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83 | Rovender and the Slughe Party

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83. Rovender e a
Festa do Slughe
       
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  Ele tem toda liberdade de beijar quem quiser. Não estou nem aí.
 
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     Quando subi para o meu dormitório depois da festa, isso um bom período depois, tipo boas horas, a felicidade ainda estava presente, o gosto doce da vitória presidindo em meu paladar, o gosto do batom de cereja da Demelza também, mas esqueçamos esse detalhe. Tinha sido tudo perfeito, e pra completar minha felicidade tinha Lav que estava radiante, Parvati que também se divertia com nossa animação. Menos Hermione, que eu não tinha idéia de onde ela podia estar.

— Demelza Robbins, não é? — Perguntara Parvati em risinhos ao abrir a porta do quarto à nossa frente — Ela não é do quinto ano, Rox?

— Fala sério, isso não importa agora. — A cortei rindo e dando passagem pra Lavender — E sim o fato dessa gata aí ter beijado meu irmão depois de anos babando, meu Merlim, Lavender! Conta tudo!! 

   Lav deu pulinhos de animação, o sorriso de orelha a orelha enquanto se sentava em sua cama; eu e Pati nos aproximamos como duas crianças querendo ouvir histórias antes de dormir.

— Bom… — Mas ela teve um acesso de risinhos novamente e escondeu o rosto com as mãos corando

— CONTA! — Parvati e eu imploramos

   Lavender se ajeitou na cama e se abanou com as palmas da não, suspirou fundo e ainda rindo, disse:

— Eu e Parvati estávamos na Comunal quando ele entrou, todo sorrisos sabe… animado por ter ganhado a partida.

— Nesse ponto eu lembro — Disse Pati —, eu disse que ia pegar uma bebida e deixei a bonita aí sozinha.

— Sim — Concordou Lav —, foi quando eu me levantei e fui até Rony o parabenizar, aí…

   Ela teve outro acesso de risinhos e se deitou na cama voltando a esconder o rosto com as mãos.

— Aí… — Insisti — Qual é, princesa Cordélia, eu quero a história.

— Eu disse “Rony, você jogou muito bem! Você foi ótimo!”, então ele disse, sem timidez, todo confiante: “Nossa, Lav, obrigado”, e eu “Estou falando sério, você foi incrível”, aí ele disse algo como “Quer saber você tem razão.” — Rindo ela se ajeitou na cama nos olhando decididamente empolgada — Então ele me beijou! Nos beijamos, mútuo, aconteceu… como se nossos corpos estivessem se ligando, pedindo um pelo o outro, sabem… ahhhhh, foi incrível!

   Ela gesticulava com as mãos e tinha um olhar sonhador, eu nunca a tinha visto tão feliz.

— Imagino que tenha sido. — Falei sem esconder o quanto estava feliz por ela

— Ele é maravilhoso, é sério, o beijo foi maravilhoso e ele tipo… ahhhh… e depois quando saímos da Comunal pra um lugar mais reservado e...

— Ôu — Eu me levantei da cama gargalhando —, sem detalhes muito explícitos amiga, se não eu vomito, ele ainda é meu irmão.

— Ôu, ok, desculpa. — Ela pediu toda sorrisos

— Pra mim pode dizer, sou o cálice de fogo ambulante de vocês mesmo. — Disse Parvati nos fazendo rir

Ambulante... — Eu repeti rindo enquanto lançava um olhar furtivo para ela — Sei, ninguém te viu beijando o Perseu Crawford do sétimo ano, né?

   Parvati fingiu não ouvir, mas percebi que ela estava rindo.

— Então… — Lavender me olhou devidamente interessada

— O quê? — Perguntei sentando-me na penteadeira e amarrando meu cabelo curto

— E você e a Demelza?

— O que tem? — Eu a olhei e vi que Parvati também ria

— Vocês duas, é sério, tipo pra valer?

— Eu não quero relacionamento sério. — Bufei em um suspiro cansado — Já sofri demais e até agi de formas que não deveria por conta de uma maldita Profecia, que fez minha mãe me privar de várias coisas! Eu decidi que esse ano ia ser diferente, até pela mudança de visual, então só quero beijar muito na boca e curtir um pouquinho.

— E a Robbins sabe que você não quer nada sério?

— É óbvio que a Demmy sabe. — Falei com um dar de ombros me virando para o espelho, mesmo que não tivesse muita convicção — Ela também não quer.

— Eu falaria com ela se fosse você — Disse Parvati se levantando da cama e indo até seu malão — só pra esclarecer sabe. Aliás, adivinhem quem flertou comigo mais cedo.

— Alguém legal? — Perguntou Lav

   Pati negou.

— Antes fosse. Parece que os machos de boa índole tem medo de mim.

— Deveria tentar pegar mulher.

  Parvati olhou pra mim divertida.

— Você pega os dois.

— Nunca saberá do que gosta se não provar de tudo, minha mãe sempre me disse isso.

— Acho que a Sra. Weasley estava se referindo à comida. — Disse Lav divertindo-se

   Eu abri um sorriso sacana e não contive a gargalhada enquanto desviava o olhar delas.

— Hey! — Reclamou a loira, mas ria enquanto pegava uma almofada pra jogar em mim — Não estava me referindo a i… ôu, Rox, você me entendeu. Comida, comida, não é comida pe… ah, você é tão idiota, às vezes.

— Ok, ok. — Falei tentando conter o riso — O que eu estava tentando dizer é que caiu na rede é peixe, ué. — E dei de ombros sorrindo, as duas riram — Aliás, Pati, quem foi que flertou com você?

— Um escroto. Adivinhem.

— Uhh. Seria Comárco McLaggen? — A olhei em tempo de a ver suspirar e revirar os olhos enquanto apanhava seu pijama lilás

— O próprio, um baita embuste! —Resmungou sem deixar de esconder a irritação — Ainda bem que o Perseu apareceu na hora, nem pensei duas vezes só puxei o garoto e beijei ele pra ignorar o Mclaggen, mas até que foi legal.  Aliás, como sabe?

— Ele já deu em cima de mim, e percebi ele ultimamente muito atirado pro lado da Hermione também. — Comentei com impaciência por falarmos do escroto

— Um ogro. — Acrescentou Lavender

— Total — Confirmei —, mas não vamos falar desse babaca, hoje é dia que curtimos e rimos muito por Lavender ter conseguido realizar sua fantástica lei da atração.

— Hey. — Ela lançou um urso de pelúcia em mim, que me acertou em cheio —, eu não fiz nada, acho que ele só… simplesmente me viu.

— E entendeu o quanto você é gostosa, linda, maravilhosa e a pessoa mais gentil e fofa desse planeta — Falei me levantando da penteadeira e sorrindo pra minha melhor amiga

— Owww, para. — Ela riu envergonhada

— Mas é verdade, Lav. — Concordou Parvati já segurando suas roupas de dormir

— Claro que é. — Aleguei me jogando na minha cama — Lav, eu só não te pego porque você é minha melhor amiga e quase como que uma irmã, se não juro que te pedia em casamento, viu?

   Ela riu do meu comentário balançando a cabeça.

— É sério, e se o panaca do meu irmão ousar te magoar, ó — E imitei um lutador dando socos

   As duas riram.

— Rox, eu te venero. — Disse Parvati entre gargalhadas

    Estávamos ambas rindo divertidas, Parvati ainda segurando seu pijama, quando ouvimos um barulhinho que lembrava um grunhido e juntas olhamos para a porta que foi lentamente aberta. Pensamos ser Hermione, mas nos surpreendemos quando percebemos se tratar de um animal pequeno e peludo, de uma tonalidade laranja e preto, só notei ser uma raposa quando Parvati gritou e pulou em cima de sua cama, apanhando umas almofadas para atirar no animal.

— Calma, Pati... — Pediu Lav

   Eu, no entanto, notei outra coisa, o animal aparentar está surpreso em nos ver, e aqueles olhos de chocolate serem tão comuns pra mim, isso sem falar na pelagem negra dele que em alguns pontos parecia ser encaracolada.

— Olha só. — Falei em tom sério fitando o animal — Então é assim que você entra e sai da Comunal da Gryffindor sem chamar atenção, Lestrange?

   O bicho soltou um grunhido e em segundos onde antes tivera o animal começou a aparecer membros, e então surgiu uma garota alta de cabelos negros trançados.

— Só quero dormir. — Anunciou Sol Lestrange, em um tom que deixou claro que não queria problema, enquanto ia até sua cama

— Um animago!? E-ela!? — Perguntou Parvati olhando incrédula de Sol para Lav

— Sol, quero falar com você. — Falei me levantando calmamente da cama

— Não tenho nada pra falar com você, não chega perto de mim! — Implorou erguendo a varinha e deixando notável que eu estava perto de mais

   Não me aproximei, só cruzei os braços.

— Como o Draco está?

— Quê?!

— O Draco Malfoy, Lestrange. — Insisti começando a ficar impaciente — O seu primo. Disseram que ele está doente, por isso não jogou. Me fala como ele tá.

   Ela ergueu uma sobrancelha enquanto me observava com um ar vivamente superior.

— Por que não pergunta à ele?

— Eu quero saber como ele tá! — Exigi e levantando minha mão, mesmo sem querer, fiz com que a garota fosse lançada no ar e chocasse em cheio com a parede; Sol escorregou caindo no chão e me olhou surpresa e talvez assustada

— Rox! — Disseram Pati e Lav ao mesmo tempo com um tom assustado

— Está bem… — Disse Sol, uma voz mortífera e um olhar irritado — ele está bem, ou na medida do possível, não sei se alguém realmente está bem esse ano… exceto você.

   Não a respondi, pois estava bastante irritada, mas entendi o que ela quis dizer com “exceto você”, estava se referindo ao dia que eu beijei Theo em Hogsmeade, tive certeza que sim. No silêncio que se seguiu, Sol se levantou devagar e deitou em sua cama, fechando o cortinado e agindo como se nada tivesse acontecido.

— Podíamos matá-la enquanto dorme. — Propus olhando pra Lav e Pati esperançosa

  As duas se entreolharam assustadas.

— Eu tô brincando. — Revelei retirando minha blusa sem mais delongas e apanhando meu malão para pegar meu pijama de uma vez por todas e ir tomar um bom banho

   Logo logo lá estava eu, com vários pensamentos que refletiam as coisas boas e ruins do dia, puxando o cortinado da minha cama e adormecendo instantaneamente. Nem vi a hora que Hermione voltou ao quarto.

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   Mais uma vez, as espirais de neve batiam nas janelas geladas; o Natal estava se aproximando. Hagrid, sozinho, já tinha feito a entrega das habituais doze árvores de Natal para o Salão Principal; guirlandas de azevinho e franjas metálicas enfeitavam os balaústres das escadas; velas perpétuas brilhavam por dentro dos elmos das armaduras e a intervalos grandes ramos de visgo pendiam do teto, nos corredores. Grupos de garotas convergiam para baixo dos ramos de visgo quando Harry passava, o que causava engarrafamento nas passagens e várias gargalhadas da minha parte; mas, por sorte, os frequentes passeios noturnos do meu amigo tinham lhe dado um conhecimento excepcional dos atalhos secretos do castelo, e faziam com que pudesse, sem muita dificuldade, navegar entre as aulas por rotas em que não havia visgos. Já eu não me importava em transitar por entre eles e beijar um pouquinho.

   Rony, que em tempos passados poderia ter achado a necessidade desses desvios uma razão para ciúmes em vez de hilaridade, simplesmente rolava de rir com tudo isso. Embora eu preferisse esse novo irmão gêmeo risonho e brincalhão, que nem ligava que eu tivesse ficado ou não com Draco Malfoy, ao Rony cismado e agressivo que tivemos que aturar nas últimas semanas, pagava um alto preço por tal melhora. E não era só porque minha melhor amiga era tão apaixonada por Rony, eu até adorei que agora tivéssemos mais a presença assídua dela por perto, mesmo que ela parecesse achar cada momento em que não estivesse beijando Rony um momento perdido; mas o ponto ruim de toda a situação era que eu e Harry nos encontrávamos mais vez na posição de melhores amigos de duas pessoas com pouca probabilidade de voltarem a se falar. Éramos nós de novo no meio de Rony e Hermione.

   Rony, cujos braços e mãos exibiam arranhões e cortes de um suposto ataque de Hermione contra ele, segundo Harry, adotava um tom defensivo e rancoroso.

— Ela não pode reclamar — Disse a Harry, mas eu também ouvi — Andou aos beijos com o Krum. Agora achou alguém que quer andar aos beijos comigo. Bem, estamos em um país livre. Não estou fazendo nada de mais.

   Harry não respondeu, fingiu estar concentrado no livro que deveriam ler para a aula de Feitiços na manhã seguinte (Quintessência: uma busca). Decidido como estava a continuar amigo de ambos, Rony e Hermione, ele passava grande parte do tempo muito calado. Diferentemente de mim.

— Exato. País livre. — Acrescentei despreocupadamente passando a mão pelo pêlo de Marshall e olhando a vista pela janela

— Nunca prometi nada a Hermione — Resmungou Rony — Quero dizer, tudo bem, eu ia à festa de Natal do Slughorn com ela, mas ela nunca disse... era só como amigo… não tenho compromisso…

Hey. — Chamei meu irmão quase o puxando pela gravata e o fazendo resmungar um “que foi” assustado — Você está agindo como se gostasse da Hermione.

— Quê!?

— E se você gostar dela, acho bom esclarecer de uma vez pra Lav, porque estou falando sério, minha amiga é totalmente apaixonada por você desde… desde sempre e se você machucar ela, juro que quebro sua cara sem dó. Tá me escutando!?

   Ele arregalou os olhos assustado.

— Você me entendeu, não foi?

— Me solta! — Ele empurrou minha mão e se ajeitou na poltrona confiante — Claro que entendi. Eu também gosto dela ué… ela é linda, e tem olhos azuis, né… e é loira…

— Achar alguém bonita não significa gostar dela — O repreendi voltando a me encostar na poltrona e acariciar o pelo do meu furão —, mas lembra bem do que eu te falei, se você machucar ela…

— Eu entendi!

   Mas ele continuou a falar, enquanto Harry virava as páginas do livro sem dizer uma só palavra. A voz de Rony foi se tornando quase inaudível, abafada pelos fortes estalos do fogo na lareira, e eu voltei a olhar pela janela, embora pensei ainda ter ouvido as palavras “Krum” e “não pode reclamar” mais de uma vez. O horário de Hermione era tão apertado que eu só conseguia a ver direito à noite, quando Rony passava o tempo com Lav e nem notavam o que acontecia ao redor. Pelo que descobri, Hermione se recusava a sentar na sala comunal enquanto Rony ali estivesse, então Harry, em geral, ia ao seu encontro na biblioteca e os dois conversavam, eu normalmente não ia muito com ele. Só às vezes quando realmente sentia muita falta da minha amiga, e Demmy estava muito ocupada estudando para os N.O.M.s ( sim, por incrível que pareça ela já está estudando para os exames, mesmo que eles estejam a séculos – meses – de distância ), ou quando precisava de ajuda nas atividades.

— Ele tem toda liberdade de beijar quem quiser — Escutei Hermione dizer enquanto a bibliotecária, Madame Pince, rondava pelas estantes às suas costas — Não estou nem aí.

   Sentei-me na cadeira ao lado dela em tempo de a ver erguer a pena e colocar um pingo no “i” com tanta ferocidade que perfurou o pergaminho. Harry ficou calado, assim como eu, que refleti que logo sua voz desapareceria por falta de uso. Curvei-me um pouco mais para o livro que lia enquanto analisava novas jogadas que eu poderia tentar no quadribol.

— E por falar nisso — Lembrou Hermione passado algum tempo —, vocês dois precisam se cuidar.

  Eu só ergui as sobrancelhas.

— Pela última vez — Respondeu Harry, num sussurro ligeiramente rouco depois de quarenta e cinco minutos de silêncio; ele segurava seu livro de Poções —, não vou devolver este livro, aprendi mais com o Príncipe Mestiço do que Snape e Slughorn me ensinaram em…

— Não estou falando desse idiota que se intitula Príncipe. — Replicou Hermione, lançando um olhar irritado ao livro como se ele lhe tivesse feito uma grosseria — Se eu tivesse falando dele, eu me referia a você, e não a vocês.

— Então… — Me aproximei um pouco mais dela — do que eu e Harry devemos se cuidar?

— Estou falando de hoje mais cedo. Entrei no banheiro pouco antes de vir para cá e tinha umas doze garotas lá, inclusive aquela Romilda Vane, discutindo meios de dar a Harry uma poção de amor. Todas têm esperança de fazer você, Harry, levá-las à festa do Slughorn, e todas parecem ter comprado as poções de amor de Fred e George, que, lamento dizer, provavelmente funcionam...

— Por que você não as confiscou? — Quis saber Harry. Parecia extraordinário que a mania de Hermione de defender o regulamento pudesse tê-la abandonado nesse momento crítico

— E o que isso tem haver comigo? — Perguntei

— Ah — Fez Hermione — Isso, nada. Mas estão falando de você por aí, te chamando de coisas, você está diferente e tals, o profeta tem falado de você e ultimamente…

— Oh, eu entendi. Legal, estou ótima! — Falei com convicção, sorrindo e levantando a mão e a mostrando uma áurea de fogo roxo

— Abaixa isso! — Mandou ela dando um tapa na minha mão — E não seja tão confiante, ver se toma cuidado.

— Ok, mamãe! — Cruzei os braços e me remexi na cadeira — E, voltando… por que mesmo você não confiscou as poções do amor?

— Elas não tinham levado as poções para o banheiro — Respondeu com desdém — Estavam apenas discutindo táticas. E, como duvido que mesmo o Príncipe Mestiço — Ela lançou outro olhar irritado ao livro — pudesse inventar um antídoto que neutralizasse doze poções diferentes, se eu fosse você, Harry convidaria alguém para acompanhá-lo: isto faria as outras pararem de pensar que têm chance. É amanhã à noite, e as garotas estão ficando desesperadas. Isso vale pra você também, Rox. Ou vai com Demelza Robbins?

— Na verdade eu já convidei alguém. — Falei divertida sem os revelar quem era a pessoa

— Você vive aos beijos com a Demelza e não vai com ela à festa…? — Hermione franziu a testa

— É… não. — Respondi simplesmente meio sem entender

— Ok, então. — Ergueu uma sobrancelha e tornou a olhar pra Harry que suspirou

— Não tem ninguém que eu queira convidar. — Murmurou ele, por sua vez, mas pela sua mente parecia que ultimamente ele estava pensando muito em Ginny

— Eu sou. — Falei de repente o olhando com diversão

— É o quê? — Harry ergueu as sobrancelhas

— Ué, você está aí pensando que agradece aos céus que meu irmão não seja apto em Legilimência pra saber o que você anda sonhando e pensando sobre…

— Quer calar a boca!? — Mandou Harry muito vermelho enquanto eu gargalhava  — E parar de ler minha mente, ou é pedir muito, Roxanne!?

— Por Merlim! — Exclamou Hermione impaciente e muito séria — Só tenha cuidado com o que beber, Harry, porque, pelo jeito, a Romilda Vane não estava brincando. E você seja mais atenta, Rox, pra não explanar pra todo o mundo bruxo que é capaz de falar com mortos.

   Ela puxou para cima da mesa um longo pergaminho em que estava fazendo o trabalho de Aritmancia, e continuou a arranhá-lo com a pena. Harry a observava com o pensamento muito distante.

— Calma aí um instante — Disse Harry lentamente — Pensei que Filch tivesse proibido artigos comprados na Gemialidades Weasley.

— E algum dia alguém ligou para o que Filch proíbe? — Perguntou Hermione, ainda concentrada no seu trabalho

— Não. — Concordei rindo

— Mas pensei que todas as corujas estivessem sendo revistadas. — Insistiu Harry — Como é que essas garotas conseguem trazer poções de amor para a escola?

— Fred e George despacham as poções camufladas de perfume ou xarope para tosse. Faz parte do seu Serviço de Encomenda-Coruja.

— Você está por dentro, hein?

   Hermione me lançou o mesmo olhar irritado que acabara de dar ao livro de Estudos avançados no preparo de poções.

— Estava tudo impresso no verso das garrafas que eles mostraram a Ginny e a mim no verão — Informou ela com frieza — Não ando por aí pondo poções nas bebidas das pessoas... nem fingindo que ponho, o que é igualmente sério… — Acrescentou a tese final fitando Harry

— É, bem, deixa isso para lá — Disse Harry depressa — A questão é que estão enganando o Filch. Essas garotas estão trazendo artigos para a escola camuflados de outra coisa! Então por que Malfoy não poderia ter trazido o colar...?

   Eu bati com a mão no rosto, já Hermione disse:

— Ah, Harry... outra vez...?

— Responde por que não, vai?

— Olha — Suspirou Hermione —, sensores de segredos detectam feitiços, maldições e azarações lançados para ocultar, não é? São usados para descobrir magia das Trevas e objetos das Trevas. Teriam apanhado em segundos uma maldição poderosa como a daquele colar. Mas não registrariam uma coisa que foi posta em um frasco diferente... e, de qualquer modo, as poções de amor não são das Trevas nem perigosas...

— Para você é fácil falar — Murmurou Harry, pensando em Romilda Vane

— ... então Filch é quem teria de perceber se era ou não era um xarope para tosse, e ele não é um bruxo muito competente, duvido que saiba diferenciar uma poção de…

   Hermione parou de repente; Eu pressenti também. Alguém se aproximara entre as estantes escuras. Aguardamos e, um momento depois, o rosto rapineiro de Madame Pince surgiu no fim da estante, as faces encovadas, a pele de pergaminho e o longo nariz curvo iluminados desfavoravelmente pelo lampião que ela segurava.

— A biblioteca acabou de fechar — Anunciou ela — Cuide de devolver o que apanhou emprestado à prateleira corret... que é que você andou fazendo com esse livro, seu garoto depravado?

— Não é da biblioteca, é meu! — Apressou-se a explicar Harry, arrebatando o Estudos avançados no preparo de poções quando ela estendeu para o livro a mão que lembrava uma garra

— Espoliado! — Sibilou Madame Pince — Profanado! Conspurcado!

— É só um livro em que alguém escreveu! — Disse Harry, arrancando-o das mãos dela

   A bruxa parecia que ia ter uma apoplexia; Hermione, que recolhera apressadamente suas coisas, agarrou Harry pelo braço e a mim também, nos arrastando à força para longe dali.

— Ela expulsa você da biblioteca, se não se cuidar. Por que foi trazer esse livro idiota?

— Não é minha culpa que ela seja doida de pedra, Hermione. Ou será que ela ouviu você falando mal do Filch? Sempre achei que houvesse alguma coisa entre os dois…

— Será? Que fofo. Eu apoio, dois irritantes! — Falei gargalhando

— Oh, ah, ah...

   Aproveitando que podíamos falar normalmente outra vez, voltamos à sala
comunal pelos corredores desertos e iluminados por lampiões, discutindo se Filch e Madame Pince estariam secretamente apaixonados.

Bolas Festivas — Harry disse à Mulher Gorda a nova senha natalina

— Igualmente. — Respondeu a Mulher Gorda com uma risadinha marota e girando para admitir nós três

— Oi, Harry! — Exclamou Romilda Vane, no instante em que entramos pelo buraco do retrato — Quer tomar uma água de gilly?

   Hermione lançou ao amigo um olhar “Que-foi-que-eu-disse?”, por cima do ombro, eu me dividi entre rir ou ficar quieta, embora tenha me dado uma vontade imensa de beber “água de gilly”.

— Não, obrigado — Respondeu Harry ligeiro — Não gosto muito.

— Bem, então aceite uns bombons — Disse a garota, empurrando em suas mãos caldeirões de chocolate recheados com whisky de fogo — Minha avó mandou para mim, mas não gosto. Você também pode comer um se quiser, Rox.

  Eu me assustei ao olhar pra ela e ergui as sobrancelhas. Tipo, ela quer me matar, descobrir se falo com os mortos ou também me quer apaixonada por ela? Eu adoro whisky, mas não tô afim de descobrir. 

— Ah, é, eu… — E olhei para Harry quase suplicante
 
— Ah, tá, muito obrigado, Romilda. — Agradeceu ele, que não conseguia pensar em nada mais para dizer — Ah... vou um instante ali com... vem, Rox…

   Deixando a frase morrer, ele correu atrás de Hermione me puxando com ele.

— Eu falei — Resumiu ela — Quanto mais cedo convidar alguém, mais cedo elas vão deixar você em paz e então vai poder…

   Mas seu rosto repentinamente vidrou; acabara de ver Rony e Lav, entrelaçados na mesma poltrona.

— Bem, boa-noite, Harry, e boa-noite, Rox. — Disse, embora fossem apenas sete horas da noite, e seguiu para o nosso dormitório sem dizer mais nada

— Rox! — Alguém me chamou, muito eufórica de repente

— Ah, oi, Demmy.

   A garota de cabelos castanhos andou muito depressa até mim, seu cabelo agora estava em duas tranças e ela tinha uma tiara vermelha com dois chifres. Era interessante como ela sempre usava algo fofo com algo diferente pra fazer um contraste. Os brincos de coração, e a estrelinha desenhada abaixo do olho era um exemplo.

— Eu amei a tiara. — Revelei tentando não corar, se é pra ser pegadora, não posso ser tão romântica assim com ninguém, ou me interessar demais, mas juro que essa menina mexe comigo

   Demmy passou as mãos pelo cabelo e deu um sorriso fofo, mas meio malicioso, antes de me puxar para um beijo rápido.

— Eu fiz biscoitos. — Anunciou de forma espontânea e parecendo animada — São de aveia com uva passa. Sem glúten, claro…  você lembra que eu não posso ingerir glúten, né? Então, obviamente, nunca preparo nada que leve glúten, mesmo que não seja pra mim. Mas, bom, eu queria que você experimentasse, fiz pra você.

— Ah, eu… eu… — E de repente me vi assustada demais, quase suando; a culpa? Mione — Demmy, você não esteve, ou esteve na loja dos meus irmãos no beco Diagonal por acaso?

   Vi o rosto sorridente de Demelza Robbins se fechar instantaneamente.

— O quê!? Eu não coloquei Poção do Amor nos biscoitos! — Falou com convicção e parecendo irritada — Você acha mesmo que eu teria essa capacidade?

— Ah… é…

— Você não é o centro do universo, Roxanne Weasley!

   E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela saiu irritada, batendo o pé e sem nem olhar pra trás. Eu olhei para Harry na mesma hora.

— Acha que ela ficou com raiva de mim?

  Ele riu e balançou a cabeça negativamente, antes de responder:

— O que você acha, Legilimente!?

   Fui me deitar àquele dia consolando-me com o pensamento de que faltava aguentar apenas um dia de aulas e a festa de Slughorn, depois disso eu, meus irmão e Harry poderíamos viajar para A Toca. Parecia agora impossível que Rony e Hermione fizessem as pazes antes do início das férias, mas, quem sabe, o intervalo desse para eles se acalmarem, refletirem sobre sua maneira de agir…

   Mas minha esperança não era grande, e se tornou ainda menor depois de aturar uma aula de Transfiguração com os dois, no dia seguinte. Ou melhor, eu e Harry aturarmos. A turma tinha acabado de entrar no tópico extremamente difícil da transfiguração humana; trabalhando diante de espelhos, deveríamos mudar a cor das nossas próprias sobrancelhas. Hermione riu sem piedade dos insucessos iniciais de Rony, durante os quais ele conseguiu se presentear com um espetacular bigode em forma de guidão; Rony retaliou, fazendo uma imitação cruel, mas exata, de Hermione levantando e sentando sem parar cada vez que a professora McGonagall fazia uma pergunta, coisa que Lav e Pati acharam engraçadíssima e que, mais uma vez, levou Hermione quase às lágrimas. Ela saiu correndo da sala quando ouvimos a sineta, largando metade do material; fiquei triste por ela e estava pensando em ir conversar com ela, talvez, mas Harry pareceu pensar primeiro e decidiu que, naquele momento, Hermione precisava mais dele do que Rony, já que meu irmão tinha a mim. Então, recolheu as coisas da amiga e seguiu-a.

— Não achei seu gesto muito maduro. — Me voltei para meu irmão enquanto arrumava minhas próprias coisas na mochila

  Ele deu um muxoxo, Lavender estava ao seu lado o esperando, e Pati a uns dois passos de distância à minha espera.

— Ela também não foi muito madura, amiga, convenhamos. — Disse Lav indo em defesa do namorado — Ela riu dele primeiro.

   E passou seu braço pelo dele toda carinhosa enquanto meu irmão parecia se encher de si.

— É verdade. — Disse ele

— Pati, você vem comigo? — Chamei sem querer dizer algo que não devia ao meu irmão gêmeo e minha melhor amiga, mesmo que eles tivessem um pouco de razão

   Parvati assentiu e saímos da sala na frente dos outros dois, senti que eu não era a única que estava começando a me incomodar com eles. Era ótimo ver Lavender feliz, mas talvez, só talvez, ela estivesse deixando de ser ela, e o que ela sinta por Rony seja um pouco… ‘demais’.

— Ela parou de falar com o Zabini. — Pati cochichou pra mim ao passar sua mão pelo meu braço e andar em passos largos pra que Lav e Rony não nos acompanhassem

— O quê!? — Ergui os olhos quase sem acreditar; Lavender e Blaise são melhores amigos desde sempre, não tem como acreditar que eles não se falem mais

— Não sei o que aconteceu ainda… mas eu sempre achei que ele gostasse dela. — Revelou Pati — Tipo gostar mesmo. Você pode falar com ele, não é?

— Por que eu?

— Vocês dois vão estar na festa do Slughe à noite, e você já pode aproveitar e descobrir o porquê deles terem brigado.

   No fundo, Parvati estava certa, por isso eu concordei, começando a ficar mal por Blaise, e sem conseguir crer que ele e Lav realmente brigaram. Virei para trás, ainda com o braço dado com Pati, e olhei para Rony e Lav sorridentes e de mãos dadas. Eu estou feliz por eles, claro que tô, mas porque eu sinto que algo não está certo?

Pirado convidou Luna para ir à festa! Pirado ama Di-lua! Pirado aaaaama Di-luuuuuua!

   Eu e Parvati nos assustamos e olhamos pra cima, Pirraça acabara de passar por nós berrando e cantarolando aos quatro ventos.

Pirado? — Eu olhei para Pati

Di-lua? — Ela me devolveu o olhar

— Você podia ter levado qualquer garota! — Disse Rony, incrédulo, ao jantar, depois que Harry nos confirmou que convidara Luna ao baile — Qualquer garota! E você escolheu a Di-lua Lovegood?

— Não chame a Luna assim, Rony — Falou Ginny asperamente, parando atrás de Harry quando ia se reunir aos seus amigos — Fico realmente feliz que você esteja levando a Luna, Harry, ela está tão animada!

  E continuou andando ao longo da mesa, para se sentar com o Dean.

— Acho que você fez a escolha certa, a Luna é um amor. — Garanti à Harry

   A uma boa distância, Hermione estava sozinha à mesa, brincando com o picadinho no prato. Eu percebi que Rony lhe dava olhadelas furtivas.

— Você podia pedir desculpas. — Sugeriu Harry bruscamente

— Quê, para ser atacado por outro bando de canários? — Murmurou Rony

— Para que você foi imitar Hermione, afinal? — O perguntei

— Ela riu do meu bigode!

— Eu também ri, foi a coisa mais burra e idiota que eu já vi. — Retruquei

   Mas Rony não pareceu ter ouvido; Lavender acabara de chegar com Parvati. Apertando-se entre os dois, Lav atirou os braços no pescoço de Rony depois de dizer um “oi, amiga” pra mim.

— Oi, Rox. Oi, Harry — Cumprimentou Parvati, que, como eu e Harry, parecia mais uma vez meio constrangida e chateada com o comportamento dos dois

— Oi. — Respondeu Harry — Como vai? Vai ficar em Hogwarts, então? Soube que seus pais queriam que você e sua irmã saíssem da escola.

— Por ora, eu e a Pad conseguimos convencê-los a desistir, graças à Shiva e Brahma. — Respondeu Parvati — Aquela coisa com a Katie deixou os dois apavorados, mas como não aconteceu mais nada... ah, oi, Hermione!

   Parvati sem dúvida sorria. Achei que estava sentindo remorsos por ter rido de Hermione na aula de Transfiguração. Virei-me e vi que ela retribuía o sorriso, se é que isso era possível, ainda mais animadamente.

— Oi, Parvati! — Respondeu Hermione, ignorando totalmente Rony e Lav — Você vai à festa do Slughorn hoje à noite?

— Nenhum convite — Resumiu Parvati tristemente — Nem a idiota aqui quis me convidar. — E nisso ela me deu uma cotovelada de leve rindo

— Ôu, desculpa, amiga. — Pedi rindo — Sério, é que eu já tenho um acompanhante, mas eu te amo, ok?

— Ahm, sei. — Ela riu e voltou a olhar pra Hermione — Mas bom, parece que a festa vai ser realmente boa... você vai, não é?

— Vou, marquei com Córmaco às oito, e nós...

   Houve um ruído semelhante ao de alguém puxando um desentupidor de uma pia entupida, e Rony voltou à tona. Hermione agiu como se não tivesse visto nem ouvido nada.

— ... vamos à festa juntos.

— Córmaco? — Repetimos eu e Parvati, então nos entreolhamos, ambas surpresas  — Você quer dizer o Córmaco McLaggen?

— O próprio. — Disse Hermione com meiguice — Aquele que quase — Ela deu grande ênfase à palavra — foi goleiro da Gryffindor.

— Então vocês estão namorando? —Perguntou Parvati, de olhos arregalados

— Ah... estamos... você não sabia? — Falou Hermione, com uma risadinha que não parecia sua; estava óbvio que ela estava mentindo descaradamente

— Não! — Exclamou Parvati, manifestando como sempre curiosidade pela fofoca — Uau, você gosta mesmo de jogadores de quadribol, não é? Primeiro o Krum, agora o McLaggen…

— Eu gosto de jogadores de quadribol muito bons. — Corrigiu-a Hermione, ainda sorrindo

— Aí já é discaragem, Mione. — Me fingi de ofendida e chateada — Eu sou uma ótima jogadora e você nunca me deu bola, maldade viu, maldade você não me querer. O engraçado é que eu sempre tive aqui. Mas, ok, é a vida.

  Hermione riu, assim como Parvati.

— Rox, eu te adoro, sério. — Disse ela rindo e então se levantou — Bem, a gente se vê, Parvati… e te vejo mais tarde, Rox, tenho de me arrumar para a festa…

   Ela saiu. Na mesma hora, Lav e Parvati juntaram as cabeças para discutir o novo acontecimento, me puxando junto com elas que só as observei repassar tudo que já tínhamos ouvido falar de McLaggen e tudo que tínhamos imaginado sobre Hermione. Rony pareceu estranhamente inexpressivo, e nada disse. Harry viu-se refletindo em silêncio sobre as profundezas a que descem as garotas para se vingar. Tudo isso antes que eu me lembrasse que precisava me arrumar pra festa e subir às pressas para a Torre da Gryffindor, sem me importar em responder para elas quando novamente perguntaram com quem eu ia à festa.

   Depois de um banho relaxante fui ver minhas opções de roupa pra essa noite, foi sorte que Parvati tivesse subido pro quarto alguns segundos depois, ela me ajudou a fazer uma maquiagem escura e brilhosa, uma tonalidade azul brilhante nos olhos que eu amei, com algumas pedrarias que só deixou tudo mais lindo, embora o batom fosse mais claro. Então vesti um vestido curto de um azul brilhante, ele não tinha mangas, mas eu havia vestido uma espécie de blusa preta transparente por baixo dele, com mangas compridas e rendadas, alguns detalhes mostravam o desenho de luas, em suas diversas fases. Parvati me entregou um cinto dourado que tinha três pingentes de sóis fascinantes e uma corrente linda, complementei o look com minha bota preta de cano longo e me senti deslumbrante o suficiente pra arrasar na festa.

— Você é o orgulho da minha coleção de moda. — Disse Parvati, ela me olhava com os olhos brilhando parecendo orgulhosa de sua própria criação

— Você que é incrível! — Falei ainda fascinada me olhando no espelho do quarto

— Rô, é… poderia trocar o colar?

   Me virei e vi que Parvati se referia ao colar prateado com um pingente em formato de coração que eu usava, o que eu ganhei no segundo ano e nunca o tirava.

— Quê?! — Ergui as sobrancelhas pra ela

— Não sei só… — E me mostrou um lindo colar dourado com o pingente de uma meia lua e brincos combinando — acho que combinaria mais.

— V-você tem certeza? — Perguntei com receio

— Tenho, esse aqui iria combinar muito mais, jóias fazem toda diferença em um look, e vamos combinar que esse colar aí já está quase fazendo parte de você. — Justificou Parvati decidida a me convencer — Você o usa há anos, deve ter sido caro pra ainda está tão lindo como era no ano que você ganhou, mas de qualquer forma... — E balançou o colar dourado na frente dos meus olhos — você não vai morrer se trocar um pouquinho.

   Eu suspirei e me vi levando a mão até o pescoço e retirando o colar que tinha tanto significado pra mim, fui até meu malão e o guardei no bolso dele, logo pegando o colar e o brinco que Parvati me oferecera.

— Eaí?

— Deslumbrante! — Disse ela, um sorriso enorme

— Mionee!? — Gritei, já que a garota estava no banheiro — Você vem?

— Pode ir na frente.

   O relógio indicava que era 7:58, então resolvi descer, já que havia combinado de encontrar o meu par às oito. Parvati me desejou um “boa festa”, logo que saí pelo buraco do retrato, bem em tempo de acompanhar Harry que ia alguns passos na minha frente.

— Hey, Hazz!

  Harry se virou, parou e se boquiabriu enquanto eu me aproximava.

— Meu Merlim, você tá… você… Uau!

— Valeu, você tá adorável, amei o terno. — Devolvi com um sorriso pra meu melhor amigo — Então, onde vai encontrar a Luna?

— Saguão de entrada, e você, onde vai encontrar seu par?

— Lá também. Vamos então?

    Quando chegamos ao saguão de entrada às oito horas, encontramos um número anormal de garotas por ali, todas olhando-o com visível ressentimento quando Harry se aproximou de Luna. Ela estava usando vestes prateadas com estrelas que atraíram risinhos das outras, mas, afora isto, estava bem bonita. Quer dizer, afora não, Luna estava deslumbrante quase combinando com minhas vestes estilo sol e lua. De qualquer forma, Harry pareceu ficar contente que ela não estivesse usando os brincos de nabos, o colar de rolhas de cerveja amanteigada e os espectrocs.

— Oi. — Cumprimentou ele ao qual Luna retribuiu com um sorriso

— Oi, Luninha. — Eu falei indo até ela lhe dá um abraço — Você está linda.

   Luna virou aqueles seus olhos saltados para mim, surpresa, mas sorria.

— Ah, obrigada, Rox. — Respondeu ela — Você também está muito linda.

— Vou ter que concordar. — Disse uma voz sorridente e convencida atrás de mim

   Me virei na mesma hora encontrando o bad-boy com vestes sociais, sem gravata, todo despojado, alguns botões da camisa aberto e o cabelo de um jeito totalmente atraente como ele sempre deixava, além de sua pose de dono do mundo.

— Uma gata. — Continuou, abrindo seu sorriso branco, seus olhos agora de encontro ao meu

— Theo! — Falei sorrindo abertamente, indo até ele e o abraçando, as mãos em seu pescoço

— Rox. — Sorriu ele quando nos separamos

— Bom, você também não está de se jogar fora. — Brinquei ao analisar melhor seu look

— Estou maravilhoso, eu sei, milady.

Ele!? — Disse um Harry atordoado

  Passei meu braço pelo de Theo e me virei para o meu melhor amigo e Luna, sorrindo.

— Meu acompanhante, ué. Theodore Nott.

— Eaí, Potter. — Cumprimentou o garoto — Tudo certo?

— Uhum… — Harry olhou pra Luna — Vamos andando, então?

— Ah, vamos — Respondeu ela feliz — Onde é a festa?

— Na sala de Slughorn — Disse ele, conduzindo-a para longe dos olhares e cochichos pela escadaria de mármore, deixando eu e Theo pra trás

— Ts. Ts. Ts. — Theodore riu — Harry Potter não vai muito com a minha cara.

— Com ninguém da Slytherin pra ser sincera. — Falei passando a mão por meus cabelos — Vamos logo, estou torcendo pra que tenha bebida.

— Qual é, ginger, sabemos que o professor não traria bebidas alcoólicas para os alunos. — Me lembrou Theo enquanto caminhávamos pelo corredor

— Droga! — Murmurei, já mal acostumada

— Mas… pra sua alegria tenho uma sugestão de diversãozinha pós-festa. — Sua voz era pura empolgação e malícia

   Eu o olhei curiosa, parando no caminho.

— Do que está falando, Theodore Nott?

— Simples, pra alguns a festa acaba, para nós ela continua. — E se abaixou, de modo que pudesse aproximar sua boca do meu ouvido — Tem Whisky e Hidromel nos esperando na Câmara secreta, você não reconheceria àquele lugar se entrasse lá, então, me diz, que acha?

— Dois alcoólatras bebendo e falando mal de todo mundo da escola. Somos a melhor amizade de Hogwarts, não é?

— Claro que somos. — Garantiu ele rindo e voltamos a caminhar

   Já estávamos se aproximando da sala de Slughorn e os sons de risos, música e conversas em voz alta aumentavam a cada passo. Fosse porque tivesse sido construída assim, fosse porque ele tivesse usado a magia para deixá-la assim, a sala de Slughorn era muito maior do que o escritório normal de um professor. O teto e as paredes tinham sido forrados com panos esmeralda, carmim e dourado, para dar a impressão de que nos encontrávamos no interior de uma vasta tenda. A sala estava cheia e abafada, imersa na luz vermelha que o ornamentado lampião dourado projetava do centro do teto, onde esvoaçavam fadinhas de verdade, cada qual um pontinho brilhante de luz. Uma cantoria, aparentemente acompanhada por bandolins, subia de um canto distante; uma névoa de fumaça de cachimbo pairava sobre vários bruxos idosos absortos em conversa, e numerosos elfos domésticos se deslocavam entre uma floresta de joelhos, sombreados pelas pesadas travessas de prata com comida que seguravam, parecendo mesinhas móveis.

— Theodore, vou ter que te dizer — Virei-me para o garoto quase sussurrando — seriamente, obrigada por ter aceitado meu convite, é sério. Isso tá o...

— Roxanne, minha querida! — Trovejou Slughorn, me fazendo se calar, quase na mesma hora em que eu e Theo nos esprememos pela porta para entrar — Entre, entre, há tanta gente que eu gostaria que você conhecesse!

   Eu me segurei a vontade de pegar na mão de Theo, dá meia volta e simplesmente nos abrigarmos na Câmara secreta onde poderíamos nos embriagar sem precisar conhecer bruxos velhos alguns, mas aqui estávamos, na tal festa do Slughe.

    Hello bruxinhoooos!!!

     Como estamos??

   Ontem foi dia do orgulho LGBT e hoje a Rox já nos aparece mandando uma dessa pra Demelza? Aiaiai kkkkk. Calma que as coisas não acabam assim não, tá gente, juro.

   Rovender tá dando o que falar por aí, hem, tô mal pela Mione e pelo Blas genteeee...

   Mas sério, essa festa do Slughe, tô achando que vai ser interessante kkkkkkk.
  
Rox e Theo bebendo sozinhos na câmara secreta... só eu pressinto merda? Kkkkkk

   Bom, nos vemos sexta-feira.

– Bjosss da tia Nick.

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