° Chapter 14 °
Hello ♥ mais um!! E eu só queria avisar a todos um detalhe antes que comecem a ler desde aqui.
Entre a França e a Califórnia tem 9 horas de diferença, então se por exemplo: Na França é quarta-feira (mesmo dia que aqui no Brasil tbm, apenas muda o horário que é bem mais cedo que aqui) Lá na Califórnia ainda vai ser terça-feira (por conta da diferença enorme de horário)
E eu me confundi um pouco, então pra ficar mais fácil pra mim e tbm pra vocês. Acabei sincronizando os dias, mas não o horário. (Então se na França for tal dia da semana, em Beacon Hills Tbm vai ser) E a diferença não vai ser tão grande tbm.
Era isso ^^
Boa Leitura!
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Deaton não imaginava que um mísero aeroporto pudesse ser tão confuso. Os europeus além de apressados, fedem. O druida já perdeu a conta de quantas vezes esfregou o nariz quando passavam por ele. Ele gostava de viajar. Conhecer lugares, pessoas e ares novos, mas com toda certeza esse seria o último lugar a ser recordado com animação no quesito cheiros.
Ele atravessou o corredor principal que levava a porta de entrada do lugar. Era um corredor amplo e bem decorado, com lâmpadas grandes no teto alto e uma pintura em tom creme nas paredes. Tirando as pessoas, poderia ser seu lugar favorito em um aeroporto. Quando finalmente atravessou a porta automática, se apressou ao máximo para conseguir um táxi. O endereço já estava consigo, apenas faltava a boa e velha simpatia dos franceses em parar. Felizmente, França era melhor que New York no quesito conseguir táxis. Logo que avistou o veículo, entrou sem pestanejar.
— S'il vous plaît, Rue 406, Hôtel Europe — Deaton desenrolou seu francês lendo o endereço no celular. Estava um pouco enferrujado, mas o importante era que o entendessem. O motorista assentiu semelhante a um soldado recebendo o comando do sarjeto e logo o automóvel começou a se mover pela via de mão dupla. Deaton esfregava as mãos nervosamente. Ele esperava que ainda restasse tempo, infelizmente o vôo havia sido longo até demais em seu ponto de vista.
— Êtes-vous ici en vacances? — O motorista parecia está tentando puxar assunto. Deaton franziu a testa. A maioria dos europeus nem olharam para sua cara quando chegou e no atendimento menos ainda. "Está aqui de férias?" Era a pergunta, e o druida quis rir mas se conteu. Ele apenas negou com a cabeça.
— J'aimerais être — Deaton disse com um soar cansado. O motorista compreendeu e não questionou mais nada. É, ele realmente gostaria de está apenas passeando.
*
— A gente podia ver isso outro dia, por que em uma terça-feira lotada? — Theo sussurrou no ouvido de Liam, assistindo Lydia e Malia caminhando mais a frente com um carrinho razoavelmente lotado.
— Acredite, Malia está odiando tanto quanto você. — Liam garantiu rindo fraco e indicou com a cabeça na direção da coiote que bufava revirando os olhos para a ruiva que não parava de falar um minuto se quer.
— Espero que ela não mate a ruiva aqui no meio da loja. — Theo resmugou com a expressão tediosa e foi se escorando em Liam que passou um dos braços pela cintura do mais velho que apoiou o rosto em seu ombro a procura de seu calor.
Lydia teve a brilhante ideia de arrastar eles para uma loja infantil e comprar quase tudo que a mesma deduzia ser importante. Com os últimos dois dias que Theo passou em casa em um período ruim, ela em uma visita conseguiu o convencer a sair para comprar essas coisinhas quando melhorasse, ele só não esperava que demorasse tanto. Ainda bem que era com o dinheiro dela, pois a quantidade de coisas no carrinho já estava assustando Liam. Como Theo havia deixado claro que não queria nenhuma dessas baboseiras de festa, então pelo menos comprar as coisas ela iria, o chimera gostando ou não. Na cabeça da banshee a criança poderia correr o risco de andar por aí sem nada.
— E esse aqui? É neutro e parece bem confortável. — Lydia andou na direção de Liam enquanto arrastava Malia com o outro braço. Em sua mão continha um cabide médio com um body cor creme e alguns desenhos de cupcakes. Era realmente fofo, Liam pensou.
O beta pegou com cuidado não conseguindo evitar seu jeito desajeitado para as coisas. Segurou de frente para ele e Theo, mostrando para o mais velho que analisava a roupinha com um sorriso terno no rosto. O sorriso se alargou e ele assentiu concordando, ocasionando na feição satisfeita da ruiva que logo agarrou de volta a peça das mãos dos dois garotos que riram. Malia negou com a cabeça.
— Como se sente, Theo? Soube que não estava bem esses dias. — A coiote colocou as mãos nos bolsos do casaco que usava e olhou com simpatia para Theo que ficou meio sem saber o que dizer. Ele ainda estava se acostumando com essa nova mudança de comportamento da Hale.
— Bem, agora consigo comer normalmente, quer dizer, quase. — Ele deu um sorriso meio torto e Malia assentiu satisfeita e os três ficaram se encarando em um silêncio estranho, até Lydia chamá-la novamente. Ela bufou e respirou fundo.
— É melhor virem junto, tô quase enlouquecendo e o filho nem é meu. — Ela resmugou antes de seguir o trajeto pelo corredor com Theo e Liam rindo baixinho em seu encalço.
— Aí está a Malia que conhecemos. — Liam disse entre risos e entrelaçou seus dedos com os de Theo, guiando o mais velho em um ritmo calmo. O chimera distraidamente olhava as coisas infantis nos corredores. Era uma loja razoavelmente grande, mas as vezes lembrava Walmart. Seus olhos percorriam desde as pequenas mamadeiras e chupetas, até às roupas impressionantemente pequenas e delicadas. Normalmente essa situação seria sinônimo para deixá-lo nervoso, mas estranhamente não conseguia se sentir assim.
— Então, o que acha da ideia? — Theo franziu cenho quando direcionou sua atenção para Lydia que o encarava em expectativa. O chimera franziu a testa, totalmente perdido e dirigiu os olhos para o beta que parecia preocupado, mas não esclarecia nada ao mais velho.
— O quê? — Lydia bufou levemente chateada, esfregando o rosto. Mas retomou o falatório de antes, dessa vez sem muita animação.
— Pretendem utilizar aquele quarto de hóspedes, certo? — Theo assentiu sem pensar muito, a outra logo prosseguiu. — Estava pensando, até arrumarem tudo por lá. Essas coisas podem ficar em minha casa, e quando comprarem o berço. Arrumamos tudo de uma vez, o que acham?
Liam virou o rosto encarando Theo, esperando alguma confirmação mas o mais velho só conseguiu adotar uma expressão pensativa. Ele não sabia o que responder. Para ele estava tudo bem em teoria, mas na prática sentia como se fosse um grande passo, o qual não sabia se estava pronto para dar. De qualquer maneira ele assentiu, silencioso, porém, claro sobre o que concordava. Lydia sorriu meio incerta.
— Sei que pediram tempo e tudo, sou ansiosa, admito. — Ela tirou uma das mechas ruivas da orelha colocando-a para trás. — É que o tempo passa e a gente não percebe, prometo deixar o berço por conta de vocês, mas não demorem muito pra ajeitar o quarto. É sempre bom se adiantar para não ter surpresas. — Ela explicou calmamente com um sorriso gentil. E segurou o carrinho para guiar todos ao caixa. O carrinho metálico estava mais ou menos cheio, apenas pela metade. Mas na concepção de Liam ainda era muita coisa.
— Eu acho que.. — Theo iniciou meio hesitante. Ele coçava a nuca a medida que seus olhos analisavam o carrinho. Os três ali presentes direcionaram a cabeça na direção dele. Ele se encolheu um pouco em reflexo, meio incomodado. — Podemos levar .. as roupas e colocar junto com as nossas. Se não fica muita coisa pra você, Lydia.
Liam sorriu com ternura e puxou o mais velho pela cintura de forma delicada. Juntando seus corpos e depositou um beijo demorado na bochecha do mesmo. Theo riu sem jeito.
— É uma boa ideia. — Liam disse sem desviar os olhos das orbes esverdeadas a sua frente.
Lydia sorriu ao longe encarando os dois e nada disse, apenas saiu levando o carrinho na direção da fila junto com Malia em seu encalço que parecia gostar do momento alheio. Elas se afastaram minimamente, a fila estava um tanto longa. Provavelmente por conta da moça lá na frente com literalmente duas cadeirinhas de refeições para bebês e mais diversos pacotes de fraldas. A ruiva confessa quase ter tido um colapso só de ver aquilo.
— Eu nunca vou ter filhos, estou ótima com meu posto de tia. — A banshee disse sem desviar os olhos levemente arregalados, assistindo a pobre caixa se dividir em duas para passar o produto no detector de código de barras e abrir algumas sacolas para colocá-los no momento seguinte.
— Digo o mesmo. — Malia respondeu de modo cansado com sua típica carranca e braços cruzados, sem deixar de acrescentar a indiferença no olhar. Lydia não entendia o por quê ainda se surpreendia com a maneira como a coiote conseguia se parecer tanto com Derek nos trejeitos sem ao menos ter um nível razoável de aproximidade.
[...]
Liam e Theo se juntaram a elas minutos depois de darem uma volta pela loja e o chimera praticamente dormia em pé enquanto esperavam a filar andar. Não tinham certeza se era sorte a mulher louca das cadeirinhas ter ido embora fazia uma hora, ou ainda restar três carrinhos na frente deles em aguardo.
— Argh! Caramba, é o primeiro dia daquela garota? — Malia quase berrou encarando a menina com a aparência jovem e cabelos morenos, passar as compras das pessoas com as mãos meio trêmulas e olhar apreensivo. A coiote bufou.
— Calma, acho que em dois minutos ela troca de turno, com sorte chega uma pessoa mais ágil. — Lydia resmugou e apoiou o corpo na barra do carrinho, lançando um olhar cansado para frente. Esperando que um milagre fizesse a fila andar mais rápido. Malia fez o mesmo antes de bufar meio raivosa e deixar seu corpo relaxar contra o ferro do carrinho.
Theo não sabia se era possível matar alguém com apenas um olhar, mas estava disposto a descobrir desde que perdeu a paciência há uma hora atrás. Seus olhos verdes se fixaram na caixa que vez ou outra desviava o olhar de seus serviços manuais para encarar seus olhos verdes raivosos meio amedrontada. Okay, talvez ele tenha um pouco de culpa pelo atraso de agora da fila.
— Para de olhar pra menina assim, se não a fila não anda. — Liam pediu sussurrando no ouvido do chimera ao notar a raiva em seu olhar e nos níveis químicos. Raeken soltou um suspiro pesado sentindo os olhos pesarem um pouco, ele esfregou os olhos.
O beta puxou o corpo de Theo para perto e trouxe o rosto do mais velho para acomodar entre a curva de seu pescoço, tentando distrai-lo do tédio irritante e a raiva. O mais velho sorriu fraco gostando do ato e aproveitou para passar os braços pela cintura do beta, seus olhos desviavam as vezes para a fila, mas por fim acabou por fecha-los enquanto aproveitava o calor e cheiro do namorado.
Eles permaneceram assim cerca de cinco minutos até finalmente restar apenas um carrinho. Theo descobriu ser capaz de dormir em pé, e agora estava mais desperto esperando a vez deles ainda agarrado ao beta. Encarava com tranquilidade as pessoas na frente deles, quando sentiu algo se chocar contra a lateral de sua perna direita. Ele olhou para o chão no mesmo instante e Liam acompanhou seu movimento.
Viram um garotinho caído em frente a eles. Seu rosto era fofo juntamente com seus cachos castanhos e as bochechas gordinhas, ele deveria ter uns três anos. A criança parecia ao ponto de chorar ao mesmo tempo que esfregava a cabeça, como se estivesse machucada. Inocentemente ele esticou os bracinhos na direção de Theo que ainda meio perdido com essa situação repentina, se agachou erguendo o corpo pequeno do chão frio, e o trouxe contra seu peito enquanto olhava para os lados a procura de alguém.
— Oi, você tá bem? — Liam perguntou soando amigável e com um sorriso gentil no rosto. Ele confessa não ter muito jeito com crianças, mas o pequeno não pareceu se importar. Esboçou um sorriso junto a uma careta de dor para eles e direcionou os olhos castanhos esverdeados curiosos na direção de Theo.
— Dodói. Bateu. — Theo deu seu melhor sorriso e segurou com firmeza a criança em seus braços levando a mão livre para o galo atrás do crânio frágil. Ao toca-lo no machucado o garotinho choramingou e Theo preocupado olhou mais uma vez ao redor antes de se concentrar, ele respirou fundo quando as veias negras surgiram em suas mãos, tirando o incômodo da criança.
Liam sorriu em reflexo ao ver a cena, mas se forçou a manter o foco e correu até a metade do corredor procurando algum cheiro semelhante ao da criança, mas nem precisou se empenhar muito.
Uma moça que aparentava ter seus vinte e poucos anos, surgiu de um dos corredores com a feição visivelmente aflita a medida que olhava para todos os arredores como uma águia. O beta comparou os cheiros rapidamente e a chamou. A mulher quase caiu de joelhos em alívio ao ver a criança no colo de Theo. A essa altura as compras já estavam sendo pagas por Lydia que observava a situação junto com uma Malia confusa.
— Meu deus! Meu menino, muito obrigada! — Ela correu até Theo que hesitou por um instante meio desconfiando, mas se repreendeu e logo forçou um sorriso simpático, entregando o garotinho que agora ria descontroladamente, somente como uma criança sabe fazer quando estava ciente de sua brincadeira. — Nunca mais me assuste assim Bryan, a mamãe quase infartou!
— Senti algo trombar em minhas pernas e então vimos ele. — Theo se explicou rapidamente e colocou as mãos no bolso. Sentiu um dos braços de Liam passar por sua cintura e logo retirou levou uma das mãos até a dele, sem desviar os olhos da moça estranhamente jovem que sorria agradecida.
— Ele raramente faz isso, e quando faz, caramba! Eu falto morrer. — Ela respirou fundo duas vezes, abraçando seu filho contra o peito que agora descansava a cabeça em seu ombro, parecendo sonolento. Totalmente alheio a conversa deles. Liam checou os batimentos da garota brevemente, ela estava realmente nervosa. — Agradeço de verdade, não sei o que eu faria se acontecesse algo com ele. — Ela ajeitou o menino em seus braços. — Vocês têm filhos? — Ela perguntou curiosa olhando de relance para as compras deles. Theo olhou rapidamente para Liam buscando uma solução, mas o beta também não soube o que dizer.
— Não, aquilo é .. tudo dela, sabe. Acidentes acontecem todo dia. — Liam respondeu com a primeira coisa que veio a cabeça, seu dedo apontava para Malia que não entendeu de início, mas não demorou para parecer irritada ao que compreendeu, fuzilando-o com os olhos. — Estamos acompanhando. — Theo encarou o beta com a feição constrangida. Liam quis se bater.
— Ah, certo. Desculpa a intromissão, obrigada mais uma vez. — A garota sorriu sem graça antes de se distanciar. O garotinho parecia acordado, e eles só tiveram a confirmação quando o mesmo começou a acenar para ambos com a mãozinha pequena.
Theo deu um sorriso torto, devolvendo o gesto do menino de maneira discreta. Ele se virou, caminhando na direção de Lydia e Malia. Ignorando a breve discussão que seu namorado tinha com a coiote aborrecida, e se colocou ao lado da banshee. Eles andavam devagar até a saída enquanto sua mente se perdia em pensamentos. Ele não sabia explicar o que sentia agora, mas era algo bom com certeza, um diferente bom. De repente tudo o que antes parecia estranho para si, deu uma sensação de conforto em seu peito. Inconscientemente levou a mão até a barriga, sorrindo para o nada.
*
Deaton ao chegar no décimo quinto andar, andou em passos rápidos até a porta do número desejado. Era um hotel ótimo e grande, mas com o idioma diferente dificultava um pouco se localizar. Ele respirou fundo batendo na porta freneticamente, logo o barulho da tranca pôde ser ouvido. Ele não se surpreendeu com a imagem do outro quando abriu a porta. O garoto estava péssimo sem dúvida.
— Ele ainda está vivo, mas só piorou com o passar das horas. — O garoto esfregou o rosto exausto e deu passagem para o druida entrar. O lugar era espaçoso e aconchegante, a sala com certeza teria um clima agradável se não tivesse um lobisomem morrendo com uma fratura quase exposta na coluna. Deaton logo correu até lá.
— Conseguiu descobrir alguma coisa? — Ele retirou da bolsa de couro seu costumeiro estetoscópio e com cuidado examinou os batimentos cardíacos e a respiração lenta, quase imperceptível. Ele não teria muito tempo. Deaton precisava pensar rápido urgente.
— Non!, ele havia sumido pendant trois jours, e quando voltava do trabalho o encontrei assim aqui na porta. — O garoto com forte sotaque francês, se enrolou com o inglês por conta da aflição, mas o druida assentiu compreendendo. Ele chamou o garoto em um movimento com a mão livre para ajudá-lo.
— Segure o corpo dele assim e o mantenha imóvel. — Ele instruiu tranquilamente tentando não agitar mais o outro garoto e foi até a mala, retirou um aparelho hospital portátil e logo se dirigiu ao loiro no sofá novamente. Fez todos os procedimentos para ligar a máquina aos batimentos cardíacos dele e logo monitorava o ritmo cardíaco.
— Continue segurando ele, isso vai doer. — O veterinário se esticou capturando com os dedos trêmulos uma pinça média. Ele vasculhava com os olhos o ferimento em carne viva e estado deplorável, como se alguém tivesse judiado daquela área sem intervalos.
Ele calculou bem, se pesasse demais a mão ou tocasse em algum ligamento importante isso comprometeria mais a vida do outro. Deaton respirou fundo e foi aproximando aos poucos sua mão. As luvas tornavam tudo mais fácil, pois suas mãos suavam. Ele examinou bem a parte dilacerada.
— Parece que queriam a todo custo chegar na medula espinhal, mas o quê.. — Deaton apertou mais os olhos tomando cuidado onde tocava, a ponta da pinça encostou em algo, ocasionando no grito doloroso do loiro. O francês o segurou com toda força que conseguiu enquanto a máquina apitava incansavelmente. Eram rápidos e contínuos mas então, foram diminuindo a velocidade, dimuindo demais.
— Não! Fica acordado! Isaac! — Foi tudo o que o beta conseguiu escutar em um lapso de consciência até tudo ficar preto novamente. Dessa vez, sem qualquer noção do mundo externo.
*
— Okay, eu não vi isso tudo no carrinho. — Theo disse entre risos, trazendo consigo uma sacola média cheia de roupas e alguns itens de higiene infantil e alimentação. Todos em uma mesma sacola entulhados. Liam riu ajudando o mais velho e se certificou em fechar a porta ao entrarem. O chimera agradeceu o outro com o olhar e pousou as compras no sofá logo se sentando no processo. Agradecendo mentalmente.
Liam olhou na direção do mais velho antes de se agachar em frente a sacola e ir retirando de dentro alguns itens de alimentação, como mamadeiras, copinhos e o que pudessem imaginar. O beta suspirou tentando decifrar outros itens e para o que serviam.
— Agora é saber onde vou guardar tudo isso.. — Ele suspirou, analisando uma das mamadeiras lacradas com curiosidade. Uma tom azul claro com desenhos de algum desenho infantil que ele não soube identificar no momento. Pousou o objeto sobre a mesa de centro e ficou encarando aquilo por alguns segundos antes de esboçar um sorriso singelo e virar a cabeça na direção de Theo que encarava a sacola no chão com o olhar pensativo.
— Temos que conversar com ela sobre comprar as coisas pra gente, sei que para Lydia não é problema algum. Mas são coisas caras. — Theo murmurou com a feição meio incerta. — Não quero que pareça que estou me aproveitando ou sei lá..
— Ela só está sendo gentil, e Malia tá de prova do quanto Lydia queria fazer isso. — Liam soou divertido, tentando tirar a tensão do outro, o que pareceu funcionar, mas Theo ainda carregava uma expressão apreensiva. — Mas conversamos com ela se quiser, entendo de qualquer forma. Também achei loucura comprar quase que um estoque inteiro. — O beta deixou as compras para depois e se esgueirou até o sofá, se sentando ao lado do mais velho que logo se aconchegou nele deitando a cabeça em seu ombro.
— Sei que ela quer ajudar, mas acho que isso também é uma coisa que.. deveríamos fazer. — Theo disse desviando o olhar para as próprias mãos em seu colo. Parecendo analisar algo em sua mente. Liam seguiu o olhar do outro permanecendo atento. — Quando.. segurei aquele garotinho.. não sei, senti algo diferente. Pareceu que tudo o que me incomodava antes tinha sumido, pela primeira vez não me senti tão estranho.. — O chimera respirou fundo, levantando um pouco a cabeça para encarar Liam que não deixara de escutá-lo. — Posso pedir uma coisa? — Ele sôou quase que ferido em seu tom de voz. O beta se preocupou, mas não desviou o foco daquela conversa.
— Claro que pode. —— Liam respondeu gentil, e buscou uma das mãos do mais velho. Entrelaçando seus dedos firmemente. Theo suspirou trêmulo.
— Não permita que eu estrague tudo. Que eu deixe meu passado me consumir outra vez e.. me torne um pai ruim, a-a última coisa que preciso é que meu filho me odeie. — Theo ao terminar usou a mão livre para secar o rosto rapidamente das poucas lágrimas teimosas que caíram. Malditos hormônios. Liam permaneceu calado por alguns instantes assimilando, ele não esperava aquilo. — Eu quero fazer as coisas certas dessa vez, proporcionar a esse bebê a família que eu não tive... e por minha culpa. — Liam comprimiu os lábios. Ele compreendia o mais velho, mas não permitiria que o outro afundasse nos fantasmas em sua mente.
— Você sabe que não é perfeito, ninguém é. Mas garanto que em nenhum momento o bebê vai odiar você. — Liam levou a mão livre para tocar a bochecha do outro, e trouxe ambos rostos alguns centímetros perto, encostando suas testas. — Vamos aprender juntos, e não importa os erros. Essa família não vai deixar de existir. — O beta garantiu vendo Theo assentir algumas vezes, parecendo assimilar o que ouviu e se acalmar um pouco. Ele depositou um selinho breve nos lábios do mais velho que se permitiu sorrir. — Fico feliz que compartilhou isso.. você sabe que pode contar o que estiver te atormentando. — Ele assegurou afastando alguns centímetros seus rostos.
— Eu sei.. apenas percebi isso hoje. Sei que minhas atitudes fazem parecer que não me importo muito com o bebê.. — Theo ponderou por um instante enquanto passeava os dedos pela barba rala de Liam, sentindo a testura áspera sobre seus dedos. — Mas ele faz parte de mim, de nós. E seria um erro se eu não me importasse.. — Ele admitiu observando o leve sorriso que se formou nos lábios do beta. Theo retribuiu.
— Nunca duvidei que se importasse, você demonstra o que sente do seu jeito e no seu tempo. — Liam explicou e se aproximou mais do chimera que não desviou os olhos dele. — E veja só? O bebê está saudável e seguro. Você de qualquer forma está fazendo um bom trabalho, e não importa quantas vezes se diminuia, vou estar aqui para lembrar o quão bom você é.
O beta ao finalizar puxou o mais velho para perto, abraçando-o pela cintura. Theo pousou a cabeça no ombro dele e se permitiu relaxar, fechando os olhos vagamente.
Theo nunca entenderá como o que eles tinham se transformou de ódio, mágoa e desconfiança para amor, confiança e sinônimo de lar. Liam desde que o trouxe do purgatório mostrava se importar com ele, de uma maneira estranha que o próprio não cogitava ser algo a mais. Para o chimera era pura preocupação caso ele matasse alguém, e ele tinha todos os motivos do mundo para o fazer. Mas sabia que se executasse suas vontades, afetaria não só sua estadia na terra como também Liam, e ele não queria isso.
Sempre achou o beta bom demais para ele. Mas convenhamos que, até para um ex-psicopata as coisas podem dar certo, e evoluir de uma maneira surreal. Agora o foco era ser alguém bom para seu bebê, e essa chance ele não desperdiçaria.
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Desculpe se o capítulo foi meio pequeno, mas eai o que acharam?
Bye wolfies ♥
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