/ Taehyung /

- Você pode vir comigo? - Pergunto para Jennie pela vídeo chamada.

Estava muito ansioso para gravação do comercial, mas sabia que me sentiria deslocado, então acredito que ter sua companhia seja uma boa ideia.

- Sim, Taehyung. - Ela murmurou, um pouco distraída. - Eu preciso ir, te mando mensagem mais tarde.

Então sem mais nem menos, desligou.

Estranhei seu comportamento distante, mas decido ignorar, ela deve estar ocupada com algo mais importante. Deixo meu celular em cima do sofá e vou para cozinha procurar alguma coisa.

Jimin ainda não voltou, deve estar com Chae.

(...)

Fico entediado, então olho para o relógio e ao constatar que ainda é cedo, saio para ir à lanchonete do bairro.

As ruas são apenas iluminadas pelos postes de luz, e por conta de ser uma bairro afastado da cidade, é pouco movimentado.

No meio caminho, sinto algo gélido encostar na minha nuca.

- Passa tudo! - Uma voz masculina dizia apressada.

Sem relutar, entreguei meu celular e a carteira. Seul costumava ser uma cidade segura, e por isso estava bem assustado. Logo após entregar, ouvi os passos rápidos se afastando, o cara estava fugindo.

- Que merda! - Rosnei, virando-me para trás para conseguir ver o cara fugindo.

Fiquei um tanto surpreso com o que vi.

O homem encapuzado havia acabado de ser acertado por um cabo de vassoura por outro homem, esse um tanto assustado e que provavelmente ainda estaria processando o que havia acabado de acontecer.

Por estar em frente a casa da esquina e estar de pijamas, soube que era o vizinho.

Quando me aproximei para pegar minhas coisas ele se assustou outra vez, apontando o cabo para mim. Levantei as mãos, na defensiva.

- Abaixa isso ai, amigo. Só quero pegar minhas coisas.

Desconfiado, ele obedeceu.

- Você é o cara que está morando com o Park Jimin, não é?

- Sou eu mesmo, como descobriu?

- Eu tenho uma boa audição e sou bom em reconhecer vozes, não que eu fique escutando...enfim, sou Hoseok, o vizinho. - Estende a mão para que eu a aperte.

- Taehyung. - Cumprimento.

- O que vamos fazer com ele? - Pergunta, apontando o queixo para o homem desacordado no chão.

- Eu não me importo. Quer comer um lanche?

- Acho que primeiro devíamos ligar para polícia...e para ambulância, mas eu aceito.

/Jennie /

Estava falando com Taehyung quando recebi uma mensagem anônima.

"Não preciso mais da sua ajuda, Jennie. Já encontrei o Park."

Seulgi?

Desliguei sem dar muitas explicações a Taehyung, ligando sucessivamente para Jimin e Chaeyoung, mas nenhum deles chegou a atender.

- Merda, Jimin! Não me decepcione... - Pedia com os olhos fechados. Implorando para que ele não houvesse cometido a mesma burrada de anos atrás.

Uma nova mensagem chegou, dessa vez uma foto, na qual Jimin dormia em uma cama, provavelmente nu por debaixo dos lençóis.

- Ele esta muito cansado agora! Pare de ligar!

- O que você fez com ele?

- Você é louca!

- Não, fizemos nada que ele não quisesse. Ele está em ótimas mãos.

- Vadia!

- Esse seu palavreado não mudou nada, não?

Morrendo de raiva, desligo o celular.

Esse loiro me paga!

/Jimin/

Acordei nu e em uma cama descohecida, desnorteado e totalmente grogue.

- Bom dia! - Uma voz feminina e exageradamente aguda soou, irritando meus tímpanos. Tomei um susto ao abrir os olhos completamente e ver a dona da voz. - Tudo bem, meu gatinho?

- O-o que? - Olhei para os lados, lembrando da noite anterior. - Onde estão minhas roupas?!

Agitado, levantei-me da cama, notando o olhar malicioso de Seulgi em meu corpo nu.

- Já vai? - Usou um tom um tanto melancólico, além de um beicinho ridículo.

- Não tenho nada para fazer aqui. - Vocifero ao vestir minhas calças.

Como pude fazer aquilo?

Suas mãos me abraçam por trás.

- Me solta. - Me afasto com certa ignorância.

- Você volta mais tarde? - Manha.

- Isso é sério? - Ofego, desacreditado. - Você me seduziu! Brincou comigo de novo! Eu não queria estar aqui! - Berro, mas ela não se acanha.

- Te seduzi? - Gargalha. - Você queria isso, Jimin. Você não disse "não" em momento algum, não relutou, porque ainda me ama, e não vai conseguir encontrar nada disso com aquela sonsa da Park Chaeyoung.

Arregalei os olhos, como ela a conhecia?

- Você é um monstro! Fique longe dela!

Saio, batendo a porta com o coração acelerado e respiração ofegante.

(...)

Tive que me apressar para chegar em casa para me arrumar, na esperança de ainda ter tempo para ir para aula. No entanto, os planos mudaram quando vi Jennie parada na sala, discutindo descontroladamente com Taehyung.

Quando notou minha presença, aproximou-se irada, estapeando meu rosto antes de dizer qualquer coisa.

- Nunca mais ouse chegar perto da Chae! Seu babaca! - Berra antes de passar por mim, em direção a saída.

Taehyung a segue, me lançando um olhar confuso.

Sento-me no sofá, inquieto.

Estou pouco me fodendo para meus sentimentos ou para irritação de Jennie, mas ela está certa.

Eu não mereço Chaeyoung, ela é boa demais para mim.

/Taehyung/

- Jennie!

Tentei impedir a garota de temperamento irritado que lutava para abrir os portões da casa, mas sem sucesso. Virou-se para mim, rosnando.

- O que é? Porra?!

- Ei, gata. Se acalma... - Tentei dizer.

- Como quer que eu me acalme? Ele brincou com os sentimentos da minha amiga!

- Deve ter alguma explicação, podemos resolver isso...

- Não! Não podemos! Ele nunca mais vai olhar para ela, nem por cima do meu cadáver! - Vocifera.

- Ei, relaxa, não vai ter cadáver de ninguém. - Coloco minhas mãos em seus ombros. - Respira, você não pode dirigir nessas condições.

Respirando fundo, Jennie foi se acalmando aos poucos. A envolvi em meus braços e sua cabeça se apoiou em meu peitoral, descansando.

- Podemos conversar mais tarde? Na minha casa? - Murmurou em um tom mais leve.

Concordei.

- Claro, gata.

Desgrudando-se de mim, deixo uma Jennie já um pouco mais calma ir embora.

- Sua namorada?

Noto Hoseok em frente a sua casa, separando os recicláveis e jogando o lixo.

- Não. - Rio. - É apenas uma amiga.

- Vocês combinam. - Comenta, dando de ombros quando inclino os lábios. - O quê? É verdade!

/Jungkook /

Acordo com a luz do sol batendo rudemente em meu rosto.

Quando consigo finalmente abrir os olhos, que ainda se acostumavam com a luz vinda da janela, sou prestigiado com a visão de Lalisa ainda adormecida em meus braços, completamente nua e vulnerável.

- Ainda bem que isso é apenas meu. - Sorrio com orgulho, enterrando meu rosto em seu pescoço.

Lalisa se remexe, soltando um gemido sonolento e rouco.

- Fica comigo. - Ela ronrona, acordando preguiçosamente.

- Precisamos ir, loirinha. Estamos atrasados. - Aviso, cheirando sua pele sedosa e viciante.

- Mas eu não quero... - Manha, me apertando em seus braços.

- Vamos....e então eu posso te recompensar mais tarde.

Ela levanta seu olhar para mim, com interesse.

- Com o quê?

- Depende da sua obediência, loirinha. Vamos?

Ela concorda facilmente. Tomamos banho juntos, e por isso tenho que me segurar para não atacá-la e perder o horário.

Capítulo revisado✅