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Catarina Luna 🌴
Eu estou em um surto
O famoso surto dos 25 anos . Em um dia você tem 20 e poucos anos e curte sua vida como qualquer outra pessoa nessa idade , já no outro você já completa 30 anos tem apenas um álbum de sucesso na carreira , muda o cabelo como muda de roupa e a maturidade chega a ser humilhante .
Enquanto minhas amigas de infância já estão casadas , com filhos e a vida feita eu moro em um prédio de universitario com um vício por vinho , gelato e álbuns de vitrola antigos da época do meu avô.
Pelo menos eu estou em um surto no Taiti , olhando para o mar calmo e sereno coberto de ondas enquanto penso em quanto tempo dura para morrer afogada
Mas mesmo assim a minha vida continua uma bagunça independente se for em Copacabana ou em Paris . Não consigo escrever nenhum música á mais de 1 anos , meus seguidores estão abaixando , meu nome está sumindo e isso e ruim muito ruim
Mas oque eu posso fazer se minha vida está um tédio e não consigo escrever sobre isso?
E foi exatamente por isso que a minha empresária , Sarah me botou no primeiro avião para o Taiti para buscar inspiração. Isso foi a 4 meses atrás, até agora nada
Nem uma letra no papel , nenhuma melodia , absolutamente nada . Minha mente e um ecoo profundo que me pertuba dia e noite . O plano inicial de Sarah era que eu encontrasse algum francês e vivesse alguma história de amor ou pelo menos visse alguém vivendo uma história de amor e ter vontade de escrever sobre, mas nada . Nenhum francês cruzou meu caminho e muito menos algum casal , nem mesmo de peixes ou baleias
Absolutamente zero romance para mim
Esse seria minha última tentativa antes de apelar para o bom e velho compositor alugado, oque para mim se equivale a decretar o fim da minha carreira para virar uma cantora de tik tok
Se meu avô me visse agora ele teria um infarto . Eu seria a responsável pela morte do grande Alceu Valença, pelo menos eu e ele temos uma coisa em comum só uma música implacada e que faz sucesso . A diferença e que a música dele e de 82 e ainda e um sucesso, uma lenda
E eu só servi para escrever músicas de cornas impoderadas . Que vida em Catarina
Amasso a última folha do papel e a jogo no lixo me jogando no carpete batucando os pés ao som da música que pela primeira vez toca no meu celular e não na vitrola , passou da hora de eu voltar para o século 21 .
Decido parar um pouco com a minha autopiedade e me levanto do chão procurando pelo chalé minha prancha e minha ecobag com tudo que preciso. Em menos de 1 minuto estou na praia em frente o chalé, o mar está calmo mas forma ondas bonitas alguns surfistas se espalham pelo mar e a areia e eu rapidamente me junto a eles . Diferente deles não uso uma roupa especial, apenas coloco minha prancha alugada embaixo do braço e reforço o nó do meu maiô e entro na água
Pego a primeira onda com facilidade e saio dela mergulhando por dentro abraçada com a prancha, observo outra vindo em minha direção e me preparo para pega-la . Quando ela chega até mim me surpreendo até demais com seu tamanho, tento até me equilibrar mas antes que eu consiga pegar fôlego estou embaixo d'água
A pressão da onda me impede de subir e a minha prancha parece me puxar pelo pé para baixo também. Começo a sentir a água em meus pulmões mas continuo tentando subir até minha visão embaçar e eu perder a força dos braços, sinto que estou prestes a desmaiar quando meu pé se solta, eu sinto um braço na minha cintura e sou levada de volta para a superfície
Meu/ minha salvador me leva de volta para a areia enquanto eu tosso como uma asmática, me viro na areia tirando toda a água de dentro de mim e recuperando minhas forças
- Cê tá louca garota? Aquela onda era impossível de pegar - Viro a cabeça em direção a pessoa que me salvou - Você e maluca
A respiração que eu tinha recuperado antes some agora enquanto eu encaro meu salvador, o peito nu extremamente definido, os braços cobertos pro tatuagens , o cabelo cacheado e o rosto desenhado . Meu cérebro volta e eu repasso as suas palavras na mente
- Eu não sou maluca! Só não enxerguei que era tão grande
- Você poderia ter morrido por isso
- Causa da morte : miopia - Falo tirando um pouco de areia do corpo e escuto sua risada - Que merda tô com areia até no
- Até onde? - Ele pergunta com um sorriso de lado
Suspiro com sua brincadeira e me levanto da areia ficando de frente para ele. Meu salvador não e alto, mas ele realmente está acima de mim com meus 1,50 totalmente desfavorecidos agora
- No tímpano - Ele sorri mais e ri - Obrigada por me salvar
- Disponha ceguinha
Arqueio as sobrancelhas para o apelido e riu um pouco até perceber o seu idioma
- Você fala português!
- Acho que sim , sou brasileiro e meu dever não?
- É, e sim - Suspiro e me viro para minha prancha no chão - Obrigada de novo, se um dia você se afogar e só chamar
Pego minha prancha e dou as costas para ele indo em direção ao caminho de pedra que leva ao meu chalé, me pego pensando o caminho todo sobre ele e como isso daria uma boa música. E como minha melhor amiga adoraria essa história
Como se lê-se minha mente assim que entro em casa pelas portas do fundo escuto meu telefone tocar na sala , reviro os olhos e atendo o telefone
- Você e uma decepção Catarina - Escuto a voz da minha melhor amiga do outro lado da linha
- Bom dia Alice como você está? Qual o problema dessa vez?
- Estou bem obrigada, o problema e que eu acabei de chegar em uma praia no meio do nada e vejo a minha amiga se tornando quase um corpo morto enquanto poderia estar no mar, vivendo um romance ou fumando maconha
Me levanto do chão e encaro a porta de vidro do chale encontrando Alice do outro lado com o celular na mão e varias malas ao seu redor . Solto um pequeno gritinho e corro para abrir a porta recebendo a loira com um abraço apertado ; Alice está um pouco mais alta e magra do que a última vez que a vi , seu cabelo está mais platinado agora e conta com as pontas rosas agora e seu cheiro continua o mesmo , o lindo e caro perfume caro da cidade grande
- Senti tanta saudade
- Ah claro, acredito em você - Ela diz entrando para dentro do chalé e tirando os óculos - Esse lugar e incrível , parece a ilha da Moana
- Não é? Eu sou a Moana e você e meu Maui que veio me salvar - Ela revira os olhos mas solta uma risadinha - Oque quer conhecer primeiro? A praia? Ou os bares? Tem as lojinhas também vou aonde você quiser
- Faz tanto tempo que não conversa com um humanos assim?
- Claro, minha comunicação se baseia em macacos e baleias me desculpe
- Quero te levar para beber primeiro, qual lugar você indica
- Tem o bar na beira da praia, ele imita o Teen Beach Movie você vai gostar
- Então e para lá que nós vamos, procurar inspirações para você
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