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70 | Fleuma and Everarda

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70. Fleuma e Everarda
       
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Parem de chamar as moças
assim, vocês duas.

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    Eu, Harry e Dumbledore nos aproximamos da porta dos fundos d’A Toca, cercada pela tralha habitual de botas velhas e caldeirões enferrujados; ouvi o cacarejo abafado de galinhas sonolentas vindo de um telheiro distante. Dumbledore bateu três vezes, e percebi um movimento repentino por trás da janela da cozinha.

— Quem é? — Perguntou uma voz nervosa, que eu reconheci ser a de mamãe — Identifique-se!

— Dumbledore trazendo Harry.

   A porta se abriu imediatamente. E apareceu a dona da casa, baixa e gorducha, usando um velho robe verde.

— Harry, querido! Nossa, Alvo, você me assustou, não disse para não esperar vocês antes de amanhecer?  E… Rox? Que você está fazendo fora da cama?

— Olá, mamãe. — Levantei minha mão fazendo um aceno divertido, com um sorriso e adentrando a casa

— Tivemos sorte, Molly. — Disse o diretor, fazendo Harry entrar — Slughorn foi mais fácil de persuadir do que imaginei. Um feito de Harry, é claro. Ah, olá, Ninfadora!

   Me virei e vi que mamãe não estava sozinha, apesar da hora tardia. Uma jovem bruxa de rosto pálido, em forma de coração, e cabelos castanhos sem vida, estava sentada à mesa segurando uma caneca entre as mãos.

— Olá, professor. Oi, Rox. E aí, beleza, Harry?

— Oi, Tonks.

   Achei que ela parecia muito cansada, e até doente, e que havia algo forçado em seu sorriso. Sem dúvida, sua aparência estava mais desbotada do que de costume, sem os cabelos rosa-chiclete.

— É melhor eu ir andando. — Disse depressa, levantando-se e cobrindo os ombros com a capa — Obrigada pelo chá e a simpatia, Molly.

— Por favor, não vá embora por minha causa. — Disse Dumbledore gentilmente — Não posso ficar, tenho assuntos urgentes a tratar com Rufo Scrimgeour.

— Não, não, preciso ir mesmo. —Respondeu Tonks, sem retribuir o olhar de Dumbledore — Noite…

— Querida, por que não vem jantar no fim de semana, Remo e Olho-Tonto virão...?

— Sério, Molly, não... mas, obrigada assim mesmo... boa-noite para todos.

   Tonks passou ligeira por mim, Dumbledore e Harry, e saiu para o quintal; a alguns passos da porta, rodopiou e desapareceu no ar. Não pude deixar de reparar que mamãe parecia preocupada.

— Bem, verei vocês em Hogwarts, Harry e Rox. — Despediu-se Dumbledore — Cuidem-se bem. Molly, às suas ordens.

   Ele fez uma reverência à mamãe e saiu atrás de Tonks, desaparecendo exatamente no mesmo lugar. Mamãe fechou a porta para o quintal vazio, segurou Harry pelos ombros e o conduziu até a luz do candeeiro sobre a mesa para vê-lo melhor.

— Você é igual ao Rony. — Suspirou ela olhando-o de cima a baixo — Parece que alguém lançou em vocês um Feitiço Esticador. Juro que Rony cresceu dez centímetros desde a última vez que comprei uniformes para ele. Já, Rox, continua com a mesma altura que tinha no primeiro ano.

— Mamãe. — Resmunguei cruzando os braços — Eu não sou tão baixa.

   Ela riu.

— Já olhou para os pés dela? —Perguntou mamãe à Harry, indicando os tamancos altos que eu usava, de uma tonalidade azul-bebê — Agora só vive com esses sapatos altos, ultimamente tem sido raro a ver com calçados baixos, mas está linda com esse cabelo e essas roupas. Você gostou do novo estilo dela, Harry?

— Ah… sim, Sra. Weasley. — Ele me olhou com um sorriso de aprovação — Ficou realmente linda.

— Owww, obrigada.  — Fiz um coraçãozinho com as mãos para os dois — Vocês são uns amores. Eu sei que tô linda, mas é sempre bom ouvir.

   Os dois riram.

— Está com fome, Harry? — Mamãe voltou a o olhar

— Estou. — Confirmou o garoto

— Sente-se, querido, vou preparar alguma coisa. E você, Rox, quer algo?

— Ah, não, mamãe, obrigada. — Disse e puxei uma cadeira para mim ao lado de Harry

   Quando ele sentou, um gato peludo e ruço, de cara amassada, pulou para os seus joelhos e se acomodou ali, ronronando.

— Então a Hermione está aqui? —Perguntou contente, fazendo cócegas atrás da orelha do Bichento

— Está sim, chegou anteontem. —Respondi — É claro que todos já foram dormir, todos achavam que você chegaria amanhã.

— Menos você pelo visto, não é? —Perguntou mamãe, batendo com a varinha em um panelão de ferro, que aterrissou no fogão com um baque sonoro e começou imediatamente a borbulhar

— Ah, mamãe, Dumbledore disse que precisava falar comigo, eu não ia sair dizendo isso a todo mundo, não é? — Comentei despreocupadamente começando a olhar as minhas unhas, cada uma pintada em uma tonalidade diferente de cores pastéis

— Aham, sei. — Riu mamãe — Pronto…

   Ela deu outra batida na panela que se ergueu no ar, voou até Harry e se inclinou; mamãe encaixou sob a panela uma tigela bem em tempo de aparar o caldo grosso e fumegante da sopa de cebola.

— Pão, querido?

— Obrigado, sra. Weasley.

   Ela acenou a varinha por cima do ombro: um pão e uma faca voaram graciosamente até a mesa. Quando o pão se fatiou e a panela de sopa voltou ao fogão, ela sentou-se diante de nós dois.

— Então foi você que convenceu Horácio Slughorn a aceitar o emprego, Harry?

   Ele confirmou com a cabeça, a boca tão cheia de sopa quente que não conseguia falar.

— Quem é esse? — Perguntei levando minha mão até o pote de vidro que ficava no centro da mesa e começando a sacar alguns biscoitos de polvilho de dentro dele — É o novo professor?

   Harry assentiu com a cabeça novamente.

— Ele foi nosso professor. — Disse mamãe —  Meu e de Arthur. Esteve um tempão em Hogwarts, começou mais ou menos na mesma época que Dumbledore, acho. Você gostou dele, Harry?

   Agora com a boca cheia de pão, Harry encolheu os ombros e acenou a cabeça com indiferença.

— Sei o que quer dizer. — Tornou mamãe, confirmando, séria — É claro que ele sabe ser charmoso quando quer, mas Arthur jamais gostou muito dele. O Ministério está cheio de antigos favoritos de Slughorn, sempre os ajudou a subir na vida, mas nunca teve muito tempo para Arthur, talvez não achasse que ele chegaria tão longe. Bom, o que mostra que até Slughorn se engana. Não sei se Rony ou Rox lhe contaram em alguma carta, acabou de acontecer, mas Arthur foi promovido!

   Não poderia ser mais evidente que mamãe estava doida para contar a novidade. Harry engoliu uma grande bocada de sopa escaldante e tive a sensação de que a garganta dele devia estar queimando.

— Que máximo! — Ofegou

— Você é muito gentil. — Disse mamãe sorrindo possivelmente tomando as lágrimas nos olhos de Harry por emoção com a notícia, enquanto eu enchia minha boca de biscoitos — Sim, Rufo Scrimgeour criou várias seções novas para enfrentar a situação atual, e Arthur está chefiando a Seção para Detecção e Confisco de Feitiços Defensivos e Objetos de Proteção Forjados. É um trabalho de grande peso, e ele agora tem dez subordinados!

— Que é exatamente...?

— Bem, sabe, com todo esse pânico gerado por Você-Sabe-Quem, estão aparecendo objetos estranhos à venda, coisas que dizem proteger a pessoa contra Você-Sabe-Quem e os Comensais da Morte. Você pode imaginar que tipo de coisa: poções protetoras, que na realidade são molho com um pouco de pus de bubotúberas, ou instruções para feitiços defensivos que fazem as orelhas caírem… bem, os responsáveis principais são gente como Mundungo Fletcher, que nunca trabalhou honestamente um só dia na vida, e que se aproveita do pavor das pessoas; mas de vez em quando aparece alguma coisa realmente perigosa. Ainda outro dia, Arthur confiscou uma caixa de bisbilhoscópios enfeitiçados, muito provavelmente plantados por um Comensal da Morte. Então, como você vê, é um trabalho muito importante, e vivo dizendo a ele que é uma bobagem sentir falta das velas para motores e torradeiras e toda aquela quinquilharia dos trouxas com que se ocupava. — Mamãe encerrou seu discurso com um olhar severo, como se eu ou Harry é quem tivesse sugerido que era natural sentir falta de velas

— O sr. Weasley ainda está no trabalho? — Indagou Harry

— Uhum. — Confirmei, me ajoelhando na cadeira para esticar a mão e pegar o pote de biscoitos que mamãe arrastara para um lado

— Sim. — Disse mamãe ignorando minha tentativa de pegar o biscoito — Aliás ele está um pouquinho atrasado... me disse que estaria em casa por volta da meia-noite…

   Finalmente alcancei o pote e o arrastei até mim, voltando a me sentar enquanto mamãe se virava para olhar um grande relógio mal equilibrado em cima de uma pilha de lençóis no cesto de roupas deixado na ponta da mesa. Ele tinha dez ponteiros, cada um deles com o nome de um membro da nossa família, e costumava ficar pendurado em uma parede na sala de estar da Toca. Sua posição atual, porém, indicava que mamãe passara a carregá-lo com ela por toda a casa. No momento, os dez ponteiros apontavam para perigo mortal.

— Ele tem estado assim — Explicou mamãe em um tom descontraído, muito pouco convincente — desde que Você-Sabe-Quem saiu da clandestinidade. Suponho que todo o mundo esteja correndo perigo mortal... acho que não pode ser só a nossa família... mas não conheço ninguém que tenha um relógio igual, por isso não posso verificar. Ah!

   Com uma exclamação repentina, ela apontou para o mostrador do relógio. O ponteiro de papai se movera para “em trânsito”.

— Ele está a caminho!

   E, confirmando, um instante depois ouviu-se uma batida na porta dos fundos. Mamãe levantou-se depressa e correu a atendê-la. Com uma das mãos na maçaneta e o rosto encostado na madeira, perguntou baixinho:

— Arthur, é você?

— Sou. — Tornou a voz cansada de papai — Mas eu diria isto, querida, mesmo que fosse um Comensal da Morte. Faça a pergunta correta!

— Ah, francamente...

— Molly!

— Está bem, está bem... qual é a maior ambição de sua vida?

— Descobrir como os aviões se sustentam no ar.

   Mamãe assentiu e girou a maçaneta, mas pelo visto papai estava segurando-a com firmeza pelo outro lado, porque a porta continuou fechada.

— Molly! Sou eu quem pergunta primeiro!

— Arthur, realmente, que tolice...

— Como é que você gosta que eu a chame quando estamos sozinhos?

   Mesmo à luz fraca do candeeiro, deu para ver que mamãe ficara muito vermelha; eu mesma senti um calor em torno das minhas orelhas e do pescoço, e franzi a testa, enquanto trocava um olhar envergonhado com Harry, que engoliu a sopa depressa, batendo com a colher na tigela o mais alto que pôde.

— Moliuóli. — Sussurrou mamãe mortificada pela fresta da porta

— Correto. — Disse papai — Agora pode me deixar entrar.

   Mamãe abriu a porta revelando papai, um bruxo magro, os cabelos ruivos já rareando, óculos de aros de tartaruga e uma longa capa de viagem empoeirada.

— Continuo sem entender por que temos de fazer isso todas as vezes que você chega em casa. — Protestou mamãe, com o rosto ainda corado, ajudando-o a tirar a capa — Quero dizer, um Comensal da Morte poderia ter obrigado você a dar a resposta antes de se disfarçar!

— Eu sei, querida, mas são as regras do Ministério, e tenho de dar o exemplo. Estou sentindo um cheiro bom: sopa de cebola?

   Papai virou-se esperançoso na direção da mesa.

— Harry! Só esperávamos você amanhã!

   Os dois apertaram as mãos, e então papai olhou para mim.

— E você, já não deveria estar na cama? — Perguntou brincalhão mexendo no meu cabelo

— Papai. — Reclamei; não importava quantas vezes eu o dissesse que já estava grande e que toda vez que ele mexia no meu cabelo ele o assanhava, ele sempre tornava a fazer isso de novo

— Ok. Ok, eu sei. — Ele riu e beijou o topo da minha cabeça — Boa noite, princesa.

   Papai se largou em uma cadeira no outro lado de Harry enquanto mamãe colocava uma tigela de sopa para ele também.

— Vou colocar sopa pra você também, Roxanne. — Disse ela ainda de costas colocando a sopa de papai

— Por quê? — Perguntei com a voz engrolada, ao levantar minha cabeça para ela, isso porque minha boca estava mais uma vez cheia de biscoitos de polvilho

— Você parece está faminta porque, se eu me lembre bem, esse pote estava cheio há apenas alguns minutos atrás. — Falou, virando-se para me olhar

— Er… — Dei um risinho desconfiado, enfiando a mão no pote e tirando o máximo que eu podia e logo o tampando e empurrando-o para longe — Que coisa não?

— Hum. — Fez mamãe colocando a tigela de papai a frente dele

— Obrigado, Molly. Foi uma noite pesada. Um idiota começou a vender Medalhas-Metamórficas. A pessoa pendura uma no pescoço e pode mudar de aparência à vontade. Cem mil disfarces por dez galeões!

— E o que realmente acontece quando se pendura a medalha? — Perguntou Harry

— A maioria das pessoas fica com uma feia cor alaranjada, mas em outras surgem verrugas em forma de tentáculos no corpo inteiro. Como se o St. Mungus já não tivesse muito o que fazer.

— Está me parecendo o tipo de coisa que Fred e George achariam engraçado. — Comentei com um risinho

   Mamãe me olhou como se achasse que aquilo realmente fazia sentido, e olhou para papai, hesitante.

— Você tem certeza...

— Claro que tenho! Os meninos não fariam uma coisa dessas justamente agora que as pessoas estão desesperadas para se proteger!

— Então foi por isso que você se atrasou, Medalhas-Metamórficas?

— Não, soubemos de um Feitiço às Avessas, em Elephant and Castle, mas, felizmente, quando chegamos lá, o Esquadrão de Execução das Leis da Magia já tinha resolvido o caso…

   Harry ergueu a mão para abafar um bocejo.

— Cama, os dois. — Disse mamãe sem se deixar enganar — Já arrumei o quarto de Fred e George para você, Harry, será todo seu.

— Por que, aonde eles foram?

— Ah, estão no Beco Diagonal, dormindo no apartamentinho em cima da loja de logros, porque estão muito ocupados. — Disse mamãe — Confesso que a princípio não aprovei, mas realmente parecem ter jeito para o negócio! Vamos, querido, o seu malão já está lá em cima.

— Noite, sr. Weasley. — Disse Harry, recuando a cadeira. Bichento saltou com leveza de seu colo e desapareceu da cozinha

— B’noite, Harry.

— Boa noite, papai. — Eu dei um beijo em sua bochecha que ele retribuiu novamente com um “Boa noite, princesa” e depois fui até mamãe e fiz o mesmo — Boa noite, mamãe.

— Boa noite, querida.

   Vi mamãe olhar para o relógio no cesto de roupas quando saí da cozinha e ela acompanhou Harry ao quarto de Fred e George. Todos os ponteiros estavam mais uma vez marcando perigo mortal.

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   Levantei toda sonolenta e esfregando os olhos, nem me dei o trabalho de olhar o horário no relógio, ou de ver se Rony já tinha acordado ou não – possivelmente sim – , apenas apanhei minha bolsinha que tinha algumas coisas mais básicas de maquiagem e me encaminhei para o banheiro, por momentos esquecendo que eu, minha família, Mione e Harry não éramos os únicos na Toca no momento.

— Bom dia, Rox. — Disse uma voz toda calorosa saindo do banheiro, me fazendo despertar, meu sangue ferver completamente, e me enchendo de mal humor

   A minha frente tinha uma jovem alta e magra, com um tronquilho em cima do ombro. Ela me irritava em tudo, seu jeito de falar, de se portar, de agir e até de se vestir. Ela não usava saias ou vestidos e sim shorts ou um calção marrom despojado com uma camisa preta largada por cima, muitas vezes uma jaqueta xadrez vermelha ou uma jeans sem mangas para compor o look, sem falar em suas boinas, toucas ou chapéis, e aquele colar bizarro com um dente pequeno de dragão. Ainda tinha uma tatuagem de occamy no braço se sobrepondo a algumas queimaduras que se assemelhava a uma reluzente na coxa, parecida com a que meu irmão Charlie tem no braço. Seus cabelos negros estavam agora em um coque frouxo na cabeça, com uma varinha passada por ele. E tinha aquele sorriso idiota dela que me irritava mais que tudo, e sua pose babaca de menina da floresta.

— Oi. — Respondi de má vontade, esperando que ela saísse da minha frente o mais rápido possível, antes que eu não conseguisse mais me conter e a batesse

— O Charlie saiu logo cedo, mas deve chegar logo. Pensei em ajudar a Sra. Weasley na cozinha, não que eu seja muito boa, só sei realmentee o básico, mas... você gosta de salada de quinoa?

— Não. Odeio. Muito ruim. — Tratei de dizer não tentando esconder que eu não ia com a cara dela

— Ah… posso fazer outra coisa então, vou ver com a Sra. Weasley se ela precisa de ajuda. — Ela sorriu, fingindo não entender minha grosseria. Eu não gostava de a ver bancando a gentil, boazinha, quando eu queria que ela gritasse comigo, que brigasse. Charlie nunca casaria com ela se ela me tratasse mal — Licença, meu bem.

   E assim Evellyn Howard finalmente saiu, me deixando ainda fervendo de raiva. Essa garota não passa de uma tremenda idiota e um pé no saco. O que o Charlie ver nela, afinal?

   Bufando entrei no banheiro e fiz minhas necessidades matinais, passando algo simples no meu rosto e aproveitando pra vestir outra roupa depois. Rony realmente não estava mais no nosso quarto, o que só podia indicar que ele e Hermione deveriam estar com Harry no quarto de Fred e George.

  Andei então para o segundo andar, onde ficava o quarto dos gêmeos e antes mesmo de entrar já escutava realmente as vozes da minha amiga e do meu irmão.

— Nós não sabíamos que você já estava aqui!  — Dizia uma voz alta e excitada

— Rony, não bata nele! — Ralhou uma voz de garota

   Eu abri a porta. A lâmpada que ficava na mesinha de cabeceira do quarto estava acesa e inundando o ambiente com uma agradável claridade dourada. E embora houvesse um grande vaso de flores sobre uma escrivaninha diante de uma pequena janela, seu perfume não conseguia e nunca conseguiu disfarçar o cheiro que impregnava o quarto dos gêmeos e que, para mim, era de pólvora. Nem prestei atenção no resto dos detalhes do quarto, embora soubesse que uma grande parte do chão estava ocupada por várias caixas de papelão lacradas, mas sem identificação. O quarto na verdade estava sendo usado como um depósito provisório.

   Olhei então para os presentes no quarto, antes que eu chegasse, Hermione tinha aberto a cortina, de modo que a claridade do sol bateu em cheio no rosto de Harry, que acabara de acordar e estava sentado na cama, tendo recebido um soco de leve no cocuruto da cabeça, um presente de boas vindas do meu irmão.

— Bom dia. — Saudei com um aceno de leve, cruzando os braços e sentando em cima de uma das caixas

   Hermione e Rony olharam para mim e deram um “bom dia”. Harry encontrou os óculos e colocou-os, embora imaginei que o excesso de claridade não lhe permitisse enxergar quase nada. Meu irmão ainda estava em sua frente sorrindo.

— Tudo bem?

— Nunca estive melhor. — Respondeu Harry, esfregando o cocuruto e se largando em cima dos travesseiros — Você?

— Nada mal. — Replicou Rony, puxando uma caixa e também sentando-se nela — Quando foi que você chegou? Mamãe acabou de nos contar!

— Mais ou menos à uma hora da manhã.

— Foi por aí mesmo, o relógio tinha acabado de marcar uma quando você e Dumbledore apareceram em frente. — Acrescentei

— Pera, você sabia que o Harry chegaria hoje? — Rony olhou pra mim e Hermione fez o mesmo

— Sim. — Respondi com um dar de ombros — Só não contei pra vocês, pois Dumbledore disse que queria conversar comigo e Harry, sobre alguma coisa.

   Rony fez um “ah” de entendimento, antes de virar para Harry de novo.

— Foi tudo bem com os trouxas?Trataram você direito?

— Do jeito de sempre. — Respondeu Harry, enquanto Hermione se empoleirava na beira da cama — Não falaram muito comigo, mas gosto mais assim. E você como vai, Mione?

— Ah, estou ótima. — Respondeu a garota, que o examinava atentamente, como se ele estivesse doente

   Eu sabia bem o porquê e, percebi logo que como não tinha o menor desejo de discutir a morte de Sirius ou qualquer outro assunto triste naquele momento, perguntou:

— Que horas são? Perdi o café da manhã?

— Não se preocupe, mamãe está trazendo uma bandeja para você; ela acha que está desnutrido. —Tranquilizou-o Rony, revirando os olhos para o teto — E mandou você descer para comer alguma coisa, Rox…. —Acrescentou olhando pra mim que só assenti e dei de ombros, e ele se voltou para Harry — Mas e aí, quais são as novidades?

— Muito poucas, até agora estive encalhado na casa dos meus tios, não é?

— Fala sério, cara! — Exclamou Rony — Você esteve viajando com Dumbledore!

— Não foi tão excitante assim. Ele só queria que eu convencesse um antigo professor a interromper a aposentadoria. Um tal Horácio Slughorn.

— Ah. —Rony pareceu desapontado —Pensamos que…

   Hermione lançou-lhe um olhar de advertência, e na mesma hora Rony mudou de assunto.

— ... pensamos que poderia ser uma coisa dessas.

— Não pensaram não. E não precisa ser uma Médiumaga ou Legilimente para saber que ele está mentindo. — Disse uma doce voz infantil, vindo de uma menininha, com a cabeleira loira e um vestido rosa; Mia Lourence tinha acabado de aparecer sentada em uma caixa ao lado de Rony, rindo e passando a mão na frente do rosto dele, o que me fez revirar os olhos e rir

— Pensaram? — Harry achou graça, assim como Mia ou qualquer outra pessoa, percebeu que era mentira

— É... é, já que a Umbridge foi embora, é óbvio que precisaremos de um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, não acha? Então, hum, como é que ele é?

— Lembra um pouco um leão-marinho e foi diretor da Slytherin. — Informou Harry — Alguma coisa errada, Hermione?

   A garota o observava como se esperasse que ele manifestasse sintomas estranhos a qualquer instante. Mas se recompôs depressa e deu um sorriso nada convincente.

— Não, claro que não! E aí, você acha que o Slughorn vai dar um bom professor?

— Não sei. Não pode ser pior do que a Umbridge, pode?

— Eu conheço alguém que é pior do que a Umbridge. — A minha irmã mais nova adentrou o quarto, irritada — Oi, Harry.

— Qual é o problema? — Perguntou Rony

— Ela. — Ginny se largou na cama de Harry — Está me deixando pirada.

— Que foi que ela fez agora? —Perguntou Hermione, solidária

— É o modo como fala comigo, como se eu tivesse três anos de idade!

— Eu sei. — Concordou Hermione baixando a voz — Ela é tão sebosa!

— Com certeza ela está usando o sentido figurado, não é? — Mia perguntou

— Claro, Mirian! — Retrucou Regulus aparecendo em pé atrás dela e apenas observando a cena, mas dando um sorriso pra mim, que retribuí

   Harry, porém, pareceu espantado de ouvir Hermione se referir a alguém daquele jeito. Rony retrucou com raiva:

— Será que vocês duas não podem parar de implicar com ela por cinco minutos?

— Ah, vai, defende. — Retrucou Ginny — A gente sabe que você não se cansa dela.

— Acho que não é pra tanto Ginny, eu acho ela legal, se for julgar alguém, não sei como vocês aguentam a outra, aquela sim é uma sebosa! — Rebati cruzando os braços

— Eu não vejo problema em nenhuma das duas. — Disse a voz de Cedric Diggory, mas logo Mia e Regulus o lembraram que sua opinião não era tão válida, dizendo juntos:

— Você está morto!

   Ginny bufou, mas não falou nada. Harry só parecia mais perdido; começando a achar que perdera alguma coisa, ele perguntou:

— De quem vocês...?

   A pergunta foi respondida antes que ele a terminasse. A porta do quarto tornou a se escancarar, e o garoto instintivamente puxou as cobertas até o queixo com tanta força que Hermione e Ginny foram parar no chão. Havia uma jovem parada no portal, e sua beleza era tão sufocante que o quarto pareceu ficar estranhamente abafado.

   Era alta e esguia, e tinha cabelos compridos e louros que davam a impressão de refletir um leve fulgor prateado. Para completar a visão, a jovem trazia uma pesada bandeja com o café da manhã de Harry.

— Arry. — Disse com uma voz gutural — Faz tante tempe! — Quando cruzou o portal e foi em direção a Harry, mamãe surgiu logo atrás, parecendo muito aborrecida

— Não precisava trazer a bandeja. Eu mesma já vinha trazer!

— Nam foi trrabalhe nenhum. — Disse Fleur Delacour, apoiando a bandeja nos joelhos de Harry e curvando-se num movimento ágil para lhe dar um beijo em cada bochecha — Estave doide parra verr ele. Lembrra minhe irman, Gabrielle? Não parra de falarr em Arry Potter. Vai ficarr encantade de reverr você.

— Ah... ela também está aqui? — Grasnou Harry

— Nam, nam, bobin. — Retrucou Fleur com um sorriso tilintante — Querr dizerr ne prróxime verrão, quande nós... mas você ainde nam sabe?

   Seus grandes olhos se arregalaram e, com ar de censura, fixaram mamãe que disse:

— Ainda não tivemos tempo de contar.

   Fleur voltou sua atenção para Harry, sacudindo a cabeleira prateada contra o rosto de mamãe.

— Bill e eu vamos nos casar!

— Ah! — Exclamou Harry, parecendo não entender. Não pude deixar de notar que mamãe, Hermione e Ginny evitavam deliberadamente se olhar, e eu não entendia o problema delas com Fleur — Uau. Ah… felicidades!

   Fleur deu outro mergulho para beijá-lo outra vez.

— Bill stá muite ocupade ne momente, trrabalhande muite, eu só trrabalho parrte de dia ne Grringotes parra melhorrar meu inglês, entam ele me trrouxe prra passarr uns dies e conhecerr a família dele dirreite. Fique tam feliz que você vinhe... nam tem muite que fazerr aqui se a gente nam goste de cozinha e galinhes! Beim: bom apetite, Arry!

   E, dizendo isso, ela se virou graciosamente, como se flutuasse, e saiu do quarto, fechando a porta sem fazer ruído. Vi Regulus Black levantar a mão e acenar graciosamente com um sorriso idiota, depois virar levemente a mão, abaixar alguns dedos e mostrar somente o do meio para a porta, logo recebendo um tapa na mão por cortesia de Mia.

— Larga de ser idiota! — Disse ela em tom de censura

   Mamãe soltou uma exclamação que soou como um “tcha”.

— Mamãe detesta ela. — Comentou Ginny baixinho

— Eu não detesto a moça! — Protestou mamãe num sussurro irritado — Acho que se apressaram demais para noivar, só isso.

— Eles já se conhecem há um ano. —Justificou Rony, que parecia estranhamente tonto com os olhos pregados na porta fechada; eu soltei uma risadinha, ele sempre ficava com essa cara de babaca quando a via

— Ora, não é tanto tempo assim! Obviamente eu sei por que foi. Com toda essa incerteza por causa da volta de Você-Sabe-Quem, as pessoas acham que podem estar mortas amanhã, então tomam decisões precipitadas que normalmente demorariam a tomar. Foi o mesmo que aconteceu da última vez que ele se tornou poderoso, gente fugindo para casar a torto e a direito…

— Inclusive você e papai. — Concluí astutamente

— Verdade, mas seu pai e eu fomos feitos um para o outro, por que iríamos esperar? — Justificou mamãe

— Sim, Rox, e de qualquer forma, você só defende a Fleur pra ter o prazer de odiar e virar as costas pra Eve. — Alfinetou Ginny, me fazendo bufar só pelo “Eve”

— Ela tá certa. — Disse Hermione

— Não sou obrigada a gostar dela! —Cruzei os braços e revirei os olhos

— Coitada, ela faz de tudo pra te agradar só porque você é a preferida do Charlie. — Comentou Ginny, agora rindo — Ela até preparou o seu bolo favorito àquele dia, e olha que ela é vegana, então deve ter sido difícil usar leite e ovos na receita.

— Ah, aquele dia foi horrível. — Retrucou Hermione enquanto eu dava de ombros sem me importar — Harry, se você visse o que essa maluca fez! Ela estava comendo o bolo de boas, mas quando soube que a Evellyn quem tinha preparado, ela fingiu que estava passando mal e disse que era alérgica a abóbora! A abóbora, Harry! Todo mundo sabe que a Rox adora abóbora!

— Agora sou alérgica! — Falei naturalmente sem me importar

— Não entendo o seu problema com ela,
querida.  — Disse mamāe — Evellyn é uma boa moça, ela e Charlie tem tudo haver, os dois gostam de aventura e de animais… Enquanto no caso de Bill e Fleur… bem... que é que eles têm realmente em comum? Ele é um rapaz trabalhador, uma pessoa que tem os pés no chão, enquanto ela é…

— Uma vaca. — Emendou Ginny, confirmando o que dizia com a cabeça — Mas Bill não tem os pés no chão. É um desfazedor de feitiços, não é?, gosta de um pouco de aventura, um pouco de glamour... imagino que tenha sido por isso que se apaixonou pela Fleuma.

— E o Charlie deve ter caído de cima de um dragão ou ter sido envenenado pra achar que gosta daquela Everarda! — Resmunguei falando no mesmo tom que minha irmã

— Parem de chamar as moças assim, vocês duas. — Falou mamãe com rispidez enquanto Harry e Hermione riam — Bem, é melhor eu continuar... coma os ovos enquanto estão quentes, Harry.

  Com um ar apreensivo, ela saiu do quarto. Rony continuava com cara de quem levara um soco; sacudia a cabeça como um cachorro que quisesse sacudir a água dos ouvidos.

— Posso dar um tapa nele? — Mia se ofereceu com um risinho, me fazendo assentir e retribuir a risada

— Você não se acostuma com ela nem morando na mesma casa? — Perguntou Harry

— Bem, me acostumo. — Explicou Rony — Mas se ela aparece de repente, como agora há pouco…

— É patético. — Explodiu Hermione, tomando distância de Rony e virando-se de frente para enfrentá-lo, de braços cruzados, ao deparar com a parede

— Você não quer realmente que ela fique aqui para sempre, não é? — Perguntou Ginny ao nosso irmão, incrédula. Ao notar que ele apenas encolhia os ombros, continuou: — A mamãe vai dar um basta nessa história, se puder, aposto o que você quiser.

— E como ela vai conseguir isso? —Perguntou Harry.

— Ela não para de convidar a Tonks para almoçar. Acho que tem esperança de que Bill se apaixone por ela. Torço para que isso aconteça, prefiro muito mais a Tonks em nossa família.

— Se for pra acabar com um casamento, ela deveria fazer isso com o do Charlie. — Resmunguei — Preferia que fosse ele quem se apaixonasse pela Tonks… — Depois me dei conta do que tinha falado e me auto corrigi, cruzando os braços — Não, não, não. A Tonks também não, nem a Everarda e nem ela.

— Viram? — Disse Ginny rindo —  Não é por quem a Evellyn é e sim porque a Rox não quer perder o Charlie. Tem medo dele se casar, ter um filho e ela perder toda a manha que ele deu a ela.

   Dei um muxoxo com os braços cruzados sem querer admitir, e falei:

— A Everarda é uma chata, já a Fleur... não vejo problema nenhum com ela.

— Como assim você não ver problema nenhum com a Fleur e ver com a Evellyn? — Ginny franziu a testa

  Eu já tinha aberto a boca para retrucar, quando Harry foi mais rápido e perguntou:

— Então. Evellyn foi a que mandou aquela pulseira pra Rox no quarto ano, não foi?

— Ah, sim. Essa mesmo. — Respondeu Hermione — Você tem que ver, ela lembra muito a Tonks, aliás as duas estudaram juntas em Hogwarts, eram até da mesma casa, o que eu quero dizer é que a Evellyn tem um jeito todo despojado e entende de animais como ninguém. Tem até uma tatuagem de um Occamy e disse que tem sete animais de estimação, mas só trouxe o Groot, é um tronquilho.

— E ela voa tão bem, Harry! Foi capitã da Hufflepuff quando esteve em Hogwarts, ela contou que ela e o Charlie viviam competindo na época sobre quem era o melhor apanhador. Ela também disse que já voou nas costas de um dragão, tem até uma foto! Achei ela incrível! Não é a toa que o Charlie se apaixonou por ela. — Completou Ginny enquanto eu fazia caretas e imitava um “Blá, blá, blá” com a boca e as mãos — Mas ela e o Charlie não vão casar agora, estão com um projeto novo sobre os dragões e adiaram o casamento pra daqui a dois anos. Mas mesmo assim ele aproveitou as férias e o fato de precisarem resolver umas coisas em Londres, pra trazer ela pra conhecer a família, eles e o Bill tiveram a mesma ideia. Pena que o Bill se apaixonou por uma idiota.

— A Fleur é muito mais legal que a Everarda. — Falei com convicção

— Nem aqui e nem em nenhuma das três Américas isso é verdade. — Retrucou Ginny — A Fleuma é cheia de frescuras, todo mundo ver isso, e é exatamente por isso que quero mesmo que o Bill se apaixone pela Tonks.

— Estou mesmo vendo isso acontecer. — Comentou Rony com sarcasmo — Escute aqui, nenhum cara com o juízo perfeito vai preferir a Tonks se a Fleur estiver por perto. Quero dizer, a Tonks é legal quando não faz bobagens com o cabelo e o nariz, mas…

— Ela é muito mais bonita do que a Fleuma. — Teimou Ginny

— Sinto muito, mas não é não. — Rebati — A Fleur é uma veela, acho que é impossível ser mais bonita que ela.

— E é mais inteligente, é uma auror! — Falou Hermione lá do seu canto

— A Fleur não é burra, teve mérito suficiente para participar do Torneio Tribruxo. — Disse Harry

— Ah, você também, Harry?! — Exclamou Hermione desapontada

— Suponho que você goste do jeito com que a Fleuma diz “Arry”, é isso? — Perguntou Ginny com desprezo

— Não. — Respondeu Harry, parecendo desejar não ter aberto a boca — Eu só estava dizendo que a Fleuma, quero dizer, a Fleur…

— Pois eu prefiro ter a Tonks na nossa família. Pelo menos ela é divertida.

— Ela não tem sido muito divertida ultimamente. — Retrucou Rony — Todas as vezes que a vi, estava parecendo mais a Myrtle Que Geme.

— Isto não é justo. — Protestou Hermione rispidamente — Ela ainda não superou o que aconteceu... sabe... quero dizer, ele era primo dela!

   Eu olhei pra ela na hora, embora tenha notado o quão Tonks estava estranha e não tivesse me dado suficiente trabalho de ler a mente dela, imaginava bem que Sirius não era a fonte de sua tristeza. Observei, no entanto, que Harry pareceu sentir um aperto no coração. Tínhamos chegado a Sirius. Ele apanhou um garfo e começou a encher a boca de ovos mexidos, esperando evitar convites para participar daquela conversa.

— Tonks e Sirius mal se conheciam! — Lembrou Rony — Sirius esteve preso em Azkaban metade da vida dela e antes disso as famílias dos dois nem se encontravam…

— A questão não é essa. — Disse Hermione — Ela acha que foi a responsável pela morte de Sirius!

— Não acha não. — Disse Mia, como se alguém vivo, além de mim, pudesse a ouvir

— E como é que ela chegou a essa conclusão? — Perguntou Harry, mesmo sem querer

— Bem, ela estava enfrentando Bellatrix Lestrange, concorda? A minha impressão é que Tonks sente que, se a tivesse liquidado, Bellatrix não poderia ter matado Sirius.

— Que idiotice. — Comentei suspirando — É Óbvio que a Tonks não pensa isso, o problema dela é outro.

— Não é não. É o sentimento de culpa de quem sobrevive. Sei que Lupin tentou argumentar, mas ela continua deprimida. Está tendo até problemas para se metamorfosear!

— Para o quê...? — Perguntou Harry

— Não consegue mais mudar a aparência como costumava fazer. — Explicou Hermione — Acho que os poderes dela devem ter sido afetados pelo choque ou coisa do gênero.

— Eu não sabia que isso era possível. — Admirou-se Harry

— Eu não sabia que também ocorria com Metamorfomagos, mas sei que já aconteceu comigo... — Comentei com eles — Às vezes meu poder fica fraco ou dá pane… — E levantei minha mão direita fazendo aparecer uma chama de fogo roxa pairando na palma dela — Mas agora está ótimo. Normalmente é quando eu estou cansada, triste ou estressada. — Abaixei a mão apagando a chama de fogo, e voltei a olhar pra eles — Acho que meu humor está estável agora.

— Bom, embora eu soubesse que acontece com você, Rox, também não sabia que era possível com Metamorfomagos. — Falou Hermione — Mas suponho que se a pessoa ficar realmente deprimida…

   A porta tornou a abrir e mamãe meteu a cabeça no quarto.

— Ginny — sussurrou —, desce e vem me ajudar a preparar o almoço. E você também, Rox, desce pra comer alguma coisa.

— Estou conversando com a galera! — Reclamou Ginny indignada

— Agora! — Mandou mamãe e se retirou

— Ela só quer a minha companhia para não ter de ficar sozinha com a Fleuma! — Continuou Ginny enfurecida. E agitou os longos cabelos ruivos para os lados, em uma boa imitação de Fleur, andando pelo quarto com os braços erguidos como se fosse uma bailarina

— Eu adoro sua irmã. — Mia riu

— Desce logo, hem, dona Roxanne. — Ginny disse para mim — E galera, é melhor vocês descerem logo também. — E saiu

  Harry aproveitou o silêncio momentâneo para comer mais. Hermione espiava  dentro das caixas de Fred e George, embora, de tempos em tempos, lançasse um olhar de esguelha para Harry. Rony agora estava se servindo da torrada de Harry, ainda contemplando sonhadoramente a porta. E eu, apenas, observava o contraste do esmalte em minhas unhas, com três espíritos perambulando pelo quarto.

— Que é isso? — Perguntou por fim Hermione, erguendo um objeto que parecia um pequeno telescópio

— Sei lá. — Respondeu Rony — Fred e George deixaram isso aí, provavelmente ainda não está pronto para ser vendido na loja.

— Eu tomaria cuidado com isso se fosse você. — Acrescentei para ela

— A mãe de vocês disse que a loja está indo bem. — Comentou Harry — Que Fred e George realmente têm jeito para o negócio.

— Isto é dizer pouco. — Disse Rony — Eles estão se enchendo de galeões! Nem posso esperar para ver a loja. Ainda não fomos ao Beco Diagonal, porque mamãe diz que papai tem de ir também por medida de segurança, e ele tem andado muito ocupado no trabalho. Parece que a loja vai bem demais.

— Ia me teletransportar pra lá. — Falei — Mas mamãe achou melhor eu não tá dando mais suspeitas as pessoas depois do que… você sabe, as notícias do Profeta Diário sobre mim. Ah, e Dumbledore também acha melhor eu me comportar como uma bruxa de dezesseis anos por enquanto.

— E o Percy? — Quis saber Harry — Já voltou a falar com seu pai e sua mãe?

— Não.

— Mas ele sabe que o seu pai tinha razão sobre o retorno de Voldemort...

— Dumbledore diz que as pessoas acham mais fácil perdoar os outros quando estão errados do que quando estão certos. — Lembrou Hermione — Eu o ouvi dizendo isso à mãe de vocês, gêmeos.

— Parece o tipo de frase “cabeça” que Dumbledore diria. — Sentenciou Rony

— Pois é, ah… aliás, este ano ele vai nos dar aulas particulares. — Informei em tom descontraído — A mim e Harry, no caso.

   Rony engasgou com a torrada e Hermione ofegou.

— E você ficou na moita! — Exclamou Rony

— Ôu, só me lembrei agora. — Respondo com sinceridade — Ele me disse hoje de madrugada no barracão das vassouras, quando conversou comigo e Harry.

— Caramba... aulas particulares com Dumbledore! — Rony ficou impressionado — Aliás, que Dumbledore queria conversar com você também, hem? Por que será que ele…

   Sua voz foi sumindo. Eu vi meu irmão e Hermione se entreolharem. Olhei, então, para Harry que descansou a faca e o garfo, e percebi que o coração dele estava acelerado, considerando que estava apenas sentado numa cama. Mas Dumbledore nos aconselhara a contar... por que não agora? Entendendo meu olhar, ele fixou suas íris verdes no garfo que refletia os raios de sol sobre o seu colo e disse:

— Não sei exatamente por que ele vai nos dar aulas, mas acho que deve ser por causa da profecia.

   Nem Rony nem Hermione falaram. Tive impressão de que os dois tinham congelado. Harry continuou, ainda se dirigindo ao garfo:

— Aquela que estavam tentando roubar do Ministério.

— Mas ninguém sabe o que dizia. —Argumentou Hermione — Quebrou-se.

— Embora o Profeta diga que... — Começou Rony, mas Hermione pediu silêncio

— O Profeta acertou. — Confirmou Harry, fazendo um grande esforço para encarar os dois; Hermione parecia assustada e Rony admirado — O globo de vidro que quebrou não era o único registro da profecia.

— Nós a ouvimos completa no gabinete de Dumbledore. — Continuei — Foi para ele que fizeram a profecia, daí ele pôde nos contar, detalhe por detalhe...

— Pelo que dizia — Harry tomou fôlego —, sou eu que tenho de liquidar o Voldemort... pelo menos ela dizia que nenhum dos dois poderia viver enquanto o outro sobrevivesse.

— E eu sou uma arma. — Sei um suspiro despreocupado — E parece que o destino da guerra pode estar em minhas mãos dependendo do lado que eu lute… negócio sinistro...

   Nós quatro nos fitamos em silêncio por um momento. Ouvimos, então, um estampido forte e Hermione desapareceu em uma baforada de fumaça negra.

— Hermione! — Gritamos Harry, Rony e eu; a bandeja com o café da manhã escorregou e bateu no chão com estrondo

   Hermione reapareceu, tossindo, envolta em fumaça, ainda segurando o telescópio e exibindo um olho roxo berrante.

— Eu apertei isso e... e recebi um soco! — Arquejou a garota

   E sem a menor dúvida, víamos agora um punho minúsculo preso a uma comprida mola que saía da ponta do telescópio.

— Não se preocupe. — Tranquilizou-a Rony, tentando visivelmente não cair na gargalhada — Mamãe dará um jeito no seu olho, ela é ótima para curar pequenos machucados...

— Ah, esqueçam isso agora! — Apressou-se Hermione a dizer — Harry, ah, Harry… e você também, Rox...

    Ela tornou a sentar na beira da cama.

— Ficamos imaginando, quando voltamos do Ministério... é óbvio que não quisemos lhe dizer nada, mas, pelo que Lucius Malfoy disse sobre a profecia, que era sobre vocês e o Voldemort, bem, achamos que devia ser uma coisa assim… mas e Sol Lestrange? Qual o papel dela?

— Entregar a arma — E apontei para mim mesma despreocupadamente — ao Voldemort.

   Rony arregalou os olhos, Hermione suspirou.

— Ah, Rox… ah, Harry... — Ela encarou-o e sussurrou: — Vocês estão apavorados?

— Não. — Respondi

— Eu não estou tanto quanto já estive. — Disse Harry — Quando ouvi a profecia pela primeira vez, sim... mas agora tenho a sensação de que já sabia que no fim eu teria de enfrentar Voldemort…

— Quando ouvimos dizer que Dumbledore ia apanhar você pessoalmente, achamos que talvez fosse lhe dizer alguma coisa, ou mostrar alguma coisa com relação à profecia. — Disse Rony ansioso — E no fundo tínhamos em mente que ele chamaria Rox. E olha, tínhamos uma certa razão, não é? Ele não iria lhes dar aulas se achasse que vocês já eram, não iria perder tempo: então deve achar que vocês tem uma chance!

— É verdade. — Disse Hermione — Que será que ele vai lhes ensinar? Magia defensiva muito avançada, provavelmente… contramaldições poderosas… contrafeitiços… ah, e ajudar a Rox a controlar os poderes, suponho…

   Eu não estava realmente ouvindo. Sabia que Rony e Hermione estavam mais chocados do que demonstravam, mas o fato de continuarem ao nosso lado, consolando a mim e Harry com palavras animadoras, sem fugir de nós como se pudéssemos contagiá-los ou oferecer perigo, valia mais do que jamais poderíamos dizer a eles.

— ... e encantamentos evasivos de maneira geral. — Concluiu Hermione — Bem, pelo menos você já sabe uma das matérias que vai estudar este ano, o que é mais do que o Rony e eu sabemos. Quando será que vão chegar os resultados dos nossos N.O.M.s?

— Devem estar chegando, já faz um mês. — Disse Rony

— Calma aí. — Atalhou Harry, e eu lembrei-me de mais uma parte da conversa que tivemos com o diretor da noite anterior — Acho que Dumbledore falou que os resultados iriam chegar hoje! Não foi, Rox?

— Sim. Meu Merlin. — Falei me remexendo no lugar e arregalando os olhos

— Hoje! — Esganiçou-se Hermione — Hoje? Mas por que vocês não... ah, meu Deus... você devia ter dito…

   Ela se levantou depressa.

— Vou ver se chegou alguma coruja…

   Mas quando eu cheguei ao térreo, dez minutos depois, acompanhada de Rony e Harry, já todo vestido e carregando a bandeja vazia do café, encontrei Hermione sentada à mesa da cozinha muito agitada, enquanto mamãe tentava dar um jeito em sua cara de urso panda de um olho só.

— Não quer sair. — Dizia mamãe ansiosa, ao lado de Hermione, com a varinha na mão e um exemplar de O curandeiro aprendiz aberto no capítulo “Hematomas, cortes e escoriações” — Isto sempre funcionou antes, não consigo entender.

— Deve ser a ideia de brincadeira engraçada de Fred e George, garantir que não saia. — Comentou Ginny

— Mas tem de sair! — Guinchou Hermione — Não posso andar por aí com uma cara dessa para sempre.

— Você não vai, querida, vamos encontrar um antídoto, não se preocupe. — Tranquilizou-a mamãe

— Bill me contu que Frred e Jorrge son muite engrraçades! — Disse Fleur, sorrindo calmamente

— São, sim, nem consigo respirar de tanto rir. — Retrucou Hermione

— Eles são realmente muito engraçados, Fleur, embora insuportáveis algumas vezes. — Falei com um sorriso simpático fazendo a loira me olhar e sorrir

— Rox, trate de comer alguma coisa, vai! — Mamãe mandou suspirando e eu fui até a mesa, despreocupadamente, e comecei a passar geleia de morango em uma torrada enquanto roubava um biscoito de polvilho do pote

   Hermione se pôs de pé de repente e começou a dar voltas e mais voltas pela cozinha, girando os dedos.

— Sra. Weasley, a senhora tem absoluta certeza de que não chegou nenhuma coruja hoje de manhã?

— Claro, querida, eu teria visto. — Respondeu mamãe pacientemente — Mas mal acabou de dar nove horas, tem muito tempo ainda…

   Eu apenas ria do nervosismo de Hermione enquanto tomava meu café da manhã. Então a porta da cozinha foi aberta e Hermione virou pra lá esperançosa, mas era só a chata da Everarda, meio afobada carregando uma caixa de papelão enorme.

— Tudo bem, querida? Precisa de ajuda? — Mamãe perguntou

— Ah, não. — Ofegou equilibrando a caixa com bastante cuidado — O Lio já chegou?

   Lio é como a biscate chama o Charlie, o meu Chay, meu irmão.

— Não. — Ginny respondeu por mamãe enquanto a tal Howard colocava a caixa em cima de uma cadeira — Eve, o que é isso?

— Ahhh… — E ela sorriu empolgada, eu revirei os olhos — A encomenda que eu e seu irmão estávamos esperando, ou melhor, parte dela, são luvas e outros objetos especiais para podermos tratar os dragões bebês que estão a caminho, também tem outras coisinhas para tratamento dos dragões adultos, o cuidado fica mais severo quando um bebê dragão está a caminho, as fêmeas costumam ficar ainda mais temperamentais. — Ela falava com nítido entusiasmo, como se não fosse problema algum o temperamento dos dragões e não importasse que possivelmente podia ser queimada — Bom, mas ainda está faltando a outra parte do estoque que pedimos… talvez Lio esteja resolvendo isso em Londres, não sei.

— Uau!! — Fez Ginny animada enquanto eu revirava os olhos desinteressada, como se dragões não fossem nada demais

— Eve, você não viu uma coruja vindo por aí, não? De Hogwarts? — Perguntou Hermione parecendo desesperada

— Ôu… é, acho que não. — Disse Evellyn, incerta — Já está na época das cartas de Hogwarts?

— Não, é o resultado do exame deles que deve chegar hoje. — Anunciou Ginny rindo

— Eu sei que fiz besteira em Runas Antigas. — Murmurou Hermione febril — Decididamente fiz no mínimo um erro grave de tradução. E o exame prático de Defesa Contra as Artes das Trevas foi péssimo. No dia, achei que tinha me dado bem em Transfiguração, mas pensando melhor…

— Hermione, quer fazer o favor de calar a boca, você não é a única que está nervosa! — Falou Rony com rispidez — E quando receber os seus onze “ótimos” nos N.O.M.s…

— Não, não, não! — Exclamou Hermione, agitando as mãos histericamente — Sei que não passei em nada!

— Fala sério. — Bufei depois de terminar de tomar o suco de abóbora e me levantar da mesa — Se você não passar, nenhum de nós passamos.

— E o que acontece se a gente não passar? — Perguntou Harry, sem se dirigir a ninguém em particular, mas Hermione respondeu outra vez

— Discutimos as opções com a diretora da Casa, perguntei à professora McGonagall no fim do trimestre passado.

   Eu senti meu estômago revirar. Gostaria de ter comido menos ao café da manhã. Será que eu fiquei realmente intolerante a abóbora?

— Relaxem, crianças. Vai dar tudo certo. — Disse a calorosa e entediante Evellyn Howard, casualmente, me fazendo revirar os olhos novamente — Lembro de quando recebi o resultado dos meus exames, estava bem nervosa, mas no fim deu tudo certo… só se acalmem.

— An Beaubattons — Disse Fleur com superioridade — , fazems tude diferrante. Ache qu erra melhorr. Prrestávams exams depôs de sês ans de estude e non cinque come aqui, e depôs…

   As palavras de Fleur foram abafadas por um grito. Hermione estava apontando para a janela da cozinha. Viam-se quatro pontos negros no céu, cada vez maiores.

— Positivamente são corujas. — Falou Rony rouco, pulando da mesa para se juntar à ele na janela

— E são quatro. — Acrescentou Harry, correndo para o outro lado de Hermione

— Meu Merlim. Meu Merlim. Meu Merlim! — Exclamei nervosa me adiantando para o lado de Rony

— Uma para cada um de nós. — Disse Hermione num sussurro aterrorizado — Ah, não... ah, não... ah, não…

  Ela agarrou os cotovelos de Harry e Rony, enquanto eu e meu gêmeo trocávamos olhares aterrorizados. As aves estavam voando diretamente para A Toca, quatro belas corujas pardas, cada uma – tornou-se visível quando sobrevoaram a entrada da casa – trazia um grande envelope quadrado.

— Ah, não! — Guinchou Hermione

   Mamãe tomou a nossa frente e abriu a janela da cozinha. Uma, duas, três, quatro corujas entraram voando e pousaram na mesa em fila. As quatro estenderam a perna direita. Harry se adiantou. A carta endereçada a ele estava presa à perna da segunda coruja. Ele desamarrou-a, atrapalhado. À sua esquerda, Rony tentava soltar as próprias notas; à direita, as mãos de Hermione tremiam tanto que ela fazia a coruja inteira tremer. E eu me adiantei pra coruja ao lado de Rony, a quarta.

   Ninguém na cozinha falou. Por fim, eu consegui desprender o envelope. Abri-o ligeiro e desdobroei o pergaminho que havia dentro.

RESULTADOS NOS NÍVEIS ORDINÁRIOS EM MAGIA

Notas de aprovação:
Ótimo (O)
Excede Expectativas (E)
Aceitável (A)
Notas de reprovação:
Péssimo (P)
Deplorável (D)
Trasgo (T)

RESULTADOS OBTIDOS POR
ROXANNE B. WEASLEY

Adivinhação P
Astronomia O
Defesa Contra as Artes das Trevas O
Feitiços O
Herbologia A
História da Magia A
Poções E
Transfiguração E
Trato das Criaturas Mágicas E

   Li o pergaminho todo várias vezes, começando a respirar aliviada a cada leitura. Tudo bem: sempre soube que não iria passar em Adivinhação, tampouco estava interessada, mas me surpreendi que consegui passar em História da Magia, e em todo o resto! Corri o dedo pelas notas... fui bem em Transfiguração e Herbologia, e até excedera a expectativa em Poções! E o melhor de tudo, recebi três “Ótimos”. Olhei para os lados. Hermione estava de costas e cabeça baixa, mas Rony e Harry pareciam muito felizes.

— Só não passei em Adivinhação e História da Magia, mas quem se importa. — Comentou Rony alegremente com Harry

— Merda, eu passei em História de Magia, você vai me abandonar. — Falei fingindo tristeza e olhei pra Harry, esperançosa, mas ele riu negando, comprovando que também não passou na matéria

— Aqui... vamos trocar… — Propôs Rony pegando o meu pergaminho, passando o dele pra meu Harry e me entregando o dele

   Passei os olhos pelas notas do meu irmão: não havia nenhum “Ótimo”...

— Eu sabia que você ia tirar a nota máxima em Defesa Contra as Artes das Trevas. — Disse Rony de repente dando um soco no ombro de Harry

— Sua irmã tirou três “Ótimos”. — Disse Harry me lançando um olhar admirador

— Nos saímos bem, não? — Eu ri animada

— Parabéns! — Exclamou mamãe orgulhosa, arrepiando os cabelos de Rony e fazendo o mesmo comigo — Sete e Oito N.O.M.s, as notas de vocês individuais é mais do que Fred e George tiraram juntos!

— Hermione? — Perguntou Ginny hesitante, porque Hermione não se virava — E você, como foi?

— Eu... nada mal. — Respondeu Hermione muito baixinho

— Ah, corta essa. — Rebateu Rony se aproximando e puxando os resultados da mão dela — É: nove “Ótimo” e um “Excede Expectativas” em Defesa Contra as Artes das Trevas. — E, encarando-a meio risonho, meio exasperado — Você está realmente desapontada, não é?

   Hermione sacudiu negativamente a cabeça, mas Harry riu.

— Bem, agora somos alunos do N.I.E.M.! — Exclamou Rony sorridente — Mamãe, ainda tem salsichas?

   Eu tornei a ler os meus resultados. Nem sabia porque estava nervosa, eles eram tão bons quanto poderia ter esperado. Mia, Regulus e Cedric estavam me parabenizando pelo resultado enquanto eu sorria radiante imaginando minha carreira futura, embora eu ainda não tivesse total certeza qual rumo seguir.

    Hello bruxinhos!!

      Eai, sobre Evellyn Howard o que acharam?? Eis aí a garotinha da floresta, apaixonada por criaturas mágicas, e é claro, vegana.

   Tem muitos personagens novos agora em Enigma e sou apaixonada por cada um kkk. Ansiosa pra vocês conhecerem... Ahhh que eu amo os capítulos de Enigma kkkk.

   Bom, nos vemos quarta-feira.

   – Bjosss da tia Nick.

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