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ᥫ᭡ 009

       AO LONGO DA MINHA VIDA, EU venho escutando dezenas de pessoas falando sobre como não se esquece uma primeira vez, consigo entender isso agora. Nas minhas memórias, ainda tenho guardados os dias em que li um livro de romance pela primeira vez, quando comecei a escrever, o meu primeiro beijo, a primeira vez em que senti meu coração bater mais rápido por alguém. Mas, de todas as vezes, nenhuma me deixou tão surpresa quanto a vez em que ouvi alguém se confessar para mim.

       Foi novo, inesperado e teve significado. Além disso, não foi qualquer garoto. Christopher Bang Chan é o tipo de cara que te faz sentir como uma princesa; ele é doce, gentil, romântico e um perfeito cavaleiro. Com ele tudo parece um sonho cor-de-rosa, mas isso também te deixa assustada, apreensiva e com medo de que quando as coisas acabem, você vire abóbora. Neste conto de fadas, até que ponto a magia dura? Esta história é mesmo mágica, ou apenas um conto secretamente perturbador dos irmãos Grimm?

Talvez eu seja pessimista, ou apenas descrente de que o amor seja realmente algo para mim, admito que me sinto insegura. Eu jamais poderia dizer agora que o amo, nem mesmo que estou apaixonada. É isso que me chateia. Com Chan eu sinto algo, mas não chega nem perto do que senti por Hyunjin.

       Minha mente está lotada, talvez eu esteja pensando demais. Começo a me sentir uma boba por ligar tanto para coisas assim. Ele disse que gosta de mim, não que está apaixonado, por que eu estou me importando tanto se sinto ou não coisas tão fortes por ele? Odeio pensar assim, mas acredito que devo estar me impulsionando a sentir mais do que houve pelo Hwang, para assim esquecê-lo. O Hyunjin não importa agora, se o que Chan sente por mim ainda está na fase inicial, então tenho como correspondê-lo.

       Por alguma razão esses pensamentos não saem da minha cabeça, não consigo parar de pensar naquele momento. Os pensamentos ameaçam me atormentar por mais, então volto a me distrair com a minha própria bagunça externa. É sábado e eu estaria na casa do meu pai se eles não estivessem de mudança, meu quarto está completamente desarrumado porquê eu o vasculhei desde ontem escolhendo o que levar para a casa do papai e o que vai ficar aqui. São poucas as coisas que vou tirar daqui, algumas das minhas coisas já estavam no apartamento antigo deles. Estou levando metade do meu guarda-roupas, o ukulele senão vou esquecer de praticar uma música que estou aprendendo, livros e alguns perfumes e cosméticos que não consigo mais ficar sem.

       Enquanto chuto as caixas e o que estiver em minha passagem, tento fechar o zíper do meu vestido — o que parece uma missão impossível —, quando consigo passo a aplicar um gloss nos lábios, sem me olhar no espelho. Estou ficando expert nisso de tantas as vezes em que me atraso. Quando consigo alcançar o espelho, dou uma conferida básica em como estou, dou uma última arrumada no laço da tiara branca da Chanel que uso e saio para encontrar Chris do lado de fora.

       — Woah! — vejo ele exclamar boquiaberto. — Você está assim toda linda só para encontrar com os meus amigos?

       Eu sorrio um pouco envergonhada.

       — Para onde nós iremos? — pergunto, a princípio.

       — Há uma sorveteria nova que abriu no meio do caminho entre nossos bairros e dizem que é muito boa. Você gosta de sorvete, não é? — ele pergunta. — Eu pedi um carro por aplicativo, ele já deve estar chegando.

       — É claro que sim, todo mundo gosta de sorvete. Não se pode confiar em alguém que diz o contrário, é a primeira regra do universo.

       — Você está totalmente certa! — ele concorda. Só é preciso que ele termine de dizer a frase e logo o nosso carro chega. — Vamos? Eles devem estar esperando.

       — Sim, claro — concordo, entrando no carro com ele.

Quando começamos a andar eu fico nervosa, me paro em silêncio pensando sobre quem eu encontrarei. Recordo-me que não perguntei a ele. Lá pela metade do caminho eu fico tão curiosa que pergunto:

       — Chan, quando você diz "amigos", está se referindo a quem?

— Ah, são poucas pessoas, uns dois amigos — ele responde. — Ei, você não disse que ia se mudar? — então ele muda de assunto.

— Eu vou amanhã. Acho que ouvi Seungmin falar que a minha casa nova fica perto da sua — menciono.

— Então nós vamos morar no mesmo bairro? — ele parece animado. — É bom saber que vou te ver com frequência.

— Não sei se você vai achar tão bom quando me ver tanto ao ponto de chegar a abusar da minha cara — eu falo em tom risonho.

— Não acho que isso seja possível — ele diz olhando nos meus olhos. — Digo, como alguém poderia não gostar de te ver?

Ele deve estar de brincadeira, deve saber o quanto essas palavras mexem comigo. Se ele continuar com esses flertes, eu irei o beijar aqui e agora.

— Sério, me fala logo qual é o seu defeito. Porque alguém como você, com as suas características, não pode ser real. Isto é alguma daquelas pegadinhas? — finjo procurar as câmeras escondidas.

— Você é adorável — ele diz.

— E você é inacreditavelmente fofo.

— Hmm... eu não sei se você vai continuar pensando assim de mim com o passar do tempo — ele diz e nós saímos do carro, andando agora em passos curtos à medida em que nós nos aproximamos da sorveteria.

— Nós estamos começando a nos conhecer agora e você já está fazendo planos de me decepcionar, Chan? — faço uma piada. Mas parece que ele não entende como uma.

— Não é exatamente assim — seus ombros ficam rígidos. — Olha, eu gosto de você, Jiyoon. Já te falei isso. E na verdade, é por isso que eu te trouxe aqui.

— O que você está aprontando? — questiono. Estou tanto curiosa quanto nervosa. — Não gosto de suspense.

— Antes de tudo, você promete que não vai ficar chateada?

— Bang Chan, não tenho controle sobre isso — falo. Eu tento não ficar chateada, mas acabo me estressando com meus próprios pensamentos.

— Eu quero deixar claro que estou fazendo isso com a melhor das intenções. Quero que dê certo, apenas me diga que não vai embora e que vai dar uma chance. Pode ser?

— Eu não posso te prometer que vou cumprir perfeitamente com isso, mas garanto tentar seja lá o que for.

— Promete mesmo? — ele hesita, duvida.

— Ai meu Deus! — exclamo. — Onde é que eu estou me metendo? — faço o auto questionamento e paro pensar novamente nas minhas escolhas. É o Chris, o doce e majestoso Chris. Não acredito que ele fará algo ruim, então respondo: — Sim.

       Um sorriso brilhante surge no rosto de Chan para clarear as minhas dúvidas. Ele fica tão empolgado e ansioso que nem deve ter notado quando segurou a minha mão. Mas eu percebi. É mais um ponto com um sinal de "check" na minha lista de primeiras vezes, a primeira vez que andei de mãos dadas com um garoto. Embora tenha sido rápido, o calor das nossas mãos foi reconfortante, mas também me deixou apreensiva de que eu começasse a soar. Ele é a equivalência entre calmaria e turbulência.

       Eu me perco na divindade do seu rosto angelical, como se estivesse em um estado de transe, volto a realidade com o ressoar dos sinos no topo da porta. Dou uma olhada em volta e de repente Chan não é a única coisa linda que posso ver. A sorveteria tem uma vibe vintage chique, toda em tons pastéis e as garçonetes até vestem uniformes azuis com um estilo que, assim como o local, lembram a década de 80. Todas as mesas são como cabines, as mesas cercadas pelos bancos acolchoados de couro em tons de rosa e detalhes amarelados-azulados.

       Se eu visse fotos do lugar em alguma rede social, poderia facilmente confundir com uma sorveteria de New York nos anos 80. É um local que expressa bem a arte, vender sorvete é um plus. Chris percebe a minha animação, tal como a dele. Fico feliz como uma criança, me sinto uma quando estou com ele, porque tudo sempre parece fácil e encantador. Mas, no meio de toda a beleza, uma presença indesejada ameaça acabar com a minha alegria. Eu solto a mão do Bang na mesma hora.

       — Chan-ah... — chamo sua atenção. — Quando você disse "amigos", não quis dizer Hwang Hyunjin e Baek Yujin, quis?

       — Você prometeu não ir embora — ele se adianta antes que eu de meia-volta. — Por favor, não me odeie.

       Não falo nada, a minha raiva sai toda em forma de um suspiro pesado e alto.

       — Eu deveria ter contado sobre isso antes, me desculpe. Achei que se eu te contasse, você não viria — ele me explica, está certo. — Eu realmente gosto muito de você, Yoon. Quero que você e o Hyunjin possam se dar bem, é importante para mim.

       — Eu entendo, é sério, mas você precisa entender que tem coisas que não se podem ser consertadas. Se você tivesse me pedido isso duas semanas atrás eu faria com o maior prazer, mas depois de tudo que ele me disse e as coisas que ouvi ele falar nas minhas costas, não posso fingir ser amiga dele, porque ele simplesmente não me inspira confiança.

       Nós estamos mesmo tendo esse papo no meio da sorveteria?

       Os estranhos nas suas cabines estão começando a nos encarar. É claro que não estamos brigando, nem falando super alto, mas ainda assim os outros clientes não param de observar os dois adolescentes parados aos cochichos na porta. Até o casal a quem deveremos nos juntar parou para ver.

       — Me desculpe. Eu vou te levar para casa — ele desiste da ideia, mas já é tarde para irmos embora.

       — Desta vez eu vou ceder. Nós já estamos aqui, vamos tomar um sorvete. Não vou me tornar a melhor amiga dele, mas prometo tentar ser gentil e simpática.

       — Você não poderia agir de outra forma nem se tentasse.

       Coloco o sorriso de antes de volta no meu rosto e seguro o braço do garoto, caminhando com confiança até a mesa onde os outros dois estão. Mas a verdade é que, por trás de toda a pose de autoconfiante, há uma garotinha medrosa.

Nós nos sentamos no banco à frente dos dois. Ambos cumprimentam Chan, eu faço o mesmo com Yujin, mas para Hyunjin apenas aceno com a cabeça — ele repete o gesto. Estou dando o meu máximo, não para arrumar uma briga, mas para não deixar a voz incessante na minha cabeça me fazer chorar, a voz dele.

A mesa fica em total silêncio até uma das garçonetes vir anotar o nosso pedido, pois além de sorvete eles também fazem lanches. Eu escolho um sorvete simples de baunilha com calda de caramelo na casquinha em formato de cestinha; Chris um milkshake de oreo, Yujin um sanduíche natural e suco de laranja, já Hwang, uma banana split com calda extra de chocolate.

Ninguém parece querer puxar algum assunto e Chris está começando a ficar angustiado, existe um gelo enorme a ser quebrado entre nós. A verdade é que isto parece com um encontro de casais, um daqueles bem esquisitos. Bang Chan e eu não somos um casal.

Me pergunto se eu devo dizer algo, tomar a iniciativa. Mas paro ao notar que não faço ideia de como inserir um tópico adequado para a conversa. Não conheço Yujin, não faço ideia do que ela gosta. E quanto ao namorado dela, é complexo.

Chan olha para mim, olha para o amigo. Faz sinal com a cabeça. Hyunjin dá de ombros. Bang repreende com o olhar. Eles ficam nessa e acham que nós duas não percebemos. Hwang finalmente diz algo.

— Jiyoon, você cortou o cabelo? — foi a sua tentativa de ser simpático.

— Não — respondo. Eu uso o mesmo corte de cabelo desde o ano passado, no máximo eu aparei algumas pontas. — Yujin-ah, eu soube que você voltou do Alaska faz pouco tempo — recordo e tento puxar assunto com ela, deve ser mais fácil.

— Sim, é verdade — ela confirma. — Foi no verão, o que significa que levei muita picada de pernilongo. Na cidade em que eu fiquei tinham tantos que pareciam uma névoa de insetos. Quero voltar lá um dia, mas em outra época do ano. Espero conseguir aguentar o frio também.

— Me parece divertido, eu adoro o frio! — falo. Parece que estou conseguindo me comunicar com ela.

— Eu também — ela diz. — Mas Hyunjin o detesta, ele é 100% time verão.

De acordo com a sua personalidade, posso dizer que ele se assemelha mais ao frio do inverno. Se eu tocar em sua pele, tenho certeza de que será tão gelada quanto o seu coração, que ao tocar vou sentir o meu corpo se arrepiar inteiro com a sensação gelada. Hyunjin emana gelo, ele fere os outros com eles. Se não tomar cuidado, o próximo cristal de gelo pode ir direto no seu coração.

— Talvez em outro universo, Hyunjin adore o inverno — Chan surge com esse papo de repente.

       — Como assim "outro universo"? — Yujin interroga.

— Você está me dizendo que existe mais de uma terra? — pergunto, tão confusa quanto a Baek. — Que em alguma realidade paralela, nós somos outras pessoas?

— Não — ele nega. — O nosso DNA, em tese, seria o mesmo. A única mudança estaria nas nossas escolhas, já que elas moldam quem somos. Em alguma realidade paralela, eu posso ter descoberto a cura do câncer.

— Em alguma realidade paralela eu posso não estar te namorando! — Yujin fala ao namorado, aterrorizada, deitando a cabeça em seu ombro.

— Em alguma realidade paralela a Jiyoon pode até ser uma pessoa agradável — percebo que ele pensa alto, fica claro pela sua expressão.

Eu dou um gole no milkshake pela metade de Chan. Não foram nem dez minutos de conversa e ele já está me insultando. Se eu fingir que nada aconteceu talvez alguém emende em um assunto qualquer e acabe o constrangimento.

       Hyunjin é soberbo, quando vê que eu percebo que não falou porquê quis, talvez com a intenção de deixar claro que não está simpatizando comigo, ele diz outra coisa ruim. Ele não quer que eu pense que há algo a se aproveitar dele, que possamos ter uma relação normal algum dia, Hwang insiste em me odiar.

— Em alguma realidade paralela talvez ela nem tenha nascido, o universo pode ter conseguido reparar este erro — ele fala para me ferir e consegue.

Isso me machuca, suas palavras ferem. Não é apenas mais uma bobagem qualquer saída da boca dele, este é um assunto delicado, toca em feridas que ainda não foram completamente cicatrizadas. Houve uma epoca da minha vida — quando os meus pais se separaram — que eu acreditei ser um erro. Cheguei a pensar que os meus pais nunca me quiseram de verdade, apenas tiveram que aprender a gostar de mim. Eu não penso mais assim, mas recordar tais mágoas me machuca profundamente.

Hyunjin é um completo idiota que faz o meu corpo arder de ódio. Agora, mais que nunca, eu o odeio. Irritada, eu me ergo na mesa. Me inclinando em sua direção sem me importar com os olhares alheios, eu digo:

— Já chega! Eu prometi ao Chris que tentaria conversar numa boa com você, mas realmente não dá. Eu não teria como manter uma conversa por mais de cinco minutos com alguém como você, alguém que tudo que me desperta é ódio. Eu te odeio, Hyunjin. Espero que você saiba disso tanto quanto sabe a pessoa podre que é. Espero também que você passe o resto dos seus dias sozinho, porque só poderia ser castigo divino alguém ter que passar a eternidade ao seu lado.

Minhas mãos tremem, meu coração acelera; todas as reações que deveriam estar ligadas a sentimentos bons por ele, se transformam em coisas más. Rapidamente eu pego minhas coisas e saio do local, sem nem esperar por Chris. Eu só quero ir embora e me livrar de sua energia negativa o quanto antes. Ele me causava raiva, repulsa, nojo.

       Não há uma sensação pior do que a de odiar a pessoa por quem costumava fazer bobas histórias de amor. Mas não há outra, eu o odeio. Com todo o meu coração machucado, eu te odeio, Hwang Hyunjin.

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