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TERCEIRO

Grace Swan.

Aquela garota... Não precisou de muito para capturar minha atenção de uma maneira que poucos, ou quase ninguém, jamais conseguiram. Durante 365 anos, eu permaneci firme, imbatível, cada pensamento meticulosamente calculado, cada movimento controlado, um mestre de minhas próprias decisões. E, no entanto, Grace... ela conseguiu desfazer esse controle. Algo que eu pensava ser eterno, algo que, por tanto tempo, parecia inabalável, agora começava a desmoronar, deslizando entre meus dedos, como areia.

Nenhuma das minhas experiências, nenhuma das inúmeras vidas que vi passar diante de mim, poderiam ter me preparado para isso. A lógica, a razão que sempre me guiaram, falhavam em explicar essa súbita e profunda obsessão. Não era apenas a beleza dela. Sim, seus cabelos escuros caindo graciosamente sobre os ombros eram uma visão que eu, com olhos aguçados de séculos, apreciava. Mas era mais do que isso. Era a maneira como seus olhos brilhavam, ligeiramente inquietos, ou como sua língua passava pelos lábios quando ela estava ansiosa. Pequenos gestos, sutilezas que eu, de alguma forma, agora observava com um cuidado quase mórbido.

Quando Grace ficava nervosa, o leve encolher de seus ombros me revelava uma vulnerabilidade. E eu, por um momento, fui tomado por essa fraqueza. Ela não deveria ter esse poder sobre mim, mas ali estava eu, preso a cada detalhe, a cada feição, a cada movimento imperceptível que fazia. Era momentâneo, mas ainda sim havia algo que me puxava diretamente para ela.

— Você foi irresponsável, Edward — falei, minha voz baixa, enquanto meus olhos seguiam Bella e Grace descendo as escadas do hospital. Mantive os braços cruzados, embora minha atenção estivesse fixa em como Grace se movia, quase de forma deliberada, cada passo cuidadosamente medido, como se ela soubesse que estava sendo observada.

Edward se manteve em silêncio por um momento, seus olhos também fixos nas duas garotas. Quando finalmente respondeu.

— Eu não podia deixar que ela morresse, que elas morressem. São humanos, Carlisle. Foi isso que você me ensinou — ele rebateu, o olhar ainda nas duas, como se tentando justificar suas ações não só para mim, mas também para si mesmo.

Eu o compreendia, é claro, mas aquilo não mudava os riscos que ele havia corrido, os riscos que todos nós estávamos agora enfrentando. Antes que eu pudesse responder, o rosnado baixo e irritado de Rosalie interrompeu o momento, suas feições tomadas por uma raiva controlada, mas intensa.

— Você colocou todos nós em perigo! — ela disparou, os olhos fixos em Edward, visivelmente ressentida por ele ter tomado uma decisão tão arriscada, tão imprudente.

Rosalie estava furiosa demais para continuar discutindo. Seu rosto permanecia rígido, os olhos faiscando em direção a Edward antes de se virar abruptamente, seus passos rápidos ecoando pelos corredores do hospital. Ela sempre foi a mais dura entre nós quando se tratava de humanos, e sua aversão por eles tornava seu julgamento implacável. Para ela, as ações de Edward eram um erro imperdoável.

— Você teria feito o mesmo, Carlisle — Edward falou. Foi então que minha atenção, antes para Grace, voltou-se completamente para ele.

— Sim — respondi. Não podia negar isso. Eu teria feito o mesmo, se estivesse em seu lugar. Cada vida humana era preciosa, e eu ensinei isso a ele.

Ele deu um passo à frente.

— E não seria um instinto de defesa para os humanos. Seria um instinto de defesa para a garota. — Suas palavras foram como um breve soco em meu estômago. Edward, como sempre, conseguia ver mais fundo do que eu gostaria que visse.

Meu olhar imediatamente encontrou o dele, e senti meu corpo enrijecer.

— Não sabe o que está falando — murmurei. Não era algo que eu desejava reconhecer, nem para ele, nem para mim mesmo.

— Eu sei, Carlisle. Também não tenho respostas para o que Bella fez comigo — ele rebateu, os olhos agora fixos em mim. Ele sabia. Ele entendia mais do que eu gostaria que entendesse. Havia algo em Grace, algo que eu não podia explicar, uma fraqueza que eu nunca havia sentido em todos os meus séculos de existência.

Incomodado, dei um passo à frente, odiava ser autoritário com meus filhos, mas agora era preciso. Estávamos passando dos limites com esse diálogo, não era dessa forma que eu gostaria de ter as coisas, não com a minha esposa em casa, com um amor que sempre me salvou em séculos.

— Fique fora da minha mente, Edward. É uma ordem. — Meus olhos perfuraram os dele, deixando claro que aquela linha de pensamento não deveria ser explorada mais. Eu não podia permitir que ele seguisse adiante, que tentasse desenterrar o que nem eu estava pronto para confrontar.

Edward, embora relutante, desviou o olhar, respeitando minha ordem, mas a semente da dúvida e do entendimento já havia sido plantada entre nós. Ele sabia. E eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que lidar com aquilo. A questão não era apenas sobre salvar vidas humanas. Era sobre a estranha obsessão que começava a crescer dentro de mim, algo que nem séculos de controle e disciplina pareciam ser capazes de conter.

Ajeitei o jaleco com um gesto automático, tentando trazer de volta a compostura que eu sabia estar escapando por entre os dedos. Meus passos ecoaram pelo corredor do hospital enquanto eu forçava minha mente a focar em qualquer coisa que não fosse o episódio de mais cedo — e, principalmente, a traição sutil da minha própria mente. Grace...

Sacudi a cabeça, afastando o pensamento. Eu era Carlisle Cullen. O controle, a disciplina, sempre foram meus aliados. Não havia espaço para fraquezas, muito menos desse tipo.

Os casos que vieram a seguir foram relativamente simples, o suficiente para que eu pudesse terminar meu turno mais cedo do que o previsto. O que me trouxe um alívio necessário. O hospital estava sob controle, e Esme estaria me esperando em casa, como havíamos combinado. A noite seria nossa, um tempo só para nós dois. Era para isso que eu havia casado, afinal. Para compartilhar uma vida, para estar ao lado dela, sempre.

Eu amava minha esposa. Eu tinha certeza disso. Claro que eu amava Esme. Ela era minha companheira, minha rocha ao longo de todos esses anos. Uma mulher gentil, devotada, que suportou os altos e baixos da nossa existência eterna. Ela merecia todo o meu amor, toda a minha atenção.

Ao menos era isso que eu precisava acreditar.

Cheguei em casa e, como esperava, a casa estava silenciosa. Esme estava sozinha, o ambiente tranquilo, e nossos filhos provavelmente haviam saído para caçar. Larguei minha pasta sobre a mesa da sala, deixando escapar um suspiro enquanto olhava para a floresta através da janela.

— Oi, querido — a voz suave de Esme cortou o silêncio, enquanto ela se aproximava com um sorriso caloroso, deixando um leve beijo em minha bochecha, como fazia sempre. Seu toque era familiar, reconfortante. Ela estava impecavelmente linda como sempre, irradiando aquela serenidade que me atraía desde o primeiro dia.

— Esme — sorri de volta, esforçando-me para manter o tom leve, tentando ignorar o tumulto interior.

Ela pegou minha mão por um breve instante, seus olhos brilhando de entusiasmo.

— Vem, quero te mostrar uma nova leitura que comecei hoje — disse ela, com aquele brilho no olhar que sempre tinha quando encontrava algo interessante. Sua paixão pelos livros era uma das coisas que mais amava nela, uma faísca constante em nossa eternidade juntos.

Eu a segui, tentando me concentrar no momento, no presente. Esse era o lugar onde eu deveria estar, ao lado de Esme, onde sempre me senti em paz. Mas, enquanto ela me levava para o canto acolhedor da sala, onde seus livros estavam organizados, aquela sombra incômoda da manhã ainda pairava em minha mente. Eu amava Esme, não tinha dúvidas disso... então, por que minha mente insistia em me trair?

— O que você achou? — A voz de Esme era suave, e foi só naquele momento que me dei conta de que ela estava explicando o livro todo esse tempo. Eu, no entanto, não havia prestado atenção em uma única palavra. Inferno.

— Maravilhoso, meu amor — respondi rapidamente, inclinando-me para beijar sua testa, em um gesto de carinho para encobrir minha distração. — Assim como você. — Segurei seu rosto entre meus dedos, admirando sua expressão gentil, sentindo o peso da culpa por não ter estado realmente presente no momento.

Esme sorriu, aquele sorriso que sempre me trazia uma paz instantânea. Com cuidado, retirei o livro de suas mãos e o deixei de lado, afastando a ideia de discussões literárias por um momento.

— O que acha de focarmos em outra coisa agora? — murmurei, aproximando-me para beijar levemente seu pescoço, sentindo o toque familiar de sua pele contra meus lábios.

Ela sorriu de novo, enquanto seus dedos se entrelaçavam em meus cabelos. Mas, antes que pudéssemos nos entregar ao momento, o som inoportuno do celular quebrou o silêncio. Suspirei, o desejo que ainda pairava no ar sendo interrompido pela realidade. Peguei o telefone e, ao olhar o nome na tela, soube que não podia ignorar. Era o xerife Charlie, pai de Isabella e... Grace.

— Sim? — atendi.

Dr. Cullen, precisamos de um médico. Achamos uma pessoa, ele está machucado, mas ainda está vivo. Um ataque de animal, eu sinceramente não tenho certeza. Consegue vir? — A voz de Charlie soava preocupada, e eu sabia que essa ligação não podia ser ignorada, por mais que o momento com Esme fosse importante.

— Claro, Charlie. Estou a caminho — respondi, já me afastando de Esme.

Ela me olhou com compreensão, mas havia uma leve decepção em seus olhos, embora ela nunca expressasse isso. Eu sorri de forma tranquilizadora, tentando prometer com o olhar que compensaria mais tarde.

Peguei as chaves do carro e as segurei firme, o tilintar delas ecoando entre meus dedos. Quando cheguei ao local indicado por Charlie, a cena era ainda mais caótica do que eu imaginava. Carros de polícia estavam espalhados por todos os lados, as luzes vermelhas e azuis piscando incessantemente. Vozes ansiosas murmuravam por toda parte. Respirei fundo, preparando-me mentalmente para o que encontraria.

Passei pelo cordão de isolamento e caminhei diretamente até onde o corpo estava. O olhar atento de Charlie já estava em mim antes mesmo de eu me aproximar.

— Ei, Dr., me desculpe por te chamar assim de repente — começou ele, a mão firme pousando em meu ombro, um gesto que demonstrava a confiança que ele depositava em mim. — Sei que isso não é exatamente a sua especialidade, mas... você sabe. Confio em você para me dizer suas suspeitas.

Assenti, franzindo o cenho enquanto me agachava para observar o corpo mais de perto. As mordidas eram extensas, espalhadas grotescamente pelo corpo da vítima. O padrão, a profundidade, e o modo como as marcas se repetiam com precisão... aquilo não era obra de um animal selvagem. Minha mente imediatamente pensou na possibilidade de vampiros, mas eu sabia que minha família não estava envolvida. Tinha certeza disso.

— Charlie, não me parece um animal — comentei, a voz controlada enquanto analisava as feridas mais de perto. — Isso... isso é algo diferente.

Ele franziu a testa, inclinando-se ao meu lado, claramente desconfortável com o que estava vendo.

— São mordidas, humanas — disse ele, a incredulidade evidente em sua voz. — Mas... com dentes estranhos. Peculiares, eu diria.

Eu neguei levemente, absorvendo a informação e juntando as peças em minha mente. As marcas eram inconfundíveis para alguém como eu, e era apenas uma questão de tempo até que Charlie começasse a perceber a verdade também. No entanto, eu não podia permitir que ele chegasse a essa conclusão tão facilmente.

— Você tem um assassino em mãos, Charlie — falei, endireitando-me enquanto olhava para ele, tentando manter a seriedade. No entanto, um leve sorriso escapou dos meus lábios, refletindo a ironia da situação. Eu sabia que estávamos lidando com algo muito mais complicado do que ele podia sequer imaginar.

Charlie passou as mãos pelo rosto, o cansaço e a frustração evidentes.

— Que droga! — exclamou, os olhos cheios de preocupação. — Por enquanto, vou precisar dizer que foi um ataque de animal. Seja lá quem está fazendo isso, não pode saber que estamos desconfiando. Se souberem que suspeitamos, pode ficar ainda pior.

Ele me olhou com gratidão, claramente esperando que eu pudesse lhe dar alguma orientação.

— Obrigado, Carlisle. O médico legista está a caminho — continuou ele. — Vamos levar o corpo para a autópsia e, com sorte, teremos um laudo mais detalhado em breve. Desculpe por te envolver nisso mais uma vez.

Sorri de leve, tentando aliviar a tensão.

— Tudo bem, Charlie. Sempre às ordens do xerife — respondi, brincando levemente enquanto ajustava minha pasta na mão.

Charlie assentiu, claramente aliviado por ter alguém em quem confiar naquele caos, mas também consciente de que a situação era maior do que ele imaginava. Segurei mais uma vez minhas chaves, me guiando para o carro enquanto ligava para Edward.

— Temos um problema. — Falei assim que ele atendeu.

A reunião entre minha família foi breve, mas eficiente. Ninguém sabia de nada sobre esses recém-chegados. Nem mesmo os lobos — os primeiros a notarem qualquer movimento em suas terras — haviam reportado algo estranho. Isso nos deixava em uma posição perigosa, como se estivéssemos tentando juntar os pedaços de um quebra-cabeça sem imagem de referência. Estávamos às cegas, e esses vampiros que chegavam estavam destroçando tudo pelo que havíamos lutado por décadas. O tratado? Parecia estar caindo aos pedaços, levado pelas mãos de forasteiros impiedosos.

Edward foi rápido em deixar claro que ficaria de olho em Bella, ainda mais com Charlie, seu pai, envolvido diretamente na investigação desses assassinatos. Ele estava inquieto, e mesmo relutante, entendi que a presença dela poderia ser inevitável. Não podia arriscar, não podia deixar que Bella fosse exposta sem nossa proteção. Mas enquanto isso, minha mente, que deveria estar focada, me traía. Grace. Como ela ficaria? Ela não tinha ninguém para vigiá-la como Edward faria com Bella. As tremedeiras tomavam conta de mim só de pensar em Grace desprotegida.

O dia amanheceu, e Edward decidiu que precisávamos de um momento de descontração, algo para aliviar a tensão crescente e uma boa brecha para ficar de olho em Bella. Ele, junto com seus irmãos, organizou uma fogueira do lado de fora. Bella, inevitavelmente, foi convidada. Esme e eu trocamos olhares. Sabíamos que isso podia ser perigoso, que talvez ela ainda não estivesse pronta para estar tão próxima de nós. Mesmo com todas as precauções, Edward foi persistente. Ele queria Bella ao seu lado, e não houve discussões. Concordamos, mas uma sombra de preocupação ainda se manifestava entre nós.

Mas como se fosse uma trágica repetição, outra morte ocorreu. Desta vez, era um amigo de Charlie. O mesmo padrão. As marcas no corpo eram idênticas às anteriores — mordidas humanas, profundas, mas não de um animal qualquer. Não, aquilo era trabalho de vampiros. O cheiro novo, estranho, começou a se espalhar pela cidade, se estendendo até La Push, o território dos lobos. Isso me preocupava. Se esses invasores continuassem, o tratado estaria em risco. Décadas de paz poderiam ruir.

Reuni meus filhos rapidamente e os levei até a escola, explicando onde os vampiros recém-chegados poderiam estar se escondendo. Não podíamos deixar nada ao acaso. A cada passo, eu tentava manter minha mente no presente, focada na segurança de todos. Mas então, eu a vi.

Grace.

Seus cabelos castanhos estavam levemente bagunçados pelo vento, e seu perfume... algo sutil, quase imperceptível para qualquer humano, mas para mim, era como uma brisa familiar que despertava todos os meus sentidos. Eu poderia localizá-la em meio a um milhão de pessoas. Saberia exatamente onde encontrá-la, e aquilo me assustava. Inferno, minha mente continuava a me trair.

Eu precisava agir. Não podia deixá-la desprotegida com esses vampiros à solta. Fui até ela e, sem dar muitas opções, a convidei para ficar junto de sua irmã, Bella. Não aceitaria um "não" como resposta.

O céu já começava a ser pintado pela lua quando Edward apareceu entre as árvores com seu carro, acompanhado pelos outros. Todos estavam ali, exceto Grace. Minha respiração quase falhou quando não a vi. Ela não estava ali. Ela não havia vindo.

Bella estava sorridente ao lado de Edward, alheia ao tumulto interno que se desenrolava dentro de mim. Mas então, eu ouvi algo. La Push. O nome surgiu como um sussurro de advertência nos meus ouvidos, e soube imediatamente que Grace havia ido para o território dos lobos. O mesmo território onde, muito possivelmente, os vampiros invasores também estavam se escondendo. Meu coração, que há muito não batia, acelerou com a percepção. Se os lobos tivessem encontrado esses forasteiros, poderiam tê-los matado, mas eu não podia contar com isso. Não podia permitir que Grace fosse pega no meio desse caos.

Minha mente, normalmente lógica e calma, entrou em colapso. Não consegui raciocinar, muito menos manter minha sanidade naquele momento. Eu precisava encontrá-la.

Rapidamente, segurei um casaco de séculos atrás, uma lembrança de uma época mais controlada, e agarrei as chaves do meu carro. Todos me olharam com perguntas nos olhos, mas eu não tinha tempo para explicações. Apenas Edward sabia para onde eu estava indo, e, sabiamente, não tentou me impedir. Ele sabia que não conseguiria.

Dirigi em alta velocidade, as árvores passando como borrões ao meu redor. A lua brilhava acima, uma testemunha silenciosa da minha corrida desesperada. Estacionei o carro a uma distância segura, longe o suficiente para não chamar atenção, e saí, seguindo o rastro que já conhecia bem. O cheiro dos vampiros invasores estava no ar, misturado com o dos lobos. Eles haviam passado por ali. Suas pegadas eram nítidas no chão, facilitando meu caminho para passar despercebido, mas eu sabia que isso não duraria muito tempo.

Segui o rastro, meu corpo movendo-se rapidamente entre as árvores até o momento em que o cheiro hipnotizante de Grace invadiu meus sentidos como uma onda. Eu a vi. No meio do nada, completamente sozinha.

Ela estava em território lobo, mas isso não a tornava mais segura. Qualquer vampiro que a encontrasse poderia acabar com sua vida sem hesitação. A visão de Grace, tão vulnerável, me fez perder o fôlego, algo raro para mim.

— Dr. Cullen? — Sua voz soou surpresa, quase confusa. — O que... o que está fazendo aqui?

Minha mente fervilhava com mil respostas, mas nenhuma adequada. Eu não deveria estar ali, e ela certamente não deveria estar. A urgência pulsava em minhas veias enquanto eu me aproximava mais dela.

— Seu pai me pediu para levá-la até em casa. Vamos, agora. — Rosnei, segurando sua mão a guiando pelo meio da floresta, seguindo os mesmo rastros de antes.

Eu não podia me permitir ser descoberto. Sabia que os lobos nos rastreariam, e cada segundo contava. O uivo que ecoou pela floresta fez o sangue em minhas veias parar, e a adrenalina me deu o impulso que eu precisava. Eu estava perdendo o controle. Precisava focar no que era importante, mas ela estava tão próxima...

Empurrei-a delicadamente para dentro do carro e entrei logo em seguida, pisando fundo no acelerador antes que ela tivesse tempo de reagir. Os pneus gritaram contra o asfalto, e o carro disparou pela estrada, a floresta se tornando um borrão ao redor.

— Dr, meu Deus, você está maluco?!— Grace se segurou no banco, o medo visível em seus olhos.

— Shh, querida. — Eu lancei um olhar de canto. — Ajuda mais se ficar quietinha...

Meus dedos apertaram o volante com força, e eu percebi que estava indo rápido demais, mas, ao mesmo tempo, não conseguia desacelerar. O cheiro dela, o medo que exalava de Grace, fazia meus sentidos se embaralharem. Cada suspiro que ela soltava mexia comigo de uma maneira que eu não deveria permitir.

— Para o carro! — ela gritou.

— Não.

Ela abriu a boca para responder, mas hesitou. Pude sentir o calor dela, sua respiração acelerada.

— Eu estou te salvando, Grace. — Inclinei-me levemente para ela.

— Me salvando!? Você vai acabar nos matando! — Grace gritou, enquanto o som de mais um uivo cortava o ar lá fora, tão próximo que até meus sentidos se aguçaram ainda mais. Ela se contorceu no banco, buscando a maçaneta da porta, como se realmente achasse que poderia escapar. — Me deixe sair! — Sua respiração estava acelerada, mas não só por medo. — Posso voltar para a casa com Jacob. Ele é... um amigo da família.

A menção de Jacob fez meus olhos estreitarem, minha paciência desgastando-se rapidamente.

Amigo? — questionei, minha voz baixando perigosamente enquanto desviava o olhar da estrada para ela. — Seu pai sabe onde você estava?

— Não interessa, Dr. Cullen!

— Claro, não interessa. — retruquei, um sorriso irônico se formando nos meus lábios.— Não pode ficar a uma hora dessas na rua, não com um assassino à solta! — Rebati, virando o volante com força, e nossos corpos foram jogados para a esquerda.

—  E você não tem nada a ver com isso! — Ela contra-atacou, seus olhos faiscando de raiva enquanto se segurava no banco.

— Sou amigo do seu pai.

— Jacob também é!

Eu apertei o volante com força, minha paciência já no limite.

— DANE-SE O JACOB! — Minha voz saiu tão alta que até eu me surpreendi.

Os olhos de Grace se arregalaram por um segundo, e por mais que ela quisesse retrucar, havia algo no meu tom que a fez hesitar.

Passamos pela entrada da reserva, o sinal de que os lobos não poderiam nos alcançar ali. Estávamos a salvo deles, pelo menos por enquanto. A adrenalina ainda pulsava em minhas veias enquanto acelerava, o motor rugindo sob o capô, até que chegamos à casa de Grace. Parei o carro bruscamente, o cheiro dela ainda envolvia meu corpo, como um feitiço, intoxicando-me.

— Não diga a ninguém o que aconteceu, está me entendendo? — pedi.

— Dr. Cullen, você enlouqueceu? — Ela rebateu, a incredulidade evidente em seu tom.

Talvez... — murmurei, quase para mim mesmo. Então, a encarei com a intensidade que poderia queimar qualquer um. — Apenas me prometa isso, Grace, e eu te deixarei em paz.

Ela hesitou, analisando cada detalhe do meu rosto, como se estivesse decidindo se podia confiar em mim ou não. O silêncio se estendeu entre nós, e minha respiração falhou, o coração acelerando em um compasso frenético. Perdido em seus olhos por tempo demais... Tempo demais.

— Eu prometo. — As palavras saíram de seus lábios como uma promessa silenciosa.

Assim que ela saiu do carro e se dirigiu rapidamente para a casa, senti que meu dever havia sido cumprido.

Era isso, querida Grace, eu havia enlouquecido.

Enquanto assistia sua figura se afastar, percebi que a linha entre proteção e possessão havia se tornado perigosamente tênue.

— Eu tô simplesmente apaixonada por esse capítulo, espero de verdade que tenham gostado! 🫀

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