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ᥫ᭡ 012

— COMO ASSIM A PORTA ESTÁ trancada!? — ele questiona, vindo na minha direção. Hyunjin diz para eu me afastar e é a única vez que concordamos, eu tomo distância e ele tenta forçar a maçaneta para abrir, mas não consegue também.

— Está trancada, Hyunjin! — repito.

Hwang não parece convencido ainda, pois volta a tentar abrir. Ele impulsiona seu corpo na porta também, mas isso se mostra inútil. Nós nem podemos arrombar a porta, levariamos uma bronca e ainda seríamos castigados por estarmos apenas os dois, trancados juntos em uma sala, depois do horário das aulas. Não acho que entenderiam nossos motivos. Seu último recurso foi gritar por ajuda, o que também poderia nos colocar numa enrascada, se funcionasse.

— Eu não sei se você percebeu, mas todas as salas de artes tem isolamento acústico — falo, fazendo o garoto parar. — Você não trouxe o celular? Manda mensagem para alguém antes que a gente tenha que passar a noite aqui.

— Eu estou sem bateria — ele diz. — E o seu?

— Em casa, carregando.

— Ótimo! — ela fala, sua voz carregada de sarcasmo. Ele fica irado, Hyunjin encosta a cabeça na parede e a soca com o punho direito, esbravejando como um cão raivoso. — Agora eu vou ter que ficar aqui com você. Argh, como eu odeio isso!

— Jura, fofinho? Porque se você não percebeu, eu estou amando! — faço o mesmo que ele.

       — Não estaríamos aqui se você não estivesse namorando o Chan, para início de conversa — ele fala, como se a culpa de tudo de ruim no mundo fosse minha.

       — Não. Nós não estaríamos presos aqui se você não fosse alguém tão egocêntrico que pensa poder controlar a vida de todos ao seu redor!

       Eu me estresso, aperto minhas mãos e tombo a cabeça para trás, a encostando na porta. Fecho os olhos e tento aliviar a mente, pensar em coisas boas, me acalmar. Mas a presença dele aqui incomoda, dificulta a circulação sanguínea no meu cérebro e me impede de manter a paz.

       Hyunjin solta o ar pela boca, ele soa irritado e confuso. Eu não entendo mais nada do que acontece. Eu só sei que, quando abro os meus olhos, ele está parado na minha frente, com a cabeça inclinada na minha direção e os braços me prendendo contra parede. Me apavoro.

       Seu olhar cai sobre mim como uma onda de julgamentos e questões profundas. Ele não diz nada, não briga comigo, mas também não me solta. Hwang Hyunjin fica me encarando como quem tem intensos amargores e decepções, mas a única pessoa que teve as expectativas destruídas aqui, fui eu.

       — O que você vê tanto nele? — ele me pergunta depois de um bom silêncio. Eu escuto a sua respiração de onde estou, ele aparenta como quem acaba de correr uma maratona. Mas, mesmo que tenha a respiração pesada, não vacila no tom de voz. — Por que ele, se há tantos garotos por aqui?

       Eu me encolho, colando as costas na porta. Pelo menos havia uma porta atrás de mim, caso contrário eu cairia toda desastrada. Hyunjin não interrompe a conexão dos olhares e e eu o sinto como quem está julgando o íntimo da minha alma. É perturbador o fato de que a imagem boa que eu tinha dele vai se destruindo cada dia mais. O garoto que eu pensei conhecer não era assim, não me olharia com os olhos bravos, não falaria comigo de tal maneira e nem me deixaria sem saída.

       Ele não toca em mim, não aumenta o tom de voz e não é agressivo; faz o mínimo. Mas ainda machuca, me fere ter as expectativas indo por água abaixo. Estou ciente de que fui eu quem criou todas elas, que idealizei alguém que nunca existiu, mas o que posso fazer? Como posso me sentir diferente se o peso da realidade sempre é muito para carregar?

       Eu ergo a cabeça, tento voltar a postura de antes.

       — O quê...? Por que isso é tão importante? — interrogo voltando a ser firme nas minhas falas. — Sendo totalmente franca, me parece que você está com ciúmes.

       — Por que eu teria ciúmes de você? — ele ri.

       — Eu não falava de mim, mas de Chan — respondo. Ele tem um sorriso esnobe no rosto e eu estou louca para tirá-lo. Finjo-me de confiante, que não estou assustada, eu me inclino em sua direção, deposito uma mão em seu ombro esquerdo e continuo dizendo: — Ou vai me dizer que está com ciúmes de mim, Hwang?

       A expressão de satisfação, o sorrisinho debochando no sorriso dele, se desfaz. O rosto de Hyunjin congela em uma expressão de surpresa, um choque. Ele trava sem saber o que dizer, percebo quando ele fraqueja e se enrola nos próprios pés. Talvez, se eu puder tirar ele um pouco do sério como agora, se eu puder ganhar, talvez essa implicância não seja mais algo tão chato.

       — Você só pode estar louca — ele diz como resposta.

       — Tem certeza de que não é você quem está louco, Hyunjin? Louco por mim? — eu falo só para irritá-lo, agora posso entender um pouco porquê ele faz isso comigo, é divertido ver ele morder a língua.

       — O que você tem na cabeça? — ele interroga, está ficando todo estressadinho. — E depois ainda me pergunta o motivo de eu não gostar de você e o meu melhor amigo juntos.

— Ora, achei que você gostava disso. Afinal, foi você quem começou a implicar comigo — exponho. — Mas como sempre, perde a graça quando é com você.

       — Do que está falando? Foi você quem disse que me odiava primeiro.

       — Até quando você vai ficar mastigando esse assunto? Não cansa? Não pode esquecer tudo isso? — eu pergunto. Poderia até tentar esclarecer essa história, mas eu prefiro que ele continue pensando que eu o odeio do que saber o que aconteceu de verdade naquele dia.

       — Por que você me odeia?

       — Isso não importa — tento fugir do assunto, mas ele não se convence. — Não pode simplesmente acreditar que eu não falei por mal?

       — E por que mais você falaria "Eu te odeio, Hyunjin!"? — ele questiona sem paciência.

       — Ah, que se dane. Eu cansei desse papinho, de você! — simplesmente deixo para lá.

       — Ótimo! — ele diz alto.

       — ÓTIMO! — eu grito e dou socos no seu peitoral, com os meus punhos cerrados.

       Hyunjin segura os meus punhos para me impedir de continuar o ato e o impulso me faz tombar para frente, colidindo nossos corpos. Eu levanto a cabeça por reflexo e lá está ele com os seus olhos cativantes. Por uma fração de segundo eu volto no tempo, para antes de toda a fase ruim, para aquela parte em que eu me sentia completamente atraída por ele, a que o achava a pessoa mais bonita de toda a galáxia. A parte em que não o odiava tanto.

Eu não vou mentir, sinto saudades da época em que fui ingênua ao acreditar que Hyunjin era uma boa pessoa, gentil e carinhoso. Eu imaginei diversas vezes como seria namorar com ele algum dia, sonhei que ele me consolaria quando ficasse triste, que secaria as minhas lágrimas após chorar, que eu poderia fazer isso na frente dele sem me preocupar. Eu escrevo e, junto com os personagens, sonho. Yang Jiyoon é apenas uma garota sonhadora que às vezes a imaginação é tão forte que a faz confundir realidade e ficção. Talvez isso faça de mim uma idiota.

       Eu quero me livrar dos pensamentos sobre ele, então me livro dele. Eu empurro Hyunjin ao conseguir me soltar dele, não ligo se ele reclama de dor, todos sabemos que eu não tenho a força suficiente para machucá-lo, não doeu de verdade. Em passos rápidos eu vou para o outro lado da sala, me sentar em um dos colchonetes. Caótica, abraço as minhas próprias pernas e deito a cabeça nos joelhos, ficando no meu cantinho. Hyunjin também pega um dos colchonetes, mas fica longe de mim.

       — O que nós vamos fazer agora? — ele pergunta.

       Eu não digo nada, continuo quietinha porquê a cabeça voltara a doer, mas desta vez por fome. Já é super tarde e a minha única refeição fora o café da manhã. O pior é que eu poderia ter comido algo mais forte, mas preferi comer frutas e meio pão. É por isso que não se deve manter uma vida saudável. Pelo menos ainda tenho senso de humor, mesmo com a cabeça explodindo. É claro que deve-se manter uma vida saudável, e para isso eu deveria ter feito todas as refeições, não culpar a única que fiz.

       — Você desmaiou? — ele volta a abrir a boca.

       — Quem me dera, assim não teria que te ouvir — eu falo sem mover um músculo, está tudo querendo doer.

       — Para alguém que diz que não falou que me odeia honestamente, deveria ao menos ser mais gentil.

       — Nada que eu fale fará você mudar de ideia sobre mim. Eu tento fazer tudo certo, tento não machucar ninguém, eu escolho o que vai ser melhor para o geral desde os meus cinco anos e mesmo assim você continua dizendo coisas horríveis sobre mim — desabafo erguendo a cabeça. — Seja honesto comigo, Hwang. Alguma coisa que eu venha a te falar, fará você mudar de ideia sobre o que pensa de mim?

       — Palavras são fáceis, Jiyoon. Qualquer um consegue dizer uma mentira, mas não se pode forçar algumas ações, elas dizem bem mais que falsas promessas.

       — Que se danem, você e essa conversinha furada.

       O tempo parece não passar, eu odeio o fato de ele estar aqui. Hyunjin está distante mas longe não parece o bastante. Se fosse para escolher ficar trancada com alguém aqui eu preferia que fosse junto de Felix, ou até sozinha, assim poderia morrer em paz.

       É apenas segunda-feira, amanhã alguém há de abrir a sala em que estamos, mas não garanto que conseguirei passar a noite aqui, presa com ele sem pensar em me matar. Mas não vou dá-lo o luxo de que a última palavra que eu escute antes de morrer seja alguma merda proferida pela sua boca bonita.

       — Eu não entendo, Jiyoon — ele continua tagarelando. — Se você não me odiava, por que continuou dizendo coisas ruins para mim? — ele volta a me questionar.

       — E você, por que você diz que me odeia? — eu faço uma outra pergunta.

       Ele cala a boca. Perfeito.

       Volto a ficar na minha agonia, meu estômago começa a doer e eu só queria estar em casa. Eu tinha certeza de que cedo ou tarde isso iria acontecer. Para a minha sorte a dor está leve, apenas um alerta. Como um "Coma logo ou eu vou acabar com você!". Eu sei que não conseguirei passar a noite aqui, porque meu estômago vai acabar me matando.

       Quando minha barriga faminta faz um som alto, Hyunjin me olha com os olhos arregalados. O que foi agora? Ele não sente fome?

       — Isso foi um terremoto? — ele pergunta enquanto ri.

       Ele ri como se a minha expressão de angústia não significasse nada, ele me trata como se eu estivesse brincando. Pois já que o palhaço está rindo, talvez a tenda deva fazer uma piada. Se ele já estava rindo, talvez eu devesse fazer uma piada. Aproveito meu curso de teatro e uso disso para mudar a expressão facial de maneira sutil.

       Quando criança, eu costumava adoecer muito. Também tive olheiras fortes desde pequena, então quando ficava doente eu sempre era atendida bem rápido porquê todos achavam que eu estava prestes a morrer. Desde aquela época eu sempre tive o dom de aumentar a situação para parecer que eu estou mais doente. Eu mantenho o olhar meio baixo e respiro mais lentamente para deixar a cena convincente, é aí que eu levanto a cabeça e olho para o garoto.

       — Hyunjin-ah... — chamo seu nome como se a força do meu corpo estivesse se esvaindo. — Hyun... — finjo um desmaio.

       Honestamente, eu mereço um Óscar.

       — Jiyoon? — ele fala, completamente hesitante.

       Fico em silêncio, apenas ouvindo ele sendo torturado. Ele vem até mim devagar, a ponta de seu dedo indicador toca meu braço e me empurra, eu deixo o corpo leve para parecer que perdi o controle. Ao cair na minha ceninha, Hyunjin me balança, tentando me acordar.

      — Ya! Yang Jiyoon! — ele diz, desesperado tentando me acordar.

      Sua mão toca o meu rosto e eu percebo como ele está gelado. Seu desespero me alegra, porque prova que ele se importa comigo, mesmo que bem pouquinho. Eu sinto que posso estar passando do limite, assim como sinto sua orelha no meu peito, tentando ouvir meus batimentos. A farsa acaba, eu abro os olhos e só consigo rir.

       — Você é louca? — ele interroga. — Maníaca? No que estava pensando?

       — Parece que você não me odeia como diz, olha só como ficou quando me viu desmaiar.

       — Não é nada disso! — ele se recusa a admitir. — Eu fiquei pensando em como seria passar a noite ao lado de um cadáver — ele diz, parece que voltou a ser o atual Hyunjin insuportável. Minha diversão acaba. — Eu não aguentaria o cheiro.

       — Sabe o que eu não aguento? — me levanto sem paciência para ficar aqui. — Você!

       — E você acha que eu gosto de você? — ele se ergue também. — Eu prefiro quebrar a perna do que ter que passar outro dia trancado aqui com você.

— Eu prefiro ter que beijar um cacto do que ficar perto de você!

— Eu prefiro que alguém me chute sem parar por quatro horas do que ficar perto de você! — ele fala entredentes.

É irônico como nós dizemos o que preferíamos fazer a estar perto do outro, ao mesmo tempo em que a cada frase dita, nós nos aproximamos mais, limitamos a distância. É estranho e eu detesto isso, mas tem sempre algo nos empurrando um para o outro.

— Eu te odeio! — ele fala. Sua respiração quente bate no meu rosto.

— Eu te odeio muito mais! — faço como ele.

Nós nos encaramos com raiva, a tensão entre nós chega a ser palpável. Eu secretamente me culpo por querer ficar ainda mais perto dele. Será que ele pensa o mesmo que eu? Será que se sente tão esquisito como eu me sinto? A distância entre nós deixa de ser segura, é perto de mais para duas pessoas que se odeiam.

Eu fico encurralada sem saber o que fazer. O que está acontecendo aqui? Por que essas sensações todas agora? Estou prestes a dar um tapa na cara dele, um chute ou qualquer coisa para não deixar ele perceber os resquícios de sentimentos que tive por ele. Fico com medo da proximidade e do passado, agradeço quando um outro barulho chama minha atenção. A minha salvação, a maçaneta da porta. Eu olho na direção e dou graças a Deus quando vejo o zelador atrás da porta aberta. Finalmente.

— Me desculpem, crianças. Eu pensei que não tinha mais ninguém aqui depois que eu acabei de limpar — ele se desculpa.

— Está tudo bem, obrigada por voltar e nos salvar — digo. Só eu sei como estou grata por ele aparecer.

Hyunjin e eu pegamos nossas coisas.

— Ainda bem que o seu namorado ligou para a escola — ele diz. — Mais uma vez, eu sinto muito. Vou me certificar de que coisas assim nunca mais se repitam. Se vocês puderem não contar a direção, eu agradeço. Isso pode fazer eu perder meu emprego.

— Namorado? — eu pergunto confusa.

— Sim. O loirinho com as covinhas na bochecha, Bang alguma coisa... Bang Chan! — o zelador Jung responde. — Ele é um bom garoto, vocês ficam bem juntos.

Eu sorrio sem graça. Já Hyunjin, este passa por mim feito um furacão, não o vejo claramente, apenas os seus destroços.

— Obrigada — agradeço, eu acho. — Não se preocupe, não vamos contar a ninguém — digo antes de sair.

       Eu não entendo o que aconteceu por aqui, volto para casa bem desnorteada e fico assim o resto da noite. Hoje eu descobri algo preocupante, que aquela parte idiota de mim ainda reacende quando ele chega perto. Fico cada vez mais confusa, talvez eu deva mesmo me afastar de Chan. Não sei de mais nada, passo a questionar todas as minhas escolhas.

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