|Capítulo 131|
P.O.V Narradora
Stiles está na garagem da casa McCall tarde da noite, onde ele está consertando seu Jeep. Ele se inclina sobre o capô aberto do jipe e mexe na maquinaria, puxando um emaranhado de fios cuja finalidade ele parece não entender. Depois de um momento, ele encolhe os ombros e volta a puxar para fora um grande cilindro enferrujado de algum tipo, que ele também coloca de lado com os fios. Ele então pega uma chave inglesa e a ajusta por um momento antes de estender a mão para apertar um parafuso.
Enquanto isso, lá dentro, Scott está descendo as escadas de seu quarto com uma mochila nas mãos, onde encontra Liam e Emma no sofá aos beijos.
Os dois se levantam, com Emma ficando ao lado do namorado. É óbvio que Scott está em conflito com a chegada de Liam, já que ele está triste por estar afastado de seu Beta e também com medo do que poderia fazer depois que Liam quase o matou. Liam parece ansioso para estar ali, mas hesita ao ver Scott e, de repente, deixa escapar o primeiro pensamento que vem à mente.
— Eles estão vivos. — disse Liam, ansioso.
Scott olha para ele, confuso, mas não fala. Emma divaga nervosamente para tentar explicar.
— O que Liam quer dizer, as Quimeras. Alguns deles... não todos... estão vivos. — disse Emma rapidamente.
Scott mantém o rosto ilegível quando finalmente responde, incapaz de olhar Liam nos olhos depois do que aconteceu entre eles.
— Eu sei. — disse Scott, o casal parece surpreso com a resposta curta.
— Você sabe? — perguntou Liam, confuso.
— Sim. — respondeu Scott. Após um breve silêncio constrangedor, Scott volta ao que estava fazendo, nervoso. — Eu... me desculpe, não posso falar agora. — disse, se dirigindo à porta dos fundos.
Liam, não querendo deixar as coisas como estão, tenta novamente.
— Foi o Theo. Foi ele quem os trouxe de volta e agora eles estão com ele. Como se fossem o bando dele. — disse Liam.
Scott acena com a cabeça, parecendo levemente impaciente.
— Você sabia que ele queria a Emma, né? — continuou Liam.
— Eu sei. — respondeu Scott, brevemente olhando para Emma, a mesma percebendo a tensão entre os dois, decide intervir.
— Scott, a Hayden e o Corey são um deles. — indignou Emma com cuidado,
Scott parece genuinamente surpreso com essa informação.
— Eles estão bem? — perguntou Scott, preocupado.Emma acena com a cabeça.
— Eles estão vivos. Não tenho certeza se estão totalmente bem, mas estão vivos. — disse Emma.
— Isso é bom. — respondeu Scott, aliviado, mas logo se fechou novamente. Ele se prepara para sair.
— Onde você está indo? — perguntaram Emma e Liam ao mesmo tempo.
— Para pegar a Kira.—Scott suspiro— O pai dela nos contou que a mãe dela a levou para o Novo México, para um lugar chamado Shiprock. Eles estão tentando descobrir uma maneira de ajudá-la. Mas é perigoso. Vamos buscá-la e trazê-la de volta. — explicou Scott.
Liam, ansioso para ajudar e reconquistar a confiança de Scott, caminha em sua direção.
— Vamos com você! — disse Liam impulsivamente.
— É, Scott, deixa a gente ir! — complementou Emma, olhando firme para o irmão.
Scott hesita, claramente lutando contra seus sentimentos.
— Uhh, vocês não podem. — disse Scott, virando-se para sair. Liam, magoado, tenta mais uma vez.
— Deixe-me ajudar. — implorou Liam.
— Scott, deixa ele ajudar. — insistiu Emma.
Scott para de repente, hesita por um momento, mas não se vira.
— Não façam nada. — disse Scott, saindo e indo para a garagem, deixando Emma e Liam sozinhos na cozinha.
Emma olhou para Liam com gentileza, colocando as mãos no rosto do namorado.
— Ele vai te perdoar, não se preocupe. — disse Emma, dando um selinho em Liam, o garoto a abraçou, escondendo o rosto no pescoço dela.
Na garagem, Scott dá a Stiles um olhar simpático antes de pegar a luz pendurada no capô do carro e entregá-la para que Stiles possa ver melhor.
— Então, o que ele queria? — perguntou Stiles, curioso.
— Ajudar. Ele é a Emma. — respondeu Scott.
— Você vai deixar? — perguntou Stiles, voltando ao trabalho.
— Uma hora, eu acho...—Scott pensa por um momento antes de responder.
— Ok, mas ele não deveria estar um pouco acima na sua lista de prioridades agora?—Stiles para e o encara— Quero dizer, já que ele é o único outro lobisomem real? Seu único Beta real?
— Você não viu como ele veio até mim. —Scott suspira.—Você não viu o olhar nos olhos dele...
— Bem, eu estive com você na lua cheia, então eu vi esse olhar. — disse Stiles com um tom brincalhão. — Aliás, ele tava assim pela Emma. Eu vi o estado dele quando cheguei no quarto.
Ambos suspiram, pensativos, antes de Stiles quebrar o silêncio novamente.
— Você quer reunir a banda, Scott? Não deixa o baterista de fora.
Scott suspira, frustrado, mas sabe que Stiles tem razão. Quando Stiles pula no banco do motorista e liga o Jeep, o motor finalmente funciona.
— Sucesso! Sim! — comemorou Stiles, satisfeito.
Enquanto Scott coloca sua bolsa no banco de trás, nota garrafas de óleo e dá uma olhada em Stiles.
— É um pequeno vazamento. — disse Stiles, mostrando com os dedos. — Ah, Scott, pensa bem: se não, uma ruiva raivosa vai te arrebentar por não perdoar o Liam.
— Eu sei.—Scott suspira.— Ela já tava com aquele olhar.
— Emma sendo Emma. — respondeu Stiles, dando partida no Jeep.
(...)
Emma chegou à escola mais cedo do que os meninos. Caminhou pelos corredores ainda vazios e parou em frente ao seu armário. Abrindo a porta metálica, pegou alguns livros enquanto organizava seu material. De repente, notou Theo encostado no armário de Liam, não muito distante dela. Ele a observava com aquele olhar que sempre a deixava desconfortável.
— Você tá viva. — disse Theo com um tom calmo, mas provocador.
Emma sentiu uma onda de raiva subir pelo corpo. Fechou o armário com força e encarou-o de volta, carregando sarcasmo na voz.
— Não, Theo, ainda tô morta. — ela respondeu cruzando os braços. — Saia de perto de mim.— mandou, porém ele
não se moveu, inclinando o corpo de forma relaxada contra o armário.
— Sabe, eu ia te reviver... mas você não estava lá. — Theo comentou com um sorriso de canto enquanto colocava uma das mãos na cintura.
— Eu quero você longe de mim.— Emma revirou os olhos, exasperada.—Não basta tudo o que fez? — disse, encarando-o diretamente. Por um momento, percebeu algo nos olhos de Theo: culpa e arrependimento, talvez?
Theo deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles.
— Quero te falar umas coisas. — disse ele, a voz mais séria agora. — Eu não deveria... mas preciso te contar. —
As palavras dele despertaram a curiosidade de Emma, apesar de sua resistência. Ela hesitou por um momento, ainda avaliando se deveria ouvi-lo.
Enquanto isso, Brian, Liam e Mason andavam pelos corredores da escola, conversando despreocupadamente. De repente, o som do sistema de comunicação da escola ecoou:
— Atenção a todos os alunos: as aulas do Sr. O'Quinn estão canceladas por hoje. Se alguém souber do paradeiro dele, por favor, avise a secretaria imediatamente.—Mason levantou uma sobrancelha, rindo da mensagem.
— Isso não soa nem um pouco ameaçador. — disse, zombando, o que fez Brian rir também.
O clima leve entre eles foi interrompido quando Liam avistou Emma perto de seu armário. Mas não estava sozinha. Theo estava ao lado dela, sussurrando algo no ouvido dela. Liam parou no meio do corredor, o corpo tenso. Seus olhos fixaram-se na cena, especialmente no quão próximos Emma e Theo pareciam estar.
Brian e Mason notaram o súbito silêncio de Liam e pararam ao lado dele, acompanhando seu olhar. Theo, percebendo os três observando, lançou um sorriso provocador. Era evidente que ele estava se divertindo com a situação. Liam, por sua vez, cerrou a mandíbula, claramente tentando conter sua fúria e o ciúme que transbordava em sua expressão.
— Você disse que o Scott te disse pra não fazer nada...—Mason, preocupado, sussurrou
— Eu sei. — rosnou Liam entre os dentes, sem tirar os olhos da cena.
— Liam, você disse que não ia se envolver. — insistiu Mason, mais ansioso agora.
— Eu sei. — repetiu Liam, a raiva crescendo em sua voz.
— Eu quero ver briga.— provocou Brian,Mason o fuzilou com o olhar.
— Brian, não incentiva! Liam, não se envolva. — Mason disse desesperado, enquanto tentava manter a calma.
Os três continuaram observando quando, de repente, Theo colocou o braço em volta dos ombros de Emma enquanto se afastava com ela. A expressão de Liam se fechou completamente. Ele fechou os punhos com força, o corpo rígido como se estivesse prestes a explodir.
— Vai deixar isso, Liam? — provocou Brian, com um sorriso malicioso.
— Brian, cala a boca! — repreendeu Mason, nervoso. Ele olhou de novo para Liam. — Liam, não faça nada!
Mas o loiro continuava imóvel, a mandíbula trincada enquanto seus olhos não desgrudavam de Theo e Emma se afastando
P.O.V Emma Hale
Eu estava encostada na parede do vestiário masculino, os braços cruzados e uma expressão séria. Theo estava parado na minha frente, como se tivesse algo importante a dizer, mas eu já estava perdendo a paciência.
— Fala logo, Theo — encarei-o diretamente nos olhos, minha voz carregada de impaciência.
Ele sorriu daquele jeito pretensioso que só ele sabia fazer, como se achasse que estava me oferecendo o mundo em uma bandeja de prata.
— A alcateia do seu irmão acabou. Você, como um Beta especial, não deveria ficar sozinha. Tenho uma proposta pra você: junte-se a mim, ao lado de um Alfa. — A confiança na voz dele era quase irritante.
Dei uma risada seca, sarcástica. Ele realmente não fazia ideia de com quem estava lidando.
— Entrar na sua alcateia? Uma cheia de criaturas falsificadas? — provoquei, arqueando uma sobrancelha.
Theo deu um passo à frente, encostando o braço na parede ao meu lado. Seus olhos fixos nos meus, como se tentasse me intimidar.
— Somos mais fortes — disse, como se fosse uma verdade inquestionável.
Antes que ele pudesse se aproximar ainda mais, movi-me rápido. Em um piscar de olhos, virei a situação e o pressionei contra a parede, segurando-o pelo pescoço. Meus olhos brilharam em um vermelho intenso enquanto eu me aproximava do rosto dele.
— Eu sou a própria Alfa. Não preciso da sua alcateia, Theo. Sempre serei leal ao Scott — respondi firmeza, minha voz baixa e ameaçadora. — E, sinceramente, acho que duas pessoas da sua alcateia vão querer se juntar à minha antes de qualquer coisa.
Soltei-o com um empurrão e me afastei, já decidida a sair dali. A conversa estava encerrada. Mas, antes que eu pudesse dar mais um passo, ele chamou meu nome.
— Emma.
Virei para encará-lo, impaciente. Theo se aproximou de mim com rapidez, e antes que eu pudesse reagir, ele segurou meu braço e me puxou, colando seus lábios nos meus. Fiquei em choque. Totalmente paralisada. Não consegui reagir por um segundo sequer. O beijo foi rápido, mas intenso o suficiente para me deixar furiosa.
Quando ele se afastou, um sorriso vitorioso surgiu no rosto dele, como se tivesse acabado de ganhar alguma disputa.
Minha raiva explodiu. Sem pensar duas vezes, desferi um soco no rosto dele, que o jogou no chão com força.
— O que você... — ele começou, mas não dei espaço.
Avancei e o chutei no rosto, sem me importar com o sangue que agora escorria do nariz dele. Theo colocou a mão no rosto, surpreso e ofegante, mas não disse mais nada.
— Fique longe de mim! — gritei, minha voz carregada de raiva e repulsa.
Minhas mãos tremiam enquanto eu o encarava no chão. A audácia dele em me beijar era inacreditável. Respirei fundo, tentando controlar a adrenalina que ainda corria pelas minhas veias, e me virei. Saí dali sem olhar para trás, deixando Theo no chão, exatamente onde ele merecia estar.
(...)
P.O.V Narradora
Na aula de Biologia, a Sra. Finch estava explicando conceitos complexos de codominância para a turma, Emma, porém, estava claramente distraída. O ocorrido no vestiário ainda pesava em sua mente, dificultando sua concentração. Ela tentava focar na explicação da professora, mas a imagem de Theo e o beijo inesperado não saíam de sua cabeça.
A Sra. Finch continuava com sua palestra.
—Codominância, uma relação entre alelos onde ambos contribuem para o fenótipo do heterozigoto— ela dizia, desenhando um diagrama no quadro. —Hoje, vamos aprender mais sobre isso no laboratório—ontinuou, sem notar o desconforto da turma.—Alunos na primeira e terceira fila, olhem para trás, esses são seus parceiros— anunciou, e Emma virou-se para encontrar Liam sentado atrás dela. Ela sorriu, tentando esconder seu nervosismo, mas viu que Liam estava visivelmente desconfortável, claramente não querendo ser seu parceiro. Isso só aumentou o desconforto da ruiva, que tentou disfarçar a tensão.
Enquanto isso, Corey, que estava na primeira fila, virou-se para seu parceiro, mas antes que pudesse perceber, Mason apareceu e se sentou atrás dele. Mason sorriu para Corey, claramente ansioso para trabalhar com ele, enquanto a Sra. Finch parecia ignorar essa quebra nas instruções. Brian já havia se sentado com Hayden, e o ambiente estava um tanto tenso.
—Por que Liam está com essa cara?—Hayden olhou para Liam e perguntou, curiosa
Brian apenas deu de ombros, sem saber o que responder, já que a situação parecia desconfortável demais para todos.
A Sra. Finch, alheia à atmosfera tensa, prosseguiu com a aula, pedindo que todos se preparassem para a atividade de laboratório. Ela começou a distribuir planilhas e explicou o mistério que os alunos deveriam resolver.
—Dois casais tiveram bebês no mesmo dia, no mesmo hospital. Os bebês foram trocados?— Ela sorriu ao apresentar o desafio.
Emma olhou para Liam com expectativa, mas ele a ignorou deliberadamente, mergulhado nas instruções à sua frente. Isso a deixou ainda mais irritada, e ela não conseguiu conter a frustração.
—Não vai falar comigo, Liam?— ela sussurrou, tentando chamar sua atenção.
—Estou lendo as instruções…—Liam continuou fingiando não ouvir, a expressão de Emma se tornou ainda mais séria, e ela fez uma pausa antes de continuar
—Você sabe o que quero dizer.— respondeu ela.
Finalmente, Liam olhou para ela, seu sorriso falso não passando despercebido, Emma balançava a perna impacientemente, tentando manter a calma.
—Você quer dizer, como você está lidando com um psicopata que tentou me fazer matar Scott e depois fez isso sozinho? Sim, ok, vamos falar sobre isso…— Liam respondeu, com um tom de frustração.
—Eu sei que ele é um psicopata total— ela revirou os olhos, sentindo a raiva crescer dentro de si— Ele tentou me recrutar para a alcateia dele—disse emma, sua voz tremendo um pouco. Ela estava claramente perturbada com o que tinha acontecido.— E nós tivemos uma discussão no vestiário— ela completou, vendo os olhos de Liam se estreitarem com raiva.—Pode me xingar, eu não deveria ter seguido ele…Dei um soco nele e disse algumas coisas…
—Por que você seguiu ele?—Liam não conteve a raiva. , ele sibilou, ainda com a voz baixa.
—Se eu não tivesse morrido, provavelmente ele me deixaria em paz.—respondeu Emma, desviando o olhar, sentindo uma onda de tristeza e desconforto invadir seu peito.
Liam franziu a testa ao ouvir aquelas palavras, seu rosto marcado por tristeza. Ele olhou para o papel em suas mãos, sentindo um nó na garganta ao lembrar da morte de Emma. Ele não sabia como lidar com isso.Depois de um silêncio desconfortável, Emma olhou para ele e, em voz baixa, disse
—Scott não sabe o que está por vir.— essas palavras despertaram imediatamente a preocupação de Liam, mas também sua curiosidade. Ele sabia que havia algo que não estava sendo dito e que provavelmente não era bom.
—O que você quer dizer? O que está por vir?—Liam perguntou, tentando se concentrar na conversa, mas antes que Emma pudesse responder, a Sra. Finch se aproximou, lançando um olhar severo para os dois.
—Parece que há muita conversa aqui. Não consigo imaginar que já tenham resolvido o mistério, não é?—perguntou a professora.
Emma e Liam trocaram um olhar constrangedor antes de se voltarem para a Sra. Finch, claramente envergonhados.
—Não…— Liam murmurou, sua voz carregada de desconforto.
—Então, andem logo—disse a Sra. Finch, antes de se afastar. Eles se entreolharam novamente, ambos sentindo que algo estava errado, mas a conversa que eles precisavam ter ainda não havia acontecido.
—Theo me beijou.— Emma, tomada pela ansiedade, finalmente soltou
Liam parou no que estava fazendo, seu rosto se transformando rapidamente, uma mistura de emoções tomando conta dele.
—Você quis beijá-lo?— ele perguntou, tentando manter a calma, mas sua voz estava carregada de frustração e ciúmes.
Emma não conseguia responder. A ansiedade estava dominando-a, e ela não sabia como lidar com isso. Liam virou o rosto, frustrado consigo mesmo, e, distraído com seus próprios sentimentos, não percebeu que Emma estava começando a entrar em crise de ansiedade.
Brian, que observava a cena, percebeu a mudança no comportamento de sua amiga. Antes que ele ou Liam pudessem fazer algo, Emma rapidamente pegou sua mochila, colocou-a nas costas e se levantou.
—Sra. Hale, a aula não acabou.— a Sra. Finch chamou a atenção dela
Mas Emma, em um momento de desespero, apenas mostrou o dedo para a professora e saiu da sala, sem olhar para trás. Brian e Liam se levantaram, mas a professora os olhou severamente.
—Os dois, sentem-se agora— ela ordenou. Liam olhou para Brian, com uma expressão de preocupação e confusão.
(...)
Malia observou atentamente enquanto sua prima, Emma, saía da sala de aula visivelmente perturbada. Sentindo a intensidade das emoções da garota, decidiu segui-la para garantir que estivesse tudo bem.
Emma entrou no vestiário e sentiu o aperto familiar no peito, algo que vinha crescendo desde a discussão com Liam. Suas mãos começaram a tremer descontroladamente, e sua respiração tornou-se curta e irregular. Cada tentativa de inspirar parecia insuficiente, como se o ar não fosse suficiente para preencher seus pulmões. Ela apoiou-se contra a parede, tentando manter o equilíbrio. As lágrimas ameaçavam cair, mas Emma lutava contra elas, determinada a não ceder completamente à ansiedade que a consumia.
Poucos minutos depois, Malia entrou silenciosamente no vestiário, percebendo imediatamente o estado frágil da prima. Aproximou-se com cuidado, seus passos leves para não assustá-la. Colocou uma mão firme, mas reconfortante, no ombro de Emma.
— Emma, estou aqui com você. Respire comigo, ok? Inspire profundamente e expire devagar — disse Malia, com a voz suave.
Emma tentou seguir as instruções, mas sua respiração continuava descompassada. A sensação de pânico era esmagadora, e isso só a deixava ainda mais aflita. Malia, percebendo a dificuldade, deixou seus olhos brilharem em um tom sobrenatural, como um sinal de força e segurança.
— Vamos tentar novamente, Emma. Concentre-se em minha voz. Inspire... agora expire. Eu estou aqui. Você não está sozinha. — a voz de Malia era uma âncora, mas Emma continuava lutando contra a avalanche de emoções. Suas pernas fraquejaram, e ela deixou-se cair no chão, as lágrimas finalmente escapando enquanto tremores tomavam conta de seu corpo.
Malia ajoelhou-se à sua frente, olhando nos olhos da prima. Sua preocupação era evidente, mas havia determinação em ajudá-la a superar aquele momento.
— Emma, escute-me. Você é mais forte do que isso. Concentre-se na minha voz. Respire fundo... isso, devagar. Inspire pelo nariz, expire pela boca. Vamos juntas.
Emma apertou a mão de Malia, buscando um ponto de apoio emocional. As duas começaram a respirar juntas, com Malia guiando cada movimento. Aos poucos, a respiração de Emma tornou-se mais calma, e o pânico que a consumia começou a ceder. O peso no peito diminuiu, e uma sensação de alívio, ainda que pequena, começou a tomar lugar.
— Isso, garota. Continue respirando. Você é forte. Você é capaz de superar isso. — Malia sorriu, aliviada ao ver a prima recuperar o controle. — Como está se sentindo agora, baixinha?
— Um pouco melhor — respondeu Emma, passando as mãos pelo rosto para limpar as lágrimas.
— Quer me contar o que aconteceu? — Malia perguntou, sua voz carregada de cuidado.
— Eu e Liam discutimos... — murmurou Emma, desviando o olhar.
Malia soltou um rosnado baixo, demonstrando seu descontentamento. — Aquele moleque...
Antes que pudesse terminar a frase, foi surpreendida por um abraço inesperado da prima. Malia ficou visivelmente desconfortável, pouco acostumada com demonstrações de afeto, mas não afastou Emma. Em vez disso, retribuiu o abraço, ainda que de forma hesitante.
— Oh... — murmurou, sem jeito, mas com um leve sorriso. Apesar de sua relutância natural com abraços, deixou que Emma se aconchegasse por mais alguns segundos antes de se afastarem.
— Desculpe... — disse Emma, envergonhada.
— Eu gosto do seu abraço, mas não conta isso a ninguém! E eu te amo, mesmo que você seja minha prima. — Malia conseguiu arrancar um sorriso da ruiva com a brincadeira. — Agora, olha, não sei o motivo da briga, mas tenta resolver isso com Liam. Ele é apaixonado por você. Aposto que se você mandar ele latir, ele faz.
Emma riu, lembrando-se de uma cena específica. — Ele já fez isso.
— Tá vendo? — Malia riu junto, balançando a cabeça.
— Por que você anda tão distante?—Emma olhou para Malia, sua expressão mudando para uma mistura de curiosidade e preocupação.
— Estou atrás da Loba do Deserto... minha mãe.—Malia suspirou, sabendo que Emma não a julgaria
— Você deve ter seus motivos.—Emma assentiu, compreensiva—Não vou interferir, mas se precisar, sabe onde me encontrar.
— Valeu, baixinha. — Malia sorriu, aliviada pela compreensão da prima
(...)
Emma encontrou Liam sentado nos degraus da biblioteca, seu semblante carregado de frustração e culpa. Ela se aproximou e sentou ao lado dele, observando-o com um olhar compreensivo e sereno.
— Liam, podemos conversar? — perguntou, quebrando o silêncio.
Liam olhou para ela de soslaio, suspirou e murmurou um "sim" relutante.
— Olha, eu estou tentando não me envolver demais — começou ele, olhando para o chão.
— Isso me inclui? — Emma perguntou suavemente, sua voz carregada de uma leve tristeza.
— Talvez.—Liam não pôde evitar um riso baixo enquanto dava de ombros
— Emma, desculpe por como agi antes.—Ele então levantou o olhar para ela, seus olhos mostrando arrependimento.— Eu estava tão confuso e frustrado que não percebi como você estava se sentindo. Quando você saiu, eu quis correr atrás de você, mas...
— Está tudo bem — Emma o interrompeu, colocando a mão sobre a dele. — Eu me afastei do Theo... e soquei ele duas vezes.
— Eu confio em você.—Liam soltou um suspiro aliviado e sorriu. Ele segurou a mão dela, acariciando-a com ternura—
Eu só não consigo confiar nele.
— Eu odeio brigar ou ter discussões bobas com você.—Emma sorriu de leve, sentindo-se mais tranquila
— Eu também. — Liam inclinou-se, encostando sua testa na dela. — Não consigo controlar minha raiva ou ciúmes quando o Theo está perto de você.
— Eu entendo — disse Emma. — Mas eu errei ao seguir ele. Me desculpe. Foi uma atitude impulsiva, mas isso acabou me ajudando a descobrir algumas coisas.
— Você foi inteligente nessa parte. — Liam sorriu, acariciando o rosto dela.
Antes que Emma pudesse responder, Liam inclinou-se e a beijou. O beijo foi apaixonado, um alívio mútuo depois de toda a tensão. Mas o momento foi interrompido por Brian e Mason, que surgiram do nada.
— Vocês precisam saber de algo — anunciou Mason, ofegante.
— E precisamos contar ao Scott — completou Brian, com uma expressão séria.
(...)
Os adolescentes correram até a casa de Scott. Subiram às pressas até o quarto dele, onde o Alfa estava dormindo ao lado de Kira. Emma aproximou-se e sacudiu Kira levemente para acordá-la.
— Kira, acorda... — Emma sussurrou.
Kira piscou os olhos, confusa, e olhou para os adolescentes ao redor da cama. Percebendo a seriedade da situação, ela cutucou Scott gentilmente.
— Scott, acorda. — Sua voz era suave, mas firme.
Scott abriu os olhos devagar, confuso por um momento, até notar Emma, Liam, Brian e Mason parados ao lado de sua cama com expressões sombrias. Ele se sentou rapidamente, a preocupação estampada em seu rosto.
— O que está acontecendo? — perguntou, sua voz carregada de alerta.
— Eu descobri algo através do Corey.
—Mason tomou a dianteira— Sabemos o que Theo está planejando.
— Ele está procurando um Alfa.—Liam cruzou os braços, sério—Um Alfa cego.
— Adivinha quem é?—Emma completou, olhando diretamente para Scott
— Deucalião...—Scott arregalou os olhos, o choque evidente em sua expressão
— Acertou, miserável.—Emma deu um sorriso irônico.
Mais um capítulo amores espero que gostem e me desculpem se tiver erros de português amores ❤️ 🥰 ❤️ 🥰
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O que acharam desse capítulo amores???
Meta 50 curtidas amores
Até o próximo capítulo amores 🥰 🥰 🥰
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