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QUADRAGÉSIMO PRIMEIRO

Eu não tinha ideia de quanto tempo estávamos correndo. O mundo parecia um borrão, uma confusão de árvores, rochas e sombras que passavam enquanto minhas pernas gritavam de cansaço. Felix olhava para trás com frequência, a tensão em seus olhos me dizendo tudo o que eu precisava saber: nenhum dos Volturi nos havia seguido. Nenhum sinal deles. Mesmo assim, o medo pulsava em mim, como uma sombra persistente.

Eu respirei fundo, tentando acalmar a dor que irradiava por todo o meu corpo. Minhas pernas ardiam, como se fossem ceder a qualquer momento. E, na verdade, muitas vezes eu sequer as usei. Felix tinha me carregado em suas costas pela maior parte do caminho. Não houve discussão, nem hesitação. Quando meu corpo falhou, ele simplesmente agiu, como se carregar meu peso fosse tão natural quanto respirar. Eu nem me esforcei para lutar contra isso. Apenas me agarrei a ele e deixei que me guiasse.

O que me intrigava era a mudança em sua mente. Como ele tinha tomado essa decisão? Ele, que fazia parte da guarda de Aro, que sempre seguira ordens sem questionar, agora corria comigo, desafiando tudo. Eu sabia que nunca seria capaz de expressar o quanto aquilo significava para mim. Gratidão parecia uma palavra tão pequena, tão insignificante diante do que ele havia feito. Ele não apenas me salvou — ele salvou meu filho. Salvou a chance de termos um futuro, de provar que podíamos viver em paz, longe das manipulações de Aro e da violência que ele tanto fomentava.

E então, meus pensamentos voltaram para aquilo que realmente importava. Para Carlisle, para o rosto gentil que sempre me fez sentir segura. Para minha família, minha irmã. Meu pai. Eles estavam tão perto agora, mais próximos do que nunca, mesmo que ainda houvesse quilômetros pela frente. A ideia de finalmente acabar com a distância que aquele maldito havia imposto entre nós me deu forças. Nada mais importava. Não minha dor, não o medo, não o cansaço.

O que importava era o fim dessa luta. O que importava era voltar para casa.

Remexi-me inquieta nas costas de Felix, sentindo a urgência tomar conta.

— Para, Felix, por favor. — Minha voz saiu firme, mas tingida de exaustão. Eu precisava de um instante. Ele parou imediatamente, sem questionar, e me deixou deslizar de suas costas. Assim que meus pés tocaram o chão da floresta, uma onda de náusea me atingiu com força. Meu estômago se revirou, minha cabeça parecia girar com a movimentação rápida de antes, e minhas pernas estavam à beira de ceder. Inspirei fundo, tentando recuperar o controle sobre meu corpo enquanto olhava ao redor.

O ar frio da floresta ajudava, mas não o suficiente. Endireitei-me devagar, apoiando as mãos nos joelhos, e só então me permiti olhar para trás. Foi inevitável. Mesmo com a distância, o castelo de Aro ainda era visível, sua silhueta escura se erguendo no horizonte como uma ferida na paisagem. Meu olhar fixou-se naquele lugar maldito, e a raiva borbulhou dentro de mim.

"Maldito Aro," pensei, deixando cada fibra do meu ser amaldiçoá-lo em silêncio. Ele pagaria. Por tudo. Por cada ato de crueldade, por cada alma quebrada em suas mãos. O fim daquele império de falsidade e morte estava próximo, e eu faria questão de testemunhar sua ruína. Um sorriso amargo surgiu em meus lábios, um alívio amargo me invadindo. Eu não era mais sua prisioneira. A tortura tinha acabado. E, em breve, eu estaria de volta para minha família.

Mas o momento de alívio durou pouco. Uma linha de fumaça no céu chamou minha atenção, fina, quase insignificante a princípio. Meus olhos se estreitaram. A fumaça vinha direto do castelo. Franzi o cenho, confusa. O que ele estava fazendo agora? Mais um espetáculo grotesco para sua corte? Queimando outro vampiro no pátio? Ou... uma mensagem?

Felix veio para meu lado, sua presença sólida e alerta. Seus olhos varreram os arredores, mas logo voltaram-se para o mesmo ponto que os meus. A fumaça. Só que agora ela aumentava. Subia ao céu com mais força, mais intensidade, quase como se algo...

— O que está acontecendo? — murmurei, mais para mim mesma do que para ele.

Felix não respondeu de imediato, mas sua expressão refletia a mesma mistura de inquietação e incredulidade que eu sentia. Alguma coisa estava errada. Muito errada.

Felix se moveu rapidamente, colocando-se na minha frente e bloqueando completamente minha visão. Sua postura era rígida, alerta, como se estivesse pronto para enfrentar qualquer coisa que surgisse. Suspirei, exasperada, e olhei diretamente para ele.

— Temos que ir. Não podemos parar. — Ele disse, com a voz baixa, mas firme, enquanto seus olhos varriam o ambiente ao nosso redor, cada movimento calculado.

Eu sabia que ele estava certo. Entendia sua preocupação. Graças a mim, Felix havia se metido no pior dos problemas. Trair Aro era um caminho sem volta, e o castigo para isso não seria nada menos do que a morte. Mas eu também sabia que antes da morte viria a tortura, o jogo preferido de Aro. Ele gostava de fazer suas vítimas implorarem, de destruir qualquer resquício de dignidade antes de dar o golpe final.

Apenas pensar nele fazia meu sangue ferver.

— Tudo bem, mas se eu desmaiar, você vai me segurar! — protestei, cruzando os braços antes de subir para as costas dele novamente.

Felix balançou a cabeça, claramente frustrado, mas me puxou sem hesitar.

— Você não vai desmaiar, Grace. Agora está sendo dramática. — Ele revirou os olhos, segurando minhas pernas com firmeza enquanto começava a correr novamente.

E lá estávamos nós, mais uma vez. As árvores passavam como manchas indistintas ao meu redor, o vento frio cortava meu rosto, e eu me segurava com força, sentindo os músculos de Felix trabalharem com precisão. Ele era rápido, absurdamente rápido. Enquanto o cheiro úmido da floresta invadia minhas narinas, uma sensação estranha de alívio começou a se formar.

Eu sabia que Aro e seus vampiros não nos encontrariam facilmente. Felix tinha nos tirado do alcance deles, e mesmo que tentassem, eu confiava nele. Ele daria um jeito. Não importava o que acontecesse, ele encontraria uma maneira.

Mas enquanto o vento continuava a soprar e a paisagem seguia como um borrão, não consegui afastar a sensação de que algo mais estava vindo. Algo que nenhum de nós estava pronto para enfrentar.

Felix continuou correndo por mais algumas horas, incansável, até que o céu começou a se tingir com os tons profundos do crepúsculo. Ele olhava para cima de tempos em tempos, como se pudesse evitar que a escuridão engolisse completamente o caminho à nossa frente. Quando a noite finalmente caiu, deixando apenas a lua cheia como testemunha, ele parou. Com cuidado, me deixou deslizar de suas costas até o chão.

Assim que meus pés tocaram o solo, uma dor aguda atravessou minha perna, como uma faca cravando fundo. Minhas forças cederam, e um grito escapou antes que eu pudesse contê-lo, ecoando pela floresta mais alto do que eu pretendia.

— Grace! — Felix se virou imediatamente, os olhos arregalados de preocupação. Em poucos segundos, ele estava ao meu lado, apoiando-me no chão com a delicadeza de alguém que sabia o quanto eu já estava fragilizada. Ele retirou sua capa e a estendeu, criando uma superfície para que eu me sentasse.

A dor, aos poucos, começou a ceder, mas deixou para trás aquele formigamento incômodo que parecia estar se tornando uma constante. Era o preço de carregar uma nova vida dentro de mim, algo que parecia consumir minha energia a cada segundo. Suspirei, ajeitando-me melhor, e senti minha barriga, maior do que horas atrás.

Enquanto Felix se afastava, murmurando algo sobre fazer uma fogueira, um vazio mais forte que a dor me atingiu: a fome. Não era apenas minha; era a fome do meu filho. Uma urgência primitiva tomou conta de mim, e meus olhos automaticamente se fixaram em Felix. Ele precisava entender o que estava acontecendo.

— Estou com fome.

Ele se virou para mim, confuso a princípio, e então assentiu como se já tivesse uma solução em mente.

— Posso caçar um animal para você, Grace. — Ele respondeu, como se fosse a resposta mais óbvia, como se isso pudesse saciar o buraco vazio que queimava dentro de mim.

Mas ele não entendia. Não podia entender.

— Eu não quero um animal! — retruquei, minha voz ganhando um tom mais grave. Eu me inclinei ligeiramente para frente, minha expressão se contorcendo com a urgência que agora não podia mais ser ignorada. — Quero sangue humano. Meu filho precisa comer.

Felix parou, seus olhos se fixaram nos meus, avaliando-me com cuidado. Meu pedido não era negociável. Não era algo que eu podia controlar. Ele sabia disso, e eu sabia que ele encontraria uma solução, porque, se não encontrasse, eu faria isso sozinha.

Felix permaneceu em silêncio por um momento, seus olhos fixos nos meus, avaliando a situação com uma seriedade quase assustadora.

— Grace... — Ele começou, a voz baixa, quase hesitante. — Você sabe o que isso significa. Se caçarmos um humano, deixaremos um rastro. Eles vão nos encontrar.

— Não me importa! — retruquei, quase gritando, minha voz embargada de desespero. — Eu não posso esperar, Felix! Se o meu filho morrer, nada mais vai importar!

Ele fechou os olhos por um instante, passando a mão pelos cabelos curtos, claramente pensativo. Felix não queria arriscar, mas também sabia que eu estava certa. Minha fome não era algo que podia ser ignorado, não com uma vida crescendo dentro de mim.

— Tudo bem. — Ele falou, finalmente cedendo. — Mas temos que ser rápidos. Só uma vez.

Assenti, o alívio correndo pelo meu corpo, mas misturado com a culpa que logo começou a crescer. Eu não queria machucar ninguém. Não queria que as coisas chegassem a esse ponto. Mas a necessidade era maior do que qualquer moralidade.

— Eu ouvi risadas assim que paramos... — Ele falou.

Felix desapareceu na escuridão da floresta sem dizer mais nada. A cada segundo que ele ficava fora, minha fome parecia aumentar, como uma fera tentando escapar de dentro de mim. Toquei minha barriga, sentindo o pequeno movimento lá dentro, como se meu filho estivesse me lembrando que ele também precisava disso.

O tempo passou lentamente, cada segundo parecia uma eternidade. Quando Felix finalmente voltou, ele carregava nos braços um homem desacordado, provavelmente um aventureiro que teve o azar de cruzar nosso caminho.

— Ele está vivo. — Felix disse rapidamente, como se já soubesse o que eu iria perguntar. — Mas não temos muito tempo.

Eu hesitei por um instante, olhando para o homem, minha mente em conflito. A fome, no entanto, falou mais alto. Meu corpo se moveu sozinho, e antes que eu percebesse, meus dentes estavam cravados na pele quente do pescoço dele.

O gosto de sangue fresco me atingiu como um choque elétrico. Era tudo o que eu precisava, tudo o que meu filho precisava. Quando terminei, Felix já estava de pé, olhando ao redor, atento a qualquer sinal de perigo.

— Vamos. — Ele disse com firmeza, sem nem me dar tempo para processar o que acabara de acontecer.

Levantei-me, ainda sentindo os efeitos do sangue correndo por meu corpo, e voltei para as costas de Felix. Enquanto ele começava a correr novamente, tudo o que eu conseguia pensar era que isso era só o começo. Se Aro e os Volturi estavam nos caçando, agora tinham mais um motivo para nos encontrar.

Felix me encarou por um longo momento, como se calculasse todas as possíveis consequências do que estava prestes a fazer. Sem dizer nada, ele gesticulou com um movimento curto para que eu permanecesse ali. Antes que eu pudesse protestar, ele desapareceu na escuridão da floresta, correndo com uma rapidez que meus olhos mal conseguiam acompanhar.

Meu coração batia descompassado enquanto eu esperava, cada segundo parecendo mais longo que o anterior. Eu sabia que Felix tinha um plano, mas a incerteza e a fome eram uma combinação perigosa.

Não demorou muito para que ele retornasse, emergindo das sombras com um homem desacordado em seus braços. Aparentemente um aventureiro, ele trazia uma mochila e algumas cordas penduradas na cintura, como se estivesse explorando a floresta sem saber do que se aproximava. Felix o jogou no chão, próximo aos meus pés.

Eu observei, sem piscar, enquanto Felix se agachava ao lado do homem. Ele mordeu o pulso dele com força e precisão, fazendo com que o sangue começasse a escorrer em um fluxo lento e constante, manchando o braço do desconhecido. O cheiro inconfundível de sangue fresco me atingiu como uma onda, meus instintos gritando mais alto do que qualquer pensamento racional.

— Você pediu sangue, e eu estou te dando. — A voz de Felix era grave, quase autoritária. Seus olhos estavam fixos nos meus, firmes, como se estivessem me desafiando a recusar.

Meu corpo inteiro se moveu sem que eu precisasse pensar. Meu filho precisava daquilo, e, no fundo, eu sabia que eu precisava ainda mais. A culpa tentou se infiltrar em minha mente, mas foi rapidamente ofuscada pela necessidade visceral que dominava cada fibra do meu ser.

Eu me abaixei, hesitando por um instante enquanto olhava para o homem desacordado. Ele não tinha culpa, mas, ao mesmo tempo, ele era a resposta para o que meu corpo e meu filho pediam desesperadamente. Com um último olhar para Felix, como se buscasse sua aprovação, eu me inclinei e deixei meus instintos tomarem conta.

O gosto do sangue quente era como uma explosão de energia em meu sistema, revitalizando meu corpo quase instantaneamente. Eu me permiti beber apenas o suficiente, recuando antes que fosse longe demais. Ao terminar, Felix já estava ao meu lado, puxando o homem para longe com cuidado.

— Ele vai sobreviver. — Felix afirmou, como se quisesse aliviar o peso da minha consciência.

Mas eu sabia que aquilo não era sobre sobrevivência. Era sobre o que eu estava disposta a fazer para proteger meu filho e voltar para a minha família. A culpa ainda estava ali, mas havia algo maior que ela: a necessidade de terminar o que começamos.

— Vamos continuar. — Murmurei, enquanto me levantava com dificuldade, sentindo minha força renovada.

Felix não disse mais nada. Ele apenas assentiu, pegando-me nos braços novamente antes de desaparecer pela floresta em sua corrida incessante.

A placa de Forks parecia flutuar à nossa frente, quase como uma miragem depois de tudo o que passamos. Meu coração deu um salto, e pela primeira vez em muito tempo, eu senti uma faísca de esperança. Estávamos tão perto. Então, para minha completa surpresa, Felix parou de correr. Senti o ar sair do meu corpo quando ele me colocou no chão com cuidado, mas havia algo diferente em sua postura, algo que me fez encará-lo com mais atenção.

— Por que parou? — Questionei, cruzando os braços, ainda recuperando o fôlego.

Ele não respondeu de imediato. Seus olhos estavam fixos no chão, suas mãos cerradas em punhos ao lado do corpo. Finalmente, ele ergueu o olhar para mim, e o que vi em seus olhos me fez estremecer.

— Não posso seguir com você, Grace. — Ele falou com uma calma que só aumentou a minha indignação.

— O quê? — Minha voz soou mais alta do que eu esperava. — Como assim, você não pode seguir?

Ele suspirou, seus ombros relaxando um pouco enquanto me encarava.

— Os Cullen... — Ele começou, mas parou, como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado. — Eles não pensariam duas vezes antes de acabarem comigo.

Eu dei um passo à frente, meu sangue fervendo.

— Você acha que eu vou deixar isso acontecer? — Cuspi as palavras, a indignação subindo à flor da pele. — Você acha que eu vou ficar parada enquanto eles tentam...

— Grace. — Ele me interrompeu, sua voz mais firme desta vez. — Isso não é sobre você me "deixar" ou não. Eu sabia dos riscos quando decidi te tirar de lá. Fiz o que tinha que fazer.

Ele fez uma pausa, e por um momento, parecia que ele estava falando mais consigo mesmo do que comigo.

— Fiz isso pela minha família. Em nome de tudo que um dia acreditei. Em tudo que já perdi. — Ele abaixou a cabeça por um instante, como se estivesse lutando contra alguma emoção.

— Eu não acredito nisso. — Rebati, cruzando os braços. — Você acha que pode simplesmente me deixar aqui e ir embora?

Ele levantou os olhos novamente, um sorriso triste nos lábios.

— Eu te desejo tudo de melhor, pequena Grace. — Ele disse, como se aquilo fosse me consolar. — Espero que seja feliz ao lado do seu pequeno guerreiro. Ao lado do seu Carlisle.

As palavras dele me atingiram como um soco no estômago. Feliz? Como ele podia achar que eu seria feliz sabendo que ele estava lá fora, sozinho, enquanto os Volturi ainda estavam à espreita?

— Não. — Disse, firme. — Você vai comigo. Isso não é um pedido, Felix, é uma ordem!

Ele arqueou as sobrancelhas, surpreso.

— Grace...

— Não me interrompa! — Exclamei, dando um passo à frente. — Eu prometi que não ia te deixar, e eu cumpro minhas promessas. Você vai ganhar um espaço na minha vida, na vida do meu filho. Eu quero você no meu casamento, quero você como meu amigo.

Ele abriu a boca para protestar, mas eu continuei antes que ele pudesse dizer algo.

— E sabe o que mais? Você não pode negar o pedido de uma grávida!

Por um momento, o silêncio se estendeu entre nós. Ele me encarava como se não soubesse se devia rir ou argumentar. Finalmente, ele balançou a cabeça.

— Você é impossível.

— E você é um teimoso! — Retruquei, apontando um dedo para ele.

Ele riu, uma risada curta e inesperada que iluminou sua expressão por um instante.

— Tudo bem, Grace. — Disse finalmente. — Mas se isso der errado, a culpa é sua.

— Aceito o risco. — Respondi imediatamente, estendendo minha mão para ele.

Ele hesitou por um segundo, mas então segurou minha mão, firme, e juntos começamos a caminhar. Eu sabia que o futuro seria complicado, mas uma coisa era certa: Felix agora fazia parte dele, e eu não o deixaria ir embora tão fácil.

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