Capítulo 32: 'Bêbada'
/Lisa/
Eu não fazia a ideia que bebida era aquela, ou que música estava tocando ou o nome desse lugar que me meti. Eu apenas sabia que precisava me esquecer de algo, o que era? Eu não sei, eu realmente consegui esquecer.
Isso não era muito apropriado para uma adolescente de dezenove cursando literatura em uma das melhores faculdades de Seoul, e que pela manhã teria provavelmente uma ressaca daquelas. Mas eu estava nem aí.
Não dancei ou interagi com alguém, passei meu tempo inteiro dando atenção a diversidade de bebidas do bar, tentei fazer uma conta de cabeça para ver o quanto já havia bebido, mas me perdi no meio da conta, e quando tentei usar os dedos o número dobrou.
Acho que até cochilei na bancada por um momento.
- Que horas são? - Perguntei ao barman, mas provavelmente saiu como "Quis oraiss xaaum?"
- Uma e meia da madrugada. - Ele respondeu, limpando alguns copos.
- Joia. - Quem ainda diz "joia"?
Passei a olhar os jovens dançando com seus copos de bebidas nas mãos ou engolindo a boca um do outro. Foi então que passei a pensar na minha falta de sorte com homens, acho que já tive, dois...talvez três namorados. O primeiro, meu melhor amigo, depois que mudei de país a relação amorosa desandou, o segundo...acho que seu nome era...Dae? Bae? Não sei, faz muito tempo. E Jungkook, meu Jungkook, nem tão meu na verdade. Ele ainda não sabe disso. É o meu segredinho.
Soltei uma risada e virei para o cara sentando ao meu lado, ele estava tão bêbado quanto eu.
- Você me acha atraente? - Perguntei. Ele me olhou de cima a baixo e deu um sorriso.
- Sim.
- É uma pena, eu não tenho sorte com homens. - Girei minha cadeira para ficar de frente para ele. - Você acha que sou atraente aos olhos femininos? - Ele corou e desviou o olhar. - Qual é, seu homofobico. - Eu gargalhei, mas isso me trouxe uma ânsia imensa.
Meu celular vibrou e desajeitadamente o tirei de minha bolsa.
Jungkook
- Terminou de ler "23 de abril"? Não se esqueça do teste de hoje.
Sem pensar, comecei a gravar um áudio.
- Eu não preciso de você me lembrando o que eu devo fazer, ok? Eu sei de tudo e vou arrasar nesse teste. Só quero deixar claro que estou terminantemente indisponível para homens, isso inclui você, porque você é um homem.
A resposta veio segundos depois.
- Onde você está? - Apenas três palavras.
- Eu nunca te contaria que estou em um bar.
Respondi.
Jungkook não respondeu nada por alguns minutos, e então o celular começou a vibrar feito louco em minha mão, ele estava ligando.
Atendi.
- Jungkook, eu já te disse que não...
- Estou indo te buscar. - Apenas quatro palavras.
- O que?
Nenhuma resposta veio.
(...)
Eu não sabia se era efeito da bebida, mas o tempo parecia ter saltado desde o momento que Jungkook desligou a chamada e o momento que ele apareceu na porta do bar, atravessando a multidão de jovens para chegar até mim. Ele não parecia nada feliz.
- O que você pensa que está fazendo? - Sua expressão não era a das melhores quando seu olhar se dirigiu a mim. Ele trocou rápidas palavras com o barman antes voltar sua atenção a mim. - Vamos embora. - Ele colocou sua mão em meu ombro. Mas a afastei.
- Eu não quero ir.
Jungkook soltou uma lufada de ar, não parecia muito paciente.
- Vamos embora. - Ele repetiu e antes que eu negasse ele me levantou em seus braços e saiu pela multidão, protestei, mas desisti assim que me senti fraca demais pra isso. Estava exausta.
- Eu quero vomitar. - Eu murmurei e pude ver a tensão que os braços de Jungkook ganharam.
Pude sentir uma enorme bronca vindo, mas não aconteceu. Ele me levou ao beco do lado do bar e deixou que eu soltasse aquilo que fazia meu estômago revirar enquanto segurava meus cabelos.
- Posso educamente te dar uma bronca por isso agora? - Ele perguntou, parecendo irritado.
- Não, acho que tem mais. - Quis brincar, mas Jungkook não parecia estar disposto a rir naquele momento. - Como conseguiu me achar? - Limpei os lábios com a costas das mãos.
- Isso não importa. Vou te levar para casa.
(...)
/Jungkook /
Ela apagou completamente na volta para os dormitórios, seu corpo parecia relaxado no banco do passageiro, sem um ruído, apenas suspiros lentos e relaxados.
Estacionei o carro e me permiti olhá-la, ela parecia exausta. Eu estava desesperadamente tentando saber o porquê dela estar naquele bar, o que havia de errado? Ela estava bastante alegrinha quando cheguei ao bar, mas ainda podia ver a tristeza naqueles olhos amendoados e grandes. Seja lá o que ou quem fez isso com ela, vai pagar caro.
Desci o olhar para o seu pescoço, notando uma corrente simples banhada a ouro com um pingente de girassol, aquilo brilhava feito o sol. Sinto que já vi isso em algum lugar, mas onde?
Balancei a cabeça, a prioridade agora era Lalisa e mais ninguém.
Saio do carro e vou para o outro lado, abrindo a porta do passageiro. Ela geme assim que me inclino sob ela para tirar seu cinto, meu pau reage automaticamente.
Porra, agora não!
Olho para seu rosto, encontrando seu olhar me encarando com atenção, limpo a garganta e me afasto.
- Consegue andar? - Pergunto.
- Estou bêbada, mas não paraplégica. - Ela resmunga, tentando sair do carro. Quando ela consegue sair o máximo que ela faz é dar um passo a frente, mas então cambaleia. A seguro pela cintura antes que ela caia.
- Eu cuido disso.
Dou um leve chute para a porta do carro fechar e vou para o campus com Lalisa em meus braços, ela protesta um pouco, mas aceita no final nas contas.
Despisto o porteiro e mais uma vez consigo entrar no dormitório feminino. O silêncio entre nós no elevador é confortável, ela está inquieta em meus braços, mas seus olhos não deixam os meus uma única vez.
- Você tem que parar de me salvar de todas as merdas que eu faço.
Solto um ruído, desgostando da ideia.
Abrir a porta de seu dormitório foi um tanto complicado, mas me neguei a soltá-la. Suas mãos seguraram fortemente minha camisa ao passarmos pela porta.
- Você está me amarrotando.
- Então me coloque no chão. - Ela se aconchega em mim e outra vez o meu amigo ali de baixo reage.
- Nunca. - Eu sussurro, chutando a porta com o pé e a levando até seu quarto, assim como fiz quando ela adormeceu em meu ombro.
Relutantemente a deixo em sua cama e ela se joga, abrindo os braços e fechando os olhos. Eu fico imóvel e sem fôlego, apenas olhando para ela, o modo seu peito sobe e desce quando ela respira, ou quando deixa os lábios grossos entreabertos. Suas mãos descem lentamente até a bainha da camisa que ela usa e então a puxam para cima. Minha boca seca e meu coração acelera, pareço realmente ter quinze anos.
Dou as costas e rapidamente saio do quarto com as bochechas
esquentando.
O que foi isso?
Cubro minha boca tentando controlar o choque e animação do meu pau. Fico alguns minutos parado no pequeno corredor, sem palavras e não conseguindo tirar a imagem do sutiã branco que ela usava.
Mas que porra, são apenas seios!
- Jeon...?
Um calafrio corre por minha espinha quando ela me chama pelo sobrenome,viro-me para trás e agradeço por ela estar vestida. Limpo a garganta ao encarar suas pernas longas, cobertas até metade na coxa.
Não é nada cavalheiro encarar as pernas de uma garota, ainda mais se ela estiver bêbada.
Desvio o olhar para seu rosto, seus olhos também estão em mim.
- Você está irritado? - Ela diz baixinho, brincando com os dedos e desviando o olhar.
Eu solto um longo suspiro e balanço a cabeça, caminhando lentamente até ela.
- Não importa, você está bem? - Pergunto e ela assente, seus olhos ainda estão distantes. Ela está envergonhada?
Seu corpo começa a tremer e ela finalmente olha para mim, seus olhos marejados evidenciam tudo. Algo aconteceu.
Meus braços a envolvem em um reflexo e sua cabeça pousa em meu ombro, ela está em silêncio enquanto eu absorvo seus tremores. É uma batalha que não posso vencer.
Eu amo estar perto de Lalisa.
Ainda não compreendi o motivo. Seu jeito difícil que me faz mais determinado a estar perto? Seu cheiro maravilhoso de baunilha e lavanda? Sua inteligência? O corpo que me faz perder a cabeça? Eu não sei, apenas parece...certo.
- Por favor, não chore. - Digo contra seus cabelos, abafando minha voz. - Isso está me matando.
- Por quê? - Ela sussurra.
- Porque belas damas não devem chorar. - Sussurro de volta e ela dá uma risadinha.
- Sou uma bela dama, então?
Eu me afasto e seguro seu rosto, passando meus polegares por suas bochechas rosadas, seus olhos não estão mais marejados.
- Sim, você é.
Ela pisca lentamente com os olhos analisando meu rosto. Ela não retesa meu toque, deixando que eu continue a acariciando. Paro assim que percebo ter ido longe demais.
- Vamos escovar seus dentes.
Levo uma Lalisa já um pouco mais consciente de suas ações para o banheiro. Coloco a pasta em sua escova e ela me observa com um sorrisinho.
- Posso fazer isso sozinha. - Ela tira escova das minhas mãos e a coloca na boca. Sua frase anterior a contraria totalmente quando ela começa a espalhar espuma para todo lado.
- Feito um bebê. - Eu zombo e ela olha para mim, arqueando as sobrancelhas.
- Naus tem grosf. - Ela resmunga.
- Desculpe, eu não entendi. - Zombo outra vez e me aproximo, tirando a escova de suas mãos molhadas. - Abra a boca.
Ela fica em silêncio por alguns segundos, mas obedece. Escovo seus dentes e posso ter certeza que uma linha de expressão surge em minha resta pela concentração. Os olhos cor chocolate estudam meu rosto com atenção.
Ao terminar passo uma toalha úmida em seu rosto.
- É assim que se deve escovar os dentes, pequena Lalisa. - Pisco para ela.
- Você não acha isso íntimo demais?
Sua pergunta me surpreende, sei que é porque ela está bêbada, mas ainda assim me fez perder um pouco do meu controle e sanidade mental.
- Somos amigos, não? - Digo antes sair do banheiro e levá-la para o quarto.
Ela se senta na cama, ainda olhando para mim. Seu olhar tem um brilho peculiar.
- Obrigada. - Ela murmura. - Por tudo.
Em poucos minutos ela cai em um sono profundo outra vez. Afasto a franja que cai em seus ombros e deixo um beijo rápido em sua tempora.
- Meu trabalho aqui está feito.
De repente minha visão se tornou turva e o irritante "piiii" ecoou em minha cabeça.
Abri meus olhos da forma mais lenta possível, eu estava todo dolorido e me sentia estranho. Quando finalmente meus olhos conseguiram abrir a primeira coisa que vi foi...
Uma garota loira, encolhida em baixo de mim.
Meu Deus.
- O-O que eu fiz? - Foi a única coisa que consegui dizer.
A garota se remexeu, quase pude sentir. Como se me agarrasse pelas costas e me apertasse com os braços finos.
Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus.
Senti lábios tocando meu peitoral...minha respiração falhou assim como meus batimentos.
Fecho meus olhos tentando me acalmar, mas foi ai que então a sensação ficou melhor. Arfei.
Abro os olhos outra vez. Aconteceu. De novo.
*Votem e comentem! Motiva muito o meu trabalho❤
*Desculpe por qualquer erro ortográfico, eles serão corrigidos em breve.
*Cuidem-se! Não saiam de casa e lavem bem as mãos!
*Capítulo para recompensar as duas semanas perdidas💔
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