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10 ϟ essa é a sua oportunidade de ser feliz, por favor, não jogue-a no lixo

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𝑪𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 𝒕𝒆𝒏: 𝑻𝒉𝒊𝒔 𝒊𝒔 𝒚𝒐𝒖𝒓 𝒐𝒑𝒑𝒐𝒓𝒕𝒖𝒏𝒊𝒕𝒚, 𝒑𝒍𝒆𝒂𝒔𝒆 𝒅𝒐 𝒏𝒐𝒕 𝒕𝒉𝒓𝒐𝒘 𝒊𝒕 𝒊𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝒕𝒓𝒂𝒔𝒉.

" Eu não quero sentir isso, dói muito por dentro e eu não sei o porque. Mas algo não está certo, se eu nunca mais acordar, então taez eu fique bem. Eu não quero chorar. Estou tentando lutar(...) ultimamente nem eu mesmo me reconheço, afastando qualquer um que possa ajudar(...) me sinto morto por dentro, apenas passo pelas emoções(...) eu farei qualquer coisa para anestesiar essa dor."— Lost, Ollie.

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A MORENA NÃO FALOU MUITA COISA DESDE QUE TINHA começado a beber junto a Scarlett. Por mais dura, fria e difício de se ler, Scarlett estava triste naquela noite. Valentina entendia—ou tentava— a Evanoff. As quatro nunca foram de dizer o que sentiam ou o que se passava dentro de cada uma.

Scarlett desviou a atenção do copo e passou a transferi-lo para a garota a frente. Valentina carregava consigo uma expressão cansada e irritada. A loira sabia que muitas vezes ela conseguia ser muito irritante, e isso era algo que ela gostava nela, mas sabia que aquela não era uma boa hora para ser irritante com a morena.

— Não queria e você sabe disso.

Valentina se pronunciou depois de um tempo e viu a loira suspirar fundo e fazer algo que aprenderá desde nova, engolir os sentimentos e o choro. Fingindo estar bem. A morena virou um pouco a cabeça e não desejou, nem ao seu maior inimigo, a dor que viu os olhos de Scarlett demonstrarem.

— O que você tem?

— O que você tem?— a loira retrucou ironizando.

— Você e essa sua mania irritante de responder uma pergunta com outra pergunta.— a morena revirou os olhos e deu um sorriso.— Agora falando sério, Scarlett, o que está acontecendo?

— Nada de importante.— disse e virou toda a bebida que estava no seu copo, logo em seguida encarando o olhar julgador e irônico de Valentina.— Eu descobri quem é a minha mãe...

— Mentira! Jura?— Scarlett assentiu.— Quem é ela?

— Natalia Romanova.

—  Natalia, a Natasha Romanoff, a Viúva Negra?— Scarlett mais uma vez assentiu sem animo e encheu o copo dela e da morena.— Scarlett, você estava certa! Você é filha da mulher mais fodona da Rússia!

— Quer um microfone? Assim fica bem mais rápido de toda Budapeste ficar sabendo.

— Como foi?

— O que?— Valentina arqueou a sobrancelha como se a pergunta dela fosse a mais óbvia do mundo.— Como você acha que foi?— deu uma risada sem graça.—  Foi péssimo, Valentina. Isso foi tão... Sufocante, estou aliviada que isso tenha acabo.

— Quer falar sobre isso?

— Não.— foi curta e direta, Valentina deu de ombros, ela sabia que não adiantava discutir com Scarlett, a loira era uma pessoa que costumava ser bem cabeça dura, então a morena continuou a beber.— Mas e você? Você está estranha.

A morena dessa vez desviou o olhar da loira e voltou a beber o líquido devagar. Scarlett conseguia ler as expressões de quase—se não— todas as pessoas com bastante facilidade, parecia que ela tinha nascido com esse dom, a moça via através dos olhos das pessoas. E isso facilitava muito o seu trabalho.

— Não é nada demais.

— Deixa de enrolação e fala logo o que foi, Valentina.— a Kovasknov olhou para a loira com a sobrancelha arqueada.— Quer mesmo que eu procure até descobrir o que é? Abre o bico, Titi.

— Isso aconteceu a um tempo atrás...— a loira segurou a mão da morena que estava segurando o copo com a bebida, e fez a mesma encara-la curiosa.

— Não enrola.

— Você é realmente insuportável.— disse e sorriu, vendo Scarlett retribuir o sorriso.— Eu estou tão cansada disso tudo. Eu me apaixonei e eu sei que não dá...

— O que realmente está te impedindo?— interrompeu e encarou mais intensamente os olhos castanhos caramelizados de Valentina.— A Yeva já é bem crescidinha, e sabe cuidar de si mesma e tem a Sasha como companhia.

— Eu não posso trazer ele pra minha vida, Scar. 

— Então não traga. Vá você para a vida dele, se esse cara realmente gosta de você, ele vai entender que o seu passado não foi nada legal e vai te aceitar do jeito que você é.— deu de ombros.— Eu te ajudo a ir embora, se esse é o caso. Essa é a sua oportunidade, por favor não jogue-a no lixo.

— Você também merece ser feliz.

— Obrigada, mas eu passo, tô bem assim.— sorriu irônica e logo ficou séria, assentiu e falou devagar— Só mais uma...— fez um gesto com o dedo.— Vamos terminar essa maldita missão, e eu prometo, que isso acaba pra você...

Valentina assentiu e deixou uma lágrima escorrer pela sua bochecha.

— Scarlett...— chamou a loira, fazendo a mesma encara-la.— Eu juro, por tudo que você e eu vivemos e consideramos sagrados, que eu não te acho parecida com aquele babaca lá.— assentiu e deu um sorriso de lado.— Você é muito melhor que ele, e eu sinto muito tê-lo lembrado-o.

Scarlett assentiu, deu de ombros, pegou seu celular e ligou para Yeva e Sasha, não só uma vez, mas oito vezes. Queria noticias e alguma coisa que a fizesse voltar para a realidade que era a vida dela, colocou algumas notas encima do balcão e saiu tentando não cambalear por conta dos saltos altos. Andou atentamente e devagar até o estacionamento no qual o seu carro estava estacionado e assim que chegou até seu conversível, sentou-se no capo do carro, pegou um cigarro, acendendo o mesmo e pensou sobre o que a amiga disse, ela tinha certeza que não merecia, se convenceu disso com o tempo.

Ser feliz chegava à ser um sentimento sufocante, pensar em amar alguém, ser feliz e depois ter ele tirado de você de uma forma tão cruel que você consegue sentir seu coração se partir em milhões de pedacinhos, a deixava aflita e assustada. Partir seu coração mais uma vez tendo esperança, com certeza não era o que ela queria. Scarlett tinha medo desses sentimentos.

Emmet sempre falava para ela o quanto cigarro faz mal, e que um dia ele iria mata-la. E todas as vezes que ele abria a boca para falar isso ou qualquer coisa relacionada ao péssimo hábito dela, a mesma revirava os olhos e dizia que não era da conta dele. De uma inconveniente e bastante estranha, ela sentia saudades do agente Nolan, sentia falta das piadas sem graças e do cuidado que ele tinha com ela, mesmo que a garota por diversas vezes passasse na cara dele o quanto ela não precisava e nem se importava com o moço. Emmet era sem duvidas, a melhor pessoa que já havia passado na vida dela. 

Assim que chegou no hotel, estacionou seu carro no lugar de sempre e entrou passando pela recepção pegando o cartão do seu quarto. Entrou no elevador e pressionou o botão do seu andar, enquanto o elevador subia devagar a loira encarou o seu reflexo na parede espelhada.

Entrou no seu quarto e jogou os saltos para um canto aleatório do quarto e seguiu direto para o seu banheiro. Tirou seu vestido ficando apenas de calcinha, já que estava sem sutiã e pegou um lenço umedecido, passou o mesmo com cuidado no seu rosto de frente para o espelho, tirou toda a maquiagem pesada e tudo o que escondia suas olheiras de noites mal dormidas. Pegou mais um lenço e passou nos seus lábios, tirando o batom vermelho que era a sua marca registrada ela pode perceber o quão acabada estava.

Tirou o resto de suas roupas e entrou no box, ligou sentindo a água gelada cair pelo seu corpo. A mente da Evanoff viajou naquele momento para lugares estranhos demais para serem descritos. A mente de Scarlett foi involuntariamente até a Natasha. Sentiu uma raiva invadir seu peito e juntou toda a força que tinha para se segurar e não socar a parede do banheiro.

Saiu do box de vidro e andou até a sua cama se jogando na mesma, fechou seus olhos por breves segundos e descansou seus músculos. Alguns minutos depois e a loira se levantou da mesma indo até o guarda-roupa. Pegou uma calça preta de couro com uma blusa de manga longa, justa preta e com decote em forma de gota valorizando os seus seios. Foi andando calmamente até a penteadeira que tinha no quarto se sentou na cadeira acolchoada, pegou a escova e penteou os cabelos longos com calma e delicadeza, decidiu por deixa-los secar naturalmente, pegou sua maquiagem e passou um pouco de corretivo nas suas olheiras que manchavam a sua pele de porcelana, rímel em seus cílios de boneca e fez um delineado gatinho.

Scarlett pegou o batom vermelho e cogitou em passa-lo, no final ela só passou um gloss labial e passou seu perfume marcante. Andou até sua mala de saltos e escolheu uma bota com um salto alto fino também na cor preta, arrumou sua mala e o qualquer vestígio seu do quarto. Andou até o espelho e sorriu colocando a sua arma presa em seu coldre na cintura, os pequenos cachos já se formavam na ponta de seus cabelos, foi até a uma pequena adega que tinha no quarto, pegou uma vodcas e uma copo. Scarlett caminhou até aonde seu cigarro estava e pegou o mesmo, um isqueiro e o seu notebook de trabalho. Subindo com essas coisas até o terraço do prédio.

Esse lugar era um dos favoritos da loira, porque além de ser pouco movimentado ele também tinha uma vista incrível da cidade que estava. Se sentou numa cadeira que ela já havia colocado lá, ligou o notebook em seu colo, abriu a garrafa com o líquido inflamável, colocando o líquido no copo. Pegou o cigarro e acendeu o mesmo em seus lábios. E assim que leu as coordenadas que Yeva a mandou, deu uma grande revirada de olhos, que por breves segundos a loira pensou ter ficado cega, tirou o cigarro da boca e bebericou a vodca.

— черт возьми!*

Sua próxima parada era Inglaterra, e particularmente, ela não gostava de seu próximo destino. Scarlett iria se preparar para qualquer coisa que poderia vir daquele lugar. Virou todo o líquido do copo e colocou o mesmo do lado da sua cadeira, se levantou jogando o notebook no chão fazendo o mesmo quebrar, chutou o mesmo até vê-lo em pedaços pequenos demais. Colocou o cigarro ainda aceso junto com o que tinha sobrado das chamas, jogou um pouco de vodca no que tinha sobrado de seu notebook e viu pegar fogo.

— É lindo aqui em cima...

— O que porra você está fazendo aqui?

— Eu vim conversar com você.— Natasha encarou as expressões raivosas da mais nova, e pediu para que se existisse algum ser supremo, para que ambas não surtassem.

— Como você me achou?

— Eu tenho meus contatos.

Os olhos verdes das duas travaram uma luta pelo controle e conhecimento emocional uma da outra. Tanto Natasha, quanto Scarlett queriam estar no controle da situação. A loira não sabia o que fazer, ou no quê pensar, parecia que o tempo havia parado e só existia elas duas em todo o universo.

— Eu amo essa cidade. Ela é sempre tão... Iluminada.

— O que você quer, Natasha?— perguntou enquanto cruzava os braços e arqueava a sobrancelha.

— Conversar... Esclarecer as coisas.

— Depois de quase um mês?— ironizou e viu a mais velha suspirar fundo.— Certo, mas não aqui!— Scarlett suspirou fundo e encarou Natasha que cruzava os braços e olhando para o céu estrelado e logo em seguida para a imensidão verde dos olhos de Scarlett.— Tem uma lanchonete que não fica longe daqui. Um com o teto verde estranho. Iri's. Uma conversa, te encontro lá em dez minutos.

Natasha assentiu e viu a loira se virar indo embora. O peito de Scarlett subia e descia, tudo aquilo era novo, e ela se recusava a sentir aquele medo. Ela assim que entrou no quarto sua cabeça começou a girar, a menina ando até a sua mala e jogando o resto das coisas dela que ainda estavam pelo quarto e fechou. Pegou a chave do seu carro e andou até a recepção fechando a sua conta, e andou apressada até o carro. Abriu o porta-malas do mesmo e colocou todas as sua bagagens. Queria que fosse tão fácil assim se livrar de todas as bagagens emocionais que ela havia acumulado com o tempo. Respirou fundo e entrou no carro dando partida seguindo direto para a lanchonete.

E como não era longe não demorou muito para a mesma chegar lá, estacionou e passou alguns minutos criando coragem para entrar lá dentro. Saiu colocando uma expressão fria no rosto, e assim que passou pela porta a sua concentração foi desconcentrada para a ruiva sentada numa mesa isolada e com o barulho do sininho de anunciava a chegada das pessoas naquele local. Andou até a mesa e se sentou ficando frente a frente com ela, arqueou as sobrancelhas tentando passar indiferença.

— O café daqui é horrível.

— É eu sei.— olhou o relógio no pulso e a respirou fundo.— Olha eu não quero me atrasar para o meu voo, então...

— Eu queria que você tivesse uma vida melhor do que a que eu tive...

— É essa frase eu ouvi na minha cabeça... Eu acho que é de um filme para...

— Eu percebi o que eu falei assim que saiu da minha boca... Tudo bem.— Natasha fechou os olhos e tentava encontrar coragem para enfrentar o seu passado.— Mas é verdade, mas eu não tinha certeza se você iria ficar melhor comigo. Eu não esse monstro que você imagina... 

— E o que você é? Hum?— disse e viu uma garçonete colocar café na sua xícara, Scarlett então viu a moça sair e colocou açúcar no seu café, mexendoenquanto terminava de falar.— Uma mãe? Uma mártir? 

— Uma vitima assim como você. Eu engravidei muito cedo e não tive oportunidade. 

— Uau...— ironizou batendo com as unhas na mesa.— Acontece que eu não tive uma vida melhor! Eu não fiquei melhor sem você.— Scarlett tentava ao máximo não mostrar o quão quebrada estava naquele momento, e não deixar Natasha ver o quanto aquilo ainda a machucava.— Eu não tive ninguém ansioso por mim! Para dar a um bebê amor e carinho! Eu morei com um homem tão horrível, que era melhor eu ter morado no meu carro!— falou entredentes.— Eu preferia ter morrido ao viver a vida miserável que eu vivi, o homem que me criou me odiava tanto e mesmo eu sendo inocente e ainda sendo uma criança, ele me batia por nada, me abusava e me torturava apenas por diversão, e ninguém me defendeu. Então seja lá que vida você teve... Me diz se não foi melhor do que a minha?

Natasha respirou fundo e fechou os olhos sentindo no feito o efeito daquelas palavras. Cada palavra que saia da boca de Scarlett feria como a faca mais afiada do mundo, a alma machucada da Romanoff, e aquilo doía como o inferno. Natasha não sabia o que falar, procurava palavras mas todas haviam sumido, uma coisa que era rara, já que a mais velha sempre tinha uma resposta na ponta da língua.

— Se você foi atrás de mim para me punir, saiba que conseguiu..

— Eu fui atrás de você porque eu não sabia de onde eu tinha vindo e eu gostaria muito saber.

— Você é uma russa pura, porque meus pais também eram e o homem que te gerou dentro de mim também. Antes dos treinamentos com soro eu tinha asma e anemia...— Natasha começou a falar e foi rapidamente interrompida.

— Mas não era isso que eu queria saber!

— E o que queria?

— Qualquer coisa que cuspir num tubo ou um exame de sangue não tenha me dito!— respondeu irritada.— Você sabe o que eu quero saber, por favor, não me faça fazer papel de idiota. Só responde logo e vamos acabar com isso...

— Certo. Você foi gerada da pior maneira possível...

— Você foi estuprada.— Observou Nat assentir e respirar fundo como se estivesse procurando as palavras certas para dizer naquele momento.— Me diz que o Guzman não é o meu pa...— e instantaneamente Natasha assentiu.— E tudo consegue ficar ainda pior.

— Mesmo grávida eu não parei de receber os tratamentos com soro, e nem os treinamentos de lutas intensivas. Quando a minha barriga ficou visível, a KGB deu um jeito de me tirar da instituição sem deixar vestígios da minha gestação.— a mente de Natasha relembrava todos os momentos de sufoco que passou e que em todos ela escolheu proteger a bebê. Se Scarlett soubesse e sentisse o que ela sentia quando a carregava, talvez toda aquela situação seria diferente.— Não tive nenhum acompanhamento médico correto, eu tive tanto medo de ser tudo um sonho e quando eu acordasse nada daquilo ser real, você sempre foi a minha oportunidade de recomeço, de ser feliz. Eu só vim saber qual era o seu sexo você era quando você nasceu, e eu me senti aliviada e completamente pertubada por você não ter nascido menino. Você desde bebê puxou tudo de mim, do jeitinho que eu pedia, porque se você se parecesse com ele eu não iria suportar. — Scarlett encarou a mais velha com um pesar no coração tão desconhecido que chegava a ser sufocante.— O seu nascimento foi aonde eu senti meu coração se abrir para você, meu peito parecia que ia explodir de alegria. Mas eu tive que ir embora...

— Pelo o que eu vi, você seguiu em frente, se tornou uma heroína. E nem uma vez você tentou me encontrar?

— Eu estava paralisada, eu fiquei paralisada em quase todos os momentos da minha gestação. Já era ruim demais ter que ver a cara dele todos os dias nos treinos.— Os olhos de Natasha estavam lacrimejados e Scarlett estava nervosa.— Eu estava tão apavorada, imaginando que...— ela suspirou fundo e olhou nos olhos da loira.— Você seria um menina, porque se fosse, você já estava condenada, igual a mim. Ou que fosse parecida com ele. E todos os dias, todos os chutes, nos primeiros meses só conseguiam me fazer lembrar de onde você tinha vindo, estava com medo de você não ser um recomeço e sim uma lembrança ambulante dele, mas quando eu te segurei nos meus braços pela primeira vez... Eu nunca me senti mais feliz.— deu um meio sorriso e continuou.— Quando eu deixei você achei que estava te protegendo, eu vi a raiva em seus olhos no dia em que nós vimos no complexo e aquele olhar queimou a minha memória...

— Me protegendo?— a loira a encarou incrédula e com raiva.— Você sabia que não estava...

— Então me diga como eu poderia te ver morrer na minha frente?— Natasha devolveu no mesmo tom de voz.

— Eu não sei!— esbravejou e encarou os olhos lacrimejados de Natasha.— Eu estava com raiva de você, mas eu estava com mais raiva de mim por ter acreditado nessa palhaçada de oportunidade. E tudo o que eu vi quando olhei você naquela noite foi um tsunami de emoções vindo até mim, e eu vi essa pessoa que parecia ser a minha mãe.— os olhos da loira estavam lacrimejados, ela então desviou seu olhar de Natasha, seu coração estava descompassado parecia que a qualquer momento ele iria sair peito a fora.— Uma pessoa na qual eu fantasiei durante toda a minha vida. Uma pessoa que salvava, e que cuidava de mim...

— Scarlett...

— Eu não sabia qual versão sua era real, então eu esperei para que pudesse me explicar ou se desculpar por ter me deixado com aqueles monstros que destruíram a minha vida. Ou falar que me amava como eu sempre esperei.— Scarlett engoliu o choro com dificuldade, talvez a maior que já tivesse passado, e Natasha tentava não chorar, mas aquilo era uma verdadeira missão impossível.— Eu passei a maior parte da minha vida duvidando de todos que eu conhecia. Deixando eles antes que pudessem me deixar. Mas eu já sou uma mulher adulta, mesmo sabendo que eu não posso me deixar abalar por isso de novo, eu fiquei dando voltas e imaginando se um dia você ia me achar para se desculpar. Eu esperei por você todas as vezes que eu era abusada, torturada e machucada das piores formas possíveis. Eu fantasiava você vindo me salvar todas as manhãs quando eu acordava, e você nunca estava lá... Eu te esperei por você, por anos! Mas você não veio. Você nunca nem me procurou...

Duas lágrimas teimosa e insistentes rolaram pela bochecha de Scarlett, lagrimaa que ela rapisamente limpou e ignorou como sempre a dor que sentia.

— Eu fiz o melhor que eu podia...

— Não! O seu melhor poderia ter sido diferente! Se você tivesse voltado e tivesse me tirado daquele lugar quando começou a brincar de super heroína com seus amiguinhos idiotas. E se não me quisesse, poderia ter me levado para a adoção e garantido que eu tivesse um lar e alguém para me amar, e não me deixar lá com aqueles monstros que me trataram como se eu fosse um lixo e me transformaram num monstro. Era para você ter me abortado. Isso... isso era o melhor que você poderia ter feito. Você decidiu continuar, e sabia que se eu fosse uma menina meu destino seria o mesmo que o seu!

 — Eu sinto muito, mas eu não tive escolha.— algumas lágrimas caíam pelo rosto de ambas e seus corações pareciam tambores.— Claro que você merecia coisa melhor, mas eu não tinha coisa melhor para te dar naquela época. Mas eu amei você desde a primeira vez que eu ouvi seu coração bater, eu me apaixonei por você no primeiro soluço que você me deu. Você sempre foi o meu sonho de recomeço, e quando eu vi você naquela sala, à poucas semanas atrás... Parecia que todo o meu passado tinha voltado e junto a ele as coisas ruins. Eu simplesmente surtei.

A loira limpava a todo o segundo as lágrimas teimosas que caiam pelo seu rosto e respirava fundo tentando manter o controle.

— Sinceramente, eu tento te entender, Natasha... eu juro que estou tentando. Mas, Natasha... Eu não posso me deixar vulnerável novamente, não posso me quebrar novamente pela mesma pessoa.— disse e suspirou fundo, limpando a lágrima solitária que rolou pela sua bochecha.— Não posso criar expectativas sobre você, não posso me apegar a você e ver você indo embora mais uma vez, isso seria cruel demais para mim. Então obrigada por me explicar e por favor, por favor, seja feliz você merece.

— Essa é a sua oportunidade, a nossa de sermos felizes juntas...— se aproximou da menina e colocou as suas mãos em cada ombro dela, fazendo a mesma encara-la.

— Desculpa, eu não sou quem você esperava. Desculpa mesmo, eu não posso ficar aqui e espero que você não me procure mais. Nunca mais...

A loira disse e se retirou sentindo as lágrimas caírem mais uma vez, entrou no carro e deu partida até o seu próximo destino, a alma de Scarlett estava quebrada como nunca esteve a muito tempo. Todas as lembranças de todas as vezes que se quebrou pensando na sua mãe e em tudo o que sonhou, mas nunca, nunca se tornaria realidade. Não iria chorar Natasha, por mais que sua alma e espirito implorassem por isso. 

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