. Houve um brilho suave em seus olhos, uma lembrança que parecia fazer até ela mesma baixar a guarda.
Emmett entrou no carro, fechando a porta com um estrondo, quebrando o pequeno momento de silêncio. Ele ligou o motor e, sem uma palavra a mais, começou a dirigir na direção da casa dos Cullen. Cada quilômetro que deixávamos para trás era um passo mais perto de onde eu precisava estar.
Fomos o caminho em silêncio, o som do motor do Jeep e o farfalhar do vento sendo as únicas coisas que quebravam o silêncio pesado que pairava no carro. Emmett dirigia com um foco tranquilo, quase como se nada pudesse incomodá-lo, enquanto Rosalie permanecia tensa, seus olhos varrendo constantemente a paisagem, como uma sentinela em alerta. A sensação de estar sendo vigiada o tempo todo não ajudava no alívio que eu tanto procurava.
Finalmente, avistamos a mansão dos Cullen, seus contornos imponentes surgindo à medida que nos aproximávamos. No momento em que o carro desacelerou, vi Bella na frente da casa, seus braços cruzados, esperando por mim. Uma onda de alívio me percorreu, sabendo que minha irmã estava ali, em segurança.
Ver Bella em pé na frente da casa me trouxe um conforto profundo. Ela estava bem. Bella sempre foi uma parte de mim, e ver que ela estava feliz, que ela tinha encontrado algo — ou alguém — que a fazia verdadeiramente feliz, foi como um bálsamo para minha alma. Eu sabia que o amor de Edward por ela a completava, a tornava mais forte, mais leve. E isso me trouxe uma felicidade silenciosa, uma sensação de paz que eu não soubera que precisava até aquele momento.
Desci do carro rapidamente, e o primeiro abraço que dei foi em Bella. Corri até ela e, sem hesitar, a envolvi em um abraço apertado, sentindo os batimentos do meu coração se acalmarem ao tocá-la. Senti os braços dela ao meu redor, como se ela também precisasse desse contato. Um sorriso leve surgiu no meu rosto quando vi Alice e Jasper ao lado dela. Acenei discretamente para Jasper, mas o sorriso foi todo para Alice, que me olhou com aquele brilho familiar nos olhos.
— Como você está? — Perguntei, a voz suavizada pela preocupação. Olhei para Bella, tentando decifrar o que ela estava sentindo, mas ao mesmo tempo, tentando garantir que tudo estava bem.
— Bem — ela deu de ombros, como se quisesse passar uma sensação de calma, mas não consegui esconder a forma como seus olhos brilhavam de alívio e felicidade.
Antes que eu pudesse continuar, Esme e Edward apareceram ao lado de Bella, com Edward observando-me com um olhar preocupado. Meu peito apertou com a ausência de Carlisle. Ele ainda não estava ali, e a angústia de não saber onde ele estava ou o que estava acontecendo me consumia mais uma vez.
— Carlisle ainda não voltou? — Perguntei, sem conseguir esconder a tensão na minha voz.
Foi então que, sem uma palavra, todos olharam para a frente, como se fosse um movimento sincronizado. Eu segui o olhar deles, sem entender o que estava acontecendo, até que vi. E quando vi, meu coração deu um salto, falhando por um segundo, parando de bater no ritmo certo.
Lá estava ele.
Carlisle.
Sua aparência estava irreconhecível. Suas roupas estavam rasgadas, sujas, cobertas de poeira e sangue, e seus cabelos estavam tão desarrumados que parecia que ele havia atravessado uma tempestade. Ele estava como alguém que havia acabado de voltar de uma guerra, exausto, e ao mesmo tempo, com uma força silenciosa emanando de seu corpo.
Eu não consegui controlar a reação. Minhas pernas falharam, e antes que pudesse pensar, meu corpo já estava em movimento, correndo em sua direção, sem conseguir parar. O medo, a ansiedade e o alívio se misturavam de forma avassaladora, mas o impulso de alcançá-lo, de ter ele de volta, foi mais forte do que qualquer outra coisa.
Carlisle parecia me sentir. Quando dei o primeiro passo, ele levantou o olhar, seus olhos encontrando os meus com uma intensidade que fez meu coração acelerar novamente.
Não pensei duas vezes. Corri até ele com toda a força que eu tinha, e quando finalmente o alcancei, não hesitei. Meus braços envolveram seu corpo, apertando-o com uma força que refletia o quanto eu estava aliviada, o quanto eu estava desesperada para ter ele de volta. Ele era meu porto seguro, e naquele momento, não queria mais soltá-lo.
Eu me ancorei no abraço dele, como se ele fizesse parte de mim... e, de fato, ele fazia. O cheiro familiar, o calor do seu corpo, o toque suave de suas mãos me envolvia, e tudo ao meu redor desapareceu por um segundo. Tudo o que importava naquele momento era que ele estava ali, vivo, ao meu lado.
Carlisle me abraçou de volta, com uma força tranquila, e sua respiração, ainda irregular, se misturou à minha. Ele me apertou com força, como se estivesse tão aliviado quanto eu.
— Meu Deus... Como você está? — Perguntei, minha voz trêmula traindo toda a preocupação que eu estava tentando esconder. O medo ainda estava lá, estampado no meu rosto, enquanto observava o estado de Carlisle. O sangue em suas roupas e a sujeira em seu corpo me diziam tudo o que eu precisava saber. Ele havia passado por algo terrível, mas ainda estava ali, vivo, na minha frente. Ele tinha lutado, e agora estava de volta, comigo.
Ele não respondeu de imediato, apenas manteve os olhos fixos nos meus, como se estivesse tentando absorver cada segundo daquilo. O silêncio entre nós dois parecia pesado, como se o mundo ao nosso redor tivesse parado de girar.
Carlisle parecia sério, mas eu podia ver a intensidade em seus olhos. Algo mudava entre nós a cada segundo. Então, inesperadamente, ele falou.
— Casa comigo? — Sua voz saiu suave, mas o olhar dele não deixou dúvida. Ele queria que eu ouvisse.
Meus olhos se arregalaram de surpresa, como se o ar tivesse sido tirado dos meus pulmões.
— O que? — perguntei, sem conseguir processar direito o que ele acabara de dizer. A surpresa, o choque, e uma felicidade que eu ainda não sabia como lidar se misturaram em meu peito.
— Você é minha vida, Grace Swan... — A voz de Carlisle ficou suave, quase um sussurro, e senti a pressão daquelas palavras me envolver. Ele encostou a cabeça em meu ombro, como se a própria força dele se fosse por um momento, e eu o senti ainda mais vulnerável.
Eu fiquei parada, sem palavras, apenas ouvindo, absorvendo o peso do que ele estava me dizendo. Cada palavra era carregada de emoção, de uma sinceridade profunda que tocava cada parte de mim. E então ele falou, com uma intensidade que me fez o olhar nos olhos, meu peito apertado.
— Você é o motivo de eu continuar lutando todos os dias. — Ele disse, sua voz mais rouca agora, como se cada palavra fosse um pedaço de sua alma.
Eu senti um nó se formar na minha garganta, o coração batendo descontrolado. Tudo o que eu sempre quis ouvir, estava ali, saindo da boca de Carlisle, com uma devoção que eu nunca imaginaria receber.
Mas então, algo ainda mais surpreendente aconteceu. Lentamente, com uma calma quase reverente, ele se ajoelhou diante de mim. Seus olhos não saíam dos meus, e o mundo ao nosso redor parecia ter sumido. Só restávamos nós dois.
— Eu sou completamente apaixonado por você, e não há nada neste mundo que eu não faria para te ver feliz. Me dê a honra de ser seu marido? — Ele disse, a pergunta flutuando no ar, pesada, como se o próprio destino tivesse se dobrado ali, diante de nós.
Eu fiquei paralisada, meu corpo tremendo de emoção. As palavras não saíam. Tudo parecia surreal, um sonho ao mesmo tempo maravilhoso e aterrorizante. Eu não sabia o que dizer, como expressar a magnitude do que ele me perguntava, o que isso significava para mim.
Carlisle estava ali, de joelhos diante de mim, com um olhar cheio de amor, de sinceridade, esperando por uma resposta que eu sabia ser mais do que um simples "sim" ou "não". Ele estava me oferecendo tudo o que ele era, e eu... eu sabia que a resposta estava dentro de mim, pulsando com força.
— E-Eu... — As palavras me escaparam, a emoção transbordando enquanto meu sorriso se alargava, uma mistura de felicidade e surpresa. — É óbvio que eu aceito!
A sensação de ver Carlisle ali, de joelhos diante de mim, me pedindo para ser sua esposa, foi como se o mundo finalmente se encaixasse, como se tudo o que eu havia vivido até aquele momento tivesse sido apenas uma preparação para este instante. Eu não consegui mais me segurar, e então, me agachei lentamente, ficando de joelhos em sua frente. A distância entre nós desapareceu, e com isso, eu consegui sentir tudo o que ele representava para mim, em toda sua intensidade.
— Eu te amo, Carlisle Cullen — declarei, minha voz falhando levemente, mas com uma sinceridade que vinha de cada fibra do meu ser.
— Peguei meu lenço, não tenho estruturas pra esse casal!
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