Capítulo 11: 'Fria' pt1
/ Jungkook /
Seul havia acordado mais fria essa manhã. No entanto , nada me impediu de sair de casa e atravessar a cidade para poder vê-la. Quando passei na floricultura mais cedo não haviam rosas vermelhas ou girassóis , apenas rosas brancas , não me dando outra escolha ao não ser elas. Nem era tão ruim assim , rosas brancas tem um significado tão puro e delicado quanto qualquer outra flor.
Esperei o relógio marcar oito em ponto para sair do carro e finalmente entrar na biblioteca. Estava vazia , gelada , praticamente sem uma alma viva ali. Nem mesmo Lisa estava em sua mesa lendo suas revistinhas de sempre. Sentei em uma das poltronas e esperei , esperei durante longos minutos.
Voltei a olhar a rosa branca e o CD em minhas mãos, era uma surpresa para Lisa , algo especial. Ouvi os passos das botas tumberland batendo no chão e fiquei em alerta , ela apareceu. Usava moletom , jaquetas , e um gorro preto na cabeça.
Ela me viu , sei que me viu , pois vi o jeito como seus olhos brilharam , no entanto , logo se tornaram vazios e frios , desviando-se de mim.
Estranhei , mas não deixei de ir até ela que não havia movido um passo para fazer o mesmo. Apenas se manteu distante de mim , completamente.
- Oi... - Eu disse, quase tímido , não entendendo seu comportamento distante.
Ela olhou para mim , ainda que por breves segundos , mesmo assim , pude ver em seus olhos que havia algo de errado.
- Precisa de alguma coisa? - Ela pergunta me fazendo franzir as sobrancelhas , eu tinha uma rosa nas mãos, porque precisaria de algo que não fosse ela?
- Ahm... - Tentei tocar em suas mãos, mas elas logo se afastaram das minhas. Senti meu coração errando uma batida. - É pra você... - Digo estendendo a rosa e o dvd , Lisa os olha com desdém e dá de ombros.
- Eu não quero. - Ela diz , como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Quase encolho os ombros, mas tento entender.
- Ah... Sei que não é sua flor favorita, desculpe. Fique com o CD , é uma surpresa. - Entrego , forçando um sorriso. Ela olha , mas não move nenhum dedo . - Eu... Vou deixar... Na sua mesa. - Deixo o CD em cima de uma pilha de livros posta em cima da mesa. Estou suando frio e com os estômago revirando.
Ela está apenas de mal humor...
- Está tudo...
- Eu não amo mais você. - A frase vem tão rapidamente que mal consigo processar , estou tenso dos pés a cabeça e meu coração erra as batidas.
Meu queixo treme e meus olhos procuram os seus , procuram a mentira neles , mas tudo que vejo é vazio , vazio e mais vazio.
- Lisa...
- Meu nome é Lalisa , Lalisa Manoban. É assim que você deve me chamar. - Sua voz sooa tão fria que todo meu corpo se arrepia. Lisa nunca tinha dito algo dessa forma , nem quando mal me aturava.
Estou chocado, sem saber o que dizer. Ela se afasta e tenta passar por mim , mas minha mão a agarra antes que ela vá.
- O que há de errado? - Pergunto com a voz trêmula. Meus olhos ardem em lágrimas , diferente dos dela , que não expressam sentimento algum.
- Me solte , agora. - Ela diz se disvencilhando do meu aperto.
Essa não é a minha Lisa , não pode ser ela...
- Lisa , porra. Me diga o que está acontecendo! - Exclamo desesperado , ela dá um logo suspiro , mordendo os lábios nervosamente.
- Meu nome é Lalisa. E não está acontecendo nada , Jeon Jungkook. Estou ótima , perfeitamente bem. Estou deixando claro pra você, apenas. Não estou mais apaixonada por você. - Sua voz soa direta.
Ela se senta em sua mesa , tranquilamente. Estou paralisado , sentindo meu coração antes quase completo se estiçalhando outra vez. Perfurando-me por dentro.
- Nós dois...ontem...ontem fizemos...
- Sexo. Fizemos sexo , nada mais que isso. Pessoas fazem isso por diversão, não? - Ela pergunta , com uma pontada ironia na fala.
Estou a encarando , tentando buscar minha verdadeira Lisa naquele ser frio e arrogante na minha frente. Mas nada acontece , ela não salta da mesa dizendo que está apenas brincando comigo e que ainda me ama incondicionalmente . Ela fica calada , não demonstra sentimento algum.
- Você me ama. - Digo , esperando que ela confirme.
- Não. Eu não amo você, eu não sinto nada por você, Jeon Jungkook.
Desabo por dentro , por completo , meu corpo pede para correr , para fugir daqui. Mas algo me pede pra ficar , instigar algo mais.
- Isso não é verdade! - Estouro , andando em sua direção e colocando minhas mãos sobre seus ombros, procurando em seus olhos toda aquela mentira , sem sucesso outra vez. - Não é possível...
Inclino-me em sua direção, tentando tocar seus lábios com os meus , mas ela recusa , virando o rosto e empurrando meu peito.
Estou morto.
- Não... Lisa , pare. Por favor , pare de brincar comigo! - Imploro e quase tenho a certeza de que vi uma faísca acendendo em seus olhos , mas por pouco tempo , eles logo voltam a ser escuros e vazios.
- Pare você, Jungkook. Entenda , eu não amo você. - Ela exclama , retirando minhas mãos de seus ombros com certa brutalidade.
Contraio os lábios. Estou desesperadamente querendo chorar , mas estou completamente paralisado , quebrado , morto.
- Você é fria. - Digo trazendo minha dor pra fora. Seus olhos se arregalam levemente , quase demonstrando surpresa. - Fez sexo pra se aproveitar de mim , não fez? Você não disse que me amava.
Seu queixo treme levemente com a acusação, agora posso ver seus olhos mostrando turbilhões de emoções , ainda que confusas.
- Me deixe , Jungkook. - Ela pede , sua voz quase inaudível.
Suspiro longamente.
- Eu vou te deixar. - Digo me afastando lentamente , ainda apertando a rosa em minhas mãos. - Eu me enganei totalmente sobre você, Lisa. - Dou uma pausa , engolindo em seco. - Esqueça o que eu te disse sobre amor. Eu vou provar que meus sentimentos por você podem mudar.
Dou as costas e saio sem olhar para trás. O sangue que flui em minhas veias me queima por inteiro , estou explodindo e morrendo de raiva.
Como ela pode?
Como ela pode me dizer que simplesmente não me ama...? Como pode me deixar desse jeito? Depois de tudo que tivemos? Como pode dizer que fez sexo comigo por diversão?
Desço a escadaria de pedra polida da biblioteca , desnorteado , perdido.
Bato a porta do carro com força antes de surtar completamente , socando o volante com força num choro ofegante , estou tremendo de raiva e com o coração dilacerado.
- Por quê? - Grito. Vendo a pele de minhas mãos se tornando em leves ferimentos que fazem o sangue escorrer por elas.
Me sinto louco , desamparado. Eu apenas quero... Ir para casa. Não sair de lá por um bom tempo.
Dou partida , saindo em disparada com o carro. Pego a estrada de volta para casa , enfurecido , louco , pronto para arranjar problema com qualquer um que venha querer reclamar da velocidade em que corro com o carro.
Ela me deixou. Friamente.
Olho para minha mão , ainda uso a pulseira que ela me fez enquanto comemorávamos nossos primeiros cem dias juntos. Eu me lembro de quão incrível tinha sido aquela semana , aproveitamos cada parte um do outro , cada minuto , cada segundo.
Lembro do modo de como ela se aconchegava em mim todas as manhãs. De quando tentou me surpreender com uma fantasia sexual , e eu por final estraguei tudo. Mas no final , fizemos amor do mesmo jeito , e foi tão doce. Do nosso jeito único de fazer.
Nós dois éramos os opostos um do outro , que ainda assim , se encaixavam perfeitamente.
Então o que aconteceu com a gente? Por que ela quis me deixar?
Sou tirado dos meus pensamentos quando o som de uma buzina corta meus ouvidos e faróis minha visão. Fico cego por alguns segundos e então tudo que eu vejo são imagens rápidas e distorcidas , girando e girando.
Sou jogado para frente e ouço o barulho de vidro se estiçalhando e atingindo o chão duramente , tudo gira,de novo e de novo. Sinto meu corpo sendo jogado de um lado para o outro e uma dor agonizante atingindo meu braço . Tudo para,minha visão é turva, embaçada e escura . Sinto um líquido quente descendo por minha nuca e minha cabeça latejando fortemente.
Um som agonizante grita em minha cabeça , vejo sombras e escuto sussurros fora e dentro dela,nada mais que sussurros. E depois,nada.
Amar pode machucar
Amar pode machucar às vezes
Mas é a única coisa que eu conheço
Quando fica difícil
Você sabe, às vezes pode ficar difícil
É a única coisa que nos faz sentir vivos
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