Capítulo 4: 'Suspiro'
/Lisa/
Sai dali com a paciência totalmente esgotada apenas por olhar aquele rosto bonito.
É exatamente esse tipo de cara que eu devo me manter afastada: Rosto bonito, corpo perfeito e uma péssima atitude. Esses caras são os mais perigosos.
Ele também logo se afastou, se metendo entre as prateleiras cheias de livros. Dei de ombros voltando ao que deveria fazer: trabalhar e fazer esse lugar se mover.
Ou seja, tudo. E isso inclui ignorar a presença de Jeon Jungkook.
(...)
Estava ㅡ tentando ㅡ varrer aquele chão sem espirrar a cada monte de poeira que se formava.
Consegui capturar o olhar dele algumas vezes sobre mim, mas ele rapidamente voltava sua atenção a um livro qualquer apoiado em uma de suas mãos.
Isso permaceu até meus espirros se tornarem repetitivos, assim como as vezes que fungava alto, apenas para atrapalhar sua leitura.
Ele pareceu perceber, pois sorriu com os olhar preso no livro antes de vasculhar o bolso de sua jaqueta e tirar um lenço.
Chegou a estendê-lo para mim, no entanto seu olhar se manteu concentrado no livro, assim como seu sorriso presunçoso se manteu intacto.
- Espirre nisso aqui - Ofereceu, mas notei no tom de sua voz que algo ainda estaria por vir. Gente como ele não conseguem ser agradáveis por muito tempo. - Não quero ver meleca saindo do seu nariz.
Aceitei o lenço, mas não fiz questão de agradecer.
- Ah, pode fazer a sua faxina nos fundos? Aquele lugar precisa de uma limpeza, pelo que parece alguém não tem a feito corretamente, e seus espirros estão me atrapalhando.
Que gentlemen!
Também não lhe dou uma resposta além de revirar os olhos e dar as costas, me segurando para sem querer acertar meu punho naquele lindo queixo, pude ouvir sua risada quando atravessei o corredor e tive que respirar fundo.
Andei até os fundos, lá estava escuro como sempre por conta das altas janelas ㅡ as únicas coisas que iluminavam o lugar ㅡ e com céu estando completamente cinza pela chuva, a luz ali era mínima.
Meu nariz ardeu, indicando que logo um alto espirro estava por vir, mas ele não veio.
O fundo da biblioteca é simplesmente assustador, há teias de aranhas por todos os cantos, parecendo que a faxina realmente não acontece aqui a séculos. Meus olhos lacrimejaram por conta da poeira e pude ouvir passos atrás de mim, um pouco distantes, mas impossíveis de não se ouvir.
Provavelmente seria a Sra. Min, não é...?
Voltei ao meu trabalho, passando a ignorar aquilo, a intenção não foi muito longe, no entanto. Ouvi um barulho vindo de um dos corredores de livros, que agora pareciam um tanto sombrios.
Parece obra do destino ou da má sorte. Por que isso sempre acontece quando eu estou sozinha?
Recuo um pouco, segurando a vassoura firmemente em minhas mãos enquanto tentava enxergar algo na escuridão entre os corredores.
Meu estômago virou um bloco de gelo quando senti uma respiração quente em minha nuca. Não me atrevi a virar, apenas soltei um grito agudo no impulso, tendo como resposta uma mão tapando minha boca e bloqueando meu grito.
No desespero do momento, cuspi em sua mão.
- Você tem problema?
Sua mão recuou na hora e seu tom era obviamente enjoado, um que eu conhecia muito aliás.
Irritada comigo mesma por deixá-lo me tocar, empurrei seu braço para o lado ao sentir meu sangue ferver.
- O quê? - Minha voz saiu exageradamente arrogante. - Você que deve ter algum problema nessa sua cabeça estúpida! Me assustou! - Coloquei as mãos sobre o peito, deixando claro que se aquela era a sua intenção havia conseguido com êxito.
- Eu quase sinto muito, estou te chamando a um tempo, mas você não respondeu. Pensei você que tivesse morrido de tanto espirrar.
Ha.Ha.Ha
- Não, você só foi devidamente ignorado. - Dou as costas. - Sabia que você é um tanto bipolar? Se decida se me quer por perto ou longe, não consigo ler essa sua mente...bipolar. - Voltei a varrer, mas tinha certeza que ele estava sorrindo feito um gato agora.
- Você é uma funcionária, não é? Tem a obrigação de me ajudar quando eu chamá-la.
Blá Blá Blá
Parece que o Sr. Insuportável não aceita ser ignorado, pois solta uma respiração pesada antes de segurar meu pulso. Nem tão fraco, nem tão forte, mas suficiente para que eu desvie minha atenção a ele.
- Não me ignore, estou falando com você. - Sua voz soou séria, mesmo assim o encarei com tédio. - O que você tem contra mim? É por causa do livro? - Ele diz, aquele sorrisinho presunçoso se formando em seus lábios.
- Por favor, não se dê ao trabalho de me atormentar e me deixe em paz! Se você quiser ajuda, peça para Sra. Min. - Respirei fundo. - Eu não gosto de você, então não fique perto de mim.
Seu aperto em meu pulso afrouxou um pouco antes que ele finalmente me soltasse.
- Ah, certo. - Desviou o olhar e sorriu.
- Eu não imaginava que você fosse tão...sincera. O sentimento é mútuo.
A chuva já não caía mais lá fora, o que momentaneamente me trouxe uma onda de alívio.
- Bom, eu já vou indo. - Arrumou a jaqueta.
Vai tarde.
- Até mais Lalisa Problemática. - Saiu antes de piscar de um jeito irônico.
Um dia desses, eu esgano esse garoto.
Apesar de que sentir ele tão próximo não foi algo tão ruim, eu diria... Excitante? Talvez? .
Estou maluca? Quase certeza.
Qual é? Ele é um homem e eu uma mulher. Existem hormônios aqui.
Mesmo assim, tenho ainda mais curiosidade de saber como é atingir um queixo tão bonito como aquele.
(...)
/Jungkook/
Depois de horas tentando falar com Jimin pelo notebook ㅡ já que meu celular ainda está quebrado ㅡ desisto e me jogo na cama.
Enquanto estive na biblioteca pensei seriamente no que minha mãe me disse. Não na parte do psicólogo, mas sim na parte de "ser um adolescente normal". Ainda mais quando Lalisa ㅡ a problemática ㅡ especificou com todas as palavras que eu era bipolar e estúpido. Talvez arrogante.
Ainda assim, não vejo porque mudar, é o meu jeito de ser. Ninguém me confronta quando ajo assim, apenas...ela.
Balanço a cabeça.
Namjoon é um cara festeiro, não deixa de ir em uma festa de fim de semana, se ele me recomendasse uma boate ㅡ talvez ㅡ eu iria.
Por algum motivo a expressão irritada de Lalisa, a problemática, invade minha mente e parece não estar disposta a sair.
Merda.
Por que ela tem quer ser tão... Inalcançável? Essa é a palavra certa? Melhor, porque ela tem que ser tão difícil?
Na verdade, nós dois somos assim.
Um sorriso involuntário aparece ao me lembrar de seu cheiro quando meu rosto estava a centímetros de seu pescoço, uma mistura de baunilha e lavanda. Ah! Já chega!
De qualquer maneira, uma hora ou outra ela vai sair da minha vida e nunca mais iremos lembrar o nome um do outro.
/Jimin /
Enxuguei meu cabelo após um banho demorado. Passei os longos vinte minutos com vários pensamentos turbilhando em minha cabeça, um deles relembrando a falta de tolerância entre Jungkook e eu mais cedo, mas isso pouco me importava agora.
Meus pensamentos estavam em outra pessoa.
Roseanne Park Chaeyoung.
Até mesmo seu nome parecia perfeito demais. Não sei como não havia reparado nela antes, amanhã mesmo preciso arrumar um jeito de falar com ela.
Meu celular vibrou, tirando-me da concentração exclusiva a Park Chaeyoung.
Taehyung
- Eai, Ken Humano?
- O que é?
- Relaxa, violento.
- EU ESTOU VOLTANDOOO.
Capítulo revisado✅
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