Capítulo 5: 'Rosas e Girassóis'
/Lisa/
Estava exausta. A noite com Kamon foi até divertida, conversamos sobre assuntos legais, comemos juntos e ele não deixou de ser o cavalheiro que é.
Porém, quando voltei para casa era extremamente tarde e agora estou aqui, de novo, na mesa dessa biblioteca esperando que alguém entre.
Estava quase caindo de sono quando as portas pela primeira vez naquele dia se abriram. Levantei-me da mesa batendo com os saltos da bota no chão.
- Lalisa Manoban? - Uma mulher de macacão entrou com dificuldade com um buquê de girassóis e rosas nas mãos.
- Sou eu. - Digo me aproximando achando tudo aquilo estranho.
- Pode assinar isso aqui? - Ela estende uma prancheta com uma das mãos enquanto me entrega o buquê.
Assino rápido e a entrego. Ela rapidamente sai me impedindo de perguntar alguma coisa.
Deixo o buquê sobre minha mesa e noto um cartão preso a ele, o abro com pressa .
"Você faz da minha cabeça rosas e girassóis."
Olho outra vez para o buquê, que aliás tem um cheiro maravilhoso.
Chego a me perguntar quem mandou, mas acho que já sei a resposta.
As portas de abrem novamente.
- Bom dia.
A voz grave me faz virar imediatamente. Jungkook está ali outra vez, dessa vez com um gorro e um cachecol preso no pescoço, além do moletom e a jaqueta. Ele sabe que eu gosto desse tipo de combinação.
- Oi. - Eu digo não percebendo que tenho um sorriso nos lábios. Estou feliz por ele estar aqui.
- Recebeu minhas flores? - Ele pergunta se aproximando com as mãos nos bolsos.
- Sim... - Digo encostando o quadril na mesa. - O que quis dizer com "Você faz da minha cabeça rosas e girassóis."?
Ele dá um sorriso de ladino, chegando a centímetros de mim.
- Seria mais interessante te explicar com toques do que com palavras.
Encolho os ombros.
- Você sabe...
- Sim, eu sei. Mas não vou ficar parado enquanto te espero, preciso fazer alguma coisa. Gosto de agradar você.
Ele se aproxima ainda mais e agora me sinto tão pequena, eu só queria que fossemos maduros o suficiente pra tudo isso, manter um tempo era a coisa certa. Não era?
Mas droga, com ele tão perto, não vejo outra opção ao não ser me jogar em cima dele.
- Não deveríamos ficar tão perto... - Eu digo quase sem voz. Jungkook me olha no fundo dos olhos, como só ele consegue fazer.
- Por que? Você se sente intimidada comigo por perto? - Ele pergunta inclinando a cabeça para o lado. - Sente que seu coração bate mais forte quando estamos juntos? - Estamos tão perto que consigo sentir sua respiração em meu rosto. - Sente que ficar longe de mim é um erro? E que a única coisa que você quer agora é se jogar nos meus braços?
- Você não facilita as coisas... - Desvio o olhar e aperto a borda da mesa com a palma da mão. Estou a ponto de entrar em um colapso de vontade de beijá-lo
- As vezes não precisa facilitar. - Ele toca meu queixo com o indicador e o levanta até que nossos lábios estejam próximos o suficiente. - Você só tem que me dizer que quer e eu vou te beijar.
Fecho os olhos, olhar nos de Jungkook me deixa ainda mais vulnerável. Minhas pernas estão bambas e meu corpo todo mole, estou sem controle algum.
- Diga. - Ele sussurra tão próximo as meus lábios que o único som que consigo emitir é um gemido em expectativa. Consigo ouvir um sorriso se formando em seus lábios.
- Posso tratar isso como um sim?
Assinto freneticamente sem pensar.
Seus lábios cobrem os meus com tanta voracidade que não consigo evitar mais um gemido contra sua boca, arranco seu gorro enquanto afundo meus dedos em seus cabelos macios.
Nossas línguas se acariciam em uma dança repleta de desejo, mal consigo respirar e nunca imaginei que isso não me importasse. Quero beijá-lo até ficar roxa se puder.
Suas mãos estão por todos os lugares , meu rosto, meu cabelo, meus braços quando ele me trás mais para perto, minha cintura e meus quadris.
Todos os meus sentimentos vem a tona, estou derretendo e meus órgãos são uma completa gelatina. Suspiro pesadamente contra seu rosto quando ele morde meu lábio inferior.
Ele se separa ofegante antes de mergulhar em minha boca outra vez.
As portas da biblioteca se abrem num estrondo e eu empurro Jungkook com rapidez, passando o polegar sobre meus lábios inchados.
- Lisa! Me ajuda com isso aqui! - Sehun entra com pelo menos três caixas apoiadas nos braços.
Corro até ele e tiro uma das caixas, que no caso está extremamente pesada, dobro os joelhos.
- Me dá isso. - Jungkook diz tirando a caixa da minha mão com facilidade e a leva para minha mesa.
- Uau. - Sehun sussurra quase babando.
Depois de deixar todas as caixas na mesa, Sehun e eu começamos a trabalhar e sou obrigada a deixar Jungkook no hall.
(...)
Antes do meio dia eu já estava desempacotando as caixas e desembrulhando os livros novos. Andei pela biblioteca inteira pra arrumar tudo enquanto o bunda mole do Sehun passou o dia sapeteando com o esfregão.
- Argh... - Solto um ruído irritado ao não consegui empurrar um livro pesado para cima da estante, mesmo em cima de um banquinho.
Uma mão se apoia sobre a minha e o empurra, mesmo assim, a mão se mantém sobre a minha, macia e quente.
Me viro devagar encontrando Jungkook, seus cabelos estão bagunçados e ainda sim o deixa atraente. Não falamos nada, o olhar entre nós deixa tudo muito claro, ele me quer e eu o quero.
- Posso te levar pra almoçar? - Ele pergunta enquanto estende a mão e me ajuda a descer do banco.
- Não acho que seja uma boa ideia... - Digo reluntante enquanto coloco o pé no chão.
- Nos beijamos. - Ele diz em um sussurro, como se fosse um argumento.
- Sabe que não devia ter acontecido. - Sua mão ainda segura a minha.
- Você quis. - Ele diz ainda mais baixo.
- Jungkook... - Eu suspiro e solto sua mão quente , me afastando. - Isso não devia ter acontecido , foi um erro. Não vou te machucar de novo.
- Você me machuca quando se nega a ficar comigo. - Ele diz atrás de mim. Balanço a cabeça devagar.
- Vamos devagar, tudo bem? - Eu digo enquanto ando em passos rápido e pesados. Jungkook faz o mesmo atrás de mim.
- Tudo bem. - Ele diz rápido. - Mas não me peça para ficar longe de você, quanto mais longe eu fico, mais louco por você eu me torno.
- Você não é louco.
- Sou sim, desde que coloquei meus olhos em você, sou um completo louco e a culpa é sua, Manoban.
Paro de supetão e sinto seu peito quase encostando contra minhas costas, a respiração quente na base do meu pescoço.
- Você não vai desistir? - Pergunto baixo.
- Nunca. - Ele sussurra.
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