61 | Beyond the Veil
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61. Através do Véu
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Ela é uma Médiumaga, seus imbecis!
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Bellatrix correu para Harry, ele se desviou e correu para o outro lado da sala; estava seguro enquanto achassem que poderiam atingir a profecia e eu sabia que não tocariam em mim… mas quanto a minha amiga? Os meus irmãos?
— Ei! — Disse Rony, que se pusera em pé cambaleando, e agora vinha como um bêbado em direção a Harry, dando risadinhas — Ei, Harry, tem cérebros aqui, ha ha ha, não é esquisito, Harry? Rox… — Ele olhou pra mim — Está vendo isso?
— Rony, saia do caminho. — Mandei — Se abaixe…
Mas Rony já apontara a varinha para o tanque.
— Sério, Rox, são cérebros... olhe... Accio cérebro!
A cena pareceu congelar por um momento. Eu, Harry, Ginny, Lavender, Vega, Neville e cada um dos Comensais da Morte se viramos involuntariamente para olhar o alto do tanque na hora em que um cérebro saltou do líquido verde como um peixe para fora da água: por um instante ele pareceu suspenso no ar, então voou em direção a Rony, girando, e algo que lembrava fitas de imagens animadas foi saindo dele, desenrolando como um rolo de filme…
— Ha ha ha, Harry, Rox, olhem só isso. —Disse Rony, observando o cérebro expelir suas entranhas coloridas — Venham, peguem nele; aposto como é estranho…
— RONY, NÃO!
Eu não sabia o que podia acontecer se Rony tocasse nos tentáculos que agora voavam na esteira do cérebro, mas tinha certeza de que não seria nada bom. Eu corri no mesmo instante que Harry, mas Rony já agarrara o cérebro nas mãos estendidas.
No momento em que entraram em contato com sua pele, os tentáculos começaram a se enrolar em torno dos braços do meu irmão como cordas.
— Harry, olhe só o que acontece... Não... não... não gosto disso... não, parem... parem…
Mas as fitas finas giravam agora em torno do peito dele; ele puxou e tentou arrancá-las ao mesmo tempo que o cérebro foi apertado contra Rony como um corpo de polvo.
— Diffindo! — Berrei, tentando cortar os tentáculos que se enroscavam no meu irmão bem diante de meus olhos, mas eles não se partiam. Rony tombou, ainda lutando contra as amarras, e senti meus olhos arregalarem
— R-ro… Rony... Ai… — Gemeu Lavender e vi a garota se arrastar pelo chão tentando se aproximar, mas a cada centímetro ela soltava um resmungo de dor e seu corpo ficava mais vermelho, as bolhas pareciam que iam estourar, e eu sem saber o que fazer; ela deveria ficar quieta, por que sempre pensava nos outros acima dela? Mas, meu Merlim e o meu irmão?
— Rox, Harry, o cérebro vai sufocá-lo! — Berrou Ginny, imobilizada no chão pelo tornozelo quebrado… então um jorro de luz vermelha voou da varinha de um Comensal da Morte e a atingiu em cheio no rosto. Ela adernou para um lado e caiu ali inconsciente.
— NÃO TOCA NA MINHA IRMÃ! — Gritei, a fúria irradiando meu corpo ao me virar para ver o Comensal que a atingira, meus olhos se embranquicerem no instante que levantei minha mão e o lancei para o outro lado da sala, fazendo-o atingir a parede com estrondo e escorregar até cair com estrépito no chão, desacordado
Vi outro Comensal arregalar os olhos, enquanto apontava a varinha pra mim com as mãos tremendo.
— Demônio… ela é o demônio…
— Patético. — Sibilou Cedric, a voz tensa, mas com um revirar de olhos, o meu olhar horrorizado com tudo
— ESDUBEVAÇA! — Gritou Neville, rodando o corpo e acenando a varinha de Hermione contra outros dos Comensais da Morte — ESDUBEVAÇA, ESDUBEVAÇA!
Mas nada aconteceu.
Um dos Comensais disparou seu próprio Feitiço Estuporante contra Neville; errou por centímetros. Lavender alcançou Rony, algumas das bolhas de suas queimaduras de segundo e terceiro grau estavam estouradas e ela ainda gemia enquanto tentava o ajudar. Eu nunca compreenderia o sentimento dela por ele, tão puro, mas agradecia que ela o ajudasse, embora ela mesma estivesse desesperada por ajuda. Eu, Harry, Neville e Vega éramos os únicos que restavam na luta contra os Comensais da Morte, dois dos quais lançaram jorros de luz prateada como flechas que não atingiram o alvo, mas deixaram crateras na parede atrás de nós.
— Harry! — Eu gritei urgente
“Sai daqui com a Profecia”, pensei urgentemente para ele “Leva ela pra longe, eles vão te seguir, mas sai… antes que eles machuquem os outros, eu te alcanço.”
Ele assentiu, parecendo pálido, mas fugiu, Bellatrix logo correu atrás dele: segurando a Profecia acima da cabeça, Harry correu, eu só observei ansiando que os Comensais o seguissem.
Aparentemente deu resultado; eles o perseguiram, mandando cadeiras e mesas pelo ar, mas não ousaram enfeitiçá-lo com receio de danificar a profecia, e então Harry se precipitou para a única porta ainda aberta, aquela por onde os Comensais da Morte haviam entrado.
Eu olhei para o lado amedrontada com a cena que via nos meus olhos, Lavender ainda chorava e gemia, assim como meu irmão que tentava se livrar do cérebro. Era uma cena horrível ver duas das pessoas mais importantes da minha vida com dor e eu não saber o que fazer.
— Arc e Mia, onde estão? — Olhei para Cedric, a única coisa que me restava pra fazer era lutar
— Estão chegando com reforços. — Disse ele, a voz etérea — Eles iam vim comigo, mas…
— Reforços? A Ordem da Fênix está a caminho?
— Está.
— Neville, a Ordem está vindo, vou ajudar Harry, tenta ficar com os outros e ajudar eles...
— Mas, Ro…
Eu saí correndo sem esperar pra ouvir uma resposta, e fui em direção a sala por onde Harry e os Comensais da Morte haviam ido, mas só dei alguns passos pela nova sala e senti o chão sumir…
— Cuidado… — Disse Cedric e eu parei olhando a Sala em que estava, era a do arco de pedra sobre o estrado de novo
Haviam vários Comensais da Morte à minha frente, ambos de costas para mim, e se aproximando de Harry, que estava em pé próximo ao arco, segurando a varinha.
Alguns Comensais da Morte soltavam risadas.
— Você não está em posição de barganhar, Potter. — Ía dizendo Lucius Malfoy, seu rosto pálido corado de prazer — Como vê, há dez de nós contra você sozinho... ou será que Dumbledore nunca lhe ensinou a contar?
— Acho que Dumbledore não dá aulas de Aritmancia, sabe… — Comentei com audácia, fazendo os Comensais se virarem — E… é claro, como pode ver, Malfoy, o Harry não está sozinho.
Três deles empunharam a varinha pra mim, vi que muitos deles arquejavam, alguns pareciam está sangrando. Dolohov me olhou com fúria. Eu não podia acreditar que esse miserável estivesse vivo ainda.
— Vamos brincar de esconde-esconde, então? — Brinquei, divertida; eles me olhavam com raiva, eu fechei os olhos e apenas me teletransportei, aparecendo em segundos ao lado de Harry, em cima do estrado
— Eles estão bem? — Harry sussurrou ao me ver aparecer ao seu lado
— Sim. A Ordem da Fênix está a caminho, Hazz, vai ficar tudo bem. — Sussurrei de volta com esperança, mas a morte ainda nos rondava, eu só a estava ignorando
Então olhei para frente, os Comensais da Morte continuavam olhando para trás abobados à minha procura.
— Pra onde ela foi?
— Ela aparatou?
— Não seja idiota, Nott! — Ía dizendo um dos Comensais com sua voz irritada — Crianças não podem… — E foi virando a atenção para o arco — AHHH!
E deu uma cotovelada nos outros que também viraram para frente e eu acenei com deboche para eles.
— O nome é teletransporte sobrenatural na verdade. — Expliquei com um dar de ombros
Eles fizeram cara de fúria, as varinhas erguidas.
— Ora, vamos. — Disse Lucius com satisfação — Vocês dois não são suficientes para combater a nós. Não vêem que não podem fazer nada!? Me entreguem a Profecia, e poderão sair com seus amigos, não quer ver seus irmãos morrerem em sua frente, quer Weasley? E você, Potter, quer perder a sua irmãzinha do coração?
Hoje parecia ser o dia do ódio, pois mais uma vez meu sorriso morreu e a fúria tomou conta de mim.
— Eles não esdão sozinhos! — Gritou uma voz do alto, antes que eu pudesse fazer alguma coisa — Ainda dem a mim!
Eu senti um aperto no coração: Neville estava descendo os degraus de pedra em direção a nós, a varinha de Hermione apertada na mão trêmula.
— Neville... não... volte para lá, Neville.
— ESDUBEVAÇA! — Gritou Neville outra vez, apontando a varinha para cada um dos Comensais da Morte — ESDUBE! ESDUB…
Um dos Comensais mais corpulentos agarrou Neville por trás e prendeu seus braços dos lados do corpo. O garoto se debateu e chutou; vários Comensais da Morte riram.
— É o Longbottom, não é? — Perguntou Lucius Malfoy desdenhoso — Bom, sua avó está acostumada a perder membros da família para a nossa causa... sua morte não será nenhum choque…
— Longbottom? — Repetiu Bellatrix, e um sorriso realmente maligno iluminou o seu rosto ossudo — Ora, tive o prazer de conhecer seus pais, garoto.
— SEI QUE DEVE! — Urrou Neville, e se debateu com tanta força contra o abraço do seu captor que o Comensal exclamou:
— Alguém quer estuporar este garoto?!
— Não, não, não. — Pediu Bellatrix. Ela parecia arrebatada, viva de excitação ao olhar para Harry, para mim e depois para Neville — Não, vamos ver quanto tempo Longbottom resiste antes de enlouquecer como os pais... a não ser que Potter e Weasley resolvam nos entregar a profecia.
— NÃO DÊ A ELES! — Bradou Neville, que parecia fora de si, chutando e se contorcendo ao ver Bellatrix se aproximar dele e de seu captor, com a varinha erguida — NÃO DÊ A ELES, HARRY!
Bellatrix ergueu a varinha.
— Crucio!
Eu senti meus olhos se arregalaram e um aperto no coração. Neville gritou, as pernas erguidas contra o peito de modo que o Comensal da Morte que o prendia segurou-o momentaneamente fora do chão. O homem largou-o e ele caiu, se torcendo e gritando em tormento. Eu abracei meu próprio corpo, um frio me inundando e de repente lágrimas caíram do meu rosto quando relembrei a dor que essa Maldição causava.
— Foi só um aperitivo! — Exclamou Bellatrix, erguendo a varinha e assim interrompendo os gritos de Neville, deixando-o soluçante a seus pés. Ela se virou e olhou para Harry e então para mim, vendo como eu tinha ficado — Você sabe o quanto dói, não sabe Weasley? Te garanto que a minha dói mais do que a do Bartô Crouch Jr, querida.
Me senti tremer, e quase gritei, todo orgulho e o ar superior fugindo de mim ao escutar aquele nome, ao lembrar do que aconteceu. Nervosa, senti uma mão tocar a minha e percebi Harry ao meu lado, que percebera meu estado e tentava transmitir conforto.
— Tá tudo bem, não pensa naquilo. — Ele sussurrou e eu suspirei tentando parecer forte de novo
— Agora, Potter e Weasley, ou nos entregam a profecia ou vão ver o seu amiguinho morrer sofrendo!
Harry não precisou pensar; não tinha opção. A profecia se aquecera com o calor de sua mão quando ele a estendeu. Vi Malfoy se adiantar depressa para recebê-la. Então percebi o quanto estava sendo idiota ao me sentir mal por pensar em Crouch, eu sou uma Médiumaga! Só de olhar para Lucius Malfoy eu esquecia o medo e sentia ódio, muito ódio.
— Ou… — Propus, me tomando de coragem e soltando a mão de Harry — Vocês nos deixam em paz e eu penso se deixo saírem daqui vivos.
Alguns deles gargalharam. Ouvi o som de madeira batendo na pedra quando deixei minha varinha cair no chão e levantei minhas mãos, fazendo com que dois dos Comensais levitassem, eram os dois que jaziam ao lado de Bellatrix, e um deles gritou por ela assim que seus pés saíram do chão.
Contorci meus dedos, tal como fizera com Dolohov e os dois Comensais ficaram vermelhos, parecendo sem ar, num grito silencioso.
— Solta! Solta o meu marido, agora! — Bellatrix gritava e olhava irritada de mim para ele
Eu sorri, o prazer de ver que os Comensais se debatiam assustados.
— Essa menina é o demônio! — Disse um dos Comensais
— Foi amaldiçoada! — Disse outro
— Ela é uma Médiumaga, seus imbecis! — Rosnou Malfoy
Então, no alto, mais duas portas se escancararam e seis pessoas entraram correndo na sala: Sirius, Sienna, Lupin, Moody, Tonks e Quim.
Na surpresa do acontecido, meus olhos voltaram ao normal e os dois Comensais que eu segurava, Rodolphus e Rabastan Lestrange caíram em cima de outros.
Malfoy se virou para a porta e ergueu a varinha, mas Tonks já disparara um Feitiço Estuporante nele. Harry não esperou para ver se o bruxo fora atingido, mergulhou para longe do estrado e dos disparos, puxando minha mão para ir com ele. Os Comensais da Morte foram completamente distraídos pela aparição dos membros da Ordem, que agora faziam chover feitiços sobre os adversários enquanto saltavam degrau por degrau em direção ao poço. Através dos corpos que voavam e dos lampejos, vi Neville se arrastando. Eu e Harry nos desviamos de mais um jato de luz vermelha e nos atiramos de corpo inteiro no chão para alcançar Neville.
— Você está o.k.? — Berrou Harry, quando voou mais um feitiço a centímetros de nossas cabeças
— Dou. — Disse Neville tentando se levantar
— Rony e Lavender? Como estão?
— Acho gue esdão bem... ainda esdavam ludando com o cérebro guando vim…
O piso de pedra entre nós explodiu ao ser atingido por um feitiço que produziu uma cratera onde a mão de Neville estivera segundos antes; saímos depressa dali, então um braço grosso se materializou e agarrou Harry pelo pescoço, pondo-o de pé de tal modo que seus pés mal tocavam o chão.
— Me dê isso. — Rosnou o Comensal — Me dê a profecia…
O homem apertava tanto sua traqueia que tive certeza que Harry não conseguia respirar. Vi Arcturus e Mirian aparecendo por trás dos dois e fazendo sinal para mim.
— Ok. — Respondi, meus olhos ficaram brancos e vi Arc transparecer mais claro, senti meu corpo dominado quando mexi minha mão esquerda, embora não houvesse nenhuma varinha, e mirei no homem como se lançasse algum feitiço, ele me olhou atordoado, até que um lampejo vermelho o atingiu
O Comensal da Morte tombou de costas e sua máscara caiu: era Macnair, o quase carrasco de Bicuço. Meus olhos voltaram ao normal quando percebi Arc, que outrora segurava uma varinha na mão esquerda e fazia os movimentos com ela semelhantes aos meus, voltar a ser visível apenas pra mim.
— Obrigado! — Disse Harry
Eu apenas balancei a cabeça assentindo, estava aprendendo a usar meus poderes, mas isso me assustava. Virei-me e olhei ao redor, vi Sirius duelando com um Comensal da Morte a uns três metros de distância, Quim lutava com dois ao mesmo tempo; Tonks, ainda na metade da descida, disparava feitiços contra Bellatrix, já Sienna parecia empolgada atirando feitiços contra outro Comensal, acredito que a vida de auror deve ser mais divertida ou pelo menos ter mais animação que a de professor.
— Rox! — Harry me puxou pela mão para o lado, no momento em que Sirius e seu Comensal da Morte passaram por nós, duelando com tanta ferocidade que suas varinhas pareciam borrões; então, o meu pé bateu em alguma coisa redonda e dura e eu escorreguei. Por um momento, pensei que Harry tivesse deixado cair a profecia, até olhei para ele, mas então vi o olho de Moody rolando pelo chão.
— Jesus! — Mia acabara de exclamar, parecendo tensa e nervosa — Afinal, que merda, vocês vieram fazer aqui? O que deu na cabeça de vocês!? Eu não tô pedindo pra os ter de visita no meu apartamento não!
Eu não respondi. Olhava para Moody que estava deitado de lado, a cabeça sangrando, e o atacante agora avançava para mim, Harry e Neville: Dolohov, seu rosto pálido e comprido torcido de prazer. Minha vontade de o matar voltara.
— Tarantallegra! — Gritou ele, a varinha apontada para Neville, cujas pernas iniciaram imediatamente um sapateado frenético, que o desequilibrou e o fez cair de novo no chão, então mirou pra mim depressa — Impedimenta!
E fui atirada para um lado, batendo minha cabeça em algo duro, enquanto soltava um muxoxo de dor. Eu com certeza queria ver esse homem queimar no fogo do inferno.
— Agora, Potter…
Pelo canto dos olhos, vi o Comensal fazer o mesmo movimento cortante com a varinha que usara contra Hermione na hora em que Harry berrou:
— Protego!
Vi Harry se contorcer um pouco e cair em cima das pernas dançantes de Neville, mas o Feitiço Escudo impedira o feitiço de se completar.
Dolohov tornou a erguer a varinha.
— Mia! — Gritei
A garota se prontificou, saltando para frente, com uma minúscula áurea em volta de seu corpo, a combinar com meus olhos que a tornava visível, uma varinha apareceu em suas mãos, e me senti imitando seus movimentos, quando a garota berrou:
— ESTUPEFAÇA!
E Dolohov voou pela sala, batendo com força em alguns degraus acima, possivelmente desacordado.
— Boa! — Arc a parabenizou
— Preferia que você usasse o Avada. — Retruquei suspirando
— Consegue deixar nós três ao mesmo tempo? — Cedric se virou para me olhar
— Não sei se con...
— Accio prof...! — Berrara um outro Comensal fazendo eu me perder no que falava
Sirius se precipitara de algum lugar, batera no Comensal com o ombro fazendo-o voar para longe, sua máscara saiu e eu percebi ser Rabastan Lestrange. Eu me levantei depressa. A profecia mais uma vez escorregou para as pontas dos dedos de Harry, mas, felizmente, ele conseguiu retê-la.
Agora Sirius duelava com Rabastan, suas varinhas cortando o ar como espadas, faíscas voando de suas pontas. O homem puxou a varinha para fazer o mesmo movimento cortante que Dolohov usara contra Harry e Hermione. Eu já tinha levantado a varinha e aberto a boca, Harry também, mas a luz e a voz saíram de outra varinha:
— Petrificus Totalus! — Os braços e pernas de Rabastan se juntaram e ele adernou para trás, caindo com estrondo
Nós olhamos para os degraus, Vega vinha descendo apressada, um pouco abalada, mas com seu jeito determinado de sempre, embora com as roupas chamuscadas e uma parte do rosto sujo de carvão.
— Boa, filha! — Gritou Sirius e Vega sorriu assim que nos alcançou — Mas não deveriam… — E parou um pouco, empurrando a minha cabeça e a de Harry para baixo, Vega já tinha abaixado a dela, quando uns dois Feitiços Estuporantes voaram em nossa direção a eles — está aqui. Nenhum de vocês. Agora quero que vocês saiam d…
Nós quatro tornamos a se abaixar; um jato de luz verde quase atingiu Sirius. Do outro lado da sala, vi Tonks cair na subida dos degraus, seu corpo inerte rolou de degrau em degrau e Bellatrix, triunfante, voltar correndo para a briga.
— Harry, leve a profecia, Rox use seus poderes, agarrem Vega e Neville e corram! — Berrou Sirius, correndo ao encontro de Bellatrix
— U… usar meus poderes? — Perguntei, incerta — Ele não podia ser mais específico!? Tenho que usar qual!?
Eu não vi o que aconteceu a seguir: Quim passou pelo meu campo de visão, lutando contra o bexiguento Rookwood, já sem capuz; outro jato de luz verde voou por cima da minha cabeça quando Harry me puxou para se abaixar e nos atiramos em direção a Neville, junto com Vega...
— Arc, qual poder? — Eu perguntava desesperada, uma sensação ruim crescendo enquanto os três olhavam a volta, sem saber o que pensar — Eu consigo fazer um exército de mortos, não é?
— Acho que não foi isso que o Sirius pediu. — Mia respondeu incerta
— Você consegue ficar em pé? — Berrou Harry por sua vez, no ouvido de Neville, enquanto as pernas dele sacudiam e torciam descontroladas — Apoie o braço no meu pescoço…
Neville obedeceu – Harry arquejou –, as pernas do menino continuavam a sacudir para todos os lados, não o sustentariam, Vega tentou o ajudar, mas então, sem que vissemos, um homem se atirou sobre eles: os três tombaram de costas, e eu caí por cima deles. As pernas de Neville se agitavam sem direção como as de um besouro de barriga para cima, Harry com o braço esquerdo erguido no ar tentava impedir que a bolinha de vidro se quebrasse.
— É o teletransporte! — Exclamou Cedric — Sirius quer que você use o teletransporte pra vocês quatro saírem a salvo daqui.
— Mas eu não sei! — Sibilei, nervosa
— O que você não sabe, Weasley!? — Perguntou Malfoy, mas então acrescentou: — Não importa. A profecia, me dê a profecia, Potter! — Vociferou cutucando Harry com a varinha
— Não... me... largue… Neville... apanha!
Harry atirou a profecia pelo chão, o garoto se virou para ficar de costas e aparou a bolinha no peito. Malfoy, então, apontou a varinha para Neville, mas eu fiz um movimento com as mãos e três vozes berraram:
— Impedimenta!
Malfoy voou para longe, bem mais forte por ser atingido por três feitiços. Arc, Mia e Cedric se entreolharam rindo, uma varinha nas mãos. Eu me levantei e olhei para as minhas próprias, sorrindo.
— Você conseguiu, deixou nós três visíveis, podemos ser mais úteis se você aperfeiçoar a Necromancia. — Falou Arc empolgado
Quando Harry conseguiu se levantar, eu olhei ao redor e vi Malfoy colidir com o estrado em que Sirius e Bellatrix agora duelavam. Ele tornou a apontar a varinha para nós, mas, antes que pudesse tomar ar para atacar, Sienna pulou entre nós.
— Vão embora, reúnam os outros e saiam daqui, depressa! Use seus poderes, Rox!
Eu arranquei a varinha de Draco do meu bolso, apenas para atrair com um accio a minha própria que eu tinha deixado cair próximo ao estrado, então guardei as duas. Vega me puxou pela mão e Harry agarrou Neville pelos ombros das vestes e o ergueu até o primeiro degrau de pedra; as pernas do garoto se torciam e sacudiam, e não suportavam seu peso; Harry tornou a erguê-lo com todas as forças que tinha e subiram mais um degrau… eu e Vega indo um pouco atrás, nervosas. Eu tentava com todas as forças achar um método de fazer nós quatro sermos teletransportados, mas não conseguia pensar como.
Um feitiço atingiu o degrau de pedra junto ao calcanhar de Harry; o degrau desmoronou e ele caiu no degrau abaixo e eu tropecei, de modo que puxei Vega comigo. Neville afundou no chão, as pernas ainda entortando e se agitando, e ele enfiou a profecia no bolso.
— Vamos! — Disse Vega desesperada, enquanto Harry puxava Neville pelas vestes
— Tente empurrar com as pernas, Nev… — Pediu Harry
Ele deu mais um puxão descomunal e as vestes de Neville se rasgaram ao longo da costura lateral – a bolinha de vidro caiu do seu bolso e, antes que um dos dois pudesse pegá-la, o pé descontrolado de Neville a chutou: a bolinha voou uns três metros para a direita e se espatifou no degrau abaixo.
Quando nós quatro olhamos para o lugar em que ela se quebrara, aterrados com o acontecido, um vulto branco-pérola de olhos enormemente aumentados se ergueu no ar, sem ninguém reparar.
Eu vi a boca do vulto se mover, mas com todas as colisões e gritos e berros que nos rodeavam, não consegui ouvir uma só palavra da profecia. O vulto parou de falar e se evaporou.
— A Profecia! — Arcturus olhou vidrado, mas horrorizado com o fato dela ter se quebrado
— Harry, sindo muido! — Exclamou Neville, seu rosto aflito e as pernas ainda se contorcendo — Sindo, Harry não dive indenção de…
— Não faz mal! — Gritou Harry — Tente ficar em pé, vamos dar o fora…
Eu só queria que tudo aquilo acabasse o mais depressa possível, queria que fossemos embora logo, antes que alguma tragédia acontecesse. Meus pés flutuaram alguns centímetros do chão no instante em que senti uma energia tomar conta de mim, a áurea roxa a se espalhar pelo meu corpo, meus olhos deveriam ter ficado ainda mais brancos, pois minha visão estava mais clara, meus braços abertos entre si, indicando Mirian, Arcturus e Cedric. Eles primeiro me olharam boquiabertos, mas depois se olharam entre si, mais claros que nunca.
— Uau! — Fez Vega olhando boquiaberta de mim, a dez centímetros do chão, para os três mortos materializados na sala
— IMPEDIMENTA! — Cedric gritou quando um Comensal da Morte se aproximara deles três que se apressaram em entrar no meio da batalha, não por suas idades ou capacidades bruxas, mas o fato de serem espíritos fazia com que os feitiços lançados contra eles ricocheteassem seus corpos e os atravessassem, fazendo deles invencíveis, almas que não podiam ser machucadas, mas conseguiam causar sérios danos
Então algo fez sentido em minha cabeça. Era isso que Voldemort queria, é isso que ele quer, um exército invencível, com mortos.
— Dubbledore! — Disse Neville de repente, seu rosto suarento subitamente arrebatado fixando alguma coisa atrás de mim, eu não queria perder a concentração
— Quê! — Harry perguntou
— DUMBLEDORE! — Disse Vega
Com os olhos perolados e sem me permitir voltar ao chão, me virei para ver o que Neville e Vega olhavam. Diretamente no alto, emoldurado pela porta da Sala do Cérebro, achava-se Alvo Dumbledore, a varinha no ar, seu rosto pálido e enfurecido. Senti uma espécie de choque elétrico em cada partícula do meu corpo – estávamos salvos.
Dumbledore desceu depressa os degraus passando por Vega, Neville e Harry que não pensavam mais em ir embora e por mim que agora tinha os pés no chão, embora continuasse com os olhos brancos. Dumbledore já estava ao pé dos degraus quando o Comensal da Morte mais próximo percebeu sua presença e berrou para os outros. Um dos Comensais da Morte correu o mais que pôde, trepando como um macaco pelos degraus de pedra do lado oposto. Um feitiço de Dumbledore o trouxe de volta com a maior facilidade, como se o tivesse fisgado com uma linha invisível…
Somente um par continuava a lutar, aparentemente sem notar o recém-chegado. vi Sirius se desviar de um raio vermelho de Bellatrix: ria dela.
— Vamos, você sabe fazer melhor que isso! — Berrou ele, sua voz ecoando pela sala cavernosa
Arc, ainda visível, olhou para lá meio balançando a cabeça como se achasse criancice a brincadeira de Sirius. Mas então ele, o padrinho de Harry, se desviou e olhou para o espírito.
Seus olhos meramente se arregalaram e soltaram um incrédulo:
— Regulus!?
O segundo jato de luz o atingiu bem no peito. O riso e a perplexidade ainda não haviam desaparecido do seu rosto, mas seus olhos se arregalaram mais com o choque do feitiço.
— Sirius! — Arc berrou
Meus joelhos cederam e eu caí no chão, meus olhos de volta ao normal e toda a áurea roxa desaparecera. Vi Harry soltar Neville e novamente descer os degraus aos saltos, puxando a varinha, ao mesmo tempo que Vega corria atrás dele e Dumbledore também se voltava para o estrado.
Sirius pareceu levar uma eternidade para cair: seu corpo descreveu um arco gracioso e ele mergulhou de costas no véu esfarrapado que pendia do arco.
— NÃO! SIRIUS! — O grito de Sienna cortou o ar, tão arrepiante que todo meu corpo tremeu, então um som de baque, enquanto os joelhos da mulher tocaram o piso e em desespero a vi esconder o rosto nas mãos
Mia e Cedric arregalaram os olhos, Arc estava paralisado, e eu só pensava no que Sirius o chamou… de Regulus.
Vi a expressão de medo e surpresa no rosto devastado e outrora bonito do padrinho de Harry quando ele atravessou o arco e desapareceu além do véu, que esvoaçou por um momento como se soprado por um vento forte, depois retomou a posição inicial. Veio então o grito triunfante de Bellatrix Lestrange, mas eu sabia que não significava nada, nem conseguia entender o grito de horror de Sienna Misttigan. Sirius simplesmente atravessara o arco, reapareceria do outro lado a qualquer segundo…
Mas Sirius não reapareceu.
— SIRIUS! — Berrou Harry — SIRIUS!
Harry alcançara o poço, sua respiração ofegante e dolorosa. Vega olhava da mãe pro arco, parecendo não querer acreditar ou pensar no que significaria o desespero de sua mãe.
— PAI! PAI! PAPAI!? — Gritava correndo atrás de Harry
Mas quando o menino chegou ao poço e saltou para o estrado, com Vega atrás dele, Lupin agarrou os dois, Harry pelo
peito e Vega pela blusa, detendo-os.
— Não há nada que vocês possam fazer…
— Apanhá-lo, salvá-lo, ele só atravessou o véu! — Disse Harry
— Meu pai tá ali, eu sei que tá! — Vega parecia prestes a chorar
— ... é tarde demais, Harry, Vega.
— Ainda podemos alcançá-lo... — Harry lutou com força e violência, mas Lupin não o largou. Vega batia os pés, mas algumas lágrimas começaram a cair
— Não há nada que vocês possam fazer... nada... ele se foi.
NÃO ME MATEMMMMMM
Amo vocês S2.
Sim, eis o capítulo que é o motivo da minha depressionnnn... ah, triste, né, tristeee.
Bom, gente... estou com uma proposta e quero a opinião de vocês, tem dois bônus que preciso postar semana que vem porque eles já vão junto com o cronograma de postagem, que é o bônus da Sol Lestrange e outro da Carolla Burke, porém, aí eu parei pra pensar... E se semana que vem for semana especial??
Segunda - Bônus: Carolla Burke
Terça - Bônus 30K: George Weasley
Quarta - Capítulo 63: O Triângulo
Quinta - Bônus de Niver: Vega Misttigan
Sexta - Bônus: Sol Lestrange
Isso aí, seriam quatro bônus e um capítulo normal no meio da semana, qual a opinião de vocês? O bônus de 30K eu ia postar hoje, mas como lembrei que quinta próxima é aniversário da maravilhosa Vega Misttigan, pensei nisso da semana ser especial.
O que acham? Semana bônus de TW sim ou não?
Obs: Todos os capítulos da semana bônus estão interligados.
Nos vemos sexta com o capítulo intitulado “Sol Lestrange”, coloquem seus paraquedas que a queda vem. Preparados pra descoberta?
Adios.
– Bjosss da tia Nick.
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