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88 | Friendship Beyond Life

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88. Amizade Além
Da Vida
       
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  Não sabe? Você é uma Médiumaga, não? Realmente não sabe o que houve com a Genevieve?
 
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    No final da tarde, poucos dias depois do Ano-Novo, eu, Rony, Harry e Ginny nos enfileiramos ao lado do fogão da cozinha para regressar a Hogwarts. O Ministério providenciara essa conexão com a Rede de Flu para os estudantes poderem se transportar à escola com rapidez e segurança. Apenas mamãe estava presente para se despedir, porque papai, Fred, George, Bill e Fleur estavam no trabalho. Mamãe debulhou-se em lágrimas no momento da separação. Nos últimos tempos, era preciso muito pouco para fazê-la chegar às lágrimas; andava chorando a toda hora desde que Percy se retirara bruscamente de casa no dia de Natal, com os óculos sujos de purê de pastinaca (pelo que Fred, George e Ginny se diziam responsáveis).

— Não chore, mamãe — Consolava-a Ginny, dando palmadinhas nas costas da mãe chorosa ao seu ombro — Tá tudo bem.

— É, não se preocupe conosco — Disse Rony, deixando mamãe plantar-lhe um beijo muito molhado na bochecha

— Nem com o Percy. — Acrescentei quando ela me deu um beijo igual ao que fera em Rony — Ele é um baita babaca. A senhora não perde nada.

   Mamãe soluçou ainda mais forte ao abraçar Harry.

— Prometa que vai se cuidar... não se meta em confusões…

— Eu sempre me cuido, sra. Weasley. Gosto de levar uma vida tranquila, a senhora me conhece.

   Ela deu uma risada lacrimosa e se afastou.

— Comportem-se, então, todos vocês...

   Harry foi o primeiro a ir, e então eu entrei nas chamas verde-esmeralda e gritei:

Hogwarts! — Tive uma última e fugaz visão da cozinha da minha casa e do rosto molhado de lágrimas de mamãe antes de ser envolvida pelas chamas; rodopiando velozmente, captei vislumbres difusos de outros aposentos de bruxos, que sumiam de vista antes que eu pudesse vê-los direito; por fim desacelerei e parei alinhada com a lareira da sala da professora McGonagall. Mal ergueu os olhos do seu trabalho quando eu saí engatinhando da lareira. Foi sorte eu ter sido inteligente e não ter vestido uma roupa muito chique, sabia que ela viraria poeira.

— Noite, srta. Weasley. Procure não deixar muita cinza no tapete.

— Sim, professora.

  Harry estava a um lado ajeitando os óculos e achatando os cabelos e eu passava as mãos pelas mechas dos meus na hora em que Rony surgiu, rodopiando. Quando Ginny chegou, nós quatro saímos da sala de McGonagall e tomamos a direção da Torre da Gryffindor. No caminho, espiei pelas janelas do corredor; o sol já estava se pondo nos terrenos da escola cobertos por um tapete de neve mais alto do que o d’A Toca. Ao longe, vi Hagrid alimentando Bicuço na frente da cabana.

Bolas festivas — Disse Rony, confiante, quando chegamos ao quadro da Mulher Gorda, que estava bem mais pálida do que o normal e fez uma careta à voz alta do garoto

— Acho que está na hora de mudar essa senha enjoativa. — Falei suspirando

   Agora a Mulher Gorda fazia uma cara feia pra mim.

— E o que deseja, monitora? — Sua voz era puro desdém

   Parei por um segundo e pensei, até que uma palavra me veio a mente, e simplesmente falei:

— Ah… Abstinência.

— Certamente. — Disse a Mulher Gorda com voz fraca, e girou abrindo o buraco do retrato

— Depois são minhas senhas que não tem sentido… — Retrucou Rony

— Harry! Rox! Ginny!

   Hermione corria em nossa direção, de rosto muito corado, trajando capa, chapéu e luvas.

— Cheguei há umas duas horas, dei um pulinho lá embaixo para visitar Hagrid e Bicuço, quero dizer, Asafugaz — Disse sem fôlego — Tiveram um bom Natal?

— Tivemos — Respondeu Rony na mesma hora —, bem movimentado, Rufo Scrimgeour...

— Tenho uma coisa para vocês, Harry e Rox — Falou Hermione sem olhar para Rony, nem dar sinal de que o ouvira

— Vocês vão entrar ou é preciso eu ficar esperando a vossa boa vontade!? — Perguntou a Mulher Gorda claramente impaciente e com a voz fraca

— Que é que ela tem? — Perguntou Harry

— Aparentemente exagerou no Natal. — Informou Hermione, olhando para o teto e abrindo caminho para a sala comunal repleta de alunos — Ela e a amiga Violeta acabaram com aquele vinho no quadro dos monges bêbados junto ao corredor de Feitiços. Então…

   Ela remexeu no bolso um instante e tirou um rolo de pergaminho com a caligrafia de Dumbledore.

— Legal! — Exclamou Harry, desenrolando-o imediatamente e me mostrando o papel que mostrava nossa próxima aula com Dumbledore que estava marcada para a noite seguinte — Tenho um monte de coisas para contar a ele... e a você. Vamos sentar…

   Mas naquele momento ouvimos um guincho de “Uon-Uon!”, e Lavender Brown apareceu correndo, ninguém sabe de onde, e atirou-se nos braços de Rony. Muitas pessoas ao redor abafaram risinhos e eu franzi a testa.

— Oi, amiga. — Falei incerta, mas feliz de a ver bem e não atacada por um lobo como na visão

— Ah… — Disse Lav muito corada e se afastou de Rony um pouco — Oi, Rox, tudo bem?

— Claro, sim, tudo ótimo. — E ela me deu um abraço, antes de se voltar para meu irmão novamente

   Hermione soltou uma risada tilintante e disse:

— Tem uma mesa ali adiante... você vem, Ginny?

— Não, obrigada, prometi me encontrar com o Dean. — Respondeu a garota, embora eu não pudesse deixar de notar que não parecia muito entusiasmada. Deixando Rony e Lavender atracados em uma espécie de luta livre vertical, Harry conduziu a mim e Mione para a mesa vazia

— Vega já chegou?

   Não sei se era coisa da minha cabeça, mas a garota parecia ser atraída toda vez que citavam seu nome, pois, naquele exato momento, ouvimos uma gargalhada, e no momento seguinte, pelo buraco do retrato passou uma garota alta de cabelos curtos, um corte Long bob com mechas verde-limão. Sua mão estava entrelaçada com a de um garoto mais alto de cabelos castanhos. E atrás do casal vinha Dênis Creevey, indiferente ao fato de estar segurando vela para o irmão e a cunhada.

— Por que eles estão de mãos dadas, hem? — Perguntou Harry com a voz azeda, deixando notório que ainda não sabia que Vega namora

   Eu sorri, levantei a mão e acenei para os três que sorriram e acenaram de volta. Vega se virou pra falar algo com Colin e no instante seguinte eu vi o menino olhar para baixo assustado. O motivo? Marshall tinha saído de perto de mim e se enroscado na perna de Colin. Ele riu enquanto levantava o furão e me mostrava, Vega também riu, disse mais algo a ele e logo estava vindo se juntar a nós deixando o namorado ir ao encontro do irmão e se sentarem do outro lado da sala com o furão.

— Olá, pessoal. — Cumprimentou ela e parecia bem mais animada quando sentou-se conosco — Boas férias?

— Você não tem algo pra me contar, não!? — Perguntou um Harry azedo

— Se for sobre meu namoro com o Colin, devo alegar que faço quinze anos em maio, ok? — Retrucou a garota

— Namoro!? — Os olhos de Harry ficaram como duas laranjas e ele pareceu se engasgar com o vento

   Eu e Hermione nos entreolhamos e rimos.

— Harry, você não tinha algo para me contar…? E creio que à Vega também. — Lembrou-o Hermione — Tipo, como foi na casa do Uon-Uon?

Uon-Uon?! — Perguntou Vega quase caindo as gargalhadas — Que merda de nome é esse?

   Eu olhei pra Vega e fiz um sinal de silêncio com os dedos, mas ria, quando discretamente apontei para Lav e Rony.

— Não ri, ela é minha melhor amiga, okay? — Acrescentei, mesmo que eu próxima tivesse rindo

— Ah, sim. — Disse Harry se ajeitando na cadeira e parecendo esquecer-se de Vega e Colin pra focar no assunto importante — Olhe, Hermione, será que você não pode…

— Não, não posso — Respondeu ela taxativamente — Por isso nem me peça.

— Pensei que talvez, sabe, durante as férias de Natal...

— Foi a Mulher Gorda que bebeu um barril de vinho de quinhentos anos, Harry, e não eu.

— Queria que tivesse sido eu… — Me lamentei

   Hermione balançou a cabeça negativamente pra mim, antes de se voltar pra Harry e perguntar:

— Então, que notícias importantes eram essas que você queria contar a mim e Vega?

   No momento ela parecia agressiva demais para discussões, então Harry deixou de lado o assunto ‘Rony’ e relatou o que escutara Draco, Sol e Snape dizerem. Confesso que nem me recordava mais disso. 

   Quando ele terminou, Hermione refletiu por um instante e disse:

— Você não acha...?

— ... que ele estava fingindo oferecer ajuda para poder induzir Malfoy e Lestrange a lhe contar o que estava fazendo?

— Bem, é isso.

— Papai e Lupin acham que sim. —Comuniquei sem olhar pra eles, já que no momento procurava meu espelhinho pra ver meu estado; Demmy Robbins tinha acabado de chegar na Comunal

— Mas isto só prova que Malfoy e a prima dele estão tramando alguma coisa, isto vocês não podem negar. — Concedeu Harry de má vontade.

— Não, não podemos. — Respondeu Vega lentamente.

— E ele está agindo por ordens de Voldemort, exatamente como falei! — Acrescentou Harry

— Hum... algum dos dois chegou a mencionar o nome de Voldemort? — Perguntou Hermione

   Harry franziu a testa, tentando lembrar.

— Não tenho certeza... Snape disse “o seu senhor”, quem mais poderia ser?

— Não sei, Harry, mas não quer dizer que seja Voldemort, pode ser outra pessoa, já pensou? — Perguntou Vega

— A Vega pode está certa. — Respondeu Hermione mordendo o lábio — Talvez pudesse ser o pai dele?

— E por que Snape falaria para Malfoy levar a Rox para o lado dele!? É claro que é porque Voldemort quer os poderes dela! — Exclamou Harry

— Ok, mas ainda não quer dizer que Snape estivesse se referindo diretamente a isso. — Disse Vega — O Malfoy é caído de amores pela Rox, qualquer idiota ver isso.

Obrigada, Vega. — Falei com ironia enquanto guardava o gloss que eu tinha acabado de passar nos lábios

— Disponha, Rox. — Retrucou ela indiferente

   Hermione tinha o olho fixo do lado oposto da sala, aparentemente perdida em pensamentos, sem sequer reparar que Lav fazia cócegas em Rony.

— Como vai o Lupin?

— Nenhuma maravilha. — Respondeu Harry contando-nos a missão de Lupin entre os lobisomens e as dificuldades que estava enfrentando — Você já ouviu falar de Lobo Greyback?

— Já! — Exclamou Hermione levando um susto — E você também, Harry! Você e Rox!

— Quando, em História da Magia? Você sabe muito bem que nunca prestei atenção…

— Não, não, não foi em História da Magia: Malfoy e Lestrange usaram o Lobo para ameaçar Borgin! Lá na Travessa do Tranco, não se lembra? Ele disse que o Lobo Greyback era um velho amigo da família e que iria verificar o andamento do serviço!

   Harry ficou boquiaberto e eu arregalei os olhos. Não lembrava disso.

— Eu tinha me esquecido! Mas isto comprova que Malfoy e a prima são Comensais da Morte, de que outro modo ele poderia estar em contato com Greyback, e lhe dizer o que fazer?

— É realmente muito suspeito. —Susurrou  Vega — A não ser que...

— Ah, fala sério — Exclamou Harry exasperado —, não dá para vocês justificar essa!

— Claro que dá! — Bati na mesa impaciente

— Harry, há uma possibilidade de que tenha sido uma falsa ameaça. — Disse Hermione

— Vocês são inacreditáveis, ah, é. — Disse Harry balançando a cabeça — Vocês vão ver quem tem razão...

— Rox — Disse Vega de repente —, nossa maravilhosa Médiumaga, por que não nos diz o que tem visto em relação a isso?

— Pra ser sincera, graças a Merlim, só voltei a rever os espíritos hoje pela manhã e eles não querem me dá a opinião deles sobre isso. — Expliquei relembrando quando Mia Lourence e Cedric Diggory apareceram pra mim e eu os atualizei sobre o que ando vendo, mas eles se mostraram bem mais preocupados de que meu poder estivesse fraco — E sobre o que ando vendo em relação a isso… acho que vocês não iriam querer saber o tipo de sonho que tenho com Draco.

   Harry levantou as sobrancelhas, Hermione franziu a testa, Vega se pôs a rir.

— Rox, desnecessário, é sério. — Disse entre risadas

— Mas eu estou falando sério! — Harry se adiantou retornando ao antigo assunto — Eu sei que eles são Comensais. Vocês vão engolir o que estão dizendo, as três, como fez o Ministério. Ah, sim, e também eu e Rox tivemos uma briga com Rufo Scrimgeour…

   E o resto da noite se passou amigavelmente, com nós quatro xingando o ministro da Magia, porque Hermione e Vega, tal como Rony, achou que, depois de tudo que o Ministério tinha feito eu e Harry sofrer no ano anterior, era muita cara de pau agora nos pedir ajuda. O novo trimestre começou na manhã seguinte com uma surpresa agradável para o sexto ano: um grande aviso fora pregado durante a noite nos quadros da sala comunal.

AULAS DE APARATAÇÃO

Se você tem dezessete anos, ou vai completá-los até 31 de agosto, inclusive,
poderá se inscrever em um curso de Aparatação de doze aulas semanais com um instrutor do Ministério da Magia.
Se quiser participar, assine abaixo, por favor.
Custo: 12 galeões

   Eu e os meninos nos juntamos à multidão que se acotovelava em volta do aviso, revezando-se para se inscrever no local indicado. Rony ia apanhando a caneta para assinar em seguida a Hermione quando Lav se aproximou sorrateiramente pelas costas dele, cobriu seus olhos com as mãos e cantarolou “Adivinha quem é, Uon-Uon?”. Eu e Parvati – que vinha atrás de Lav e parecia muito vermelha – nos entreolhamos. Harry virou-se e viu Hermione se afastar discretamente; foi em seu encalço porque não tinha o menor desejo de ficar para trás com Rony e Lav, e eu me adiantei em segui-los, mas, para minha surpresa, Rony nos alcançou um pouco adiante do buraco do retrato, com as orelhas em fogo e uma expressão aborrecida no rosto. Sem dizer uma palavra, Hermione se apressou para caminhar com Neville.

— Então, Aparatação — Começou Rony, deixando perfeitamente claro pelo seu tom de voz que eu e Harry não devíamos mencionar o que acabara de acontecer — Deve ser maneiro, eh?

   Eu revirei os olhos pra ele. O relacionamento dele com a minha melhor amiga me incomodava um pouco, mas não queria que ele a magoasse de forma alguma.

— Vai saber, Regulus me disse que é diferente do Teletransporte. — Suspirei

— E é. — Alegou o menino que andava ao meu lado como um bom espírito, indiferente às pessoas que o atravessavam — Bem diferente.

— Não sei, não — Disse Harry — Talvez seja melhor quando a gente aparata sozinho, eu não gostei muito quando Dumbledore me levou de carona.

— Esqueci que vocês já aparataram ... É bom eu passar no teste da primeira vez. — Comentou Rony parecendo ansioso — Fred e George passaram.

— Mas Charlie levou bomba, não foi? — Perguntou Harry

— É, mas Charlie é maior do que eu — Rony esticou os braços para os lados como se fosse um gorila —, e com isso Fred e George não gozaram muito com a cara dele... pelo menos não pela frente…

— Quando é que podemos fazer o teste real?

— Assim que completarmos dezessete anos. — Falei animada — Para mim e Rony, isto quer dizer em março!

— É, mas vocês não poderiam aparatar aqui, não no castelo…

— Não é o que está em jogo. Todo o mundo ia ficar sabendo que nós podemos aparatar se quisermos.

   Rony não foi o único a ficar excitado com a perspectiva de aparatar. Durante todo o dia falou-se muito sobre as futuras aulas; deu-se muita importância à habilidade de desaparecer e reaparecer à vontade.

— Vai ser maneiro quando a gente puder... — Seamus estalou os dedos para indicar sumiço — Meu primo Fergus faz isso só para implicar comigo, espere até eu poder fazer o mesmo... ele nunca mais vai ter um momento de paz na vida…

   Perdido em visões dessa feliz perspectiva, ele agitou a varinha com excessivo entusiasmo, e em vez de produzir a fonte de água pura que era o objetivo da aula de Feitiços daquele dia, materializou um jato de mangueira que ricocheteou no teto e derrubou o professor Flitwick de cara no chão.

— Harry já aparatou — Rony contou ao espantado Seamus, depois que o professor se enxugou com um aceno da varinha e mandou-o escrever uma frase várias vezes (“Sou um bruxo e não um babuíno empunhando uma varinha.”) — Dum... ah... uma pessoa fez uma Aparatação-acompanhada com ele, sabe.

— Pô! — Sussurrou Seamus, e ele, Dean e Neville juntaram as cabeças para escutar como era uma Aparatação. Eu não me importava em estar junto deles e estava pronta a me juntar ao assunto quando fui decididamente surpreendida

   Meus olhos se arregalaram e quase botei fogo na mesa. Motivo? Uma garota do quarto ano acabara de entrar na sala com a informação de que a Professora McGonagall estava à minha espera em sua sala. E eu realmente não me lembrava de ter feito nada de errado para isso.

— Pode ir, Srta. Weasley, leve sua mochila já que a aula acaba em breve. — Disse o professor me deixando vermelha como um pimentão

Ronyyyyy… — Eu o olhei com a cara quase de choro arrastando a letra final de seu nome, decididamente com medo de enfrentar a professora

— Que cê aprontou, hem? — Ele devolveu, mas tinha uma carinha de riso

   Eu levantei assustada e dei uma olhadela de lado para Mia que estivera, nos últimos minutos, cantarolando uma música em voz baixa, sentada na cadeira vazia próxima a meu irmão. Ela devolveu o olhar expressivo enquanto eu enfiava a minha varinha em um dos dois coquinhos que estavam na minha cabeça, indiferente para o efeito que causaria no coque duplo.

   Joguei minhas coisas na mochila logo a pondo sobre os ombros e saí da sala batendo minha bota de salto alto por conta do nervosismo e acompanhei a tal menina do quarto ano.

— Ela… — Engoli em seco; a quartanista me olhou — tipo, a Profa. McGonagall parecia… irritada, ou algo assim?

— Hm… não. Ela só mandou eu te chamar mesmo. — Respondeu a garotinha

— Rox, relaxa, talvez não seja nada demais. Pode ser sobre seus poderes, não sei. — Disse Mia que ajeitava a franjinha de seu cabelo loiro caramelo — Já comeu uma barrinha hoje?

   As barrinhas energéticas da família de Lav talvez fossem as principais responsáveis de manterem o meu poder estável, e talvez eu estivesse viciando, pois ultimamente comia três ou quatro por dia. Assim eu conseguia conversar constantemente com Mirian, Cedric e Regulus, além de conseguir fazer outras coisas sem muito esforço. É desgastante saber que minha magia precisa de uma fonte de energia, mas Rég me disse que tem haver com o meu estado de espírito e não com o fato de eu ser fraca, é só meu psicológico. As barras me ajudam a me acalmar.

— Você vai sozinha, né? — A menina do quarto ano chamou de repente — Tenho que ir pra minha aula.

— Ah, okay. — Respondi parando no corredor para apanhar uma das barras em minha mochila; a garota de rosto rosado e cabelos negros sorriu e saiu na outra direção

— Isso está virando um tipo de droga pra você! Sua amiga não te recomendou o necessário? — Perguntou Regulus ao aparecer subitamente na minha frente e olhando para a embalagem do cereal que eu abria

— Não. — Dei de ombros e joguei o doce todo na boca, apreciando seu sabor enquanto sentia um tipo de arrepio como se houvesse uma descarga elétrica em meu organismo

— Deveria perguntar. — Aconselhou Rég

   Eu apenas ajeitei minha mochila no ombro e abaixei meu olhar pra ver se o cadarço da minha bota estava amarrado, logo voltando a me importar em descer as escadas para a Sala da Profa. McGonagall que fica no primeiro andar.

— Onde está o Cedric? — Perguntei quase sem mexer os lábios embora não houvesse ninguém no corredor

— Hum… não sei, por aí. — Regulus deu de ombros — Só apareci pra te repreender por comer isso em exagero. Sabemos que tudo de mais é ruim.

— Cerveja não. — Retruquei

   Ele me lançou um olhar sério.

— Cê tá de brincadeira com a minha cara!? Cerveja tá em primeiro lugar no lance de que “tudo em exagero é péssimo”.

— Reggie filosófico. — Alfinetou Mia com uma risadinha

— Cala a boca, Mirian. — Retrucou o menino, mas parecia está rindo

— Estamos indo à Sala da Profa. McGonagall ver o que aprontei dessa vez e que detenção isso vai me render. Vem conosco? — Perguntei levando o assunto como brincadeira

— Adoraria, vocês podem até me contar depois, mas tenho um assunto a tratar agora.

— Uhhh, que morto ocupado. — Debochou Mia no que então nós duas rimos; eu tive que colocar uma mão na boca pra não parecer idiota

   Regulus revirou os olhos para nós duas antes de desaparecer, deixando que eu e Mia descéssemos sozinhas em direção à Sala. Suspirei fundo quando finalmente chegamos na porta e olhei para Mia, novamente assustada e pensando o que deveria ter feito para está aqui. Então bati levemente na porta suplicando que não fosse nada.

— Pode entrar. — Disse a voz da professora vindo de dentro

   Abri a porta lentamente e já entrei falando sem parar como em um pedido de desculpas e defesa.

— Olha, professora, eu não fiz nada. Não sei o que te disseram, mas eu juro que desse vez não foi…

   Parei abruptamente de falar assim que vi que ela não estava sozinha, tinha um homem na sala, sentado na cadeira de frente pra ela e de costas para a porta, porém, só precisou que ele se virasse para eu meus olhos se arregalassem e eu o reconhecesse.

— Pelas barbas de Merlim! — Exclamei extasiada e em voz baixa quando o homem moreno fez um aceno de cabeça pra mim

— Trevor!? — Dessa vez a exclamação veio de Mia que olhava para seu antigo melhor amigo de infância sem acreditar

   Claro que era muito estranho ver Trevor Fawley aqui em Hogwarts, sua barba estava um pouco maior do que a última vez que eu o vi, e seu cabelo estava meio desgrenhado de modo que ele parecia mais velho do que realmente é, suas roupas também estavam meio gastas, como se fosse um andarilho fugindo de algo há dias, ou… sei lá.

   A Professora McGonagall se levantou e veio até mim.

— Srta. Weasley, imagino que já conheça o Sr. Trevor Fawley que foi um antigo aluno daqui da nossa escola. Ele veio até aqui, pois parece querer ter uma conversa muitíssimo importante com você.

   Eu não falei nada, apenas levei uma mão a cabeça, a coçando nervosamente, começando a ficar impaciente por não ter deixado o cabelo solto, se ele tivesse, ao menos eu poderia mexer nele pra afastar o nervosismo.

— Olá. — Cumprimentou Trevor

— Bom, eu vou deixar vocês conversarem a vontade. — Comunicou a Profa. McGonagall antes de sair da sala e me deixar sozinha com Trevor Fawley e o espírito de Mia

— Er… — Falei sem jeito

  Trevor se levantou e então meteu a mão no bolso da calça preta que estava usando e retirou de dentro um grande pedaço de papel que reconheci como sendo o Profeta Diário.

— Te vi no jornal. — Disse ele sem olhar pra mim — Parece que o seu nome não é Sabrina Harper, né?

  Soltei um longo suspiro novamente, olhei para Mia e depois voltei a olhar para ele.

— Ok… eu posso te explicar a verdade, já que… bom, acho que você já deve ter idéia…

— Ela tá aqui? — A voz de Trevor era distante, etérea e ele ainda não me olhava — Está né?

— Hm…? — O olhei sem entender

— A Mia. — Ele me olhou — Você é realmente uma Médiumaga, não é? Como o jornal fala… só quero saber se consegue vê-la, se ela está aqui.

   Eu olhei para Mia em tempo de a ver paralisada, olhando com os olhos pesados para ele.

— Sim. — Respondi suspirando — Ela está aqui.

   Ele pareceu que ia começar a chorar também, mas só fungou, tentando se mostrar forte enquanto se encostava na mesa atrás dele.

— Ela te mandou ir me ver aquele dia? E me entregar aquilo?

— Sim, mas ela realmente escreveu aquilo antes de morrer, só achou que… você precisasse ler.

   Mia sentou-se em uma poltrona da sala e ficou calada nos olhando com seus próprios olhos vermelhos.

— Por que…? — Trevor olhava para o chão, a voz embargada

   Eu comecei a mexer as mãos sem saber o que falar, antes de me tocar de uma coisa.

— Sua esposa não veio com você?

   Trevor levantou o olhar e o sustentou em mim, assumindo um jeito sério, duro.

— Não sabe? Você é uma Médiumaga, não? Realmente não sabe o que houve com a Genevieve?

   Levantei uma sobrancelha sem entender onde ele queria chegar. O homem se desencostou da mesa, suspirou e cruzou os braços novamente, como se pensasse em como começar.

— Genevieve Burke está morta.

   Meus olhos se arregalaram na hora, primeiro o choque, depois a indagação sem entender a frieza de sua fala e seu olhar ao comunicar sem ressentimentos que a esposa morreu.

— E você...?

— Faz uns meses que descobri que ela andava confraternizando com Você-Sabe-Quem, ou simplesmente brincando de qual lado é melhor! — Sua voz era carregada de raiva e deixava claro o quanto ele estava irritado e magoado com ela — Foi encontrada morta há um mês, seu corpo em partes, deve ter irritado alguém que não deveria e teve o fim que mereceu.

   Levei a mão à boca, horrorizada e quase gritei quando vi um flash do estado que seu corpo foi encontrado. Mia estava certa, Genevieve Burke pagou caro o que fez à ela, teve o final que merecia. Olhei para a loira e vi que ela parecia tão surpresa quanto eu.

— Eu deveria ter vindo aqui antes para conversar com você, Roxanne. —Prosseguiu Trevor sem me deixar tempo de ficar mais atormentada com a visão de Genevieve — Mas tive que organizar uma mudança de última hora e cuidar de uma criança. Não podia aparatar com uma criança de cinco anos que pergunta direto pela mãe. Então tive que viajar do jeito normal e levar Lohan para a casa da minha irmã Rayla do outro lado do país. Lá ele está seguro… me livrei de tudo que me ligava a Genevieve e consegui acabar com qualquer vestígio meu em Somerset… sabia que os Comensais viriam atrás de mim e do meu filho, obviamente minha esposa deve está devendo algo a eles, nem a morte foi suficiente para pagar isso… — E deu um suspiro longo — E é por isso que só pude aparecer aqui em Hogwarts agora e nesse estado… mas precisava saber sobre a Mia.

   Eu ainda estava pasma com isso tudo, era muita coisa pra raciocinar, imaginar tudo que vem acontecendo enquanto eu me preocupo em maquiagem, salto alto e bebidas alcoólicas. Eu suspirei fundo e olhei para Mia.

— P-posso contar a verdade… da sua morte?

   Ela assentiu, os olhos fixos no piso. Trevor me olhou intrigado e curioso. Eu não o olhava quando joguei a bomba em seus braços.

— Genevieve mandou matar a Mia. Ela e os irmãos dela foram os Comensais que invadiram a casa dos Lourence e os ceifaram, eu vi tudo em uma visão do passado.

   O vi arregalar os olhos antes de levar uma mão até o rosto, horrorizado, mas não surpreso. Parecia que depois do que houve com Genevieve no último mês, descobrir o que ela fez não era tão surpreendente.

— Ela… queria ficar com você, por isso fez isso… devia achar que com a Mia viva, não haveria como você e ela ficarem juntos.

— E estava certa. — Suspirou Trevor ainda com as mãos no rosto — Nunca tive olhos pra nenhuma menina que não fosse Mia… entender o motivo que levou a morte dela me assombra.

   Eu me sentia tão mal pelos dois e como a história deles acabou dessa forma, nem sabia o que falar.

— V-você quer ver ela? — Perguntei sem jeito

— Rox, não! Faz só uns meses que você fez o ritual, não pode fazer isso de novo agora, você pode morrer! — Disse Mia muito séria, embora com os olhos lacrimosos; seu tom quase me lembrava Regulus

— Você poderia fazer isso? — Perguntou Trevor por sua vez

— Por alguns segundos… não posso fazer necromancia ainda, meu corpo não está pronto, mas posso te fazer vê-la por alguns segundos…

   O vi enxugar os olhos com as costas das mãos quando assentiu, e Mia se levantou, olhando lacrimosa de mim à Trevor.

— Ok… — Sussurrei e fechei os olhos tentando me conectar

   Me deixei ficar leve, e senti meus pés saírem do chão quando meus braços se abriram e meus olhos também ficaram abertos de súbito, brancos, eu sabia bem.

— Oi, Trev… — Disse a voz de Mia, chorosa e infantil

— Mia...

   Tive tempo de ver os olhos dele se arregalarem e as lágrimas caírem sem parar enquanto a olhava, com a mesma aparência da última vez que ele a viu. Quando ele se adiantou pra frente, sem pensar, e abraçou o espírito de sua melhor amiga, eu vi um vislumbre… um déjà vu e vi dois adolescentes se abraçando. Era claramente Mia, completamente viva, e um garoto pouco mais alto que ela de cabelos negros, sim, a versão mais nova de Trevor, no último dia que eles se viram, antes que ela morresse… felizes, sem saberem o que viria pela frente… quando pisquei novamente, vi Trevor abraçar o vento… o espírito dela não era tão corpóreo para que ele a abraçasse sem transpassar.

   Eu chorava junto com eles.

   Hello bruxinhoooos!!

   E então, como estamos??

   Bom, eu avisei não avisei que a Genevieve pagaria o preço pelo que ela fez? A vida sempre cobra caro tudo que fazemos.

  Mesmo assim esse capítulo deu uma dorzinha pra ser escrito, porque tudo que envolve a Mia sempre parece tão triste, a história dela é tão injusta que dói, dói muito caraaa.

  Bom, nos vemos quarta-feira.

– Bjosss da tia Nick.

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