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DÉCIMO SEXTO

Observei enquanto ela se sentava à minha frente, seus movimentos hesitantes. Grace estava ali, tão pura, tão resoluta, tentando salvar algo que, aos olhos dela, ainda tinha salvação.

— Não será sua última noite. — Falou, quase sem emoção, enquanto se acomodava na cadeira.

Meus olhos estavam fixos nela. Desde o primeiro momento em que a vi, algo dentro de mim mudou. Não importa o quanto tente me afastar, há algo que me puxa de volta para ela. O brilho nos meus olhos, o que ela não percebia, era o reflexo da minha rendição. Eu a estava arrastando para o meu próprio inferno, mesmo sabendo que ela merecia o céu. Mas a verdade é que sempre fui bom em criar ilusões de paraísos — até mesmo para mim.

Eu vi como ela suspirou, exasperada, tentando manter a postura, tentando segurar firme as rédeas da situação. Os olhos castanhos dela, tão cheios de vida e, naquele momento, cheios de paciência se esgotando. E eu, como sempre, testando os limites.

— Eu acho que gosto deste tempo. — Sorri, tentando trazer leveza ao que sentíamos pesar sobre nós.

Ela me olhou, e eu soube no instante que seu olhar cruzou o meu: ela ainda estava lutando. Ainda acreditava em mim. Mesmo com tudo o que eu já havia feito, Grace ainda estava ali, tentando enxergar o homem que ela acreditava que existia.

— Você não se ajuda. — Ela revirou os olhos, mas não consegui deixar de notar o leve sorriso que dançou em seus lábios.

Enquanto a observava, tudo dentro de mim gritava para que eu a soltasse, para que eu a deixasse livre de toda essa bagunça. Mas eu não conseguia. Ela havia me dado um motivo, algo pelo qual lutar.

E ali, sentado diante dela, percebi que estava disposto a arriscar tudo. Porque, no fim, eu era um homem perdido, e ela era o caminho de volta — mesmo que isso nos destruísse no processo.

Eu a observei atentamente, cada movimento seu parecia uma eternidade. Grace mexia nos talheres, distraída, os olhos fixos no prato à sua frente, imersa em pensamentos. Se esta fosse minha última visão antes de Aro finalmente colocar as mãos em mim, eu morreria em paz. Não havia beleza maior nesses séculos de existência. Ela, tão serena e tão perdida ao mesmo tempo, era meu último conforto em um mundo que eu sabia que estava prestes a desmoronar.

Não havia como lutar contra Aro, não depois do que eu havia confessado. Ele sabia o suficiente sobre mim para entender que o meu limite já havia sido atingido. Ele não perderia a chance de testemunhar minha queda, algo que ele deve ter imaginado durante tanto tempo. Eu, Carlisle Cullen, o pilar de autocontrole, estava prestes a desabar.

— Eu pedi para que você ficasse — falei, com um sorriso amargo. — Mesmo sabendo que Aro viria, cada passo dele pensado meticulosamente. Ele está se deliciando com a ideia do que fará comigo.

Grace suspirou fundo, passando as mãos pelo rosto, claramente frustrada. Quando seus olhos encontraram os meus, vi a confusão que ela tentava dissipar, como se estivesse procurando respostas que não conseguia encontrar sozinha.

— O que aconteceu com você? — ela perguntou finalmente, levando o garfo à boca. — Você era tão correto, com tudo e com todos... O que mudou?

A pergunta dela pairou sobre mim como um peso insuportável. Eu sabia que não poderia mais fugir. Era hora de contar. Dessa vez, ela precisava saber. Não deixaria que essa informação caísse no colo dela de surpresa, como se fosse apenas mais um detalhe irrelevante.

— Há coisas neste universo que ultrapassam até mesmo os vampiros, Grace — comecei, meus olhos cravados nos dela, como se estivesse falando diretamente à sua alma. — E uma dessas coisas... é o que aconteceu comigo na primeira vez que te vi.

Ela franziu o cenho, esperando que eu continuasse.

— O que você quer dizer com isso?

— Um cantor — falei, com a voz mais firme agora. — É como chamamos o humano cujo sangue é irresistivelmente atraente para um vampiro em específico. Resistir a isso... é a maior tortura que um vampiro pode experimentar. Cada pensamento, cada ação, é dominado pelo desejo insaciável. — Olhei profundamente em seus olhos, tentando medir sua reação. — Você é minha cantora, Grace. Com séculos de existência, nunca pensei que encontraria a minha. É algo raro, quase mítico. Mas, quando te vi naquele hospital, foi como se seu sangue estivesse chamando por mim.

Ela ficou em silêncio, processando tudo o que eu havia dito.

— Então... tudo aquilo... — ela começou, a voz falhando.

— Sim. — Confirmei. — Cada vez que estive perto de você, foi uma batalha. Seu sangue... é como se fosse feito para mim.

Eu precisava que Grace finalmente compreendesse o que ela realmente causava em mim. Nada mais de meias palavras ou segredos escondidos por medo de sua reação. Desta vez, eu estava sendo brutalmente honesto, expondo cada camada do meu desejo, da minha obsessão.

— E quando a simples ideia de outro homem te tocando invadiu a minha mente... — fiz uma pausa, tentando manter o controle sobre as palavras que saíam de minha boca — eu perdi completamente o juízo e cometi aquele erro. — Dei mais um passo em direção a ela, o espaço entre nós diminuindo. — Mas eu quero que você entenda, Grace, depois disso... eu já não consigo te olhar da mesma forma.

Seus olhos se estreitaram ligeiramente, uma mistura de confusão e curiosidade passando por seu rosto.

— O que você está querendo dizer?

Respirei fundo, tentando reunir a coragem para continuar. Eu sabia que não seria fácil para ela ouvir, mas, ao mesmo tempo, eu precisava que ela soubesse. Precisava que ela visse a verdade por trás de cada um dos meus atos.

— Estou dizendo que estou completamente encantado por você. Não de uma forma simples ou banal, mas algo que me transformou. A maneira como seu jeito... o seu jeito mais sutil e natural me moldou, me forçou a me encarar de uma forma que eu nunca tinha feito antes. E como, mesmo sem intenção direta, você me atacou, desafiou tudo o que eu acreditava ser inabalável em mim.

Ela me olhou com uma mistura de ceticismo e algo mais profundo, talvez uma ferida que eu mesmo havia causado.

— Então tudo o que você fez... — sua voz vacilou levemente antes de se firmar novamente — tudo isso fazia parte de uma obsessão louca pelo meu sangue? — Sua sobrancelha arqueou, deixando claro o quanto aquela revelação a incomodava.

Fechei os olhos por um breve momento, permitindo que a culpa e a vergonha me invadissem antes de responder.

— Parte disso, sim. — Admitir isso em voz alta era um peso esmagador, mas era a verdade, e ela merecia a verdade. — Mas entenda... — abri os olhos, buscando os dela, esperando que ela enxergasse o quanto eu estava sendo sincero — você tem o direito de ficar magoada, Grace. O tempo que for necessário. Eu fiz escolhas... escolhas erradas, decisões impulsivas. Mas estou aqui, nu diante de você, sem disfarces, sem máscaras, sendo honesto como você merece, depois de tudo.

Havia um silêncio tenso entre nós. Eu sabia que essas palavras poderiam não consertar nada, mas, no fundo, esperava que, ao menos, servissem como um ponto de partida. A verdade estava exposta. Agora, tudo dependia de como Grace iria lidar com isso.

— Você teria gostado do antigo Carlisle. — Um sorriso escapou dos meus lábios enquanto a lembrança de quem ele fora cruzava minha mente. — Ele era bondoso, amoroso, sempre ponderava antes de machucar alguém, mesmo que essa pessoa realmente merecesse. Ele tinha uma alma boa, sabe? Não isenta de pecados, claro, mas ele tentava corrigi-los. Muito diferente do Carlisle que você conheceu.

Grace me olhava com uma expressão enigmática, seus olhos se fixando em mim de uma maneira que me deixou inquieto. Então, sem hesitar, ela rebateu, com uma franqueza cortante que me pegou desprevenido.

— Mas foi por esse Carlisle que eu fiquei hipnotizada a primeira vez.

Meus pensamentos estancaram, e meu sorriso desapareceu em uma fração de segundo.

— O quê? — A palavra saiu num sussurro, quase como se eu não tivesse certeza se tinha ouvido direito.

— Eu não fiquei hipnotizada pela sua outra versão, aquela que eu nunca conheci. — A voz de Grace era firme, cortando o ar entre nós com uma certeza que me desarmava. — Fiquei hipnotizada pela versão que você me apresentou. Pelo toque daquele Carlisle no hospital, pela forma como ele agiu, decidido, quando matou o vampiro que queria me ferir. Foi aquele Carlisle que prendeu minha atenção, não o antigo.

As palavras dela ecoaram na minha mente, me atingindo como um golpe inesperado. Ela não se encantou pelo homem que eu fui, o que sempre tentei preservar em memórias idealizadas de bondade e compaixão. Não, ela estava falando sobre o meu lado mais sombrio, a parte que sempre tentei esconder, mas que, ao mesmo tempo, parecia ser o que mais a atraía.

Grace gostou justamente da minha pior versão. Aquela que eu queria esconder de todos, até de mim mesmo. A versão que eu jurava manter trancada.

— Hipnotizada? — Questionei, tentando entender o que exatamente ela via nesse lado sombrio.

Ela sorriu, aquele sorriso meio enigmático que me deixava inquieto.

— Não foi só você, Carlisle. — Sua voz estava suave, mas carregada de uma confiança desconcertante. — Carlisle Cullen conseguiu minha atenção no instante em que passou por aquela porta no hospital. Quando você disse meu nome... parecia que cada sílaba tinha um gosto especial na sua boca, como se você gostasse de pronunciá-lo.

Havia algo perturbadoramente encantador na forma como ela falava, como se cada detalhe daquele momento tivesse sido gravado em sua mente com uma intensidade que eu não imaginava. E por mais estranho que fosse, aquilo me despertou uma espécie de satisfação.

— E eu gostei, Grace Swan. — Um sorriso lento se formou em meus lábios.

Me inclinei um pouco mais, me sentando tão perto que a distância entre nós parecia insignificante. Nossos olhares se encontraram, intensos e inescapáveis, como se nossas almas estivessem entrelaçadas, destinadas a se encontrarem naquele exato momento.

— Se você pudesse me comer com seus olhinhos, eu acho que já teria o feito. — Grace repetiu, a mesma frase que eu havia lançado dias atrás, carregada de provocação. Não pude evitar o sorriso que brotou no canto dos meus lábios.

Ela estava jogando, e eu estava pronto para participar. Inclinei-me mais, deixando meu olhar escorregar dos olhos dela para seus lábios, deliberadamente lento.

— Talvez não seja apenas com os olhos... — murmurei, minha voz baixa.

A resposta dela estava nos olhos, no sutil tremor de seus lábios, enquanto o silêncio entre nós parecia gritar mais do que qualquer palavra poderia.

— Isso faz parte da sua obsessão? — Ela questionou, com os olhos fixos nos meus, procurando por respostas que iam além das palavras.

— Não. — Minha voz saiu firme.— Meu desejo por você vai muito além de uma loucura por sangue. — Coloquei minha mão em seu queixo. — Se eu pudesse te mostrar tudo que tenho em mente, cada detalhe, cada momento que gostaria de ter ao seu lado...

Grace me olhou de um jeito que fez meu controle vacilar, como se me desafiasse a expor tudo o que estava enterrado dentro de mim.

— E por que não mostra? — Ela sussurrou, provocando.

Minha mão apertou levemente seu queixo, puxando-a para mais perto, tão perto que eu podia sentir o calor de sua respiração contra minha pele.

— Grace... Se eu começar, não vou conseguir parar. — Murmurei, passando meus lábios sobre sua mão, deixando um rastro de desejo que se intensificava a cada segundo.

Ela sorriu, aquele sorriso que desestabilizava meus sentidos, e deslizou seus dedos pelo meu rosto, o toque suave e calculado. Logo depois, seu indicador traçou o contorno dos meus lábios, lentamente, como se estivesse saboreando cada movimento.

— Não pare, Carlisle. — Sua voz era um convite, um desafio, e naquele momento, tudo em mim gritava para aceitar.

Quando aquelas palavras saíram da boca de Grace, daquela maneira provocativa que só ela sabia usar, algo dentro de mim se quebrou. Foi o suficiente para que eu perdesse o controle que vinha lutando tanto para manter. Sem hesitar, puxei seu queixo com firmeza, colando nossos lábios com a intensidade que eu ansiava desde o início.

Seus lábios se moldaram aos meus de uma forma tão natural que parecia que ela havia sido feita para mim. Cada segundo desse contato me incendiava, e quando minha língua invadiu sua boca, o mundo ao nosso redor deixou de existir. Meu corpo inteiro tremeu com a sensação, e o desejo que eu mantinha preso começou a me consumir por completo. Era como se eu estivesse esperando por aquele momento desde o início — e agora, finalmente, não havia mais volta.

Meus dentes cravaram em seu lábio inferior, uma mordida firme que a fez derreter instantaneamente em meus braços. O tremor em seu corpo foi quase imperceptível, mas eu senti, e antes que ela pudesse fraquejar, a segurei com firmeza, puxando seu corpo ainda mais para perto do meu. O calor que emanava dela era inebriante, e cada centímetro que ela cedia para mim aumentava o desejo que queimava dentro do meu corpo.

Minha mão foi diretamente para sua nuca, enredando-se em seus cabelos com força controlada, enquanto a outra deslizou suavemente para seu pescoço, sentindo o pulsar acelerado da sua respiração sob meus dedos. Meus lábios não paravam, explorando cada canto daquela boca que agora, sem dúvidas, pertencia a mim. Ela se entregava a cada toque, e eu saboreava cada segundo.

Minhas mãos deslizaram para sua cintura com firmeza, e, com rapidez, puxei Grace para o meu colo, sentindo seu corpo se moldar ao meu. Ela sorriu contra meus lábios, e um arfar suave escapou dela enquanto nossos beijos permaneciam intensos. O momento se quebrou por um segundo quando seus dentes cravaram em meu lábio inferior, fazendo meu corpo estremecer em resposta, o prazer e a provocação se misturando em um só.

— Vai me ensinar alguma coisa? — A voz dela tinha um tom desafiador, os olhos brilhando com aquela mesma provocação.

— Farei questão de mostrar nos mínimos detalhes.

Minhas mãos subiram por suas coxas, sentindo a textura suave de sua pele, traçando um caminho lento e deliberado até suas costas. Meus dedos exploravam cada curva, cada centímetro, como se estivessem gravando sua forma na minha mente. Era como se eu estivesse conhecendo Grace de um jeito que ninguém jamais conhecera, e cada toque me deixava ainda mais faminto por mais.

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