Extra: Campana de Elfos
Hello bruxinhoooos!!
Bom, esse não é um capítulo normal como vocês já devem ter percebido, há dois extras que não são narrados pela Rox entre os capítulos de Enigma do Príncipe, e esse é um deles.
O capítulo a seguir é todo pela narração, dele: Harry James Potter.
Aproveitando pra dizer que amo vocês!! E agradecer por estarem lendo The Weasley, vocês são muito especiais pra mim...
Fiquem agora com a leitura.
⚯͛
⚯͛
Lembro de rugir indo em direção a McLaggen, exatamente na hora em que ele golpeava com ferocidade um balaço e errava claramente o alvo.
E então… uma dor nauseante de cegar… um lampejo... gritos distantes... e a sensação de despencar por um longo túnel...
Quando recuperei os sentidos, me vi deitado em uma cama extraordinariamente quente e confortável, olhando para um lampião, no alto, que projetava um círculo de luz dourada no teto escuro. Ergui a cabeça desajeitado. À minha esquerda, estava alguém de sardas e cabelos ruivos que me era totalmente familiar.
— Que bom que veio me visitar. — Disse Rony rindo
Pisquei os olhos e olhei ao redor. Claro: encontrava-me na ala hospitalar. O céu lá fora estava azul-anil raiado de vermelho. O jogo devia ter acabado havia horas... tal como a esperança que eu tinha de encurralar Malfoy quando o jogo acabasse. Minha cabeça parecia estranhamente pesada; ergui a mão e senti um turbante compacto de bandagens.
— Que aconteceu?
— Fratura no crânio. — Respondeu Madame Pomfrey, aproximando-se, enérgica, e obrigando-me a deitar de novo nos travesseiros — Não precisa se preocupar, emendei tudo na hora, mas vou mantê-lo aqui até amanhã. Você não deve fazer maiores esforços por algumas horas.
— Não quero ficar aqui até amanhã. — Respondi totalmente aborrecido, sentando-me e atirando as cobertas para longe — Quero achar o McLaggen e matar ele.
— Creio que isso se enquadre entre “maiores esforços” — Disse Madame Pomfrey, empurrando-me, com firmeza, na cama e erguendo sua varinha ameaçadoramente. Eu bufei — Você vai ficar aqui até que eu lhe dê alta, Potter, ou chamarei o diretor.
A bruxa voltou depressa para a sua sala, e eu afundei nos travesseiros, espumando. Queria matar McLaggen com minhas próprias mãos, sem magia nenhuma.
— Você sabe de quanto perdemos? — Perguntei a Rony entre os dentes
— Bem, sei. — Respondeu Rony em tom de quem pede desculpas — O placar final foi trezentos e vinte a setenta.
— Genial! — Exclamei com ferocidade —Realmente genial! Quando eu pegar o McLaggen...
— Você não quer pegar o McLaggen, ele é do tamanho de um trasgo. — Argumentou Rony — Pessoalmente, sou mais a favor de azarar ele com aquele feitiço do Príncipe, na unha do pé. De qualquer modo, quem sabe o resto da equipe já terá cuidado dele quando você sair daqui, ninguém ficou feliz… não sei quem foi capaz de impedir que a Rox o matasse… se é que alguém foi, vai ver minha irmã já o matou.
Havia uma nota de mal contida alegria na voz de Rony; percebi que ele estava simplesmente vibrando que McLaggen tivesse metido os pés pelas mãos. Eu fiquei ali, contemplando o retalho de luz no teto, minha cabeça recém-emendada não estava exatamente doída, mas parecia sensível sob aquelas bandagens.
— Ouvi a narração da partida daqui. —Disse Rony, a voz trêmula de riso — Espero que seja sempre a Luna a comentar daqui para frente... Fiascurgia…
Eu, no entanto, continuava zangado demais para achar muita graça na situação, e pouco depois, felizmente, Rony percebeu isso e parou de rir.
— Ginny veio fazer uma visita quando você estava inconsciente — Disse ele depois de uma longa pausa, e instantaneamente a minha imaginação disparou, junto com meu coração, montando uma cena em que Ginny, chorando sobre o meu corpo sem vida, confessava sentir uma forte atração por mim enquanto Rony nos abençoava… Rox eu sei que já apoia… — Ela acha que você e Rox chegaram em cima da hora para o jogo. Que aconteceu? Vocês saíram daqui bem cedo.
— Ah... — Comecei enquanto a cena implodia em minha mente — É... bem, vimos Malfoy se esgueirando pelo corredor com duas garotas que pareciam não estar querendo a companhia dele, e esta é a segunda vez que ele dá um jeito de não estar no estádio com o resto da escola. E ele também faltou ao último jogo, lembra? — Suspirei — Eu gostaria de ter seguido o Malfoy, já que o jogo foi aquele fiasco…
— Não seja idiota — Replicou Rony com rispidez — Você não podia faltar a um jogo de quadribol só para seguir Malfoy, você é o capitão!
— Quero saber o que ele anda fazendo. E não me diga que isso é coisa da minha imaginação, não depois da conversa que escutei entre ele e o Snape…
— Eu nunca disse que você estava imaginando coisas — Protestou Rony, erguendo-se sobre um cotovelo e franzindo a testa para mim —, mas não existe regra que diga que somente uma pessoa de cada vez pode tramar coisas neste lugar! Você está ficando meio obcecado pelo Malfoy, Harry. Nem a Rox é assim pelo cara e olha que ela meio… tá, minha irmã é doida. O que eu quero dizer é, pensar em faltar um jogo só para seguir o cara…
— Quero apanhar Malfoy com a mão na massa! — Respondi frustrado — Quero dizer, aonde é que ele vai quando desaparece do mapa?
— Bom saber que não é mais pra pegar minha irmã. — Rony resmungou
— É sério! — Insisti
— Não sei, Harry... Hogsmeade? — Sugeriu ele, bocejando
— Nunca o vi andando por nenhuma passagem secreta no mapa. Aliás, achei que todas elas estavam sendo vigiadas agora, não?
— Bem, então, não sei.
Fez-se silêncio entre nós dois. Eu fiquei olhando para o círculo de luz no alto, refletindo...
Se ao menos eu tivesse o poder de Rufo Scrimgeour, poderia mandar seguir Malfoy, mas infelizmente não tinha uma Seção de Aurores sob meu comando... Quem sabe eu poderia montar alguma coisa com a AD, falar pra eles o seguirem, mas, de novo, não tinha como, haveria o problema de darem por falta dos alunos nas aulas; afinal, a maioria deles tinha horários apertados… e a Rox me mataria se descobrisse isso.
Ouvi um ronco surdo vindo da cama de Rony. Passado um tempo, Madame Pomfrey saiu de sua sala, desta vez trajando um grosso roupão. Era mais fácil fingir que estava dormindo, então virei para o lado e ouvi as cortinas se fecharem quando a bruxa acenou com a varinha. As luzes diminuíram e ela voltou à sua sala; ouvi o clique da porta ao fechar, e entendi que ela se recolhera.
Esta, refleti no escuro, era a terceira vez que me traziam para a ala hospitalar por conta de um acidente de quadribol. Da última vez, eu caí da vassoura por causa da presença dos dementadores em torno do campo, e, da vez anterior, perdi todos os ossos do braço pela incompetência incurável do professor Lockhart... fora de longe o meu acidente mais doloroso... acho que não vou esquecer nunca da agonia de restaurar todos os ossos do braço em uma noite, um mal-estar que só fez aumentar com a chegada de um visitante inesperado no meio da…
Eu me sentei de repente, o coração batendo forte, o turbante de bandagens enviesado. Finalmente encontrei a solução: havia uma maneira de seguir Malfoy… como eu podia ter esquecido, por que não pensara nisso antes? Mas a questão era: como chamá-lo? Como se fazer isso?
Em voz baixa, hesitante, falei para a noite:
— Monstro?
Ouvi um forte estalo e o ruído de guinchos e pés arrastados encheram a enfermaria. Rony acordou com um ganido.
— Que está...?
Apontei a varinha depressa para a porta da sala de Madame Pomfrey e murmurei Abaffiato!, para impedir que ela viesse correndo. Então, me arrastei até os pés da cama para ver melhor o que estava acontecendo.
Dois elfos domésticos estavam embolados no chão, no meio da enfermaria, um usava um pulôver castanho-avermelhado que encolhera e vários gorros de lã; o outro, um trapo velho e imundo preso nos quadris como uma tanga. Ouvi, então, mais um estalo e Pirraça, o Poltergeist, apareceu sobrevoando os elfos engalfinhados.
— Eu estava assistindo, Potty! — Disse indignado a mim, apontando para os lutadores, e em seguida soltou uma grande gargalhada — Olhe essas criaturinhas brigando, mordidinha, murrinho…
— Monstro não vai insultar Harry Potter e os amigos dele na frente de Dobby, não vai, não, ou Dobby vai fechar a boca dele! — Exclamou Dobby com a voz muito aguda
— Chutinho, arranhãozinho! — Exclamou Pirraça, alegre, agora atirando pedaços de giz nos elfos para enraivecê-los — Torcidinha, cutucadinha!
— Monstro dirá o que quiser sobre o senhor e a senhoria dele, ah, dirá, e que senhores ele tem, um amigo nojento de Sangues-Ruins, e uma mestiça nojenta, filha de uma Sangue-Ruim, e que ainda se acha uma Black, ah, o que diria a pobre senhora do Monstro...?
Exatamente o que a senhora de Monstro diria ninguém chegou a saber, porque naquele instante Dobby meteu o punho nodoso na boca de Monstro, fazendo saltar metade dos seus dentes. Eu e Rony pulamos de nossas camas e separamos os elfos, embora eles continuassem tentando chutar e esmurrar um ao outro, incentivados por Pirraça, que dançava em torno do lampião aos guinchos:
— Enfia os dedos no nariz dele, tira sangue e arranca as orelhinhas dele…
Já impaciente com a voz dele, apontei a varinha para Pirraça e disse:
— Travalíngua! — Pirraça levou as mãos à garganta, engoliu em seco e saiu voando da enfermaria, fazendo gestos obscenos, mas sem fala, porque sua língua acabara de grudar no céu da boca
— Legal esse! — Aprovou Rony, erguendo Dobby no ar para impedir que suas pernas agitadas continuassem a atingir o Monstro — Bem pensado. Um dos feitiços preferidos da minha irmã.
— É, ela entende de boas azarações. — Confirmei, torcendo o braço fino de Monstro com uma chave de braço —Certo: proíbo você de lutar com o Dobby. Dobby, eu sei que não posso lhe dar ordens...
— Dobby é um elfo doméstico livre e pode obedecer a quem ele quiser, e Dobby fará tudo que Harry Potter quiser! — Disse o elfo, as lágrimas agora escorrendo pelo seu rosto enrugado e pingando no suéter
— O.k., então — Falei, e eu e Rony soltamos os elfos, que caíram ao chão, mas não continuaram a lutar
— O Senhor me chamou? — Crocitou Monstro, fazendo uma profunda reverência para mim ao mesmo tempo que seu olhar me desejava claramente uma morte dolorosa
— É, chamei. — Falei, olhando de relance a porta de Madame Pomfrey para verificar se o Abaffiato continuava fazendo efeito; não vi sinal de que ela tivesse ouvido a agitação, então deveria realmente ter funcionado — Tenho uma tarefa para você.
— Monstro fará o que o seu senhor mandar — E fez uma curvatura tão profunda que seus lábios quase tocaram os dedos de seus pés nodosos —, porque Monstro não tem opção, mas Monstro sente vergonha de ter um senhor assim, ou uma senhoria como aquela, ora se tem…
— Adoraria que você não xingasse a minha irmã. — Acrescentei fixando em Monstro um olhar mortal, não deixaria ninguém xingar Vega na minha frente
Ele não respondeu.
— Dobby fará a tarefa, Harry Potter! — guinchou Dobby, seus olhos do tamanho de bolas de tênis ainda marejados de lágrimas — Dobby se sentiria honrado de ajudar Harry Potter!
— Pensando bem, seria melhor que os dois fizessem — Falei pensativo — O.k., então… quero que sigam o Draco Malfoy.
Sem dar atenção à expressão de simultânea surpresa e exasperação no rosto de Rony, eu continuei:
— Quero saber aonde ele vai, com quem se encontra e o que faz. Quero que o sigam vinte e quatro horas por dia. Ele e a prima dele, a Sol Lestrange.
— Sim, Harry Potter! — Concordou Dobby imediatamente, seus olhos brilhando de excitação —E se Dobby errar, Dobby se atirará da torre mais alta, Harry Potter!
— Não precisará fazer nada disso. — Me apressei a dizer
— O senhor quer que eu siga o mais jovem dos Malfoy? — Crocitou Monstro — O senhor quer que eu espione o sobrinho-neto de sangue puro da minha antiga senhora?
— O sobrinho-neto de sangue-puro da minha antiga senhora. — Repeti enojado com a fala do elfo — É, esse mesmo, o engomadinho mimado e idiota que também está apaixonado pela minha melhor amiga, é, a irmã gêmea do meu amigo Rony aqui, que adivinha, pode até ter sangue puro, mas é uma traidora de sangue, não é?
Rony ergueu uma sobrancelha sem entender. Monstro soltou um muxoxo. Eu, prevendo um grande perigo, e decidido a impedi-lo imediatamente, acrescentei:
— E você está proibido de avisar a ele, Monstro, ou mostrar a ele o que está fazendo, ou falar com ele, ou escrever mensagens para ele, ou... ou entrar em contato com ele de alguma forma. Entendeu?
Pensei perceber que Monstro se esforçava para encontrar uma brecha nas instruções que acabara de receber, e aguardei. Após alguns momentos, e para minha grande satisfação, Monstro se curvou e disse com amargurado rancor:
— O senhor pensa em tudo e Monstro tem de obedecer, mas Monstro preferia muito mais ser servo do rapaz Malfoy, ah, isto ele preferia…
— Posso dar você pra Rox quando ela casar com o Malfoy, aí você obedece aos dois, que tal!? — Resmunguei impaciente
É óbvio que era ironia. Nunca desejaria algo nessa índole à minha melhor amiga. Ela merece uma pessoa que preste e não um… Malfoy. De qualquer forma, Monstro não pertence só a mim, ele também é de Vega, e não desejo a ninguém um elfo como ele. Mas, mesmo assim, Rony resmungou:
— Harry!
— É brincadeira. Rox nunca se casaria com Draco e nunca mais vai olhar na cara dele depois que descobrirmos o que ele está fazendo. — Assegurei, e então voltando a olhar para os elfos, acrescentei — Mais uma coisa, Rox também não pode saber disso de nenhuma forma.
Dobby concordou e Monstro resmungou em concordância.
— Então está acertado. Quero receber relatórios regularmente, mas verifiquem se estou sozinho quando vierem me procurar. Rony, Vega e Hermione são de confiança. Mas de forma alguma, Rox pode ficar sabendo disso. E não comentem com mais ninguém o que estão fazendo. Colem em Malfoy e na prima dela como se fossem adesivos para remover verrugas. Sigam essa doninha irritante e aquela raposa idiota, e me comprovem que eles não está fazendo coisas boas!
Volteeei!!
Sim, um bônus extra bem pequenino, né? Kkkkkkkk o capítulo de amanhã é bem maior.
Nos vemos amanhã no último capítulo da Maratona de TW. Amo vocês!!
– Bjosssss da tia Nick.
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