79 | Jealousy, Silver and Opals²
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79. Ciúmes, Prata e
Opalas ²
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Por que sempre que algo acontece são sempre vocês quatro?
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ᴿᵒˣᵃⁿⁿᵉ ᵂᵉᵃˢˡᵉʸ
Eu tinha caprichado no visual para a primeira visita a Hogsmeade do ano, estava bem frio, então abusei de luvas, meias, cachecóis e aproveitei pra usar uma das minhas botas de veludo. Estava me sentindo extremamente gata depois que passei o batom e saí do dormitório em direção à Sala Comunal.
Muitas coisas haviam acontecido já há uns dias e digamos que Theodore Nott tenha me convidado pra tomar uma cerveja em Hogsmeade, não sei quem o contou, mas eu sou apaixonada por bebidas, e se ele queria me conquistar, estava indo por um excelente caminho.
Quando chegamos à Hogsmeade, fomos direto para a Dedosdemel onde nos encontramos com Slughorn, ele mais uma vez ignorara meu irmão dando apenas atenção a mim, Harry e Hermione e nos incentivando a ir para os jantares dele, por sorte eu e Harry conseguimos mais uma desculpa pra fugir desse compromisso.
— Não acredito que vocês tenham se livrado de mais um — Comentou Hermione, sacudindo a cabeça para mim e Harry — Não são tão ruins assim, sabe... às vezes são até divertidos… — Então, viu a expressão no rosto do meu irmão — Ah, olhem... eles têm Penas de Açúcar de Luxo... devem durar horas!
Feliz que Hermione tivesse mudado de assunto, Harry mostrou muito mais interesse nas novas Penas de Açúcar extragrandes do que normalmente mostrava, mas Rony continuou cismado, já eu, avistei outra coisa.
— Oi. — Disse uma voz simpática e divertida
Theodore Nott usava uma blusa de lá cinza por baixo de um casaco doudoune preto, além de cachecóis, luvas e botas de couro.
— Frio, não? — Ele riu, analisando minhas roupas tão cobertas quanto às dele
Eu ri, peguei em sua luva de lã preta e o puxei pela mão para um pouco longe do meu irmão, Harry e Hermione, torcendo pra que eles não notassem meu sumiço.
— Não vai os avisar que vai sair?
— Ah, Nott, cala a boca. — Mandei, mas estava rindo enquanto o olhava e tentava nos esconder no meio das pessoas da Dedosdemel
— Então… — Theo colocou suas mãos no bolso do agasalho — Você tá linda.
— E você é um galanteador. — Eu cruzei os braços o encarando com diversão
— Tá me elogiando? — Ele riu, eu balancei a cabeça, até que o garoto conseguia ser divertido — Ah… vai querer uma coisa por aqui? Ou quem sabe, podemos ir pra outro canto, talvez.
E indicou com a cabeça a porta da Dedosdemel.
— Uh… — Eu ri — Vamos lá, gato, me mostre se você sabe como tratar uma mulher.
— Com prazer, madame. — Falou divertido andando atrás de mim até a porta
Tornamos a proteger o rosto com os cachecóis ao sairmos da loja de doces. O vento cortou minha pele como facas ao deixarmos o calor açucarado da Dedosdemel. A rua não estava muito movimentada; as pessoas não paravam para conversar, simplesmente andavam rápido para chegar ao seu destino.
— E então, Três Vassouras? — Eu o olhei, abraçando meu próprio corpo por conta do frio
— Tenho uma idéia melhor. — E estendeu a mão com a luva pra mim, nitidamente divertido
Eu encarei.
— Que foi, não confia em mim?
— Pra onde vamos? — Ergui uma sobrancelha pra cara cínica dele
— Tá achando que vou fazer o quê? — Ele riu, ainda com a mão estendida — Te assassinar? Te levar pra uma casa abandonada e abusar de você? Me poupe, eu tenho meu charme. — E abriu um sorriso de dentes brancos e brilhantes muito convencido — Não preciso forçar ninguém a nada, além do mais eu também li o Profeta, né. — E balançou a cabeça rindo — Vem, eu só quero te levar pra beber, como eu disse que faria.
— Uou, nós não vamos tomar cerveja amanteigada? — Tinha uma nota de animação na minha voz
— Você quer algo mais forte?
Eu assenti com empolgação e peguei sua mão, me deixando ser guiada pelo caminho oposto de Hogsmeade.
— Quantos anos você tem?
— Dezesseis. — Nott respondeu simplesmente
— E como assim você vai comprar bebidas mais fortes que Cerveja amanteigada?
— Ué, tenho meus contatos, querida. — Disse o garoto todo convencido
Descemos a rua principal, passamos pelo correio, de onde algumas poucas corujas saíam em intervalos regulares, e viramos para uma ladeira lateral, no alto da qual havia uma pequena estalagem.
— Cabeça de Javali? — Eu o olhei erguendo as sobrancelhas depois de avistar o letreiro maltratado de madeira que estava pendurado sobre a porta, em um suporte enferrujado, com o desenho da cabeça decepada de um javali, pingando sangue na toalha branca que o envolvia
— Não. — Theo falou simplesmente — O Três Vassouras e o Cabeça de Javali não são os únicos pubs de Hogsmeade, sabia?
Realmente eu não sabia, passamos pelo Cabeça de Javali e por um caminho pouco deserto até que Theodore parou de repente, soltou minha mão e começou a tirar o casaco.
— O que você tá fazendo!?
Ele riu quando percebeu minha cara.
— Eu não vou te matar, ôu, você não confia em mim mesmo, né.
— Você parou do nada! — Resmunguei em defesa
O garoto apenas retirou o agasalho e percebi que ele estava com a mochila nas costas escondida por baixo dele, então só vi quando ele a abriu e retirou uma capa azul escuro com capuz de lá.
— Veste isso. — Ele me entregou, e ao ver minha cara acrescentou: — Você é monitora e é da Gryffindor, melhor não te reconhecerem por aqui, não acha?
Concordando eu apanhei a capa e a vesti, logo colocando o capuz pra esconder um pouco do meu rosto.
— Como estou? — Perguntei divertida
— Continua mó gata. — Riu ele voltando a pegar minha mão
Então avistei a nossa frente uma placa, era claramente uma estaca de madeira cravada no chão. Um letreiro maltratado estava pendurado sobre ele com o desenho de uma cobra, ou talvez fosse realmente uma cobra que fora pregada na placa de madeira, abaixo do animal tinha os dizeres: “O Canto da Cobra”.
— Te apresento o Canto da Cobra, não se assuste pelo nome, o lugar é ótimo! — E indicou para que eu olhasse adiante, depois do letreiro, mais a frente seguindo o caminho de pedra tinha uma estalagem de tamanho mediana que parecia ser de porte médio e um cheiro bom de comida vinha de lá de dentro
— Nunca ouvi falar desse lugar aqui em Hogsmeade.
Theo riu.
— Não me surpreende. — E deu alguns passos até a porta da estalagem com eu o seguindo
Ele esperou que eu estivesse ao seu lado e então empurrou a porta com naturalidade, como se já tivesse ido lá diversas vezes. O vento balançou a capa quando ele fez isso e eu observei atentamente o local antes que minha bota encostasse no piso da estalagem.
Não era nada parecido com o Três Vassouras, cujo grande bar dava a impressão de calor e reluzente limpeza, mas também não era como o Cabeça de Javali que compreendia uma salinha mal mobiliada e muito suja, com um cheiro forte, talvez de cabras. Já o Canto da Cobra parecia ter saído de um livro medieval, o piso era de pedra e o ambiente todo trazia um aspecto antigo, com poucas janelas sendo quase todo iluminado por archotes de aparência antiga e um pouco sinistro, isso sem contar os animais empalhados que se encontravam aqui e ali no local, eu estava me sentindo em uma taverna de algum livro de histórias, confesso que me imaginei trombando com um pirata em qualquer momento.
— Sentiu o aroma? — Theodore olhou pra mim — Respira bem fundo, aposto que não tem bebida melhor do que a que vende aqui.
E me puxando pelo braço me fez adentrar mais o local com ele.
Havia pessoas estranhas no pub, talvez não tão estranhas quanto as que encontrei no Cabeça de Javali, mas decididamente estranhas. Havia um homem barrigudo e encapuzado que mexia com um rato em uma mesa no canto e se virara para olhar quando entramos, agora me lançava um sorriso sinistro. Um homem no balcão, observei, não tinha uma das mãos e alisava com um pano decididamente sujo, um gancho de prata. Em um canto sombrio junto à lareira havia duas bruxas conversando muito sérias enquanto bebiam algo em um canecão. Só então notei uma coisa, não tinha somente figuras estranhas, mas sim estudantes, aqui e ali um aluno da Slytherin, alguns disfarçados, outros nem mesmo se importavam em esconder isso, mas todos meio que bancando os adultos com garrafas de bebidas decididamente proibidas para suas idades.
Theodore me levou até uma das mesas mais afastadas do bar, depois de comprimentar um ou dois garotos no caminho.
— Vou pedir dois Whisky de fogo? Tudo bem?
Eu me senti decididamente mais animada e era como se estivesse no palácio quando assenti pra ele confirmando, já me sentindo deliciar com o gosto do Whisky. Ele me mandou sentar-se na cadeira, mas continuou em pé.
— E de hidromel, você gosta?
— Cara, trás a bebida mais forte que você achar, o que for eu tô aceitando.
Ele riu.
— Juro que você é a garota mais divertida que eu já saí.
— Me sinto honrada só de lembrar que você já dormiu com mais da metade das garotas de Hogwarts. — Alfinetei
Theodore se fez de ofendido, mas estava rindo quando andou até o bar e me deixou observando o local.
— Ora, ora, ora. — Disse a voz de Regulus Black aparecendo de repente ao meu lado, eu o olhei, mas não respondi — Você no Canto da Cobra, quem diria, hem? Mudou de casa, ou só deixou de odiar tanto a Slytherin?
Eu puxei o capuz, meio escondendo minha boca e sussurrei:
— Você parece conhecer bem esse lugar, não é, Sr. Black? — O Alfinetei
— Claro que conheço, engraçadinha. Só bebe com moderação. Vou te deixar se divertir.
E desapareceu novamente.
Foi quando vi que Theo tinha voltado com duas garrafas de vidro com o logotipo de um dragão, e uma fina e maior com o nome “Hidromel”. Eles pôs as três na mesa e me olhou.
— Quer comer alguma coisa?
Mas meus olhos brilhavam ao ver o Whisky, o tão sonhado Whisky.
— Puta merda, Theodore Nott, garoto, você é incrível! — E fechei meus dedos em volta da garrafa — Eu podia te beijar agora se você quisesse.
Ele riu e se sentou.
— Você nunca bebeu algo forte antes, né?
Eu neguei com a cabeça.
— Toma devagar, eu pediria uma garrafa maior, mas… não podemos chegar bêbados na escola, você sabe.
— Triste…
— Se quisesse se embebedar de verdade devia vim em uma das festas que nós da Slytherin organizamos, são insanas. Duvido que qualquer uma das outras casas faça uma festa mais louca do que a que nós Slytherins organizamos.
Parei no processo de abrir a garrafa de Whisky e olhei para ele que despejava o líquido do hidromel em um copinho de vidro.
— Vocês da Slytherin fazem festas e não chamam o pessoal das outras casas?!
Theo coçou a cabeça e riu.
— É… mas esse ano estou resolvendo algo com o pessoal do sétimo ano, sabe o… você tá bem? — Ele estava gargalhando pois eu acabara de beber o primeiro gole de Whisky e me deparara com um gosto extremamente distinto de tudo que eu já provara, super forte e ardente, senti como se meu corpo pegasse fogo e eu entrasse em uma adrenalina sobre-humana, a sensação era incrível, como a de está no paraíso
— Merlim, eu tô ótima, continua. — Falei dando outro gole e sentindo novamente o fervor a que eu me acostumaria logo logo
— Ok, ok. — Ele ainda ria, virou um copo de hidromel e continuou — o meu primo, Matt Burke, conhece?
— Ah… — E fechei a cara — Conheço sim. Aquela praga é seu primo?
O garoto achou graça.
— Na verdade eu sou primo do pai dele, mas é, ele é meu primo de segundo grau. Mas, escuta, então estive resolvendo com o Matt Burke e uma galera da turma dele, já que a próxima festa da Slytherin está chegando e pensamos em selecionar umas pessoas de outras casas para irem, mas tipo, ó, super segredo. Seria geral expulso se os professores descobrissem.
— Imagino, mas, merda, que insano! Aliás, vocês não fazem a festa na Comunal, né?
— Não, né? — Ele riu virando outro copo de hidromel como se fosse água — É em um lugar que você conhece bem.
Descansei um pouco a garrafa de Whisky e o olhei intrigada.
— A câmara secreta, que não é mais tão secreta, mas é um ótimo lugar pra festas, sabia?
Eu me boquiabri.
— Mentira! Como nunca pensei nisso!?
— Pra você ver, meu bem.
Me recostei na cadeira, incrédula, e peguei a garrafa de Whisky virando de uma vez o líquido forte como fogo na minha boca.
— Meu Merlim, vai com calma! — Theo pegou na minha mão em gargalhadas enquanto eu sentia chamas percorrerem meu corpo e um calor insano que me fazia querer arrancar todas as vestes
— O bar tá girando ou é só minha cabeça?
Theodore ria quando pegou a minha garrafa e um copinho de vidro.
— Experimenta assim. — E misturou o hidromel com o Whisky de fogo — Antes de irmos eu te dou uma poção que vai te deixar mais lúcida e tirar um pouco do efeito da bebida, mas sério, prova isso, a sensação é coisa de outro mundo, ainda não sei se é a de está no céu com Deus, ou de transar com um anjo.
— Isso é pecado. — O repreendi, mas peguei o copo com nítido entusiasmo — Não se pode transar com anjos.
— Com você eu posso?
Ele tinha um sorriso malicioso quando me olhou, eu ri enquanto fazia a bebida descer pela minha garganta e a sensação de que eu flutuava, olhei pra Theodore e vi como se ele estivesse tremendo ou tivesse dois dele. Ele estava certo, a sensação é de estar no paraíso.
— We will, we will rock you. — Comecei a gargalhar
— Espera, você tá cantando? — Ele riu
— Seria muito louco se eu tirasse minha roupa, subisse na mesa e começasse a cantar?
Dessa vez ele ergueu as sobrancelhas e tirou o copo de Whisky da minha mão, parecendo preocupado.
— Acho melhor irmos embora. Você já bebeu demais, e é sua primeira vez, talvez eu esteja sendo imprudente.
Eu ri.
— Tô brincando, ô bobalhão, me dá isso que eu tô afim de ir pras nuvens. — E arranquei o copo com a mistura de Whisky e Hidromel de suas mãos
Nós conversamos, rimos e bebemos muito, não lembro um terço do que falamos, mas nunca me imaginei um dia sentada em um bar trocando mais do que duas palavras com Theodore Nott, mas ele era decididamente divertido, e surpreendentemente um leitor e tanto.
— É claro que eu tive que aprender logo cedo a enfeitiçar alguns livros pra conseguir deixar eles escondidos no meu quarto. — Explicava ele enquanto enchia mais um copo com Whisky — Falando mega sério, meu pai me torturaria se soubesse que tenho uma paixão secreta por... — E se aproximou um pouco e falou um pouco mais baixo — livros trouxas.
— Você é surpreendente. — O elogiei rindo cada vez mais surpresa com o que ele falava; vamos concordar, é surpreendente ver um Slytherin, que é de uma família supremacista dizer que na boa é apaixonado por livros trouxas, é, isso não se ver todo dia
— Obrigado. — Ele gargalhou — 'cê já leu The Colors Of The Girls?
— O quê? — Ergui a sobrancelha enquanto deitava mais um copo de hidromel na boca e beliscava alguns dos petiscos que ele comprou
— The Colors Of The Girls.
— Acho que não.
— Fala sério. — Ele gargalhou — O que você ler, hem? Não conhece quase nenhum dos livros que eu cito. Onde está a sua cultura?
— Ha ha, engraçadinho. — Dei língua pra ele, meio rindo — Esse livro é sobre o quê afinal, já que é uma ofensa eu não ter lido?
Ele levanta o olhar para mim, meio franzindo a testa, ou parecendo pensativo, enquanto com a mão direita segura um palitinho com os petiscos de queijo.
— Sei lá — Admitiu gargalhando —, nem eu mesmo entendo, mas é divertido. — E quando eu franzi a testa, cada vez mais perdida ele se ajeitou na cadeira, parecendo prestes a explicar tudo — É de fantasia, mas também aborda assuntos sérios se prestar atenção nas entrelinhas e ver o que está por trás de alguns pontos. Como eu disse, leio de tudo, então não espere que eu só leia coisas com assuntos hiper sérios e problemáticos na atualidade, fantasia e legal.
Como eu pisquei e continuei o olhando sem entender, ele se mexeu na cadeira mais uma vez e riu, colocando as mãos sobre a mesa, como se estivesse prestes a contar uma história.
— Olha, assim... tem essas garotas meio louquinhas da cabeça que se conhecem por causa de um livro, ou algo assim, e elas acabam virando amigas. Mas na verdade elas são guerreiras poderosas de quatro reinos inimigos separados por cores, mas elas não gostam dessa rivalidade, então toda a noite elas se encontram secretamente em um ponto mágico que liga os quatro reinos, onde conversam e partilham suas idéias para salvar a humanidade. Ah, elas também tem poderes, e tem uma deusa meio bruxa das artes que é incrível e quer ajudá-las a acabar com a guerra. É muito bom, sério, maravilhoso, meio triste e sério em alguns pontos, mas devidamente perfeito, já li umas três vezes, talvez mais que isso, se quiser eu te empresto, porquê pra explicar é meio ruim, sabe, e não quero te dar spoiler, mas cuidado com o capítulo vinte e dois, a página cento e quinze é maravilhosa, mas quando você vira... — E deu um risinho de leve meio amargurado enquanto balançava a cabeça como se estivesse de lembrando da cena — Mas depois tudo fica bem no capítulo vinte e quatro, e os outros volumes são um pedaço do céu, embora eu quase tenha entrado em depressão com o volume três.
Ele suspirou rindo, levou um petisco a boca e continuou:
— Ah, se você quiser emprestado mesmo, você tem sorte que eu o peguei de volta agora a pouco quando as aulas voltaram, o Draco tinha pegado comigo no ano passado e esqueceu de devolver. Eu poderia ter o matado por demorar tanto, tenho ciúmes dos meus livros, sabe, mas como sou uma pessoa muitoo legal, levei na boa. Mas por favor, lembra de me devolver, é difícil contrabandear livros trouxas, sabia? Mentira, não é. — E deu uma gargalhada de leve com o fim de sua frase
— Draco? — Arregalei os olhos mais surpresa com o final da frase do que toda a sinopse que ele acabara de me contar
— É, ué. — O Nott deu de ombros enquanto ria e tornava a comer — Ôu, você não sabia que ele também gosta de ler?
Eu não respondi, surpresa demais com a informação apenas levei o copo de bebida à minha boca, e em segundos já estávamos gargalhando novamente e trocando assuntos muito aleatórios. Algumas horas mais tarde, no entanto, ele segurou a minha mão e andamos até a porta para irmos embora, ele disse que já era tarde. A princípio fiquei triste de abandonar a bebida, mas Theo disse que conseguia contrabandear pra escola e que daria um jeito de irmos lá de novo na próxima visita à Hogsmeade, algo que eu concordei de imediato.
Quando passamos pelo letreiro de “O Canto da Cobra”, Theodore parou e pegou algo em sua mochila, nós dois ainda estávamos fortemente afetados pelo álcool e minha vista meio embaçada quando ele me entregou um frasquinho pequeno com um líquido transparente.
— O melhor anti-ressaca que existe e é como se fossemos alunos exemplares que nunca bebemos o que não devia. — Explicou ele, tomando de outro frasquinho idêntico ao que me dera
— Garoto… — Eu ria deliberadamente e falava muito arrastado — Vo… você é incrível e um tremendo de um gostoso, sabia?
— Bebe logo isso, Roxanne. — Ele gargalhou — Mas já sei que sou gostoso, obrigado.
Eu derramei o líquido completo em minha garganta, senti umas fagulhas borbulhar em meu estômago e uma dor de cabeça mínima enquanto minha vista se arrumava e a sensação de histeria e loucura passava, me fazendo voltar quase ao normal.
— Boa menina. — Parabenizou Nott rindo enquanto pegava o frasco de minha mão e batia sua mão levemente em minha cabeça
Só tínhamos dado alguns passos de volta à vila pra poder ir embora quando vi algo que me tirou do sério mesmo. A uma distância curta vinha Draco e Sol parecendo sérios ou nervosos com algo, andando muito próximos, e então Pansy atravessou o caminho deles, observei mesmo que de longe seus lábios formarem um “Draquinho” enquanto ela pegava em seu braço para lhe falar algo.
Quando percebi já tinha deixado o capuz da capa cair mostrando meus cabelos e meu rosto, instintivamente puxei Theodore pelo cachecol e colei minha boca na dele, ainda sentindo o gosto de Hidromel e o de Whisky a se misturar e nossas línguas dançarem em harmonia de puro álcool. Beijar com resquícios de bebida com certeza é a coisa mais insana e maravilhosa que podia existor no mundo, não sei quanto tempo se passou, até que ficamos sem ar, e eu o soltei, olhei novamente para o lugar onde antes vira Draco, Sol e Pansy. Os três olhavam incrédulos, totalmente paralisados e nem faziam questão de esconder isso, vi a feição de Parkinson se enfurecer e as orelhas de Draco ficarem vermelhas antes dele simplesmente se virar e andar pra ir embora o mais depressa possível, Pansy o seguiu batendo o pé. Sol olhou por mais dois segundos, apenas intrigada e incrédula e então apertou o passo para os acompanhar.
— Puxa! — Exclamou Theodore e percebi que ele sorria, meio sem acreditar no que acabara de acontecer
— Theo, eu…
— Carácoles! Você conseguiu deixar eles com ciúmes.
— Não, eu... espera, o quê?!
— Você gosta do Draco, né?
Eu corei, não ia responder, mas então eu olhei para os olhos de Theodore Nott e li algo bem oculto em sua mente, o segredo para ele agir como agia, pra ser tão galinha.
— Você gosta da Pansy… — Falei devagar como se pra eu mesmo entender
Theo desviou o olhar de mim, meio tímido.
— Você gosta dela, não gosta?
Ele suspirou e assentiu com a cabeça.
— Tem idéia do que é crescer com uma garota, ser amigo dela desde bebê, apaixonado por ela, mas então saber que ela só tem olhos para alguém que não está nem aí pra ela!? — O garoto voltou a me olhar — Porque está bem óbvio pra qualquer um que o Draco morre de amores por você.
— O Draco não gosta de mim. — Falei cruzando os braços — Mas a Pansy gosta de você, não viu a cara que ela fez quando nós nos beijamos?
— Bobagem, ela mata e morre pelo Draco. Já peguei metade da escola e ela nunca se importou. — Ele parecia decididamente chateado, sem máscara alguma, me falando de algo tão íntimo como se fossemos amigos havia séculos
— Por isso você pega geral? Pra fazer ciúmes a ela? Ou é pra esquecê-la? Ou mesmo pagar de superado?
Theodore Nott suspirou.
— Talvez os três.
— Ela é uma idiota se não consegue notar a pessoa atenciosa, legal e gentil que você é.
Ele abriu um semi-sorriso.
— Bom… — E fiz um gesto displicente para o lugar que antes os três estavam — Relacionamentos e sofrimento à parte. Digamos que estou disposta a pegar geral esse ano também.
Theo me olhou surpreso, mas riu.
— Me cede um emprego ao seu lado? — Brinquei — Podemos ser sócios, aliás eu gosto dos dois lados.
— Você também pega mulher? — Ele se surpreendeu, mas ria
— Caiu na rede é peixe.
Ele riu.
— Concordo plenamente.
Então eu me boquiabri com um sorriso, como se não tivesse o escutado direito.
— Theodore!
— Linda, você ficaria surpresa com quantos garotos daquela escola pagam de machão, mas não são tão héteros top quanto demonstram. — E ele ria deliberadamente — Se você soubesse quem eu já levei pra cama... ou quem já me levou, né, tem isso também.
— Você também pega homem! — Exclamei incrédula, boquiaberta e gargalhando — Meu Merlim, como eu nunca soube disso!?
— Caiu na rede é peixe, linda. — Ele deu de ombros convencido — Aliás, gente gostosa é assim mesmo, atrai os dois lados, eu não podia negar a ninguém o prazer de me ter, não é?
— Concordo plenamente. — Gargalhei, a cada segundo adorando mais esse menino
— E aliás, como pegar só um, se tem gente bonita e gata em todo lado, não faz sentido se atrair só por um, né?
— Sabe, Theodore — Eu ria animada —, tô começando a achar que você é minha alma gêmea. Mas, e aí, me diz, você me cedo o emprego ao seu lado?
Ele balançou a cabeça rindo, antes de tornar a me olhar.
— Bom, pode sim ter o emprego, mas… — E pegou no meu queixo — a gente pode se pegar de vez em quando também, né?
— Você adorou ver a Parkinson se remoendo de ciúmes, não foi? — Eu gargalhei
— E você de ver o Malfoy com ciúmes, não é? — Devolveu também rindo
— Justo. — Concordei com um aceno e um risinho — Ótimo então, até porque você é um gato e divertido, então de boa, amigos dormem juntos e não há nada de mal nisso.
— Com certeza não. E principalmente não há nada demais se eles passarem o tempo em que deveriam estar dormindo, acordados e queimando calorias.
— Caralho, você é um safado! — Eu ajeitei a capa na minha cabeça e comecei a andar, meio rindo
— Foi você quem me beijou. — Retrucou rindo enquanto me acompanhava no caminho para sair de Hogsmeade
— Sinto que podemos ser ótimos amigos, Theodore Nott.
— Sabe, Roxanne Weasley, eu sinto o mesmo.
Nos entreolhamos e gargalhamos, andando calmamente e subindo a rua principal que levava ao castelo. Theo tinha as duas mãos no bolso do agasalho e conversávamos animadamente sobre o dia ótimo que tivemos.
Levou algum tempo para eu perceber uma coisa estranha e ver que tinha uma coisa muito esquisita acontecendo bem a frente de nós dois, e a frente de três pessoas bem agasalhadas, que reconheci de cara como Rony, Harry e Hermione.
— Ela… ela tá flutuando? — Perguntou Theo incerto observando incrédulo uma garota que estava há uns metros do chão, os braços abertos, então ela deu um grito pavoroso nos assustando
Sem pensar duas vezes eu saí correndo, Theodore vindo atrás de mim enquanto avançávamos pra perto do acontecido. Vi Rony e Harry tentarem puxar a garota – que agora reconheci ser Katie Bell – pelos tornozelos para o chão, mas sem sucesso. Foi quando ergui minhas mãos e usei minha magia pra fazê-la descer.
Katie foi pairando suavemente até pousar, mas ela se contorcia de tal modo que mesmo quando Harry e Rony se aproximaram para vê-la melhor, não conseguiram contê-la. Vi a amiga de Katie, Liane, ao lado de Hermione parecendo desesperada.
— O que houve com ela? — Levantei a cabeça e tirei o capuz, olhando para os meninos
— Acha que sabemos!? — Retrucou Harry enquanto deitavam Katie no chão onde ela ficou se debatendo e gritando, aparentemente incapaz de nos reconhecer
— Acha que ela está bem? — Perguntou Theodore se aproximando e ficando em pé ao meu lado, que estava agachada próximo à Katie
Percebi meu irmão parecer esquecer tudo que acontecia com Katie e franzir a testa de mim para Theodore.
— Onde diabretes você estava!?
— Acha isso lá é momento, Billius!? — Retruquei impaciente, olhando o estado da Katie
E levantei depressa, olhei para os lados; a paisagem parecia deserta.
— Fiquem aí! — Gritei para que me ouvissem naquela ventania — Vou buscar ajuda!
Sem ouvir os comentários, comecei a correr em direção à escola; nunca vi ninguém agir como Katie, e não consegui imaginar o que podia ter desencadeado aquilo; arremessei por uma curva da estrada e colidi com um obstáculo que parecia um enorme urso apoiado nas pernas traseiras.
— Hagrid! — Ofeguei me desvencilhando da cerca viva em que caíra
— Rox! — Exclamou Hagrid, cujas sobrancelhas e barba estavam duras de granizo; trajava seu espesso casacão de pele de castor — Acabei de visitar o Grope, está progredindo tanto que você não...
— Hagrid, tem uma garota passando mal lá atrás, ou enfeitiçada ou sei lá…
— Quê? — Perguntou Hagrid, curvando-se para ouvir o que eu estava dizendo naquela ventania enfurecida.
— Alguém foi enfeitiçado! — Berrei — Acho.
— Enfeitiçado? Quem foi enfeitiçado... não foi o Harry? Rony? A Hermione?
— Não, não foram eles, foi a Katie Bell... por aqui…
Juntos, voltamos correndo pela estrada. Sem demora, encontramos o grupinho de pessoas em volta da garota, que continuava a se contorcer e a gritar no chão; Rony, Hermione e Liane tentavam acalmá-la. Theodore olhava assustado, porém, tentava ajudar.
— Para trás! — Gritou Hagrid — Me deixem ver a garota!
— Aconteceu alguma coisa com ela! —Soluçou Liane — Não sei o quê.
Hagrid olhou para Katie por um segundo, então, sem dizer uma palavra, abaixou-se, apanhou-a nos braços e correu em direção ao castelo. Segundos depois, os gritos lancinantes de Katie morriam ao longe e ouvimos apenas o rugido do vento.
Hermione correu para a amiga de Katie em prantos e abraçou a garota pelos ombros.
— Você é a Liane, não é?
A garota confirmou.
— Aconteceu de repente ou…?
— Foi quando aquele embrulho rasgou — Soluçou Liane, apontando para o embrulho de papel pardo agora empapado no chão, que se abrira revelando um brilho esverdeado. Rony se abaixou com a mão estendida, mas Harry agarrou-o pelo braço e puxou-o para trás
— Não mexe nisso!
Eu me agachei. Pelo rasgão, via-se um requintado colar de opalas.
— Já vi esse colar antes — Disse Harry, que atrás de mim, o olhava com atenção — Esteve exposto na Borgin & Burkes há séculos. Estava escrito na etiqueta que era amaldiçoado. Katie deve ter tocado nele. — Ele olhou para Liane, que começara a tremer descontroladamente — Como foi que Katie arranjou isso?
— Bem, era por isso que estávamos discutindo. — Explicou Liane — Ela voltou do banheiro do Três Vassouras trazendo o colar, disse que era uma surpresa para alguém em Hogwarts que precisava entregar. Estava muito esquisita quando falou isso... ah, não, ah, não, aposto como foi amaldiçoada com a Imperius e eu nem percebi!
Liane foi sacudida por novos soluços. Hermione deu palmadinhas gentis em seu ombro.
— Ela não contou quem tinha lhe dado o embrulho, Liane? — Perguntei
— Não... não quis me contar... e eu disse que estava sendo burra, que não levasse aquilo para a escola, mas ela não quis me escutar... então tentei tirar o embrulho da mão dela... e... e... — Liane soltou um grito de desespero.
— É melhor irmos para a escola — Disse Hermione, ainda abraçando Liane —, poderemos saber como ela está. Vamos...
Harry pareceu hesitar por um instante, então, puxando o cachecol que protegia seu rosto e ignorando a exclamação de Rony, cobriu cuidadosamente o colar e apanhou-o.
— Cê tá maluco!? — Perguntei pra ele
— Precisaremos mostrar isso a Madame Pomfrey. — Ele devolveu
Eu e Theodore seguimos Rony e Harry que caminhavam atrás de Hermione e Liane pela estrada. Devolvi a capa e me despedi de Theo quando acabamos de penetrar os terrenos da escola; Harry não deixou se passar um minuto desde que o Slytherin saiu, para falar, incapaz de calar os seus pensamentos por mais tempo:
— Malfoy conhece esse colar. Estava em um estojo na Borgin & Burkes há quatro anos, vi Malfoy dando uma boa olhada no colar enquanto eu estava escondido dele e do pai. Era isso que ele estava comprando naquele dia em que seguimos ele e Sol! Ele se lembrou do colar e voltou para buscá-lo.
— Fala sério! Era só o que faltava! — Bati com a mão no rosto
— Realmente. Nã... não sei, Harry — Disse Rony hesitante — Um monte de gente vai à Borgin & Burkes... e aquela garota não disse que Katie pegou o colar no banheiro?
— Ela disse que a Katie voltou do banheiro trazendo o colar, o que não significa necessariamente que tenha apanhado o embrulho lá…
— McGonagall! — Nos alertou Rony
Harry e eu levantamos a cabeça. De fato, a professora vinha ao nosso encontro descendo, ligeira, os degraus de pedra da entrada em um redemoinho de granizo.
— Hagrid diz que vocês viram o que aconteceu com a Katie Bell... já para a minha sala, por favor! Que é isso que você está levando, Potter?
— É a coisa que ela segurou.
— Santo Deus! — Exclamou a professora, parecendo alarmada ao tomar o colar de Harry — Não, não, Filch, eles estão comigo! — Acrescentou rapidamente ao ver o zelador atravessar pressuroso o saguão de entrada empunhando o seu sensor de segredos — Leve este colar ao professor Snape agora, mas tenha cuidado para não tocá-lo, deixe-o embrulhado no cachecol!
Eu e os outros acompanhamos a professora à sua sala no primeiro andar. As janelas respingadas de cristais de gelo sacudiam ruidosamente em suas molduras e a sala estava gélida, apesar do fogo que crepitava na lareira. McGonagall fechou a porta e contornou a escrivaninha para ficar de frente para mim, Rony, Harry, Hermione e a soluçante Liane.
— Então? — Disse com rispidez — Que aconteceu?
Vacilante, fazendo muitas pausas nas quais tentava controlar o choro, Liane contou à professora que Katie tinha ido ao banheiro no Três Vassouras e voltara trazendo um embrulho sem identificação, que a amiga parecera meio esquisita e que tinham discutido sobre a sensatez de aceitar entregar objetos desconhecidos, que a discussão culminara em uma luta em que o embrulho se rasgou. Nessa altura, Liane estava tão emocionada que não foi possível arrancar mais nenhuma palavra dela.
— Muito bem — Disse a professora McGonagall, quase bondosamente —, suba à ala hospitalar, por favor, Liane, e peça a Madame Pomfrey para lhe dar alguma coisa para o choque.
Quando a garota se retirou, a professora McGonagall voltou sua atenção para mim, Harry, Rony e Hermione.
— Por que sempre que algo acontece são sempre vocês quatro?
— Acredite professora.. — Rony suspirou — Me faço a mesmo pergunta a seis anos.
— Hum. — A professora suspirou — Afinal, que aconteceu quando Katie tocou o colar?
— Ela subiu no ar — Respondeu Harry, antes que pudéssemos falar — Então começou a berrar e perdeu os sentidos. Professora, posso ver o professor Dumbledore, por favor?
— O diretor estará ausente até segunda-feira, Potter. — Informou ela, parecendo surpresa
— Fora? — Repetiu ele com raiva
— É, Potter, fora! — Enfatizou a professora com sarcasmo — Mas qualquer coisa que você tenha a dizer sobre este horrível incidente certamente poderá ser dito a mim!
Por uma fração de segundo, Harry hesitou, pensativo se contava algo a professora ou não, e então, decididamente convencido, disse:
— Acho que Draco Malfoy e Sol Lestrange deram aquele colar à Katie, professora.
A um lado dele, Rony coçou o nariz visivelmente constrangido; do outro, Hermione arrastou os pés como se quisesse dar distância entre ela e Harry. Eu não me aguentei.
— Isso não faz o menor sentido! Não tem porquê aqueles dois babacas se darem ao trabalho de amaldiçoar alguém! — Falei impaciente
— Creio que esteja falando de Amélia Hughes, Potter. — Disse a professora McGonagall, depois de uma pausa escandalizada, nos lembrando que nos arquivos da escola Sol ainda constava como Amélia — E, essa é uma acusação muito séria, Potter. Você tem alguma prova?
— Não, mas... — E o boboca contou que seguimos Malfoy e Lestrange à Borgin & Burkes e escutamos a conversa entre os garotos e Borgin
Quando terminou de falar, a professora McGonagall parecia estar ligeiramente confusa.
— Está me dizendo que Malfoy e a Hughes, sim, sim… Lestrange levou alguma coisa para consertar na Borgin & Burkes?
— Não, professora, eles queriam que Borgin o ensinasse a consertar alguma coisa que não tinham levado com eles. Mas isso não é importante, o fato é que eles compraram alguma coisa naquela hora, e acho que foi o colar…
— Vocês viram Malfoy sair da loja com um embrulho igual?
— Não, professora, eles mandaram Borgin guardar a compra na loja.
— Mas Harry — Interrompeu-o Hermione — Borgin perguntou se queriam levar com eles e os dois disseram “não”...
— Porque não queriam tocar no colar, é óbvio! — Contrapôs Harry, aborrecido
— Porque não compraram um colar amaldiçoado talvez! — Falei igualmente irritada com as acusações sem cabimento
— E o que eles realmente disseram foi: “Como é que ficaríamos carregando isso pela rua?” — Contou Hermione
— Bem, ele iria parecer meio retardado levando um colar. — Interpôs Rony — A menos que a Sol o levasse.
— Ah, Rony — Disse Hermione com desespero —, o colar estaria embrulhado para eles não precisarem tocar e seria fácil esconderem embaixo da capa, e ninguém veria nada! Acho que o que eles deixaram reservado na Borgin & Burkes era barulhento ou volumoso; alguma coisa que Malfoy e Lestrange sabiam que chamaria atenção se saísse carregando pela rua, e, seja como for — Continuou Hermione alteando a voz para impedir que Harry a interrompesse —, eu perguntei ao Borgin sobre o colar, não se lembra? Quando entrei para tentar descobrir o que Malfoy tinha pedido para reservar, eu o vi. E Borgin só me disse quanto custava, não falou que já estava vendido nem nada...
— Exatamente, viu!? Os dois bobocas não compraram aquela merda de colar! Ele ainda estava lá à venda, outra pessoa o comprou. — Complementei a fala de Hermione
— Ora, ela foi muito óbvia, ele percebeu qual era a sua jogada, Hermione, em cinco segundos, claro que não ia lhe dizer, mas Malfoy e Lestrange poderiam ter mandado buscar o colar uma vez que…
— Já chega! — Dsse a professora McGonagall, quando Hermione abriu a boca para retorquir, furiosa e eu sentia minhas bochechas ficarem vermelhas — Potter, eu agradeço ter me contado isso, mas não podemos acusar Malfoy e Lestrange simplesmente porque eles visitaram a loja onde o colar poderia ser comprado. Isto provavelmente se aplicaria a centenas de pessoas...
— ... foi o que eu falei — Murmurou Rony
— ... e, seja como for, este ano implantamos medidas de segurança rigorosas na escola, não creio que o colar pudesse ter entrado sem o nosso conhecimento...
— ... mas...
— … certo — Disse a professora McGonagall com um ar inabalável —, não temos nada que comprove que Malfoy ou Lestrange fizeram alguma coisa, e preciso ir à ala hospitalar me informar sobre Katie Bell. Bom-dia para todos.
Ela segurou aberta a porta da sala. Não tivemos escolha senão sair calados. Harry ficou zangado com nós três por nos aliarmos a McGonagall; no entanto, sentiu-se compelido a entrar na conversa quando começamos a discutir o que acontecera.
— Então, a quem vocês acham que a Katie tinha de entregar o colar? — Perguntou Rony, enquanto subíamos as escadas para a sala comunal
— Só Deus sabe! — Exclamou Hermione — Mas quem quer que tenha sido escapou por pouco. Ninguém poderia ter aberto aquele embrulho sem tocar nele.
— A um monte de gente — Comentei pensativa, lembrando-me do meu sonho — Dumbledore, por exemplo, os Comensais da Morte teriam adorado se livrar dele, deve ser um dos seus alvos preferidos.
— Ou Slughorn — Propôs Harry — Dumbledore acha que Voldemort realmente o queria, e os Comensais não devem ter ficado satisfeitos quando ele se aliou a Dumbledore. Ou…
— Ou você — Lembrou Hermione, perturbando-se
— Não podia ter sido ou, na estrada, a Katie simplesmente se viraria e o entregaria a mim, não é? Eu estava atrás dela o tempo todo desde que saímos de Três Vassouras. Faria muito mais sentido entregar o embrulho fora da escola, já que o Filch está revistando todo o mundo que entra e sai. Por que será que o Malfoy e a Lestrange mandaram levar o embrulho para o castelo?
— Eles não mandaram levar o embrulho pro castelo! — Falei irritada e batendo o pé — Eu os vi, bem longe do Três Vassouras antes de vim embora com o Theo.
— Aliás — E Rony pareceu irritado ao lembrar-se do ocorrido — o que você tava fazendo com aquele garoto da Slytherin? Você fede a álcool. Do forte.
— Acho que sua resposta está clara, Maninho. — Devolvi com impaciência
— De qualquer forma — Disse Harry irritado — Mesmo que Malfoy ou Lestrange não estivessem no Três Vassouras devem ter usado um cúmplice, Crabbe ou Goyle... ou, pensando bem, até outro Comensal da Morte, devem ter um montão de companheiros melhores que Crabbe e Goyle agora que se alistaram…
Eu bufei, Rony e Hermione trocaram olhares que diziam claramente “não adianta discutir com ele”.
— Sopa da coroação — Disse Hermione com firmeza ao chegarmos à Mulher Gorda
— Essa senha é uma merda. — Resmunguei, alfinetando Rony por ter escolhido uma senha tão idiota
Ele fingiu não ouvir e o retrato girou, admitindo-nos à sala comunal. Estava repleta e cheirava a roupas úmidas; muitas pessoas pareciam ter regressado a Hogwarts cedo por causa do mau tempo. Mas não havia burburinho de medo nem de especulação: obviamente, a notícia do que acontecera a Katie ainda não tinha se espalhado.
— Mas, quando a gente para e pensa, não foi um ataque muito inteligente. — Comentou Rony, arrancando com displicência um calouro de uma das confortáveis poltronas junto à lareira, para poder se sentar — O feitiço nem chegou ao castelo. Não é o que a gente poderia chamar de infalível.
—Tem razão. — Concordou Hermione, empurrando Rony para fora da poltrona e tornando a oferecê-la ao calouro — Não foi muito bem pensado.
— Decididamente foi muito mal planejado. — Bufei com um suspiro profundo largando-me na poltrona ao lado e deitando a cabeça para fixar o teto
— E desde quando Malfoy é um dos grandes pensadores do mundo? — Perguntou Harry
Nem eu, nem Rony e nem Hermione lhe respondemos.
Hello bruxinhos!!!
Kkkkkk, como estamos???
Eu simplesmente ADORO esse capítulo. Vamos concordar que o Theodore Nott é maravilhoso, né? Kkkk. Juro, eu amo esse moleque! Não sei vocês kkkkk.
E essa reação da Pansy, hem... Hum kkkkkkk.
Esses capítulos de Enigma estão cada vez mais apimentados kkkkkk, se segurem que só vem mais fogo por aí kkk. Enquanto vocês ficam nesses capítulos bons e engraçados, eis eu escrevendo só coisa depressiva em Relíquias da Morte. O Caos kkkkkk. ( nós rir pra não chorar né )
*carinha de palhaço* eu realmente tô chorando com todos os capítulos que tô escrevendo por lá, e agora que cheguei no capítulo que eles estão na mansão Malfoy então, depressão.
Ahhh, o livro mencionado pelo Theodore não existe gente kkkkkk. Apenas uma homenagem para as fofas que participam do grupo do whatsapp de TW. Elas sim entenderam a referência kkkkk. ( aliás, quem quiser entrar pode me chamar no PV, corvinos e lufanos estão quase em extinção por lá kkkkk ) E para quem entrar ganhará o prazer de saber spoilers e referências antes dos outros. Viram? Só vantagem kkkk.
Nos vemos quarta-feira bebês!!
– Bjosss da tia Nick.
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