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QUADRAGÉSIMO QUINTO

Meu corpo parecia pesado, como se estivesse saindo de um transe profundo. Movi-me devagar, sentindo a cama macia sob mim, cada fibra do tecido parecendo estranhamente real e confortável. Respirei fundo, enchendo os pulmões com o ar fresco que carregava o aroma doce característico da casa dos Cullen.

Abri os olhos lentamente, piscando algumas vezes para ajustar a visão. O quarto tinha uma luz suave, filtrada pelas cortinas brancas. Alice estava sentada à beira da cama, seu corpo pequeno e delicado envolto em uma postura elegante, como se estivesse esperando pacientemente. Mas o que me chamou atenção foi seu olhar fixo em minha barriga, acompanhado de um pequeno sorriso, quase misterioso.

— Olá, bela adormecida — ela disse, sua voz melodiosa e ligeiramente divertida, enquanto inclinava levemente a cabeça. — Parece que tivemos um progresso enquanto você dormia. Sua barriga... cresceu mais desde que chegou. O feto é rápido.

Fiz uma careta quase instantânea ao ouvir aquela palavra. "Feto." Fria e despersonalizada.

— É um bebê, Alice — protestei, minha voz saindo mais firme do que eu esperava. — Não chame ele de feto, por favor.

Ela arqueou uma sobrancelha, claramente tentando não rir da minha indignação.

— Tudo bem, tudo bem, bebê. Mas não pode negar que ele é rápido. Nunca vi nada assim antes, Grace. Nem mesmo com... — Ela pausou, como se estivesse reconsiderando o que ia dizer. — Bem, vamos deixar isso pra depois.

Minhas mãos caíram no lençol, e foi só então que percebi algo estranho. Olhei para elas com atenção. Eram diferentes. Mais pálidas, quase translúcidas sob a luz. Os ossos pareciam mais definidos, como se eu estivesse me transformando em algo que nem reconhecia.

— O que está acontecendo comigo? — perguntei, minha voz embargada de preocupação. — Isso... é normal?

Alice inclinou-se um pouco mais, segurando minha mão com delicadeza. Seus dedos, frios como gelo, contrastavam com o calor que meu corpo emitia.

— Normal? Não. Mas nada na nossa vida é, certo? — Ela sorriu, mas havia algo mais em sua expressão. Algo que ela estava escondendo. — Você está se adaptando. Seu corpo está mudando rápido por causa... dele.

Eu estava prestes a perguntar mais, a exigir respostas, quando ela mudou de assunto abruptamente, como se quisesse evitar o que vinha a seguir.

— Carlisle voltou.

O mundo pareceu parar. Meu coração deu um salto tão forte que quase pude ouvi-lo ecoar nos meus ouvidos. Carlisle estava aqui. O pai do meu filho. Ele tinha voltado, e de repente, tudo o que importava era vê-lo.

— Me leve até ele! — pedi, minha voz saindo urgente, quase desesperada.

Alice, no entanto, não se moveu. Seu sorriso desapareceu, substituído por uma expressão séria. Ela apertou minha mão suavemente, mas a intensidade em seus olhos me fez hesitar.

— Grace, ouça-me antes. — Sua voz era calma, mas carregava um peso que me fez prender a respiração. — Você precisa entender que... ele não é o mesmo.

Franzi o cenho, sentindo uma pontada de inquietação subir pela minha espinha.

— Como assim, não é o mesmo? — perguntei, tentando processar suas palavras. — O que aconteceu com ele, Alice?

— Todo esse tempo... toda a responsabilidade, a culpa, o medo... mexeram com ele. Carlisle é forte, mas mesmo os mais fortes têm limites. Ele... mudou, Grace. Não sei se está pronto para lidar com tudo isso, com você, com o bebê.

Fiquei em silêncio por alguns instantes, tentando absorver aquilo. A ideia de um Carlisle diferente me deixou inquieta, mas não diminuiu a urgência de vê-lo.

— Não importa — respondi, minha voz agora firme. — Eu preciso vê-lo. Preciso entender por mim mesma.

Alice hesitou, mas, eventualmente, assentiu.

— Tudo bem. Mas esteja preparada. Ele não será o homem que você deixou para trás.

Suas palavras ficaram ecoando na minha mente enquanto ela se levantava, pronta para me guiar até ele.

Levantei-me da cama com dificuldade, como se meu corpo estivesse mais pesado do que jamais imaginei. A maciez da cama e os lençóis ao meu redor pareciam em desacordo com a dureza que sentia dentro de mim.

Foi quando meus olhos captaram algo no espelho à minha frente, e todo o resto pareceu desaparecer.

Eu me virei devagar, quase relutante, para encarar a imagem refletida. O que vi me deixou sem palavras. Meu corpo estava completamente diferente. Minha pele, antes com aquele tom saudável de quem vive ao ar livre, agora parecia translúcida, quase etérea, com veias azuladas visíveis sob a superfície. Meu rosto... meu rosto era magro, como se toda a gordura tivesse sido drenada, deixando apenas as sombras das maçãs do rosto e a definição dos ossos.

Mas foram meus olhos que me fizeram prender a respiração. Eles estavam fundos, cercados por sombras escuras que não combinavam com meu rosto de antes. Era como se eu tivesse sido consumida por algo maior, algo que estava mudando cada pedaço de mim.

Toquei meu rosto com cuidado, como se precisasse sentir para acreditar. Meus dedos eram finos e quase frágeis, como galhos prestes a quebrar.

— O que... o que está acontecendo comigo? — perguntei, minha voz saindo fraca, quase um sussurro.

Alice se moveu, aproximando-se com aquele andar graciosamente rápido que sempre me lembrava que ela não era humana. Ela parou ao meu lado, seu olhar sério.

— Você está se transformando, Grace. Não do jeito que nós nos transformamos, mas... diferente. — Ela pausou, como se procurasse as palavras certas. — Seu corpo está tentando acompanhar o ritmo do bebê. Ele é forte.

Minhas mãos instintivamente foram para minha barriga, agora visivelmente maior do que eu me lembrava. A forma arredondada era estranha, como se não pertencesse a mim. Era pesada, tensa, e parecia carregar algo que estava sugando cada parte de quem eu era.

— Não parece normal — sussurrei, meus olhos ainda presos na imagem refletida.

— Não é normal. — Alice respondeu sem hesitar, mas sua voz não era dura. Era gentil, quase como se estivesse me confortando. — Mas, Grace, nada sobre isso seria. Você está carregando algo que é único, algo que nunca vimos antes.

Meu olhar encontrou o dela no espelho, e pela primeira vez, vi medo em seus olhos. Não pelo bebê, mas por mim.

— Eu não me reconheço mais, Alice. — Minha voz quebrou, e eu senti as lágrimas começarem a encher meus olhos, mas até mesmo isso parecia errado.

Ela tocou meu ombro, um gesto raro de carinho vindo dela.

— Você ainda é Grace. Mas eu preciso que seja forte, porque vai ficar mais difícil antes de melhorar.

Fiquei em silêncio, deixando suas palavras ecoarem em minha mente. Eu sabia que ela estava certa, mas, olhando para meu reflexo, era difícil acreditar que ainda havia algo de mim ali dentro.

Saí do quarto com Alice ao meu lado, meu coração martelando com força dentro do peito. Não importava quantas vezes eu respirasse fundo, o nervosismo não me abandonava.

Quando chegamos à sala, meus olhos escanearam rapidamente o ambiente. A família estava lá: Esme, Edward, Jasper, Emmett, Rosalie... Todos com olhares preocupados e cautelosos. Mas nada disso me importava. Meu olhar encontrou imediatamente aquilo que meu coração procurava.

Carlisle.

Ele estava sentado na beira de um dos sofás, mas não parecia o mesmo. Suas roupas estavam rasgadas, manchadas de sangue seco, e seu cabelo, geralmente impecável, estava uma bagunça, caindo em desalinho sobre o rosto. Parecia um homem que havia passado por um inferno pessoal e mal saído vivo. Mas o que mais me chamou atenção foram seus olhos. Eles estavam sombrios, carregados de algo que parecia dor, arrependimento e um caos interno que ele não conseguia esconder.

Minhas pernas quase cederam, mas forcei-me a dar mais um passo. A respiração pesada que escapou de mim pareceu atraí-lo, porque seus olhos se levantaram e encontraram os meus.

No momento em que nossas visões se cruzaram, algo indescritível aconteceu. Eu vi o reconhecimento surgir em seu rosto, seguido por uma mistura de alívio e sofrimento que apertou meu coração.

— Grace... — Ele sussurrou meu nome como uma oração.

Antes que eu pudesse reagir, ele se levantou com sua velocidade sobrenatural, fechando o espaço entre nós em um piscar de olhos. De repente, ele estava ali, bem na minha frente. Suas mãos frias seguraram meu rosto com tanta delicadeza que parecia impossível para alguém com tanta força.

— Meu Deus... — murmurei, sentindo minhas lágrimas descerem. — Você não sabe como senti a sua falta...

— E eu senti a sua... — A voz dele era rouca, e por um momento, seus olhos pareceram brilhar com lágrimas que nunca cairiam. — Eu pensei... — Ele parou. — Pensei que nunca mais veria você.

Eu segurei seus pulsos com minhas mãos trêmulas, tentando fazê-lo entender que ele estava ali, que estava seguro.

— Carlisle, estamos juntos de novo. Isso é o que importa.

Ele fechou os olhos, apertando os lábios como se estivesse tentando conter algo.

— Grace... eu falhei com você. Eu deveria estar aqui desde o início, protegendo você... protegendo nosso bebê.

Seus olhos caíram para minha barriga, e um nó se formou em minha garganta. Ele parecia lutar consigo mesmo, dividido entre o amor evidente e um tormento que eu não conseguia entender completamente.

— Não fale assim. — Minha voz saiu firme. — Você está aqui agora. Isso é o que importa.

— Eu me pergunto se você vai continuar dizendo isso quando souber o que fiz. — Ele balançou a cabeça, afastando-se um passo, como se estivesse tentando se proteger.

— O que você fez? — perguntei, dando um passo à frente, recusando-me a deixar aquele espaço crescer entre nós.

— Coisas que não posso desfazer. Coisas que me mudaram, Grace. — Ele me olhou. — O homem que todos conheciam, ele não existe mais.

— Então quem está aqui agora? — questionei, minha voz cheia de força. — Porque o homem que está na minha frente ainda é Carlisle Cullen. Ele ainda é o pai do meu filho. E ele ainda é o homem que eu amo.

Ele piscou, como se minhas palavras o tivessem atingido com força.

— Você é... a pessoa mais incrível que já conheci. — Sua voz era um sussurro agora, quase perdida no som do silêncio.

Eu me aproximei novamente e toquei seu rosto com minhas mãos. Ele inclinou-se ao meu toque, fechando os olhos, como se aquele simples gesto fosse o único alívio para a tempestade dentro dele.

— Carlisle, seja o que for que você tenha feito, nós vamos lidar com isso juntos. Você não está sozinho, e nunca estará.

Ele abriu os olhos e segurou meu olhar com uma intensidade que fez meu coração parar por um momento.

— Você é mais forte do que eu jamais serei, Grace. — Ele suspirou, aproximando-se até que nossas testas se tocassem. — E por você, por nosso filho... eu vou tentar ser o homem que você merece.

Senti um sorriso se formar em meus lábios, apesar das lágrimas que ainda caíam.

— Você já é, Carlisle. — Minha voz quebrou, mas as palavras saíram sinceras. — Sempre foi.

E ali, nos braços um do outro, por um momento, o caos desapareceu.

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