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𝗧𝗪𝗘𝗡𝗧𝗬 𝗧𝗛𝗥𝗘𝗘

Eu me lembro de
tudo muito bem.
All Too Well -
Taylor Swift

———— 🌴🍊🥤————

Boston, Massachusetts
December 22, 2023

EU VI A notícia apenas uma hora antes de encontrar com Chris. Eu estava no carro, dando partida no motor, quando senti meu celular vibrar. Fiquei curiosa, então desbloqueei a tela e senti meu coração pesar como se cem bigornas estivessem no lugar dele.

Por um instante, imaginei que não precisava me preocupar. Afinal, Alice e Chris eram amigos e o namoro deles era falso, nunca houveram sentimentos reais. Mas e se fosse mais uma mentira? Não. Não poderia ser.

Ao mesmo tempo que gostaria de não me preocupar, não poderia negar que a foto mostrava Chris a apenas alguns centímetros do rosto dela.

Eu sentia o pânico tomar conta do meu peito enquanto lia e relia a data: 21 de dezembro de 2023. Gostaria de ter pensado em algo mais racional naquele momento, mas minhas vozes estavam caladas e sendo substituídas com gritos.

Eu não sabia dizer muito bem se as lágrimas que caíram eram de raiva ou tristeza. Talvez os dois. Tudo que eu queria fazer era correr, ir embora para um lugar que só eu poderia estar. Cruzou pela minha mente a ideia de ir direto para o aeroporto e comprar a primeira passagem de volta para Los Angeles, mas não era isso que eu queria. Nem de longe.

Eu estava apertando o volante com muita força, senti o corpo todo rígido e dormente. Tinha começado a chuviscar e as gotas estavam por todo o pára-brisa. Estava frio, muito frio. Eu me inclinei para ligar o aquecedor do carro, mas nada estava adiantando.

A casa dos pais dos meninos estava toda decorada com luzinhas de natal vermelhas e verdes, que brilhavam na varanda em volta das árvores. A chuva já tinha lavado um pouco da neve, mas ainda tinham alguns flocos na grama e na escada.

Acho que Chris escutou o motor do carro, porque saiu de casa bem na hora que estacionei. Ele estava sorrindo, contente. Ele não fazia ideia do que eu sabia. Eu pulei do carro, sem nem me importar se ficaria toda molhada. Já estava chorando, meu nariz começou a escorrer, e tudo se misturava na chuva. Sequei o rosto com o braço. Ele hesitou. Eu o vi hesitar.

— O que aconteceu? — Ele perguntou, vindo tocar meu braço. Eu me afastei. — Maddie?

Eu não consegui dizer nada. Engoli seco, como se engolisse agulhas pela garganta.

— Eu vou te perguntar uma vez e espero que você seja sincero — disse, meu coração estava louco no peito. — Você foi no quarto da Alice ontem, antes de me ver?

Ele hesitou mais uma vez. Eu soube que era verdade ali. Chris me olhou, como se a culpa fosse a única coisa que ele pudesse sentir.

— Meu deus... — disse, desacreditada. No fundo eu esperava que ele negasse.

— Maddie...

— Não — interrompi, recuando. Chris já estava todo molhado da chuva, assim como eu. — Não me fala nada. Eu nunca mais quero te ver na minha frente!

Eu sabia que estava gritando, porque todos os nossos amigos tinham corrido para a varanda. Zoe e Diana estavam com os olhos bem abertos, Matt e Nick não sabiam se fariam alguma coisa para intervir.

— Só espere um pouco — pediu ele. — Deixa eu explicar!

— Você ficou com ela? — Perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

— Sim.

Eu quis bater nele. Mas eu não iria, de forma alguma. Odiava como me sentia suja e usada naquele momento. Eu iria entrar no carro e dirigir para bem longe.

— Intimidade pode não ser algo importante para você, mas é para mim — gritei, olhando nos olhos dele.

— Quem disse que não é importante para mim? — Ele gritou de volta, como se o que disse foi um absurdo. — Me deixa explicar, por favor. — Ele implorou.

Eu não disse nada. Comecei a me afastar, caminhando o mais depressa que meus pés conseguiam. Eu já estava quase alcançando o carro.

— Espera! — Gritou ele, indo atrás de mim.

Eu não ia me virar, mas senti que precisava. Então, me virei.

— Eu nunca mais quero te ver. Não me liga, não manda mensagem, não vai atrás de mim. Eu estou morta para você e você não existe mais para mim.

Eu caminhei ainda mais rápido e não me deixei ver a expressão que ele estava naquele momento. Pulei para dentro do carro, liguei o motor e fui embora. Ele bateu no capô, esperando que eu parasse, mas eu não parei.

Eu fiquei dirigindo pela cidade de Boston por um tempo, sem saber muito bem para onde ir. Fiquei assistindo as luzes dos prédios, as luzes de natal, as pessoas. Eu sabia para onde tinha que dirigir, mas estava com medo. Eu fui mesmo assim.

O caminho para Cape Cod estava me causando arrepios. Me lembrei de tudo, de cada risada que demos na estrada, de cada sorriso, cada olhar. Espiei a lojinha de tortas e quis chorar mais ainda. Meu celular tocou algumas vezes, tinha algumas chamadas perdidas das meninas, algumas mensagens também.

Me sentia como um pedaço de papel amassado e largado no chão.

Quando entrei por aquela porta de novo, senti o ar frio me dando calafrios, mas ainda me sentia em casa, de alguma forma. Eu olhei para o lado e vi meu cachecol vermelho ainda pendurado na escada como se estivesse me levando para a noite anterior mais uma vez.

Eu estava tremendo, morrendo de frio. A mágica já não estava mais ali e eu ficaria bem alguma hora, mas não estava. Não mesmo. Estávamos mortos, desaparecidos e enterrados. Eu tentei acreditar que estaríamos de volta como antes, mesmo depois de cinco meses em um túmulo.

Eu andei pela casa e lá estávamos nós de novo, no meio da noite, dançando pela cozinha em frente à luz da geladeira. Eu estava ali e me lembrava de tudo muito bem. Estávamos ali quando ninguém precisava saber, quando achei que éramos um juramento, mas éramos um segredo.

Subi para o meu quarto, não queria mais pensar naquela noite. Coloquei roupas quentinhas, mas ainda estava morrendo de frio. Me recusei a acender a lareira ou iria começar a chorar. Desliguei o celular e fiquei deitada na minha cama, no escuro, escutando o som das ondas quebrando lá fora. Mesmo no escuro, consegui ver a silhueta de Huggles em cima da minha penteadeira. Fechei os olhos, mas era pior, porque me fazia enxergar tudo com mais clareza.

Não lembro muito bem do momento em que peguei no sono, só sei que acordei na manhã seguinte com Zoe e Diana entrando no meu quarto, sentando-se à ponta da minha cama. Elas provavelmente já sabiam de tudo e vieram brigar comigo ou algo assim.

Eu deveria ser muito previsível, já que elas sabiam exatamente para onde eu fugiria.

— Estou dormindo — falei, me virando para o lado.

— Não está, não. — Diana fez uma pausa. — Madelyn, você pode, por favor, nos contar de uma vez por todas o que está acontecendo? Nós não vamos sair dessa casa se você não nos contar.

Respirei fundo e me sentei. Eu sabia que estava com os olhos todos inchados e meu rosto ainda deveria estar vermelho, porque fui dormir chorando. Ergui o olhar para elas e disse:

— O que vocês já sabem?

Zoe retrucou, hesitante.

— Não sabemos de nada. Chris saiu correndo para o quarto dele e se trancou lá quando você foi embora. Eu não vi ele saindo depois disso, nem o Matt, nem ninguém.

De certa maneira, foi um pouco aliviante ouvir aquilo, porque, se ele não tinha contado nada ainda, eu poderia dizer toda a verdade. Para valer agora.

Meu coração parecia partir cada vez mais à medida que contava. Eu contei tudo, desde o início. Desde a primeira reunião com Simon, a primeira vez que percebi que era Chris quem eu queria, a briga com Briney. Tudo. Quando terminei, as encarei e engoli seco. Elas ainda estavam caladas, talvez juntando tudo na cabeça — eu não as julgo, eram muitas informações em apenas alguns minutos.

— Vocês não querem brigar comigo? Nem um pouquinho? — Perguntei, sentindo que começaria a chorar de novo.

As duas se olharam, formaram um sorrisinho e me encararam mais uma vez.

— Não é o nosso estilo — disse Diana.

Elas me abraçaram. Ficamos deitadas na cama, sem dizer nada, apenas me ouvindo chorar e fungar o nariz de vez em quando. Essa era uma das coisas que eu mais amava sobre a nossa amizade: não queríamos ficar sozinhas, mas também não queríamos conversar, então ficamos caladas juntas.

Mais tarde, elas me perguntaram se eu gostaria que ficassem comigo, mas eu neguei a oferta. Eu queria ficar ali em Cape Cod por um tempo, mesmo que ainda não tivesse ideia de quando iria embora.

As acompanhei até a porta e, antes de Zoe entrar no carro, ela me abraçou e olhou bem para o meu rosto, hesitante.

— Maddie, eu não sei o que o Chris estava fazendo no quarto de Alice naquela noite, mas... sinto que não é o que você está pensando. — Ela fez uma pausa. — Eu sempre vi a forma como ele te olhava e, desde o início, eu soube que ele gostava de você. Quando você estiver bem... tente ouvir o que ele tem para dizer, tudo bem?

Eu concordei, mesmo que não estivesse tão positiva naquele momento.

Quando estava de volta ao meu quarto, sozinha novamente, disse a mim mesma que era melhor assim. Que sempre fomos muito complicados, então foi melhor eu terminar tudo antes. Não acreditei em uma palavra. Se Chris me ligasse e pedisse para a gente voltar, se aparecesse com mais tulipas laranjas ou com a nossa música tocando no rádio do carro. Se ele fizesse o mais minúsculos dos gestos, eu o teria aceitado de volta. Mas Chris não me ligou, o que era exatamente o que eu tinha pedido para ele fazer.

E foi assim. A gente tinha terminado de vez.

i. agora eu entendo pq vcs sempre acham que alguma merda vai acontecer

ii. o próximo é pov do chris!

walkthdead ©️ 2024

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