82 | Felix Felicis
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82. Félix Felicis
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Procurando o Rony? Está ali adiante, o hipócrita nojento. Parece que está se divertindo tanto quanto você.
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ᴴᵃʳʳʸ ᴾᵒᵗᵗᵉʳ
Ginny se virou lentamente para mim e Rony, o rosto culpado e o olhar distante, sua voz era triste quando disse:
— Não fiquem sem falar com ela, por favor. Acho que ela sempre teve medo de como reagiríamos à isso, eu não deveria ter contado.
Rony não abrandou sua feição, e eu ainda estava bastante incomodado e decepcionado em pensar que minha melhor amiga teve algo com meu pior inimigo.
— Só pensem — Ginny voltou a assumir o posto sério e nos encarar —, ninguém escolhe por quem se apaixona e a Rox se importa muito com vocês dois, deve amar e respeitar muito a opinião de vocês pra ter aberto mão do Malfoy. E —se apressou em dizer logo quando Rony fez menção de a interromper — vocês entenderiam se também tivessem visto. Não sei se eles perceberam, mas esses dois são apaixonados, só são orgulhosos demais pra admitir isso, não que eu também vá com a cara do Malfoy, mas está óbvio que ele deixa a Rô feliz, ou deixava… e se vocês se importassem minimamente com ela, não agiriam como babacas ao descobrir isso e a deixariam ser feliz.
E dizendo isso ela simplesmente saiu nos deixando a sós e completamente irritados. Eu pensei em tudo que ouvi, mas não tinha cabeça pra captar tudo ainda. Então Rony e eu ficamos parados ali, arquejando, até que Madame Nora, a gata de Filch, entrou no corredor, rompendo a tensão.
— Vamos. — Falei ao ouvirmos os passos arrastados de Filch
Subimos apressados, as escadas e seguimos pelo corredor do sétimo andar.
— Oi, sai da frente! — Falou Rony com rispidez para uma garotinha que se assustou e deixou cair no chão um vidro de ovas de sapo
Eu mal escutei o barulho do vidro partindo; sentia-me desorientado, tonto; ser atingido por um raio deveria ser parecido. Porém, minha mente não estava em Rox, talvez eu não me importasse muito com quem Rox beijasse e se ela gostava do babaca do Malfoy ou já gostou, que mal tinha? Não, minha preocupação era outra. Só porque ela é irmã do Rony, pensei. Você não gostou de ver Ginny beijando o Dean porque ela é irmã do Rony…
Involuntariamente, porém, minha mente foi invadida pela imagem daquele mesmo corredor deserto, e eu beijando Ginny em vez de... o monstro em meu peito ronronou... então vi Rony rasgando a tapeçaria e puxando a varinha contra mim, gritando coisas como “traiu a confiança”... “acreditei que era meu amigo”...
— Você acha que Hermione deu uns amassos no Krum? — Perguntou Rony, subitamente, ao nos aproximarmos da Mulher Gorda. Tive um sobressalto de remorso e arranquei minha imaginação do corredor onde Rony não entrara, onde eu e Ginny estávamos sozinhos...
— Quê!... — Exclamei confuso — Ah... ãh...
A resposta franca seria “acho”, mas não quis dá-la. Rony, contudo, pareceu ter entendido o pior, pela expressão no meu rosto.
— Sopa da coroação — Disse mal-humorado à Mulher Gorda, e passamos pelo retrato e entramos na sala comunal.
Nenhum de nós dois tornamos a mencionar Ginny nem Hermione e muito menos Rox, que percebi que realmente não me importava se ela gostava do Malfoy, desde que ele não machucasse ela, eu o azararia se ele fizesse isso, mesmo assim sei que minha melhor amiga sabe muito bem se defender, e Ginny tem razão, eu quero o melhor pra ela. Ok, tenho certeza absoluta que Malfoy é um Comensal da Morte e sei que quando isso ficar comprovado, Rox nunca mais pensará nele ou vai querer algo com ele, então não preciso me preocupar com isso; só não sei o que o irmão dela pensa disso, de fato, eu e Rony quase não nos falamos aquela noite e fomos dormir em silêncio, cada um absorto nos próprios pensamentos.
Fiquei acordado durante muito tempo, contemplando o dossel da cama e tentando me convencer de que meus sentimentos por Ginny eram inteiramente fraternais. Tínhamos vivido, não tinhamos, como irmão e irmã o verão todo, jogando quadribol, implicando com Rony e rindo de Bill e Fleuma. Conheço Ginny há anos... era natural que eu quisesse protegê-la... natural que eu prestasse atenção nela… quisesse despedaçar Dean por tê-la beijado... não... teria de controlar particularmente este sentimento fraternal…
Eu nunca senti vontade de bater no Lee Jordan por beijar Rox, então porque eu senti isso quando vi Dean beijar Ginny? As duas são como irmãs pra mim, e Rox ainda é mais próxima que Ginny. Mas, a Ginny...
Rony soltou um ronco gutural.
Ela é irmã de Rony, disse a mim mesmo com firmeza. Irmã de Rony. É fruto proibido... Eu não arriscaria minha amizade com Rony por nada. Dei uns socos no travesseiro para deixá-lo mais confortável e esperei o sono chegar, fazendo o possível para não deixar meus pensamentos vagarem nem próximo de Ginny.
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ᴿᵒˣᵃⁿⁿᵉ ᵂᵉᵃˢˡᵉʸ
Eu não saberia dizer se me perguntassem como eu estou me sentindo, porém, mesmo eu tendo adquirido uma personalidade tão diferente e autoconfiante esse ano, eu estava magoada. Magoada por saber que meu irmão e meu melhor amigo nunca teriam aceitado eu e Draco. Mas… tipo, por que eu me importava com isso se eu e aquele loiro aguado nem temos mais nada!?
Logo eu faria as pazes com os meninos e isso ficaria no passado, mas com certeza não agora.
— Sopa da coroação. — Falei à Mulher Gorda e adentrei a Sala Comunal tentando afastar os maus pensamentos
Merlim parecendo querer me presentear com coisas boas me fez ouvir boas notícias logo em seguida.
— Viu? — Vega ria calorosamente como eu não a via fazer a meses, quando veio até mim, levantou a mão direita e balançou mostrando um anel em seu dedo anelar — É de caramelo, tem significado óbvio, mas depois eu vou comer de qualquer forma.
De fato, o anel em seu dedo era simplesmente aqueles anéis infantis de plástico com um doce em forma de diamante. Colin conseguia ser muito fofo sempre.
— Você pediu ela em namoro com um anel de doce? — Eu olhei sorrindo para o garoto que corou achando que eu o estava repreendendo
— Ah… é, achei que seria fofo. Vou comprar um anel de verdade logo, eu prometo, eu só..
— Hey. — Vega o chamou rindo — Ela tá brincando, topolino, tá tudo bem, eu amei, não precisamos de anel de verdade agora, ok?
— É, tudo bem mesmo?
— Col, é óbvio que eu tô brincando, vocês são tão fofos, tipo bebês. — Eu falei e abracei os dois ao mesmo tempo — Estou tão feliz que estejam namorando.
— Só pra constar que eu tenho a mesma idade que você tinha quando começou a namorar com o Lee Jordan, Rox. Já tenho quase quinze anos. — Disse Vega balançando as mechas verdes do seu cabelo e rindo convencida
— Eu faço dezesseis esse ano, Rô, eu tenho quase sua idade. — Disse Colin, mas mesmo eu percebendo o quanto ele crescera e sabendo que aquilo era verdade, eu sempre me lembrava do garoto minúsculo louco pelo Harry que eu conheci no segundo ano
— Eu sei que vocês estão crescidos, mas, ah… sério, eu tô tão feliz.
Eles sorriram animados. O plano de Colin realmente dera certo, Vega estava radiante, talvez ela só precisasse lembrar que tinha pessoas aqui na terra que se importam com ela, e depois da surpresa que Colin fizera, pelo que eles falaram, na Sala Precisa, cheia de balões, fotos e coisas românticas, é óbvio que ela estaria feliz.
— O… Harry já sabe? — Perguntei, incerta
Colin de repente pareceu vermelho de tão assustado. Vega riu e levou o doce do anel à boca onde lambeu um pouco do caramelo como se fosse um pirulito.
— Uma hora ele descobre. — Ela deu de ombros e acrescentou — Nossa, eu amo caramelo. Você não liga se eu acabar com nossa aliança, né topolino?
— Ah, não, eu sei que é o seu doce favorito, por isso eu comprei dele.
— Você quer um pouco?
— Não, eu…
Então sem aviso prévio, Vega afastou o anel da boca e puxou a gravata de Colin o beijando, segundos depois se separando e deixando-o devidamente corado.
— Viu? Caramelo é uma delícia, né? — Ela ria da cara dele antes de logo se voltar pra mim, e eu que gargalhava entendi imediatamente àquele olhar
— Vingança, Lilian? — A olhei divertida a alfinetando com seu segundo nome
— Perdi a conta de quantas vezes peguei você no flagra, né Beatriz, tava na hora de acontecer o contrário. — Ela devolveu em risinhos
Colin pareceu não entender, eu estava prestes a falar mais alguma coisa quando alguém me chamou e vi Ginny se aproximar de mim.
— Podemos conversar? — Implorou — Por favor.
Dando mais um sorriso e um parabéns para Colin e Vega, me despedi deles e segui Ginny para umas poltronas mais afastadas da Sala Comunal, eu tinha ficado tão feliz com a notícia que escutara que até esqueci o que minha irmã poderia querer falar comigo, até que ela pediu desculpas e eu lembrei de tudo.
— Eu estava irritada, sem cabeça, saiu sem querer, Rox, eu realmente não queria ter dito isso. — Ela dizia — Se eu quisesse contar pra alguém teria dito àquele tempo, mas não, eu só queria ser sua amiga, me aproximar de você, que confiasse em mim, por isso eu guardei o segredo, desculpa se agora eu estraguei tudo.
Ela abaixou a cabeça fitando o chão, eu não estava mais com raiva então meramente a abracei.
— Você é minha irmãzinha e eu te amo. Está tudo bem, não foi sua culpa. Rony que é um babaca. Uma hora eles iriam ter que saber disso afinal.
Ginny pareceu decididamente surpresa e abriu um sorriso imenso ao ver que eu estava sendo verdadeira, que estava tudo bem entre nós.
— Eu também te amo, irmã. — Disse ela — Então está mesmo tudo bem?
— Tudinho e vamos esquecer isso, me resolvo com o boboca do meu clone versão macho depois.
Ginny riu.
— E estou falando sério, esqueça o que ele disse sobre você e arrase mais, pegando quem quiser, entendeu? — Acrescentei decidida
Ela assentiu gargalhando e eu disse que ia ter que ir resolver uma coisa, ela até tinha me dado um tchau, mas antes que eu pudesse sair, ela acabou me chamando de novo.
— Ah, Rox. — Disse ela pegando no meu braço, e me fazendo se virar novamente para ela — A Demelza pergunta direto de você.
Ergui as sobrancelhas.
— A garota da minha turma, minha amiga, que você ficou com ela e então, do nada nem fala mais com ela.
— Ôu. — Eu me senti um pouco nervosa de repente — É… eu nem sabia que ela gostava de mulher.
Ginny riu.
— Ela ficou com você e você não sabia que ela gostava de mulher, Roxanne?
— Ah, achei que ela só tinha me achado gata ou queria experimentar algo novo, o que ela quer afinal? Eu não quero relacionamento sério.
— Pra sua informação, a Demmy é lésbica sim, ela é um amor de pessoa e é bem sensível, tenta só falar com ela, sei lá qualquer coisa, é bem escroto e coisa de homem ficar com alguém e depois nunca mais falar com ela. Olha, só ver se dar um pouco de atenção pra Demmy, ignorar não vai ajudar em nada e tô achando que ela pode realmente gostar de você.
Eu assenti, minha irmã estava certa.
— Ok, eu vou fazer isso. — E dei uns passos sem me virar — Realmente vou, obrigada pelos conselhos amorosos, você é minha irmã favorita.
— Sou sua única irmã. — Ginny riu balançando a cabeça e cruzando os braços
— E é por isso que te amo. — Mandei beijo com minhas mãos e me virei saindo da Comunal com uma vontade imensa de esvaziar a mente enquanto fazia biscoito de gengibre, só precisava achar meus três elfos mais novos
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Bom, eu não falei com a Demelza Robbins naquele dia, e nem no próximo, pois digamos que tive um dia corrido. Eu tinha acordado de bom humor, e passado uma manhã agradável com Parvati e Lavender onde ainda meio que discutíamos o fato de nunca realmente conseguirmos ver Sol em nosso dormitório ou entrando na Comunal da Gryffindor desde que as aulas voltaram, ela parecia agir como uma ninja, segundo Parvati.
Então, por volta do meio-dia, vi o que já tinha percebido antes, que meu amado irmão gêmeos não somente estava dando um gelo em mim, Ginny e Dean, como ainda estava tratando Hermione, magoada e perplexa, com uma indiferença mortal e desdenhosa. E mais, Rony parecia ter se tornado, da noite para o dia, sensível e pronto para agredir como um explosivim. Harry, que estava me tratando com uma formalidade extremamente exagerada, passou o dia tentando manter a paz entre Rony e Hermione sem sucesso: por fim, a garota foi dormir amuada, e Rony se retirou para o dormitório dos garotos depois de xingar enraivecido uns calouros apavorados, só porque olharam para ele. Eu, apenas perplexa, não me dei o trabalho de contar à Hermione o ocorrido, mas me desculpei pelo meu irmão com os calouros.
Para desânimo de Harry, dele mesmo já que eu me limitei a passar mais tempo com Lavender e Parvati, a nova agressividade de Rony não abrandou nos dias seguintes. E, pior, coincidiu com uma queda no seu desempenho como goleiro, o que o deixou ainda mais agressivo, fazendo com que, no último treino de quadribol antes do jogo de sábado, ele não conseguisse defender um único dos gols que os artilheiros lançaram contra ele, e berrasse tanto com todos que conseguira deixar todos tão impacientes quanto ele.
— Cala a boca e deixa ela em paz! — Gritou Peakes depois que Rony gritara algo comigo, o menino tinha dois terços da altura do meu irmão, mas era incontestável que ele segurava um pesado bastão
— E você não se meta! Ela é a minha irmã e eu falo o que quiser! — Rebateu Rony completamente fora de si — E afinal, você está defendendo ela porquê!? Tá querendo ficar com ela também? Olha que ela pega, essa daí dá moral pra qualquer mole...
— CHEGA! — Berrou Harry, que vira o olhar feio de Ginny para Rony e, lembrou-se de sua reputação de talentosa azaradora de bichos-papões, e voou até lá para intervir, antes que as coisas fugissem ao seu controle, mas sua preocupação era outra além da minha irmã
Harry pegou em minha mão tentando me trazer de volta, parecendo nervoso.
— Hey, Rox. Tudo bem, tudo bem. Aqui, Rox. Calma.
Eu bufava e sabia que meus olhos estavam brancos e até tinha sentido meus cabelos voarem e meu corpo quase flutuar sem a vassoura. Meus nervos estavam a flor da pele, ódio do meu próprio irmão.
— Branco! Os olhos dela ficaram brancos! — Exclamou Peakes
— É normal, isso… é, normal pra ela. —Harry se apressou a dizer; eu permanecia no mesmo estado, olhando fixamente para Rony com irritação
— Ôu, Rox, aqui, irmã, hey, está de volta?— Ginny balançou a mão não minha frente
Suspirei e balancei a cabeça, voltando à tona, vermelha de raiva do meu próprio irmão gêmeo.
— Certo, amém. — Suspirou Harry, parecendo agradecido que eu não tivesse feito besteira, quase me senti como uma bomba-relógio e desesperadamente tentei pensar em algo que tirasse minha raiva — Peakes, vai encaixotar os balaços. Rox, por favor, não explode o campo, relaxa um pouquinho, você consegue. Sabe que é minha melhor amiga e eu te amo, né?!
— Fico feliz que decidiu voltar a falar comigo. — Falei sem verdadeira animação e apenas guindando a vassoura pro lado, deixando a adrenalina filtrar minha raiva
Mas percebi Harry suspirar antes de se voltar pra Rony e então lhe dizer algo. Por um instante, me pareceu que Rony fosse bater nele, mas aconteceu coisa muito pior: Rony pareceu murchar em cima da vassoura; toda a agressividade abandonada, me aproximei o suficiente para o ouvir dizer:
— Estou fora. Sou patético.
— Você não é patético nem vai desistir de nada! — Contestou Harry ferozmente, agarrando Rony pela frente das vestes —Você é capaz de defender qualquer coisa quando está em forma, você tem é um problema mental!
— Você está me chamando de maluco?
— É, talvez esteja!
Continuei a uma distância para que eles não se dessem conta de que eu ouvia, então vi eles se enfrentaram por um momento, então Rony balançou a cabeça, deprimido.
— Sei que você não tem tempo para arranjar outro goleiro, por isso vou jogar amanhã, mas se perdermos, e vamos perder, vou me retirar da equipe.
Eu ergui as sobrancelhas, incrédula, ele não podia sair do time. Mas eu continuava irritada, então não ia dizer nada disso a ele. Suspirando, simplesmente voltei a voar.
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Nada que eu dissesse faria a menor diferença. Tentei reforçar a confiança de Rony durante todo o jantar, mas ele estava ocupado demais fazendo desfeitas a Hermione para notar. À noite, na sala comunal, insisti, mas minha afirmação de que a equipe inteira ficaria arrasada se Rony saísse foi prejudicada pelo fato de que os demais jogadores ficaram agrupados a um canto distante, visivelmente cochichando sobre Rony e lhe lançando olhares irritados. Menos Rox, que apenas parecia despreocupada e distante, só de olhar pros seus olhos dava pra ver que ela estava enfurecida e magoada com o que o irmão disse dela. Finalmente, tentei me enfurecer mais uma vez na esperança de instigar Rony a adotar uma atitude de desafio que redundasse na defesa de gols, mas minha estratégia pareceu não dar melhor resultado do que a de encorajamento; Rony foi se deitar mais abatido e desesperançado que nunca.
Deitado no escuro, fiquei acordado um longo tempo. Não queria perder a partida que se avizinhava; não somente era a minha primeira como capitão, como também eu estava decidido a vencer Draco Malfoy no quadribol, ainda que não conseguisse comprovar minhas desconfianças a respeito do babaca. Contudo, se Rony jogasse como nos últimos treinos, as chances de vencermos seriam mínimas. Se ao menos eu pudesse fazer alguma coisa para Rony se reanimar... para fazê-lo jogar em sua melhor forma... alguma coisa que garantisse a Rony um dia realmente bom…
E a resposta me ocorreu em um súbito e glorioso acesso de inspiração.
Na manhã seguinte, o café da manhã foi aquela excitação de sempre; os alunos da Slytherin assoviavam e vaiavam alto cada jogador da Gryffindor que entrava no Salão Principal. Eu olhei para o teto e vi um céu claro e azulado: um bom sinal.
A mesa da Gryffindor, uma mancha compacta vermelha e ouro, aplaudiu quando eu e Rony nos aproximamos. Eu sorri e acenei; Rony fez uma espécie de careta e agradeceu com a cabeça.
— Anime-se, Rony! — Gritou Lavender, seus cabelos loiros e ondulados soltos, usava também uma bandana rosa, e estava sentada entre Rox e Parvati Patil — Sei que você vai ser genial!
Rony fingiu não ouvir.
— Chá? — O ofereci — Café? Suco de abóbora?
— Qualquer coisa. — Respondeu Rony, infeliz, mordendo a torrada de mau humor
Alguns minutos depois, Hermione, que, de tão cansada com a antipatia de Rony nos últimos dias, nem descera para tomar café conosco, parou a caminho da mesa.
— Como é que vocês dois estão se sentindo? — Perguntou, hesitante, com os olhos na nuca de Rony
— Ótimos. — Respondi, me concentrando em passar para Rony um copo de suco de abóbora — Pronto, Rony. Beba.
Rony tinha acabado de levar o copo à boca quando Hermione falou com rispidez.
— Não beba isso, Rony!
Nós dois olhamos para ela.
— Por que não? — Perguntou Rony
Hermione agora me encarava como se não conseguisse acreditar no que via.
— Você acabou de pôr alguma coisa nesse suco.
— Que foi que você disse?
— Você me ouviu. Eu vi. Você acabou de virar alguma coisa no copo de Rony. O frasco ainda está em suas mãos!
— Não sei do que você está falando. — Falei, guardando depressa o frasquinho no bolso
— Rony, estou avisando-o, não beba isso! — Repetiu Hermione, alarmada, mas Rony apanhou o copo, virou-o de um gole e disse:
— Pare de ficar mandando em mim, Hermione.
A garota se escandalizou. Abaixando-se de modo que somente eu a ouvisse, sibilou:
— Você poderia ser expulso por isso, eu nunca pensei que fosse capaz, Harry!
— Veja só quem está falando — Sussurrei em resposta — Tem confundido alguém recentemente?
Hermione afastou-se bruscamente para a outra ponta da mesa. Eu observei-a ir sem lamentar. Hermione jamais entendera realmente que quadribol era um assunto sério. Virei-me, então, para Rony, que estalava os lábios.
— Quase na hora. — Comentei, descontraído
Na descida para o estádio, a grama congelada rangia sob nossos pés.
— Que sorte o tempo estar bom, eh? —Falei
— É — Concordou Rony, que parecia pálido e nauseado
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— Por que você não tenta falar com ele? Ele não parece bem. — Comentou Lav pela milésima vez se referindo ao boboca do meu irmão, eu já tinha explicado tudo do que ocorrera à ela e Parvati
A olhei e soltei um muxoxo, peguei o copo de suco de abóbora e virei de uma vez na boca, logo me levantando.
— Nos vemos depois do jogo.
— Bom jogo. — Desejou Pati
— Amiga, hey, qual é… boa sorte. — Ainda ouvi Lavender dizer enquanto eu descia para o campo
Me deparei então com Ginny que já tinha vestido os uniformes de quadribol e aguardava no vestiário.
— As condições parecem ótimas, não é? — Comentou ela com um sorriso
— De fato. — Concordei indo me vestir
Me encontrei então com Rony e Harry sentados no banco do vestuário.
— Já sabe da última? — Perguntou Harry à mim que neguei com a cabeça — Aquele artilheiro da Slytherin, Grimmett, levou um balaço na cabeça ontem durante o treino, e está machucado demais para jogar! E melhor ainda: Malfoy também não vai jogar, está doente!
Harry demorou um pouco pra perceber o que tinha falado a mim que arregalei os olhos na hora.
— Quê!? — Exclamei sem me preocupar em esconder o tanto ficara surpresa e preocupada — Ele está doente? Como assim o Draco tá doente? O que é que ele tem?
— Ôu, é... — Fez Harry sem saber o que dizer
— Espero que ele esteja morrendo. — Resmungou Rony e eu quase me vi metendo o soco na fuça do meu irmão, não sei o que me manteve firme
Harry deu uma cotovelada no ruivo e o repreendeu.
— Não sabemos o que ele tem, não deve ser nada demais, mas tipo, isso, é ótimo para nós, não é?
— Quem vai jogar no lugar dele? — Minha voz estava distante
— Harper, ele é do mesmo ano da Ginny, ela disse que ele é um idiota.
— Hum… — Falei sem demonstrar animação e segui para uma cabine para vestir o uniforme do jogo
Eu sabia que tinha que me concentrar no jogo, no quadribol, e aliás Theodore Nott era um dos novos artilheiros do time da Slytherin, ele me contou extasiado e convencido naquela manhã, que jogaria no lugar do babaca do Nicholas Grimmett. Mas enquanto eu vestia meu uniforme vi meus pensamentos vacilarem e irem de encontro à Draco. Uma vez ele alegara que não podia jogar por causa de um ferimento, mas naquela ocasião conseguira que a partida fosse remarcada para uma data mais conveniente à equipe da Slytherin. Por que agora estava deixando um substituto jogar? Estaria mesmo doente ou era fingimento? E se ele estiver realmente mal? Se a Sol o envenenou?
— Suspeito, não é? — Escutei a voz de Harry comentar com meu irmão — Malfoy não jogar?
— Chamo isso de sorte — Respondeu Rony, parecendo ligeiramente mais animado — E Grimmett está fora também, era um idiota, mas essencial para equipe, eu não queria... ei! —Exclamou de repente, parando de calçar as luvas de goleiro e olhando espantado para Harry
Eu tinha acabado de sair da cabine, mas continuei parada os observando, de modo que eles não percebessem minha presença.
— Que foi?
— Eu... você... — Rony baixou a voz; ele parecia sentir ao mesmo tempo medo e excitação — Minha bebida... meu suco de abóbora... você não…
Harry ergueu as sobrancelhas, mas disse apenas:
— Vamos começar em cinco minutos, é melhor calçar suas botas.
Eu ergui as sobrancelhas sem entender do que eles falavam e tentei apenas afastar os pensamentos ruins e tentar me animar, ia entrar em campo, precisava de concentração. Ah, meu Merlim, que será que Draco tem?
Entramos em campo sob gritos e vaias. Uma parte do estádio era totalmente vermelho e ouro; a outra, um mar verde e prata. Muitos alunos da Ravenclaw e da Huflepuff também tinham tomado partido; entre berros e palmas, eu podia distinguir o rugido do famoso chapéu-leão de Luna Lovegood.
Harry se dirigiu a Madame Hooch, a árbitra, que estava em posição para soltar as bolas do caixote. Passei o olhar rápido pelas arquibancadas à procura de Sol ou de Pansy, elas não deixariam Draco doente e sozinho, deixariam? Pelo visto Pansy sim, mas por alguma razão, não encontrei Sol em lugar algum.
— Capitães, apertem as mãos — Ouvi Madame Hooch dizer e vi a mão de Harry ser esmagada pelo idiota do capitão da Slytherin, Mattheo Burke — Montem suas vassouras. Quando eu apitar… três... dois... um…
Soou o apito, eu e os outros demos impulso do chão congelado, e partimos. Eu sobrevoei o perímetro do campo preparada para apanhar logo a Goles e fazer ela passar pelos aros. Mas então ouvi uma voz de locutor que destoava da que estávamos habituados, e só disso, senti falta de Lee Jordan.
— Ora, começou a partida e acho que todos estamos surpresos com a equipe que Potter reuniu este ano. Muitos acharam que, pelo desempenho desigual do goleiro Rony Weasley no ano passado, ele não retornaria à equipe, mas é claro que uma forte amizade pessoal com o capitão ajuda…
Essas palavras foram recebidas com vaias e aplausos do lado do estádio ocupado pela Slytherin. Eu me estiquei na vassoura para ver o pódio de transmissão. Um rapaz alto, magricela e louro, de nariz arrebitado, estava em pé ali, falando para o megafone mágico que no passado fora de Lee Jordan, meu ex namorado; Logo reconheci Zacarias Smith, um jogador da Hufflepuff por quem eu sentia grande antipatia.
— Ah, e aí vem a Slytherin em sua primeira tentativa de marcar um gol, é Burke que mergulha em direção ao campo e...
Meu estômago embrulhou, eu não tinha como chegar perto o suficiente de Matt e roubar a Goles dele que estava tão próximo do meu irmão.
— ... Weasley defende bem, todo o mundo tem o seu dia de sorte, suponho…
— Isso mesmo, Smith, hoje é o dia dele — Escutei um resmungo com um sorriso, me virei e vi Harry mergulhar atrás de mim com os olhos atentos à procura de um sinal do ilusório pomo
Eu estava ficando intrigada com ele, mas sem me importar, me adiantei em tentar me animar e roubar a Goles de Nott, só porque seria divertido ver sua cara se isso acontecesse. Decorrida meia hora de jogo, Gryffindor estava ganhando por setenta pontos a zero, Rony tendo feito defesas verdadeiramente espetaculares, algumas com as pontas das luvas, e eu tendo marcado três dos sete gols da equipe, Ginny marcou os outros três e Dean um. Isto realmente fez Zacarias parar de perguntar em voz alta se eu e meus irmãos estávamos ali porque Harry gostava de nós, e passar a implicar com Peakes e Coote.
— É óbvio que Coote não tem realmente o físico de um batedor — Comentou Zacarias com arrogância —, em geral eles têm mais força muscular…
— Manda um balaço no fucinho dele! — Gritei quando Coote passou disparado, mas o garoto, dando um largo sorriso, preferiu mirar o balaço seguinte em Harper, que ia cruzando com o Harry. E eu tive que o parabenizar, imensamente satisfeita ao ouvir o baque surdo indicando que o balaço atingira o alvo — Arrasou, Coote!
Ele riu, e eu dei meia volta, mergulhando atrás da Goles. Parecia que a Gryffindor não podia errar. Repetidamente a equipe goleava, e repetidamente, no extremo oposto do campo, Rony defendia com visível facilidade. Estava até sorrindo agora, e quando a multidão saudou uma defesa particularmente boa com um coro crescente daquele velho refrão Weasley é o nosso rei, ele fingiu regê-los do alto.
— Acho que o mal humor dele vai embora agora. — Disse a voz de Ginny ao meu lado direito
Eu sorri.
— Espero que sim. — E então me veio uma idéia maravilhosa — Hey, irmã, tá afim de fazer a Parkin's Pincer?
Ginny me olhou interessadíssima, então sorriu.
— Eu amo suas manobras, sabia?
Eu voei para o alto.
— Fala com o Dean e tentem se aproximar do artilheiro que tiver com a goles, eu vou por cima.
Ela assentiu, eu fingi me interessar com algo no alto enquanto via Ginny conversar com Dean a distância por linguagem labial, então os dois voaram como foguetes até ficarem próximo de Theodore Nott que tinha a goles em mão e se dirigia aos aros que Rony guardava. Observei Theo olhar para um lado e ver Ginny, olhar pro outro e ver Dean, e então guindar com a vassoura pra frente pra os afastar. Pairando suavemente e agora bem próxima das balizas do meu próprio time, escutei Ron perguntar:
— O que você vai fazer?
Eu pisquei para o meu irmão e disparei em encontro a Theo que se aproximava e logo se viu cercado, sem conseguir fugir para nenhum canto, eu voava um metro acima dele, e assim que emparelhamos, me segurei na vassoura pelos pés, forçando minhas botas a se prenderem ali, fiquei de cabeça pra baixo e coloquei minhas mãos na goles que Theo segurava, com o meu rosto agora bem na frente do seu.
— Oii, Theozinho. — Eu sorri de cabeça pra baixo para ele, antes de dois segundos depois já estar de volta à posição normal, com a goles na mão e disparar direto para a posição contrária em direção às balizas que meu time deveria marcar
A arquibancada enlouqueceu e eu sorri pra adrenalina, com meus cabelos voando, tendo certeza que não havia nada que eu gostasse mais na vida do que voar, e que a adrenalina, as manobras eram o que mais me excitava no jogo. Metade da platéia urrava de alegria quando eu fiz outro gol, e Ginny e Dean me parabenizaram animados.
— Gryffindor marca novamente, mas acho que Harper da Slytherin avistou o pomo! — Anunciou Zacarias Smith pelo megafone e senti meu sorriso morrer — Sim, senhores, ele decididamente viu alguma coisa que Potter não viu!
Senti meu estômago desabar das nuvens, enquanto parei pra observar que Harper não disparara em vão para o alto e o pomo estava voando em alta velocidade acima dele, brilhando intensamente contra o claro céu azul. Harry acelerou, um ponto abaixo de Harper, o vento assoviava em meus ouvidos abafando o som do comentário de Smith e o da multidão, eu apenas os observava nervosa, Harper continuava à frente, e a Gryffindor tinha apenas cento e dez pontos de vantagem; se Harper chegasse ao pomo primeiro, Gryffindor perderia... e agora Harper estava bem perto, com a mão estendida…
Então Harry, meio desesperado, berrou alguma coisa. Não sei o que ele disse, mas Harper deu uma parada; se atrapalhou com o pomo, deixou-o escorregar entre os dedos e, na velocidade em que estava, ultrapassou-o: Harry abriu o braço em direção à bolinha esvoaçante e agarrou-a.
— PEGUEI! — Berrou Harry. Fazendo a volta, mergulhou em direção ao solo, erguendo o pomo no alto. Quando a multidão percebeu o que acontecera, subiu um grito das arquibancadas que quase abafou o som do apito sinalizando o fim da partida
— UHUUUUUU! — Eu gritava empolgada dando socos no ar
— Ginny, aonde você está indo? — Berrou Harry, que se viu preso, ainda no ar, por um abraço coletivo dos jogadores da equipe, o que incluía eu
Mas nesse momento me virei pra obsevar, Ginny passou veloz por nós, indo colidir, com um baita estrondo, contra o pódio do locutor. Entre gritos e risos da multidão, eu e a equipe da Gryffindor aterrissamos ao lado dos destroços de madeira sob os quais Zacarias se mexia debilmente; ouvi Ginny dizer descaradamente à furiosa professora McGonagall:
— Me esqueci de frear, professora, desculpe.
Rindo, Harry se desvencilhou da equipe e abraçou Ginny, mas muito rápido soltou-a. Não olhou mais para ela, em vez disso deu tapinhas nas costas de um Rony aos gritos; e eu saltei no pescoço da minha irmã enquanto dizia que ela foi maravilhosa por fazer isso com o Smith; então, esquecendo as desavenças, nós, a equipe da Gryffindor deixamos o campo de braços dados, dando socos no ar e acenando para a torcida. A atmosfera no vestiário era de intensa alegria.
— Comemoração na sala comunal, o Seamus falou! — Berrou Dean exuberante — Vamos, Ginny!
Eu, Rony e Harry fomos os últimos no vestiário. Quando estávamos prestes a sair, Hermione entrou. Torcia o lenço da Gryffindor nas mãos e parecia transtornada, mas decidida.
— Quero dar uma palavrinha com você, Harry. — Ela tomou fôlego — Você não devia ter feito isso. Você ouviu o que Slughorn disse, é ilegal.
— Então foi isso que realmente aconteceu? — Ergui as sobrancelhas começando a entender
— Que é que você vai fazer, Hermione, nos denunciar? — Quis saber Rony
— Do que é que vocês estão falando? — Indagou Harry, virando-se de costas para pendurar as vestes para que os dois não o vissem rindo, mas eu percebi
— Você sabe perfeitamente do que estamos falando! — Esganiçou-se Hermione — Você incrementou o suco de Rony no café da manhã com a poção da felicidade! Felix Felicis!
— Não, não fiz isso. — Respondeu Harry, desvirando-se para nos encarar
— Fez, sim, Harry, e foi por isso que tudo deu certo, jogadores da Slytherin faltaram e Rony defendeu todas as bolas!
— Não pus nada no suco! — Retrucou Harry, agora rindo abertamente, e mesmo intrigada, notei que ele não mentia
Harry meteu a mão no bolso do paletó e tirou um frasquinho. Estava cheio de uma poção dourada, e a rolha continuava lacrada com cera.
— Eu queria que Rony pensasse que eu tinha posto, por isso fingi quando percebi que você estava olhando. — E, dirigindo-se a Rony: — Você defendeu tudo porque se sentiu sortudo. Você fez tudo sozinho. — Harry tornou a guardar a poção no bolso
— Eu sempre disse que ele é bom, mas ele não acredita em mim e ainda me trata mal. — Falei me fazendo de ofendida
— Não havia realmente nada no meu suco de abóbora? — Perguntou Rony, pasmo — Mas o tempo está bom... e Grimmett não pôde jogar... e o Malfoy... Sinceramente você não me deu a poção da sorte?
Harry sacudiu a cabeça. Rony olhou-o boquiaberto por um momento, então ele se atirou no meu pescoço rindo.
— Você viu, Rox, você viu? Meu Merlim, me desculpe, eu te amo irmã!
Eu ri por causa da sua animação, mas me senti bem de saber que estávamos bem.
— Tudo bem, Rony. Sem problemas, vamos esquecer isso.
Rony então se voltou contra Hermione, imitando sua voz.
— Você pôs Felix Felicis no suco do Rony hoje de manhã, foi por isso que ele defendeu tudo! Está vendo! Consigo pegar bolas sem ajuda, Hermione!
— Eu nunca disse que você não conseguia... Rony, você também achou que tinha bebido!
Mas Rony já tinha passado por ela decidido e saía pela porta com a vassoura no ombro.
— Ah — Exclamou Harry no repentino silêncio —, vamos... vamos andando para a festa, então?
— Vão vocês! — Disse Hermione, tentando conter as lágrimas — Estou farta do Rony, no momento, não sei o que ele pensa que eu fiz…
E ela também saiu bruscamente do vestiário. Harry então olhou pra mim.
— Bora lá, tô querendo mesmo uma cerveja.
E juntos fomos subindo lentamente em direção ao castelo em meio à multidão, muita gente nos deu os parabéns, mas Harry parecia meio desapontado; ele tivera a certeza de que, se Rony ganhasse a partida, ele e Hermione voltariam imediatamente a ser amigos. Era bom o fato do meu irmão ter me perdoado, mas como explicar à Hermione que a ofensa dela feita a Rony tinha sido beijar o Vítor Krum, considerando que isto acontecera havia tanto tempo.
Não vi Hermione na comemoração da Gryffindor, que estava no auge quando eu e Harry chegamos. Novos gritos e palmas saudaram nossa chegada, e logo Harry foi cercado por uma multidão que o cumprimentava. Na tentativa de me desvencilhar um pouco de Natália McDonald e Nigel Wolpert, que queriam uma análise da partida, lance a lance, e eu os fiz irem perguntar a Harry que decididamente fora assediado por uma multidão, e eu o perdi, nem sabia onde Rony estava também.
Por fim, consegui me esquivar em direção à mesa de bebidas, mas antes que eu pudesse pegar uma bebida ou fazer qualquer coisa vi uma garota de cabelos castanhos ondulados e vestes vermelhas aparecer animada.
— Rox! Você foi ótima! — Disse excitada — O jogo foi maravilhoso e você é incrível.
— Ah, oi, Demmy — Cumprimentei Demelza com entusiasmo —, obrigada, eu estava mesmo te procurando.
— Foi? — Ela pareceu bem mais entusiasmada e no segundo que eu tinha me virado pra pegar uma bebida, Demmy Robbins me puxou e me beijou; eu já tinha notado bem que pra uma garota de quinze anos ela tinha bastante atitude
Soltando por uns segundos a garrafa de cerveja, coloquei minha mão direita em seu rosto e retribuí o beijo de boas, parecia um prêmio da vitória da Gryffindor, e a Demmy era realmente muito fofa e gata, muito gata. Mas então ouvi um risinho, fazendo eu e Demelza nos separarmos. Olhei para o lado e me deparei com Ginny, com Arnoldo, o mini-pufe encaixado no ombro, e Bichento, miando esperançoso aos seus calcanhares.
— Oi, Ginny. — Saldou Demmy com entusiasmo
Eu só peguei minha bebida e deitei a garrafa na minha boca, sentindo um pouco de raiva por não ser Whisky – talvez eu tenha me acostumado mal–, mas ainda assim estava vivamente de bom humor.
— Se divertindo, meninas? — Ginny perguntou rindo
— Ah, claro, estávamos conversando. — Falei com naturalidade
— Vocês conversam com a língua na boca da outra? — Alfinetou gargalhando
Demmy corou, mas riu assim como eu.
— Digamos que o papo fica mais satisfatório assim, maninha. Aliás, você viu…?
— Procurando o Rony? — Perguntou ela, rindo bobamente — Está ali adiante, o hipócrita nojento. Parece que está se divertindo tanto quanto você.
Eu olhei para o lado que ela apontava. Lá, à vista de toda a sala, estava Rony, meu irmão gêmeo, enroscado de tal forma em… puta merda, era Lavender Brown, a minha melhor amiga, os dois estavam tão enroscados que posso dizer claramente que era difícil dizer que mãos eram de quem.
— Parece que está devorando a cara da sua amiga, não é? — Disse Ginny sem emoção — Mas presumo que precise aprimorar a técnica. Bom, boa partida, maninha. — E piscando o olho para nós — Divirtam-se, meninas, só não façam nada que eu não faria.
— Bom, não custa nada, não? — Perguntou Demmy rindo divertida ao puxar a gola do colarinho do meu uniforme de quadribol e me beijar de novo, eu apenas me permiti aproveitar
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ᴴᵃʳʳʸ ᴾᵒᵗᵗᵉʳ
Senti um abalo no estômago logo que vi Rony aos beijos com Lavender Brown, mas então eu ri, orgulhoso do meu amigo, e em seguida me afastei para me servir de mais cerveja amanteigada, vendo agora Rox aos beijos com uma amiga de Ginny, a tal Demelza Robbins. Os gêmeos realmente pareciam está aproveitando a festa.
Dei as costas para Rony, que aparentemente não ia voltar à superfície tão cedo, bem em tempo de ver o buraco do retrato se fechando. Desanimando-me de repente, julguei ter visto uma juba de cabelos castanhos desaparecendo por ali.
Corri, então, desviando-me mais uma vez de Romilda Vane, que estava insistindo para ir comigo à Festa de Natal do Slughorn, então empurrei o retrato da Mulher Gorda. O corredor parecia deserto.
— Hermione?
A encontrei na primeira sala de aula destrancada que experimentei abrir. Estava sentada em cima da escrivaninha do professor, sozinha, exceto por um pequeno círculo de passarinhos amarelos que piavam em torno de sua cabeça e que visivelmente ela acabara de conjurar. Eu não pude deixar de sentir admiração por sua capacidade de realizar feitiços numa hora daquela.
— Oh, olá, Harry — Disse ela com a voz dura — Eu estava praticando.
— Estou vendo... são... ãh... realmente bons… — Elogiei
Eu não tinha a menor ideia do que dizer à ela. Perguntava-me se haveria uma chance de Hermione não ter visto Rony, de ter simplesmente saído da sala porque a comemoração estava muito barulhenta, quando ela comentou, em um tom anormalmente estridente:
— Os gêmeos pareciam estar se divertindo na comemoração.
— Ah... estavam?
— Sim. Principalmente o Rony.
— É, eu ...
— Não finja que não viu. Ele não estava bem se escondendo, estava…
A porta às nossas costas se escancarou. Para meu horror, Rony entrou, rindo e puxando Lavender pela mão.
— Ah! — Exclamou ele, parando imediatamente ao nos ver
— Opa! — Disse Lavender, recuando com um acesso de risinhos — Desculpem.
A porta tornou a se fechar.
Houve um silêncio horrível, que se avolumou como um vagalhão. Hermione encarou Rony, que se recusou a retribuir o olhar, mas disse com uma estranha mistura de bravata e constrangimento:
— Oi, Harry! Estava me perguntando aonde você e Rox teriam ido!
— Sua irmã estava beijando Demelza Robbins ao lado da mesa de cervejas.
— É… ela gosta de cerveja. — Disse Rony pra ninguém em especial
Então Hermione desceu da escrivaninha. O bando de passarinhos dourados continuou a pipilar rodeando sua cabeça, fazendo-a parecer uma estranha maquete do sistema solar com penas.
— Você não devia deixar a Lavender esperando lá fora — Disse baixinho — Ela vai se perguntar aonde você terá ido.
Ela foi andando muito devagar e ereta em direção à porta. Eu olhei para Rony, que parecia aliviado por não ter acontecido nada pior.
— Oppugno! — Veio um grito da porta
Eu me virei e vi Hermione apontando a varinha para Rony, uma expressão alucinada no rosto: o pequeno bando de passarinhos voou como uma saraivada de grossas balas douradas contra Rony, que ganiu e cobriu o rosto com as mãos, mas os pássaros atacaram, bicando e arranhando cada pedaço do corpo dele que puderam alcançar.
— Melivradisso! — Berrou ele, mas, com um último olhar de fúria vingativa, Hermione escancarou a porta e desapareceu. Pensei ter ouvido um soluço antes de a porta bater.
Hello bruxinhoooos!!
Como estamos??!
Então, sobre esse capítulo kkkk, eu particularmente amo, mas ao mesmo tempo dá raiva do Rony, né? Jesus amado!
Bom, Velin agora é OFICIALMENTE um casal, então pontos positivos, eu diria que eles são o casal mais sensato do cast de TW, porque né possível não, eles são os únicos que já estão juntos, enquanto os outros brincam de sabe-se lá Merlim o quê kkkk.
Bom, chegamos bem num momento da história que fez metade dos potterhead odiarem a Lavender ( nem sei porquê ), mas sei que vocês não odeiam a maravilhosa, né? Acho que é impossível alguém ler TW e não gostar da Lav kkkkkkkk.
Bom, peninha da Mione e do Blas nos próximos capítulos em que Ron e Lav brincam de namorico, só digo isso...
Mas gente, e o Draco...? O que será que o nosso neném tem?
Hummmmmmm
Nos vemos quarta-feira!!
– Bjosss da tia Nick.
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