𝗧𝗪𝗘𝗡𝗧𝗬
É tudo culpa minha.
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Los Angeles, Califórnia
July 6, 2023
TRÊS MESES. O fim do meu relacionamento falso com Briney, o começo de algo real com Chris — mesmo que não me importasse em não ser anunciada para todos os fãs dele. Era só nisso que eu pensava.
Era um dos dias mais quentes do verão em Los Angeles, não tinha uma nuvem no céu e o sol estava cozinhando a cidade inteira. Eu dirigia o carro com as janelas abertas, sentindo o vento bater no meu rosto. Embora tivesse que encontrar Briney novamente, aquilo não me preocupava nem um pouco. Era o fim. Eu estava livre, assim como ele.
Quando estacionei o carro em frente ao prédio, dei uma espiada para confirmar se nenhum paparazzi estava por perto. Pulei para fora e entrei pela porta de vidro. Andei direto para o elevador, cliquei no botão e me encarei no espelho. Empurrei os óculos escuros para o topo da cabeça e arrumei os fios de cabelo bagunçados pelo vento.
De repente, quando a porta abriu, senti algo estranho. Os pelos na minha nuca levantaram e estava me sentindo ansiosa tão repentinamente. Disse para mim mesma que era apenas nervosismo e animação para que tudo acabasse logo e me forcei a ir até o escritório.
A secretária de Simon, Amélia, sorriu para mim ao me acompanhar à sala dele. Ela sempre me pedia uma foto para a filha dela, que já tinha assistido todos os meus trabalhos desde os mais pequenos. A filha dela tinha treze anos e se chamava Emma, parecia ser um doce de garota.
Quando entrei, Simon estava sentado atrás da mesa comprida dele, ele se ajeitava na cadeira de couro. Briney estava do outro lado, suas costas eram o que eu conseguia enxergar. Ele espiou por cima do ombro, me olhou por um instante e voltou-se para Simon.
Me sentei ao lado de Briney, ele não estava me olhando, mas sabia que estava fingindo que eu não existia. Ele parecia o mesmo, não tinha mudado muita coisa. Me perguntava se ele estava namorando alguém.
— Agora que os dois estão aqui, podemos começar — proferiu Simon, juntando as mãos sobre a mesa. — Não podemos acabar o relacionamento no prazo que combinamos.
— O quê? — Briney e eu falamos ao mesmo tempo. Eu estava quase socando o rosto velho de Simon.
Simon olhou para mim como se estivesse tão irritado quanto eu. Seus olhos cheios de rugas transmitiam frustração e algo me dizia que a culpa era minha. Eu engoli seco e me encolhi na cadeira.
— Teríamos seguido o prazo se Madelyn tivesse seguido a única coisa que pedi: ficar longe de Christopher Sturniolo — falou Simon, seu maxilar rígido. Acredito que não gritou comigo por manter o profissionalismo.
Briney parecia de saco cheio, como se ouvir o nome de Chris fosse perfurar seus tímpanos. Ele estava com os braços cruzados e, embora parecesse aborrecido, estava calado. Ele nunca foi de explodir. Sempre escutou tudo, calado.
— Recebi por correio uma foto que pode comprometer tudo que construímos. — Ele abriu uma gaveta ao seu lado, tirou um envelope e o colocou sobre a mesa. — Esta é só uma cópia, o que significa que a foto original ainda está com o remetente; o que significa que quem quer que tenha a enviado, pode fazer o que quiser com isso.
Peguei o envelope e puxei a foto de lá. Imaginei ser uma foto de paparazzis, alguma foto de fãs que não reparei em Cape Cod. Não era nada disso. Fiquei sem fôlego quando vi. Eram as fotos que tirei com Chris na cabine do calçadão. Apenas eu tinha elas e estavam comigo o tempo inteiro na bolsa. Tinha um histórico de fotografias na cabine fotográfica? Teriam acessado o histórico e chantageado Simon de propósito? Quem faria algo assim?
Naquela noite em que Chris e eu fomos ao calçadão, usamos a cabine fotográfica. Nós pegamos o papel com as fotos reveladas e o guardamos na minha bolsa. Eu nunca imaginei que poderiam ter sido descobertas.
As fotos eram completamente incriminadoras. Afinal, em uma das fotos nós estávamos nos beijando — e nas outras estava com os braços em volta dele, ele beijava bem o canto da minha boca e mordia minha bochecha ao segurar meu pescoço. Se aquilo fosse à internet, estava tudo acabado.
— Bem, como não respeitaram algo simples, algo que era para o bem da carreira de vocês, vocês vão respeitar agora. — Simon puxou alguns papéis e uma caneta. — Haverá um contrato desta vez. Se descumprirem qualquer uma das regras, por menor que seja, dirão adeus para a carreira de vocês.
Simon falava no plural, mas eu sabia que o contrato só havia sido criado por minha culpa. Aquilo era terrível. Já tinha magoado Briney uma vez e agora estava nos forçando a continuar com tudo isso por muito mais tempo que o planejado. Se eu estava odiando aquilo, ele odiava muito mais.
Li cada tópico do contrato. Deveríamos simular um relacionamento amoroso por mais três meses e não poderíamos aparecer ou sermos vistos com nenhum parceiro por dois meses após o anúncio do término. Tudo acabaria em dezembro.
Eu quis chorar, quis rasgar aquele papel e a foto dentro do envelope. Eu tinha vontade de gritar e ignorar tudo aquilo, não ligar para contrato algum e passar o resto da vida com Chris. Mas aquele era o meu sentimento no momento, não era o que eu realmente queria. Desde pequena sonhei com o que conquistei agora, com as séries e filmes, o tapete vermelho.
Então, tirando todo o ar do pulmão, segurei a caneta que Briney passou para mim e assinei o contrato. Vi minha assinatura sobre meu nome e desejei que aquela não fosse eu.
Aquele escritório tornou-se frio de repente. A sala parecia estar carregada de fantasmas que vagavam atrás de mim e todos eles riam da minha derrota, conforme meus pensamentos deixavam minha mente enevoada. Larguei a caneta sobre a mesa e encostei as costas na cadeira, tensa. Senti como se tudo estivesse acontecendo em câmera lenta.
— Mandarei mensagem semanalmente para saber como estão se saindo e nos encontraremos aqui no dia dezesseis de dezembro. — Ele respirou fundo e olhou para nós dois como se fôssemos dois adolescentes descuidados. — Estão liberados.
Briney saiu da sala como um furacão. Ele não bateu os pés ou esmurrou a porta, mas eu sabia que estava furioso. Não tentei impedi-lo, não tentei dizer alguma coisa. Eu sabia que qualquer coisa que dissesse iria piorar as coisas.
Quando entrei no carro, fiquei observando o carro dele sair do estacionamento. Fiquei mais alguns minutos quieta ali dentro, escutando o som da minha respiração. Eu conseguia ouvir meu coração bater, reverberando nos ouvidos. Não estava batendo desesperado como costuma quando estou ansiosa, estava até mais lento. Acho que a diferença era que eu estava triste, magoada e frustrada comigo mesma.
Passei o caminho inteiro quieta. As janelas estavam fechadas, o dia não estava mais bonito aos meus olhos. O ar condicionado do carro estava me congelando, mesmo que não estivesse tão forte. Eu dirigi até a casa dos meninos e mandei mensagem ao Chris, pedindo que me encontrasse ao lado de fora em alguns minutos. Eu precisava contá-lo.
Esperei ao lado de fora da casa, escutando os sons à minha volta. O farfalhar das folhas nas árvores quando o vento passava, os pássaros que piavam de vez em quando. Estava tão perturbada que achava estar sendo sufocada pelo próprio cheiro do meu perfume, como se tivesse jogado todo o frasco na minha pele.
— Oi — falou Chris, saindo de casa na ponta dos pés. — Como foi lá?
— Chris, eu sinto muito — falei, sentindo que iria começar a chorar como uma criança. — Isso é tudo culpa minha e eu me odeio por isso.
Ele estava com aquela expressão confusa e preocupada. Ele segurou meu rosto, como se esperasse descobrir o que tinha acontecido sem ter que me perguntar.
— Simon disse que não poderemos ser vistos juntos até dezembro. Ele me fez assinar um contrato. — Eu estava com o lábio todo machucado, eu sentia o gosto de sangue na minha boca.
— O quê? — perguntou, tirando a mão do meu rosto. O calor de sua pele ainda permaneceu naquele espaço da minha bochecha.
— Enviaram nossa foto da cabine fotográfica para ele por correio. Eu não sei como conseguiram, ela nunca saiu da minha bolsa — falei, abrindo a bolsa para provar que estava certa. Meu coração parou de funcionar quando vi que a foto não estava ali. — Merda.
— Quem pegaria a foto da sua bolsa, Maddie? Você tem certeza que não tirou daí?
Aquilo tudo estava me irritando. Eu não tirei a porra da foto da bolsa! Mas que merda. Que merda!
— Tenho certeza! — disse mais alto do que deveria, irritada como se não pudesse controlar.
Eu estava chorando e nem percebi. Chris segurou meus braços e me puxou para perto. Ele me abraçou e fez carinho no meu cabelo, beijando o topo da minha cabeça. Meu choro estava abafado pelo peitoral dele. Torcia para que Matt e Nick não estivessem escutando.
— Não fique bravo comigo, por favor — pedi, minha voz estava sensível. — Eu sei que foi culpa minha e estou fazendo de tudo para arrumar.
— Eu não estou bravo, Maddie. — Ele segurou meu rosto e limpou as lágrimas do meu rosto. — Isso é tão culpa sua quanto é minha, estávamos juntos nisso. E ainda estamos juntos. Eu vou te esperar, não importa quanto tempo leve. Eu te amo.
Eu sorri por cima das lágrimas. Eu o amava, eu sabia que ele também me amava, mas ouvir em voz alta me deixava nas nuvens. Eu sempre sentia a mesma sensação com ele. Era como se eu estivesse no topo de uma montanha-russa, prestes a despencar.
— Eu também te amo.
Chris me levou até o carro, me deu um beijo antes que eu fosse embora e ficou ali acenando até eu o perder de vista.
Eu sabia que tudo aquilo era terrível e provavelmente um dos piores sentimentos que já havia tido, mas saber que Chris estava ali comigo e seria compreensível do início ao fim fez tudo parecer mais fácil.
VOCÊS PEDIRAM E EU REVELEI AS FOTOS!!!
i. i si eu contar q isso não é nem metade do problema rs
ii. demorei pra postar mas não descumpri minha promessa!!!
iii. como vocês acham que a foto chegou no Simon?
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