° Chapter 10 °
Um presentinho de Natal adiantado pra vocês hehe puta merda amanhã já é a véspera desse bagulho, o ano tá correndo demais que merda vey
Mas enfim, espero que gostem desse e quero que saibam que amo muito vocês e que apesar de algumas coisas esse ano que me desgastaram muito, vocês fazem tudo valer a pena. Se continuo escrevendo, vocês tem mérito nisso sem dúvida. ♥
Boa Leitura!
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Um silêncio tenso se instalou no local, consequentemente aumentando o nervosismo em Theo e Liam. Derek adotara um olhar incrédulo, permanecendo estático no lugar e de braços cruzados. Lydia precisou recostar as costas no sofá, e Malia parecia neutra, mas em seus sinais químicos denunciava o quanto se encontrava atônita, por sorte estava sentada. Peter ao escutar deixou um copo cair quando voltava da cozinha, mas devido ao clima. Ninguém deu importância ao barulho do vidro se chocando contra o chão.
— Isso .. isso é sério?.. — Lydia sentia a garganta seca. Deaton assentiu juntamente a Stiles confirmando, e a ruiva arregalou os olhos direcionado-os para Theo automaticamente. Ela em pura curiosidade do momento, cogitou em se levantar em uma hesitante aproximação. Mas quando fez menção para isso, Liam rosnou na direção dela junto com a expressão séria, puxando o menino mais velho em seus braços para si. A banshee se conteu no lugar e umedeceu os lábios tentando se concentrar em assimilar.
Theo não sabia se as reações por agora eram boas ou ruins, provavelmente relativo seria a palavra para definir. Mas ele sabia que estava com medo e muito nervoso, e não tinha ideia do que se passava nas mentes de cada um e isso apenas o deixava mais apreensivo. O chimera suspirou fundo tentando se focar no cheiro de Liam atrás si. Estava tudo sob controle até agora. Ele pelo menos achava que sim.
— Sério isso? Ele está... grávido? — Peter tentou não parecer excêntrico mas isso não importava muito para o Hale mais velho. Seu rosto se contorcia em uma careta incrédula. — Que maravilha! — Ironizou. — Dois adolescentes cuidando de uma criança em um pack que por acaso é o mais conhecido na Califórnia, América latina, sul. — Peter tinha um ponto. Mas por agora estavam fora de perigo eminente e ressaltar algo que todos sabiam não era muito relevante.
— Não tínhamos ideia! Acha mesmo que se soubéssemos deixaríamos acontecer? — Liam sôou indignado diante aos olhares julgadores que recebia.
— Sério que subestima o sobrenatural tanto assim, garoto? — Peter negou com a cabeça irritadiço e deu alguns passos se aproximando quase como um predador. — Lamentável essas crianças.. — Murmurou. Derek revirou os olhos em desprezo para ele.
— Quando descobriram? — Derek questionou e andou devagar direcionando a atenção para Liam, ignorando totalmente a revolta de Peter. O beta desviou as orbes azuis que transbordavam raiva na direção de Peter, direcionando-os para Derek.
— No início da semana .. — Liam murmurou. Theo levantou o olhar observando os rostos de todos, ainda temeroso. — Deaton conseguiu acesso a sala de ultrassom no hospital com ajuda de Melissa. Pelo o que vimos e pesquisamos. Theo está de três meses. — Derek mal recebeu a informação e fechou os olhos afim de buscar forças. Três meses. Pressionando o polegar e indicador entre os olhos o mais velho suspirou. Realmente o Hale poderia dizer que já viu de tudo agora. Se virou encarando Stiles que o lançou um sorriso de canto triste.
— Então.. está nos dizendo.. — Malia finalmente se pronunciou em um fio de voz. — Que os Dread Doctors são os responsáveis? Mas por que? O que ganhariam com isso sendo que o objetivo era criar um mal perfeito? — A coiote olhou com um misto de medo e confusão para Deaton. Ela se lembrava daquele período horrível e inclusive o objetivo deles. — Pra quê uma criatura do sexo masculino que pode gerar filhos?
— Vou ser sincero, acho que eles não estavam sozinhos nessa ideia desde a criação da primeira chimera. — Deaton olhou rapidamente para Theo que tensionou nos braços de Liam. — Aqueles caras eram alienados a números de planilhas, resultados. Cada passo era bem estudado, calculado. Buscavam perfeição. — O druida explicava pacientemente. — Tudo naqueles túneis tinham um propósito. Não sei qual para isso, mas vou descobrir. Agora, quero que fiquem cientes de uma coisa. — O pack encarou o druida com os olhos curiosos.
— Que seria? — Peter questionou.
— Sei que é tudo muito surreal, novo. — Disse compreensivo. — Mas não só para vocês. E não podem esquecer que é uma vida, um inocente, e que esta cidade sabe surpreender. — Todos assentiram com leve assombro em suas feições, recordando vagamente as lutas, dificuldades, perdas. Não queriam passar por algo dessa dimensão tão cedo. — Sejam mente aberta como sempre foram, porque se realmente tiver algo grande por trás. Sabemos que para afetar esse bebê pode ser um pulo.
— Não .. — Theo murmurou quase inaudível. No mesmo instante levara uma das mãos a barriga, colocando a palma por cima das de Liam. Isso não iria acontecer. Não se ele pudesse evitar. Era seu filho, seu e de Liam. Nada e nem ninguém colocaria as mãos nele.
— Isso não vai acontecer. Nem que pra isso eu mate alguém. — Liam rebateu sem um pingo de hesitação. Theo mentiria se dissesse que se acalmou com isso. Ele sabia detalhadamente a sensação de sujar as mãos, e ele não queria isso para Liam, geralmente matar era seu papel. Theo sentiu um gosto amargo na boca. Respire; repetiu, Respire. É apenas uma possibilidade. Não tinham certeza de nada.
— Não lembra de nada depois das operações, Theo? Nada mesmo? — Malia parecia curiosa e realmente disposta a tentar entender. Não usou o costumeiro tom acusatório. Isso fez Theo se sentir menos ameaçado por sua mente que insistia em continuar com essa de que o pack poderia tomar alguma atitude radical consigo. O chimera negou. — Nem mesmo borrões? Qualquer coisa .. — Parecia frustrada. Theo suspirou se forçando a pensar.
Por alguns instantes era como se realmente nunca tivesse parado para fazer isso. Eram tantas cenas e cenários diferentes de sua vida antiga. Não sabia se a maioria eram reais ou sonhos feitos por sua inconsciência inquieta, mas algo lhe chamou a atenção. Uma coisa não muito relevante para si na época, porém, que agora fazia total sentido. Ergueu o olhar novamente para a coiote que se inclinou para frente no lugar, curiosa.
— Teve uma noite.. acordei mais dolorido que o normal e com o.. — Theo deixou a fala no ar, notando o quanto aquele específico dia foi fundamental para suas mudanças, fazendo-o perder o foco por alguns segundos. — Abdômen completamente enfaixado. Chegava a pinicar e doer internamente, o que já era incomum pra mim há um tempo, e depois disso me recuperei rápido como nas outras vezes. Tudo correu normal. — Limpou a garganta. — Até agora.
Malia assentiu com o olhar opaco, as mãos unidas próximas a boca com os cotovelos apoiados nos joelhos meio curvada. Parecia perdida demais em pensamentos. Theo mordeu o canto dos lábios e sentiu Liam entrelaçar seus dedos movendo carinhosamente o polegar contra as costas de sua mão. O chimera virou um pouco a cabeça para o beta e sorriu fraco agradecido, mas logo desviou o olhar para Malia, continuou preocupado encarando a coiote. Podia não gostar muito dela, e detestar a insistência que a mesma tinha de apontar seus erros. Mas uma coisa aprendeu.
Aprendeu a se importar.
— Pode ser tudo muito estranho e difícil de acreditar.. — Malia olhou de maneira estranha para a barriga do menino mais velho ao longe, como se tentasse ativar poderes raio-x nos olhos. — Mas podem contar comigo. — Sussurrou, e Theo mudou a expressão para surpreso.
— Mesmo?.. — Por um momento sua voz vacilou e se sentiu pequeno com tantos olhares direcionados para ele. O chimera assistiu a Hale concordar, e pela primeira vez deixando de lado suas diferenças. Todos se surpreenderam com a atitude dela. Se olhando entre si e checando para ver se a coiote não voltaria atrás, mas se sentiram aliviados ao ver a sinceridade dela.
— Comigo também. — Derek disse com um repuxar sútil nos lábios. Ele de todos, parecia o que estava lidando melhor com isso. — Afinal, é o futuro membro do pack, e protegemos a família. — Lembrou direcionando o olhar a Stiles que retribuiu concordando, ocasionando na conversa com os olhares que somente eles conseguiam decifrar.
— Comigo também, mas tem uma coisa que acho que não se recordam. — Lydia ganhou os olhares de todos. Liam franziu a testa olhando-a esperando que continuasse. — E as faculdades? — Algo como um clique sôou na mente do beta e isso o fez muchar um pouco, como uma flor quando regada demais. Mas ele já havia tomado a decisão e não voltaria atrás. A ruiva ainda o encarava em expectativa.
— Theo não está sozinho, e pretendo sim fazer faculdade, mas por agora.. não. — O beta disse com calma e decidido. Theo sentiu o coração acelerar as batidas gradativamente. Ele não concordava com isso.
— Liam, você não pode, por acaso pensou em falar comigo antes?.. — Tentou se virar nos braços do beta para argumentar devidamente, mas apenas teve sua cintura presa, não de uma maneira que o machucasse. Liam conseguia ser delicado até quando não percebia. Ele bufou forte permanecendo de costas contra o peito do outro. A ruiva suspirou recebendo a informação como um soco no rosto.
— Por favor, Scott me diz qu-
— Eu também .. vou ... adiar um ano. — O alpha não parecia nem um pouco melancólico. Seu rosto era um poço de calmaria ao finalizar. Mas em sua voz transparecia o desânimo.
Lydia não sabia como argumentar, pois devido as circunstâncias seria o mais lógico a se fazer. Mas as vagas não se reservavam como mesas em restaurantes caros. Muitos estudantes batalhavam para conseguir e se um deixa passar, a oportunidade segue adiante para quem também tem muito potencial, e a nova chance poderia demorar até mais que o esperado, isso se realmente houvesse uma. A banshee engoliu em seco.
— Espera! Você nem me disse qu.. — Liam tentou protestar.
— Não vou te deixar na mão! É mais da minha preferência continuar aqui do que sair as pressas de uma universidade a quilômetros de Beacon Hills correndo o risco de não chegar a tempo. — O alpha foi rápido em interromper Liam que não desmanchou o olhar irritadiço e sobrancelhas franzidas em indignação.
— Vocês dois, escutem! Olha.. simplesmente não podem deixar seu futuro pra depois só porque.. engravidei. — Ainda era muito estranho para Theo pronunciar essa palavra, e principalmente para os outros ouvintes. Liam e Scott se entreolharam entendendo o lado do chimera, mas considerando as circunstâncias, era algo maior que simples escolhas.
— Você sabe que eu não conseguiria, Theo .. eu já não gostava da ideia de deixar você sozinho nessa cidade. E agora que não vou mesmo. — Liam disse tudo perto do ouvido do chimera enquanto o abraçava. Ele sabe que se tentasse, falharia rapidamente. Seus instintos trabalhariam para guia-lo até Beacon novamente. Seria agonizante estar longe de Theo e seu filho de uma maneira tão subita.
— E você faz parte desse pack, esse bebê é filho do meu beta. — Theo permanecia calado com o olhar cabisbaixo. — Não faço isso somente por ele, mas por você também. No que precisarem, estarei aqui pra ajudar. — O tom do alpha era suave e amigável. Mas Theo continuava com o olhar murcho, agora sem encarar os outros e sim o chão. — Theo, não precisa ficar assim..
— Não pode abrir mão de seu futuro! Não precisa fazer isso só por se sent-
— No dever? Sério?! — Scott abriu os braços indignado. — Você cometeu erros, Theo! Okay? Mas isso já passou e agora tem uma criança em jogo, e não estou fazendo por me sentir no dever, mas por querer o bem estar dela. — O chimera engoliu em seco apertando o lábio inferior entre os dentes levemente. — Só.. nos deixe ajudar, okay? Ninguém aqui vai julgar você pelo o que está acontecendo.
— Ele tá certo. — Derek continuou. — Ninguém imaginava algo assim, especialmente você.
Após o falatório Theo assentiu e respirou fundo tentando ignorar o nó que se formou em sua garganta, sim, ele queria chorar. Chorar por está sendo estúpido e tão ressentido com o bando que mostrava estar disposto a cuidar dele. Realmente não esperava ouvir tudo aquilo, provavelmente algo como É uma aberração ou Devemos acreditar nele?. Ele confessa que com o tempo Scott o aceitou por perto e depois no pack. Mas ainda sentia que não merecia isso, que nunca mereceu.
Liam analisava o silêncio do outro e franziu a testa preocupado, suspirou notando os sinais químicos. Logo se inclinou pousando o queixo sobre o ombro do mais velho deixando alguns beijos discretos na curvatura do pescoço. Odiava vê-lo assim e não poder fazer muita coisa.
— Sei o que está pensando .. e não é verdade. — Liam sussurrou no ouvido de Theo que suspirou trêmulo tentando se manter firme. — Você merece tudo o que tem agora, tanto quanto qualquer um aqui. — O beta finalizou mantendo o rosto no pescoço de Theo que visivelmente relaxou e assentiu por fim levantando o olhar para os demais que não transpareciam em seus rostos alguma espécie de nojo ou horror. Realmente a cabeça do chimera sabia o manipular assim como ele fez com as pessoas por anos.
— Pra todos os efeitos, estamos felizes por vocês. — Scott murmurou, caminhou até uma cadeira e se sentou sustentando o olhar do chimera que encarava ele. — Sei que estão se esforçando, essa criança está nas melhores mãos. Isso posso afirmar.
Theo riu nitidamente emotivo deixando de lado o esforço para disfarçar seus olhos marejados. O alívio era tão grande que não conseguia controlar mais nada. Todos sorriram acolhedores e Malia depois de muito ponderar, se levantou de onde estava e caminhou em passos calmos e firmes na direção do casal, com a expressão meio fechada, mas por causa da hesitação. Liam percebeu e não gostou muito, entretanto, permitiu a aproximação. A coiote se sentou perto do mais velho sem tirar o olhar curioso sobre a barriga do mesmo.
— É tão.. louco, consigo ouvir o coração. — Ela riu incrédula logo ficando séria. — Tão rápido. — Theo riu meio sem jeito, parando para analisá-la. Liam se mantinha alerta, mas não é como se ele esperasse algo de ruim da Hale. Era seu lobo se adaptando ao novo instinto protetor, instinto paterno. Nada fora do novo normal desde que descobriram a gravidez. — Eu posso?.. — Malia por impulso ousou aproximar a mão para tocar a barriga de Theo mas Liam rosnou de imediato, fazendo-a recuar. Algo que confundiu o próprio beta, e a coiote que recolheu o braço. — Desculpe.
— Não, é que.. não sei o que..
— É normal, Liam. — Deaton ressaltou. — É seu filho, e é comum que queira protegê-los excessivamente. É confuso mesmo, as vezes você vai rosnar quando não quer. — Explicou rapidamente vendo Liam assentir ainda com o olhar carregado de confusão, em uma expressão engraçada.
— Pode vir, Malia. — Theo inclinou o tronco para frente afastando um pouco suas costas de Liam e movendo devagar para o lado as mãos do beta. — Se ainda quiser. — Deu de ombros. A coiote direcionou o olhar para Liam meio apreensiva, porém, o beta assentiu dando total liberdade a ela dessa vez. Scott o mais afastado, observava a maneira como Liam agia com a situação sobre tudo. Ele não sabia descrever a tamanha admiração que sentia no momento. Era algo satisfatório demais.
Malia umedeceu os lábios, se aproximando mais confiante e se inclinou dirigindo a mão até a barriga do outro. Ao pousar sobre a pele coberta pela roupa ela pôde sentir o volume sútil em sua palma em um todo. Ela podia quase sentir esse novo alguém, um ser tão puro e inocente. Malia sorriu inconscientemente.
— É incrível. — Ela afirmou em um tom suave. — Não acredito que vou dizer isso, mas pela primeira vez, algo bom surgiu graças aquelas três aberrações, de certa forma. — Theo franziu o cenho não concordando muito no momento. Talvez ele não enxergasse como algo bom naquele instante. Mesmo tentando ele não conseguia ver esse momento como boa hora para esse filho. O chimera sorriu em um repuxar fraco no canto dos lábios, tentando disfarçar.
Tudo bem que ele não soubesse antes, mas em um piscar de olhos isso alterou os planos de todos e é inevitável não se sentir um empecilho. O futuro acadêmico dele já estava perdido há muito tempo e agora empatar a chance dos outros que batalharam tanto por isso o irritou. Era frustrante não conseguir convencê-los do contrário nas decisões.
— Não vai ter mais jeito mesmo, então.. vou está por aqui se precisarem. — Peter bufou tentando soar desinteressado mas todos sabiam que no fundo ele se importava. O Hale apoiou as costas na parede de maneira desleixada com os braços cruzados enquanto os olhares de todos queimavam sobre si.
— Sabemos que sim. — Derek zombou um pouco antes de direcionar a atenção para Liam e Theo. — Agora entendo o sumiço dos dois, e a estranheza duplicada do Stiles.. — Inclinou a cabeça na direção do humano olhando-o brevemente com a visão periférica. O beta soltou um riso fraco encarando o Stilinski mais novo e Theo o acompanhou, parecendo mais relaxado com esses breves momentos de descontração. Stiles uniu as sobrancelhas indignado.
— Eu só tava respeitando o tempo deles, e para de fingir. Você adora minha estranheza. — Não perdeu a chance de provocar o mais velho. Derek levantou uma das sobrancelhas de modo arteiro e puxou o humano pela cintura em um movimento rápido, assustando-o por alguns instantes quando foi de encontro ao peito do mais velho.
— Gosto quando está com a boca ocupada. — Os de olhos verdes sussurrou somente para Stiles ouvir, enquanto o encarava intensamente. O humano engoliu em seco, mas logo ouviram um pigarrear ao longe. Deaton assistia os dois com o olhar repreendedor e ambos se afastaram lentamente com as feições acanhadas.
— Agora que todos sabem e entenderam o que está acontecendo. Agradeço por essa postura. — Todos assentiram. — Agora preciso ir, e vocês dois! — Theo e Liam direcionaram os olhares a ele. — Continuem com os devidos cuidados e me liguem se precisar. — Após isso o druida se dirigiu ao portão do loft em passos tranquilos e saiu deixando o bando para trás ainda com dúvidas extensas na mente.
— Bom, acho melhor nós irmos também. — Liam disse enquanto ajudava o chimera sentado no espaço entre suas pernas a se levantar. — Ele ainda não tá bem. — Explicou brevemente ao se levantarem e todos pareceram compreender. Theo se apoiou no ombro do beta, estava se sentindo melhor que quando chegou, mas preferia não arrisca. A última coisa que queria era vomitar na casa dos outros.
— O que tem de errado? — Lydia se aproximou preocupada. Queria entender se os sintomas se assemelhavam quase que totalmente ao de uma gravidez comum.
— Apenas náuseas. — Theo resmungou com o olhar cansado e Liam passou a esfregar a mão descansada ao redor da cintura do mesmo em um ritmo lento. — E parece que vou morrer todas as vezes. — Lydia apertou os lábios em uma linha tentando esconder o sorriso que lutava para se formar enquanto cruzava os braços.
— Antes do café, se puder, tome chá de camomila pra relaxar o estômago ou uma água com limão. — Lydia sugeriu.
— Mas não depende só do meu estômago, ele que decide se gosta da comida ou não. — Theo disse com um leve humor, apontando com o indicador para a própria barriga. Lydia riu suavemente olhando ainda intrigada para o abdômen do outro, não se contendo em analisar. Talvez até com um olhar amoroso.
— Você acha que é menino? — Malia perguntou de repente e por um momento algo fez Theo travar. Como se não soubesse bem o que dizer.
— Na verdade, eu nem pensei nisso até agora.. — Theo murmurou coçando a nuca e olhou para Liam que carregava a mesma expressão acanhada. Estavam tão preocupados para esse dia em específico que nem pararam para pensar sobre as necessidades básicas de uma criança, que dirá o sexo do bebê. — Estávamos um pouco..
— Tudo bem.. — Lydia os interrompeu em um tom amigável e olhar gentil. Ela podia imaginar o que eles estavam passando antes de conseguir arrumar coragem para contar ao bando. — Estou aqui pra ajudar se quiserem, imagino que não saibam nem por onde começar não é? — Ela não quis soar indelicada ou chamar os dois jovens garotos de irresponsáveis, apenas queria ser um ombro amigo e levando em conta também que a mesma pretendia fazer design e moda, então a ruiva entendia uma coisas e outras sobre decoração. E também adorava crianças.
Theo e Liam assentiram com sorrisos nervosos.
— Sua ajuda será bem-vinda. — Liam respondeu.
*
Na volta para casa tudo parecia mais leve e harmonioso no ambiente e entre eles. Os enjôos de Theo diminuíram consideravelmente e o mesmo até conseguiu comer dois pratos médios de macarronada, o que preocupou um pouco Liam que até agora se mantinha alerta para se de repente precisasse tirar o mal estar do chimera. Mas até o momento o menino mais velho apenas queria saber de Liam por perto e nada estava se manifestando de modo anormal na saúde dele.
— É tão bom ver você assim .. — Liam disse, deixando beijos estalados no pescoço do mais velho que inclinou a cabeça minimamente dando mais acesso ao outro e rindo um pouco. Ambos preferiram descansar no quarto de Liam, o sofá estava se tornando tão monótono, e a sala era o cômodo mais frio da casa até o momento.
— Assim como? — Theo se virou minimamente nos braços do outro que desde que se deitaram naquela cama, não tirou a mão de sua barriga. Liam sorriu olhando gentil para ele.
— Menos tenso, estava fazendo mal a vocês mesmo que tente negar. — Disse em um tom neutro, usando a mão livre para acariciar a bochecha do outro. Theo concordou com a feição meio tristonha, mas seus lábios deram um repuxar em um sorriso pequeno. — Mas acabou que não foi tão ruim.
— Fiquei tão surpreso, tive que me beliscar várias vezes pra ter certeza que não estava alucinando. — Ele riu fraco se perdendo nos flashes ao se relembrar do ocorrido de hoje. As reações de todos. — Acho que a melhor reação foi a do Peter.
— Me lembre de manter nosso filho longe dele. — Liam fez uma careta em desgosto, escutando Theo rir em seguida. O chimera se virou por completo ficando cara a cara com o beta que olhou curioso para o namorado. — O quê?
— Acha que é menino? — Theo deitou a cabeça sobre o braço esticado de Liam, usando-o como travesseiro, e sem desviar o olhar do mesmo.
— Sinceramente, só chamo pelo pronome masculino porque não sabemos. Mas de verdade não tenho preferência, já o amo muito e não me importa o gênero desde que venha com saúde. — Liam sôou sincero a medida que seus olhos brilharam ao iniciar o falatório. Deixando Theo quase que entorpecido e com uma sensação acolhedora em seu peito ao ouvi-lo falar do filho que há poucos dias mal cogitavam a existência.
Finalmente ele teve certeza, não tinha o porquê se arrepender da escolha. Não existia ninguém melhor que Liam para ser pai de seu filho. Claro que eles iriam enfrentar desafios que nunca imaginaram em nenhum momento, mas o chimera sabia que não estaria sozinho, e se em algum momento ele estiver prestes a surtar, saberia que Liam estaria lá para socorrê-lo.
Theo sorriu com esses pensamentos e apenas saiu dos devaneios quando escutou Liam rir fraco, e então juntar seus lábios em um selar calmo, lento. O beta pousou a palma contra a bochecha de Theo, deslizando o polegar sobre as maçãs do rosto do mais velho e aproveitando cada segundo do toque íntimo. Mas era diferente, não tinha malícia ou urgência. Apenas sentir um ao outro era a intenção. Após afastarem os lábios Liam sorriu fraco depositando beijos em variados pontos do rosto de Theo, ocasionando em risos fracos vindos dele.
— As vezes me pergunto se realmente mereço você. — Sussurrou Theo, ele ainda não sabia como reagir a esse carinho todo. Liam parou com os beijos e negou com a cabeça antes de deixar um último e suave na testa do chimera
— Para com isso. Sabe que merece, e muito mais.
— Liam rebateu e recebeu um dos olhares manhosos do mais velho que o puxou para um abraço que fora prontamente retribuído. Theo fechou os olhos por alguns segundos, inspirando o cheiro de Dunbar que fazia o mesmo ato consigo. O beta praticamente embalava o mais velho que sentia os olhos pesarem vagamente. — Pode dormir se quiser. O dia foi corrido.
— Só se você não sair. — Theo se aconchegou mais nele. Liam sorriu em adoração. Como o beta imaginava, Theo estaria sentimental até a segunda ordem. Talvez por medo de passar mal ou por simplesmente necessitar da presença e toque do beta que o acalmavam tanto. Não que ele achasse ruim.
— Não precisa nem pedir. — Liam os ajeitou na cama e Theo logo se agarrou ao peito do beta que iniciou carícias suaves nos cabelos meio compridos do chimera. Theo suspirou e um resmugo satisfeito passou por seus lábios meio entreabertos, sentindo seus músculos relaxarem por completo e um som ecoar de seu peito, uma espécie de ronronar. Liam deixou que um sorriso tolo surgisse em seus lábios antes que pudesse evitar.
— Se contar a alguém que ronrono estará assinando o próprio óbito. — O sorriso de Liam só aumentou junto aos tremores que seu peito dava, enfatizando as leves risadas que saíam por sua boca.
— E aí está o cara por quem me apaixonei.
*
— Como não conseguiu nada ainda, você fica nesse depósito fazendo o quê, afinal? — Josh trincou o maxilar mordendo a língua em reflexo, se segurando para não responder a altura.
— Trabalhando, não tenho dinheiro atolado no rabo pra ficar de bobeira. — Josh ignorou o olhar mortal que recebeu dos grandes olhos azuis oceanos da mulher e continuou arrumando o local para poder fechar. Ele sabia que estava brincando com a sorte, mas sua boca era uma boa traíra quando queria.
— Se esqueceu com quem está falando? Em apenas uma ligação posso fazer sua mãe se contorcer de dor até a morte. O que levaria bons minutos de diversão aos meus homens. — Josh rosnou baixo tensionando os ombros e virando o corpo lentamente para encarar o motivo de suas noites mal dormidas. — Já seu pai.. — Ela murmurou com desdém, fingindo analisar as prateleiras do local. Tão estúpida ao ponto de ir pessoalmente ao seu refém há mais de dois anos. Sorte que as câmeras estavam desativadas por conta do mal funcionamento que seu chefe ficou de ver há um tempo. — Um simples humano..
— Você disse que não tocaria nele, sua filha d.. — Sua fala foi cortada por seu rosnado ecoando mais alto do peito dessa vez. Ela sorriu com a expressão satisfeita.
— E não tocamos, mas ele também não colabora se quer saber. Meus homens e mulheres já estão de saco cheio de levar socos e chutes. — Josh permaneceu com a carranca no rosto, seu olhar atento pesava sobre a mulher de cabelos negros. — Escute, lobinho. — Josh levou o lábio inferior entre os dentes superiores apertando-os para ficar calado. Ela se aproximou em dois passos lentos ficando cara a cara com o garoto.
— Não me envolvi com aquelas três aberrações mortas vivas para ficar sem notícias depois. Eu. Preciso. Daquele. Experimento. — Ela deu ênfase dizendo entre pausas. Josh suspirou pesadamente em exaustão. Ele piscou os olhos algumas vezes antes de perguntar a mesma coisa que vem questionando desde que ela começou a vir pessoalmente.
— Como vou saber quem é? O único que trabalhava comigo precisou se afastar e era lobisomem pelo o que me disse, e não tenho mais notícias dele faz um tempo, não tem como ser ele. — Essa moça – doutora Katherine Mainsvell, cientista fanática pelo sobrenatural – mas também responsável por ajudar dezenas de pessoas, o que não combina muito com sua personalidade gananciosa. A mesma revirou os olhos bufando, parecendo buscar paciência do além.
— Sei que criaram intimidade. — Ela ressaltou vendo Josh abrir a boca para protesto mas Katherine foi rápida. — Apenas investigue, e veja se está acontecendo algo diferente nele, temos que descartar logo de qualquer forma. — Sempre misteriosa, e como rotina isso enfurecia Josh. O castanho suspirou franzindo a testa.
— Acontecendo o quê de diferente?
— Apenas faça o que mandei. — Respondeu simplista antes de se dirigir a saída com um sorriso convencido estampado no rosto.
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Hehehehehe
Eai o que acharam? Como imaginavam a reação do pack?
O que acharam da reação da nossa Malia? ^^
Desculpe tantas perguntas mas a curiosidade é grande rs
Amo vocês e a até a próxima ^^ ♥
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