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Capítulo 42: 'Nove horas'


/ Lisa /

Meus olhos acompanham o movimento ritmado do balançar dos meus pés junto as botas. Solto o ar duas ou três vezes antes de inflar as bochechas novamente. Não quero aparentar, mas estou um tanto nervosa essa manhã.

Quase não consegui reunir forças para levantar e vir para faculdade. Já se completa quatro dias desde a última que vi Jeon Jungkook, quatro dias de pesadelos, vazio e agonia. Me sinto completamente perdida.

Não tomo mais conhecimento do que acontece ao meu redor, tudo parece muito distante.

Meu corpo está confuso com tudo que está acontecendo, como se tivesse se acostumado outra vez com o contato, a visão e a voz de Jungkook, e sua falta ameaçava fazer não apenas estragos no meu emocional, mas também no meu físico.

As milhões de tentativas em busca do perdão foram todas falhas, nenhuma mensagem foi respondida, as batidas em sua porta foram em vão. Nem mesmo a carta que deixei por debaixo da porta obteve resposta.

Minhas últimas esperanças foram depositadas em ninguém menos que Park Jimin.

Ontem ele me prometeu que iria até o dormitório de Jungkook apenas para ter a certeza de que ele estava bem, seu sumiço estava causando preocupação em todos nós.
Por isso eu estava o esperando ㅡ impacientemente ㅡ no campus antes da aula teórica do sr. Cha começar.

O dia estava frio e cinzento, ainda era um pouco cedo, mas já se podia perceber a movimentação habitual começar a circular pelo campus. Inflei os pulmões, sentindo um cansaço incomum tomando conta de mim.

Fico em alerta quando vejo Jimin se aproximando ao lado Chae, que acaricia seu braço com delicadeza, como se estivesse com medo de que ele quebrasse em caquinhos. Era algo bem comum entre eles, mas vi como Chaeyoung estava hesitante com todo aquele contato.

No entanto, descubro o motivo bem rápido ao notar a feia coloração roxa em uma das maçãs de seu rosto e em sua mandíbula, além do curativo em seu lábio inferior.

- Deus... - Murmuro perplexa, vendo-o se aproximar enquanto manca.
- Desculpa, Jimin. Eu não imaginava... - Foi o único modo que encontrei para me desculpar.

- Não importa. - Ele diz, seco. - Eu merecia isso.

Chaeyoung o ajuda a se sentar em um dos bancos do campus, parecendo preocupada demais para dizer algo.

- Ajudei a mentir, certo? - Ele geme baixinho, se ajeitando no assento.

- De qualquer forma, não deveria ter metido você nisso tudo. Me desculpe por isso. - Digo, me sentindo horrivelmente culpada. Jimin dá de ombros.

- Esqueça isso. - Ele resmunga e então olha para mim, como se soubesse exatamente o que me atormentava naquele momento. Ele limpa a garganta, como se hesitasse em me dizer algo.

Brinco com os dedos, nervosa. Eu sabia que algo estava acontecendo, e também sabia que não era algo bom. E a culpa disso era toda minha.

- Ele está bem? - Pergunto, não aguentando mais ficar sem nenhuma notícia.

Jimin remexe os ombros e sua expressão se contorce de dor, o fazendo soltar uma longa lufada de ar.

- Fisicamente parece ótimo. - Ele aponta para o próprio rosto. - Esse não foi o único lugar que ele
espancou.

Encolho os ombros, desconcertada, mas Jimin logo percebe, mudando a postura.

- Ele está um caco, Lisa. - Ele admite em voz baixa. - O dormitório dele foi provavelmente a coisa mais nojenta que eu já vi em toda minha vida, ele parecia realmente aqueles seres mutantes que nascem do lixo, sério, achei que ele pudesse me matar de tão desnorteado que ele estava.

Encolho os ombros, não aguentando a dor física que aquelas palavras me causam. Chaeyong me abraça de lado, soltando um suspiro longo e se mantendo calada.

- Ele te disse alguma coisa? - Pergunto em um fio de voz, vendo o lampejo de dor e pena nos olhos de Jimin.

- Ele não estava muito afim de conversar. - Ele afaga o braço, fazendo uma careta dolorida.
- Jungkook parecia...confuso, perdido.

Lágrimas brotam em meus olhos e eu faço um esforço enorme para não derramá-las outra vez, mesmo que a vontade de chorar seja evidente quando meus lábios começam a tremer e minha garganta se fecha.

Chaeyoung me abraça em conforto e meu olhar cai para a grama verde campus, sem vida. Fecho os olhos, aceitando o abraço da minha melhor amiga, mas é quando a escuridão chega que eu o vejo, e então a cena daquela noite se repete em minha cabeça.

Repassar seu olhar desolado em minha memória é como se meu coração estive sendo esfolado mais uma vez em meu peito.

- Eu sinto muito, de verdade. - Jimin sussurra, quase envergonhado. - Não queria que meu amigo se machucasse, mas acabei aumentando a mentira e feri vocês dois.

- Você não tem culpa, Jimin. - Sussurro, soltando-me dos braços de Chaeyoung e o olhando nos olhos.

- Não, eu tenho. - Ele abaixa o olhar em direção ao chão. - Quando Jungkook disse que estava interessado em você eu acabei entrando em pânico e...acabei contando algumas mentiras a mais.

Afasto-me de Chaeyoung, arqueando as sobrancelhas para pose envergonhada de Jimin.

- Que mentiras, Jimin?

Ele suspira, como se pensasse em uma forma mais conveniente de me explicar.

- Eu disse que você era... - Ele gagueja um pouco, brincando com o tecido de sua calça nervosamente.

Olho para Chaeyoung, que assim como eu tem a expressão confusa.

- Que eu era...?

- Lésbica. - Ele murmura em um fio de voz.

Inclino o rosto, apenas para ter a certeza de que ouvi direito.

- Eu era o quê?

- Lésbica. - Ele quase grita dessa vez, agora olhando diretamente em meus olhos. Sua expressão passa um evidente nervosismo.

Fico sem palavras por um instante, até faço a menção de responder com um palavrão involuntariamente, mas a palavra fica presa em minha garganta pelo choque.

- Eu...nem sei o que dizer. - Respondo sem fôlego, tentando processar o que Jimin acabou de me dizer.

Ele encolhe os ombros, ainda brincando nervosamente com o tecido de sua calça. Chaeyoung continua ao meu lado, mas dessa vez boquiaberta, parece que eu não sou a única que não sabia disso.

- Desculpe, eu não queria complicar as coisas. - Sua voz é baixa e hesitante.

Inflo os pulmões com força, tentando colocar as coisas no lugar em minha cabeça confusa e perturbada. Jungkook provavelmente acha que eu influenciei Jimin a dizer isso, ou qualquer outra mentira a mais que ele tenha o contado. Dando exatamente a entender o que Jungkook já tinha em mente na noite de quatro dias atrás.

Eu o queria longe de mim.

E ele provavelmente estaria arrasado com isso, porque parte disso era uma verdade, eu o queria afastado, mas eu o dei esperança enquanto meu coração insistia para que eu fugisse.

Eu feri Jungkook, mas acabei me ferindo também por causa de um jogo arriscado de mentiras.

- Não importa. - Digo com o mesmo tom seco que Jimin havia usado antes. - Já aconteceu, não podemos fazer nada para mudar o passado. - Solto um suspiro derrotado quando a realidade aparece diante dos meus olhos. - Não tenho nada mais a perder.

Essa era a mais pura verdade, Jungkook me deixou, e não há nada que eu possa fazer. Não posso lutar por algo que não tenho a menor chance de ter de volta.

- Lalisa? - Uma voz masculina soou trêmula atrás de mim.

Giro o corpo sutilmente até dar de cara com um peitoral largo coberto por um suéter azul, subo o olhar e encontro a face machucada e inquieta de Mingyu. Seu olhar está ainda mais entorpecido desde a última vez que o vi.

- Oi.

- Podemos conversar? - Ele pergunta, quase nervoso.

- Claro...

Sou rapidamente interrompida.

- Você não está vendo que ela está conversando com a gente agora? - A voz de Jimin corta o ar, irritada e ameaçadora.

Desvio o olhar em sua direção, encontrando-o já de pé e sem a expressão nervosa e culpada de antes, mas sim com uma desafiadora e cheia de ameaças estampada no rosto. O olhar de Chaeyoung intercala entre nós três, confuso.

Mingyu estremece de leve ao meu lado.

- Cara, eu só quero conversar com ela. - A voz de Mingyu continua nervosa e trêmula.

- O que deu em você, Jimin? - Pergunto arqueando as sobrancelhas para sua expressão irada, mas seus olhos não estão concentrados em mim, mas sim em Mingyu.

O clima fica tenso entre nós quatro, porque ninguém diz absolutamente nada além de trocar olhares confusos e ameaçadores.

- É melhor nos vermos depois, vamos Jimin. - Chaeyoung corta o silêncio, pegando no braço de Jimin e o levando para longe, mesmo que ele pareça tentado a não fazer isso, pois seu olhar continua sobre Mingyu e eu enquanto os dois se afastam cada vez mais.

O que deu nele?

- Desculpe por isso, ele acordou um pouco irritado essa manhã. - Digo voltando a concentrar minha atenção em Mingyu. Ele apenas concorda, como se quisesse esquecer o que havia acabado de acontecer. - Então, o que você queria me dizer? - Forço um sorriso, tentando amenizar a tensão entre nós.

No entanto a pose de Mingyu continua a mesma, ele respira fundo, como se estivesse prestes a dizer algo cabuloso.

- Eu queria te pedir desculpas.

Ele diz rápido e eu arqueio as sobracelhas, fazendo a menção de abrir a boca, mas ele me cala imediatamente ao levantar a mão, que inclusive treme assim como sua voz.

- Sei que fui um idiota com você, deveria ter pensado antes de negociar aquilo...

- Mingyu, do que você está falando...? - Pergunto, mas sou ignorada, como se ele nem estivesse me ouvindo.

- Você é uma garota incrível, é inteligente, divertida, doce e linda. E eu não consigo parar de pensar em você...

- Mingyu...

- Lalisa, preciso te dizer isso. - Ele continua, parecendo estar sem fôlego. - Não precisei de tempo para perceber, sei que o que fiz talvez seja imperdoável, mas eu preciso te dizer. - Ele segura minhas mãos e eu noto como as suas estão suadas. - Desde aquela noite que saímos juntos eu senti algo diferente entre nós dois...uma química inexplicável.

Assinto, sorrindo nervosamente.

Do que é que ele está falando?

- Assumo todos os meus erros pelo seu perdão, porque estou perdidamente apaixonado por você.

Travo no lugar, mas o movimento seguinte me faz entrar em ação e me afastar quando Mingyu é arremessado ao chão feito lixo.

- Eu avisei pra você ficar longe dela.

Seu rosnado carregado de raiva me faz estremecer. Não vejo o seu rosto, mas a visão de suas costas largas e corpo tonificado faz toda minha pele se arrepiar. O campus a minha volta fica completamente silencioso, como se todos estivessem perdendo alguns segundos de suas vidas apenas para ver o que aconteceria em seguida.

Noto a tensão depositada em seus punhos fechados e a respiração pesada, como se ele estivesse se segurando para não dar o próximo passo.

Permaneço sem reação até seu olhar congelar sobre mim, e a sensação é de como se meu coração tivesse voltado a bater. Seu rosto está mais pálido e marcado desde a última vez que o vi, os olhos carregam olheiras de cansaço evidentes.

Engulo em seco e não tiro os olhos dele, querendo saber se aquilo é real.

Se ele é real.

Quero desesperadamente me aproximar e cuidar de cada pedacinho dele, pedir por seu perdão até que eu perca a voz.

Mas não tenho a chance de me aproximar, porque ele faz isso por mim. Sem nenhuma palavra sequer, sua mão envolve meu pulso e ele me tira dali, levando-me para longe de Mingyu e da multidão de pessoas que se aglomeram em volta dele.

Mantenho-me calada por um bom tempo, impossibilitada de dizer alguma coisa, apenas sentindo seu aperto firme em meu pulso enquanto ele me leva para longe. Aproveito esses segundos para pensar na possibilidade de concertar as coisas, ele não estaria aqui se eu não tivesse alguma chance. Certo? Eu esperava que sim.

- Para onde você está me levando? - Pergunto ao retomar a fala quando percebo que estamos nos afastando demais do campus. Porém sou devidamente ignorada. - Jungkook? Para onde estamos indo?

Nossos passos se tornam mais apressados, e com toda força que ainda resta em meu corpo, finco meus pés no chão e paro, trazendo seus olhos cansados e ainda irritados para mim.

- Para onde você está me levando? - Pergunto outra vez, lentamente e demonstrando o meu descontentamento por ele achar que pode me levar quando e para onde quiser feito um homem das cavernas.

Ele afrouxa o aperto em meu pulso e dá um passo em minha direção, apertando a mandíbula daquele jeito que conheço bem.

Ele quer ter o controle da situação.

- Se você não ficasse me fazendo tantas perguntas chegaríamos lá mais rápido.

E então me puxa outra vez.

O caminho é feito em um completo silêncio, é então que percebo para onde estamos indo, agora que a luz do sol se faz presente tudo é bem mais nítido.

Fazemos o mesmo trajeto daquela noite quando chegamos ao teatro da SNU, passamos pela porta dos fundos e o cheiro de tecido empoeirado e madeira invade meu olfato outra vez. Ouço a porta fechar atrás atrás de mim, me fazendo perceber o quanto o camarim é escuro durante o dia, apenas algumas frestas de luz invadem o lugar pela janela.

- O que nós estamos fazendo aqui? - Questiono e desvio minha atenção de volta para Jungkook.

Seu olhar é atento, como se ele estivesse registrando cada movimento meu, garantindo que eu não escape. Isso ainda assim seria impossível, porque eu não quero fugir.

Nenhuma palavra sai de sua boca enquanto ele se aproxima com passos lentos e pesados, quase ameaçadores, e então me encurrala contra parede, mas sem me tocar.

- O que você está fazendo? - Sussurro, já sentindo dificuldade para respirar.

Suas orbes negras intercalam entre meus olhos e lábios, ele levanta sua mão até a altura do meu rosto, balançando algo dourado diante dos meus olhos.

Meu colar.

Havia sentido sua falta desde aquela noite, quando toquei meu pescoço e o senti vazio.

- Achei que tivesse perdido... - Sussurro, estendendo minha mão até o delicado pingente de girassol, mas ele é logo afastado de mim. Jungkook permanece sério. - Por favor, devolve.

- Antes eu tenho que dizer uma coisa. - Ele diz sério, balançando o pingente junto ao cordão.

- Por que tem que ser com o meu colar? - Pergunto, sentindo-me nervosa. Sei que Jungkook nunca faria algo absurdo com o meu colar, mas ainda sim era algo que era meu e que nunca deveria ter saído do meu pescoço.

É a única coisa que ainda me resta de minha mãe além do livro e da foto que perdi.

- Uh...bom. - Ele murmura. - Porque o que eu vou dizer talvez seja a coisa mais importante e sem noção que eu já disse na vida.

- Jungkook...

- Eu só tenho que dizer isso uma vez, você só precisa me ouvir. - Ele me interrompe, levantando sua outra mão e me silenciando.

Meus olhos percorrem seu rosto, sinto meu coração pulsando em minha garganta. Fico em silêncio, apenas o analisando, o sentindo, o esperando.

- Precisei de tempo para pensar sobre tudo isso, e não sei se esses quatro dias foram suficientes. Você me chateou, Lis, isso foi inevitável. - Ele sussurra, não tirando os olhos dos meus, olhos que estão a ponto de derramarem lágrimas. - Eu vivi no escuro durante esses quatro dias, e eu voltei a ver a luz quando te vi outra vez.

Estremeço quando sua mão envolve minha bochecha e seus olhos me estudam como se eu fosse única. Meu coração partido pula as batidas e bate com intensidade, como se estivesse voltando a vida.

- Eu apenas queria apagar aquela noite da minha memória, assim como você foi apagada, mas eu não posso, Lis, porque eu preciso lembrar. Eu ainda sinto. - Suas palavras soam como promessas quando ele acaricia meu rosto enquanto as lágrimas rolam.

Isso é demais para mim.

- Por isso, eu não posso ser totalmente egoísta com você. Se você sente algo, se quer me dizer a verdade, vá ao meu dormitório hoje as nove horas...nenhum minuto a mais, nenhum minuto a menos.

- Jeon...

- Lis, me escute. - Ele segura minha mão, colocando o colar sobre minha palma e fechando meus dedos em volta dele. - Apareça se estiver disposta a me dizer tudo, se você não aparecer, entenderei sua escolha e você nunca mais precisará me ver outra vez.

Balanço a cabeça, desnorteada, mas ainda mantendo nossos olhares unidos.

- Jungkook... - Soluço, mas sou silenciada outra vez.

- Não precisa me dizer nada agora, esteja lá se quiser.

Ele se afasta completamente, andando até a porta e me fazendo encolher os ombros, sentindo frio pelas lágrimas geladas que caem. Ele abre a porta, encarando-me pela última vez.

- Idependente da sua escolha, saiba que nada mudou. Cada batida do meu coração é sua, não quero ir sem que você saiba disso. - Ele dá um meio sorriso. - Não vou te esquecer de novo, não mais.

(...)

Minha tentativa de conseguir alguma concentração na aula do professor Cha foi seguida por inúmeras falhas. Não consegui tirar da cabeça o que Jungkook havia me dito, e ele estava a apenas quatro fileiras de distância de mim.

"Apareça se estiver disposta a me dizer tudo, se você não aparecer, entenderei sua escolha e você nunca mais precisará me ver outra vez."

A ideia de nunca vê-lo outra vez chegava a me causar dor física.

Me peguei o encarando poucos minutos antes da aula acabar, ele também me encarava, e eu precisei de uma enorme força de vontade para desviar o olhar e prestar atenção ao o que o professor dizia.

No final da tarde andei sozinha até o dormitório, derrotada e com a cabeça latejando fortemente, mas com a minha decisão já feita.

A noite será beeem longa.

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*Desculpe por qualquer erro ortográfico ou gramatical, eles serão corrigidos em breve.
*Cuidem-se!

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