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59 | The Department of Mysteries

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59. O Departamento de
Mistérios
       
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  Muito bem, Potter. Agora se vire, muito devagarzinho, e me entregue isso.
 
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    Enrolei a mão com firmeza na crina do Testrálio mais próximo, apoiei um pé em um toco ali perto e subi desajeitada no lombo sedoso do cavalo, agradecendo por estar de calça. O bicho não fez objeção, mas virou a cabeça, para me olhar e eu dei um sorrisinho pra ele, enquanto descobria uma maneira de encaixar meus joelhos por trás da junção das asas que me fez se sentir mais segura, então olhei para os outros. Harry estava bem posicionado, quase da mesma forma que eu. Neville se guindara para o dorso no Testrálio seguinte e agora tentava passar uma perna curta por cima do animal. Luna já estava em posição, sentada de lado, e ajustava as vestes como se fizesse isso todos os dias. Rony, Ginny, Lavender, Vega e Hermione, porém, continuavam imóveis no mesmo lugar, boquiabertos e de olhos arregalados.

— Que foi? — Perguntou Harry que também os olhava

— Como é que você espera que a gente monte? — Perguntou Rony com a voz fraca — Se não conseguimos ver essas coisas?

— Ah, é fácil. — Falou Luna, descendo de boa vontade do seu Testrálio e se encaminhando para eles — Venham aqui...

   Luna os levou até os outros Testrálios que estavam parados e ajudou eles, um a um, a montarem neles. Os cinco pareceram extremamente nervosos quando a garota enrolou as mãos deles nas crinas dos animais e lhes disse para segurarem com firmeza; depois voltou para a própria montaria.

— Isto é loucura. — Murmurou Rony, passando a mão livre desajeitadamente pelo pescoço do cavalo — Loucura... se eu ao menos pudesse ver o bicho…

— De fato é estranho. — Lavender olhava para o animal, apertando os olhos, como se quisesse os forçar a vê-los

— É melhor que vocês desejem que ele continue invisível. — Falei sombriamente

— Estamos prontos, então? — Perguntou Harry

   Todos confirmamos, e mais sete pares de joelhos se tensionarem sob as vestes, sete, pois eu e Harry, já estávamos posicionados.

— O.k…

   Vi Harry olhar para a cabeça negra e reluzente do Testrálio que montava e dizer, hesitante:

— Ministério da Magia, entrada de visitantes, Londres. Ah... se souber... aonde ir…

   Por um momento o Testrálio de Harry não reagiu; então, com um movimento amplo que quase o desmontou, abriu as asas; então o meu fez o mesmo, encolheu-se lentamente  e em seguida subiu como um foguete, tão rápido e tão abruptamente que tive de apertar as pernas e os braços em torno dele para evitar escorregar por suas ancas ossudas. Fechei os olhos e apertei o rosto contra a crina sedosa do cavalo ao rompermos pelos ramos mais altos das árvores e sairmos voando em direção ao poente vermelho-sangue.

   Achei que nunca me deslocara com tanta rapidez: o Testrálio passou veloz sobre o castelo, suas grandes asas mal se movendo; o ar frio fustigava o meu rosto; os meus olhos apertados contra o vento; Harry ia a nossa frente, então olhei para os lados, e vi os nossos sete companheiros acompanhando-nos cada qual mais achatado possível sobre o pescoço do Testrálio para se proteger do turbilhão de ar produzido pelo bicho.

    Sobrevoamos os terrenos de Hogwarts, passamos por Hogsmeade; vi montanhas e vales profundos no solo. Quando a luz do dia começou a desaparecer, vi surgirem pequenas coleções de luzes à medida que passávamos sobre outras tantas cidadezinhas, depois uma estrada tortuosa em que um único carro subia com esforço as montanhas a caminho de casa…

— Que coisa bizarra! — Ouvi Rony berrar indistintamente de algum ponto às minhas costas, e fiquei imaginando como a pessoa devia se sentir voando em tal velocidade, a tal altura, sem meios visíveis de sustentação

   Vega não parava de repetir “Meu Merlim” de forma um pouco assustada, ela não parecia gostar muito de voar, e muito menos Lavender, que notei que tremia, ao abraçar o pescoço do animal e fechar os olhos, embora tentasse não demonstrar; fiz uma nota mental de aperguntar mais tarde porque ela tem tanto medo de voar ou de lugares altos.

   O crepúsculo caiu: o céu foi mudando para um arroxeado melancólico pontilhado de minúsculas estrelas prateadas, e não tardou que apenas as luzes das cidades trouxas indicassem a distância a que nos encontrávamos do chão, ou a velocidade a que estávamos viajando. Os meus braços abraçavam com força o pescoço do cavalo como se eu quisesse vê-lo voar ainda mais rápido, ou só me certificar de não cair.

   Continuamos avançando pela escuridão que se adensava; senti o meu rosto tenso e frio, e, as minhas pernas, dormentes de comprimir com tanta força os flancos do Testrálio, mas eu não ousava mudar de posição para não escorregar... ensurdecera com o ronco do frio vento noturno em minhas orelhas, e minha boca estava seca e gelada. Perdi toda a noção da distância que havíamos percorrido; toda a minha fé estava no animal embaixo de mim, que continuava a cortar a noite deliberadamente, quase sem bater as asas em seu avanço veloz.

   Meu estômago deu um solavanco; a cabeça do Testrálio de Harry de repente começou a apontar para o solo, e o meu fez o mesmo, tão, de repente que eu cheguei a deslizar alguns centímetros pelo pescoço do animal. Estávamos finalmente descendo… eu pensei ter ouvido um grito às minhas costas e torci perigosamente o corpo, mas não vi sinal de ninguém caindo... supus que, como eu, todos tivessem sentido um choque com a mudança de direção.

   E agora fortes luzes cor de laranja iam se tornando maiores e mais redondas por todos os lados; podíamos ver os altos dos edifícios, cadeias de faróis que lembravam olhos de insetos, quadrados amarelo-claros assinalando as janelas. Subitamente, pareceu a mim, estávamos se precipitando em direção à calçada; me agarrei o Testrálio com as minhas últimas forças, preparando-me para um impacto repentino, mas o cavalo pousou no chão escuro com a leveza de uma sombra e eu escorreguei do seu dorso, espiando a rua ao redor, assim como Harry, que descera segundos antes de mim, e observava uma caçamba transbordando lixo a uma pequena distância de uma cabine telefônica depredada, ambas descoradas à claridade uniforme e laranja dos lampiões da rua.

   Rony aterrissou um pouco adiante, e imediatamente caiu do Testrálio para a calçada.

— Nunca mais. — Disse, esforçando-se para se erguer. Fez menção de se afastar do cavalo, mas, incapaz de vê-lo, colidiu com seus quartos traseiros e quase caiu outra vez — Nunca, nunca mais... foi a pior…

   Hermione e Ginny desceram uma a cada lado dele; as duas escorregaram da montaria um pouco mais graciosamente do que Rony, embora com expressões semelhantes de alívio por voltar à terra firme; Lavender piscou os olhos várias vezes, e desceu depressa tentando não se mostrar abalada e Vega teve o cuidado de não escorregar ao desmontar. Neville saltou, tremendo; e Luna desmontou suavemente.

— Então, aonde vamos agora? —Perguntou ela a Harry num tom cortês e interessado, como se tudo aquilo fosse uma curiosa excursão de um só dia

— Por aqui. — Harry deu uma palmadinha breve de agradecimento em seu Testrálio, depois nos conduziu rapidamente para a cabine telefônica e abriu a porta — Andem logo! — Apressou os que hesitavam

   Rony e Ginny entraram obedientes;  eu logo percebi uma coisa.

— Mas não cabem todos aí, Harry.

   Harry soltou um suspiro impaciente ao perceber que era verdade.

— Você, Hermione e Lavender vão com Rony e Ginny e depois eu desço com os outros. — Disse ele

— Ok.

   Eu, Lav e Mione também entramos na cabine e o olhamos a pedido de instruções. Dei uma última olhada nos Testrálios, agora procurando restos de comida podre na caçamba, antes que Harry tornasse a falar:

— Quem estiver mais próximo do telefone, disque seis dois quatro quatro dois! — Disse ele

   Rony discou, seu braço estranhamente dobrado para alcançar o disco. Quando o disco voltou suavemente à posição inicial, ouvimos uma voz tranquila de mulher, dentro da cabine, não no fone, mas uma voz alta, tranquila e clara como se houvesse uma mulher invisível ali ao nosso lado.

   “Bem-vindos ao Ministério da Magia. Por favor, informem seus nomes e o objetivo da visita.”

— Rony Weasley, Rox Weasley, Hermione Granger. — Disse Harry imediatamente se esforçando pra voz sair dentro —  Ginny Weasley, Lavender Brown… estamos aqui para salvar a vida de alguém, a não ser que o seu Ministério possa fazer isso primeiro!

   “Obrigada”, disse a voz tranquila. “Visitantes, por favor, apanhem os crachás e os prendam no peito das vestes.”

   Cinco crachás saíram da fenda de devolução de moedas. Hermione recolheu-os e nos entregou em silêncio, cada qual o seu; eu olhei o meu: Rox Weasley, Missão de Salvamento.

— Ótimo, me esperem no Átrio, daqui a pouco eu e os outros descemos. — Informou Harry e se afastou da cabine

   “Visitantes ao Ministério, os senhores devem se submeter a uma revista e apresentar suas varinhas para registro na mesa da segurança, localizada ao fundo do Átrio.”

— Bom… — Disse Hermione — agora podemos descer?

   O piso da cabine estremeceu e a calçada se elevou passando por suas vidraças; os Testrálios que catavam restos foram desaparecendo de vista. Então não consegui ver mais nada; ouvi apenas um ruído abafado de trituração, enquanto a cabine continuava a entrar pela terra. Decorrido mais ou menos um minuto, embora parecesse muito mais, uma réstia de suave luz dourada iluminou nossos pés e foi se ampliando, subindo pelo nosso corpo até bater em cheio no nosso rosto e eu precisei piscar para os meus olhos não lacrimejarem. Empunhei a varinha, sem saber o que nos esperaria lá,  espiando pelo vidro a ver se alguém os esperava no Átrio, mas o local parecia completamente deserto.

    A luz estava fraca; não havia lareiras acesas sob os consoles engastados nas paredes, mas, à medida que o elevador foi parando suavemente, observei símbolos dourados que se moviam e se alternavam como um enorme quadro celeste de avisos a se mover sinuosamente no escuro teto azul-pavão.

O Ministério da Magia deseja aos senhores uma noite agradável. — Disse a voz de mulher

   A porta da cabine telefônica se escancarou; Rony saiu tropeçando, seguido por Hermione e Lavender. O meu queixo caíra, estávamos parados a um extremo de um saguão muito longo e suntuoso, com um soalho de madeira escuro e extremamente polido. As paredes de cada lado eram forradas de painéis de madeira escura e lustrosa, e nelas havia, engastadas, muitas lareiras douradas. No meio do saguão havia uma fonte. Um grupo de estátuas de ouro, maiores que o tamanho natural, estavam dispostas no centro de um espelho de água circular. A mais alta era de um bruxo de aparência aristocrática, com a varinha apontando para o ar. Agrupados a seu redor, havia uma bela bruxa, um centauro, um duende e um elfo doméstico. Os três últimos olhavam com adoração para o casal de bruxos. Das pontas de suas varinhas, saíam jorros de água cintilante, bem como da ponta da flecha do centauro, da ponta do chapéu do duende e de cada orelha do elfo doméstico, de tal modo que o silvo e o tilintar da água que caíam, eram o único som no Átrio.

— Uau! — Eu acabara de exclamar, mas notei Lavender olhar atordoada aos cantos

— Não tem ninguém aqui? — Exclamou desacreditada

   Hermione, assim como ela, se pôs a observar tudo ao redor.

— Olhem àquilo. — Fez Ginny e correu pelo saguão

— Ginny, o Harry mandou esperar aqui. — A repreendi, mas mesmo assim a segui

   Ao passar pela fonte, vi sicles de prata e nuques de bronze brilhando no fundo da água. Um pequeno cartaz ao lado da fonte informava:

TODO O DINHEIRO RECOLHIDO NA FONTE DOS IRMÃOS MÁGICOS SERÁ DOADO AO HOSPITAL ST. MUNGUS PARA DOENÇAS E ACIDENTES MÁGICOS

    Ginny parou ao alcançar uma mesa, e se debruçou sobre ela a procura de alguém, mas estava deserta.

— O bruxo-vigia deveria ficar aqui pra fazer a pesagem das varinhas dos visitantes. — Comentou Lavender se aproximando

— O fato de não ter segurança algum, não é bom sinal, né? — Rony nos olhou, desconcertado, ao nos alcançar junto com Hermione

— Imagino que não. — Comentei com pesar

   Escutamos um barulho e nos viramos na mesma hora, Harry acabara de sair aos tropeços da cabine, Neville, Luna e Vega o acompanhando. Logo os quatro nos chegaram até nos, Harry olhou para a mesa, meio intrigado, mas meramente falou:

— Vamos. — E saímos os nove correndo, Harry a frente, logo atravessamos os portões dourados para o elevador

   Harry apertou o botão de descida mais próximo e um elevador apareceu com enorme ruído, quase imediatamente, as grades douradas se abriram produzindo um grande eco metálico, e embarcamos depressa. Harry apertou o botão de número nove; as grades se fecharam com estrépito e o elevador começou a descer, balançando com grande ruído. Eles eram extremamente barulhentos e tive certeza de que logo despertaria cada segurança no edifício, porém, quando o elevador parou, a voz tranquila de mulher anunciou:

   “Departamento de Mistérios”, e as grades se abriram. Saímos para o corredor onde nada se movia exceto as chamas dos archotes mais próximos, bruxuleando na corrente de ar produzida pelo elevador. Vi uma porta preta e simples bem a nossa frente e tive uma impressão nada boa.

— Vamos. — Sussurrou Harry, e saiu à frente pelo corredor, Vega em seu encalço e Luna logo atrás, olhando para tudo com a boca ligeiramente aberta

   Então eu fui, seguida de Lav, que decididamente parecia tão Intrigada quanto eu.

— O.k., ouçam. — Disse Harry, parando outra vez a menos de dois metros da porta — Talvez... talvez umas duas pessoas devessem ficar aqui para... para vigiar e…

— E como é que vamos avisar se tiver alguma coisa vindo? — Perguntou Ginny, as sobrancelhas erguidas — Você poderia estar a quilômetros de distância.

— Não faz nem sentido, Harry. — Suspirei

— Vamos com você. — Disse Neville

— Vamos logo. — Disse Rony com firmeza

— Antes que… — Vega deixou a frase suspensa no ar

    Harry continuava a não querer levar todos, mas parecia que não tinha escolha. Virou-se então para a porta e prosseguiu, a porta se abriu e ele cruzou o portal à frente dos outros.

   Estávamos em uma grande sala circular. Tudo ali era preto, inclusive o piso e o teto; a intervalos, havia portas pretas idênticas, sem letreiros, nem maçanetas, separadas por candelabros de chamas azuis, a toda volta das paredes; a claridade fria e tremeluzente refletida no piso de mármore polido dava a impressão de que havia água escura no chão.

— Alguém feche a porta. — Murmurou Harry

   Imaginei que Harry não deveria ter dado a ordem no momento em que Neville a obedeceu. Sem a longa réstia de luz que vinha do corredor iluminado pelos archotes, a sala se tornou tão escura que por um instante as únicas coisas que conseguimos ver eram os candelabros de chamas trêmulas e azuladas nas paredes e nosso reflexo fantasmagórico no chão.

   Comecei a olhar para as doze portas ali, ainda com pressentimento ruim, mas enquanto  eu olhava, ouvi um ribombar prolongado e as velas começaram a se deslocar para o lado. A sala circular estava girando.

   Hermione agarrou o braço de Harry, no instante em que eu agarrei o braço de Lavender, temendo que o chão fosse mexer também, mas isto não aconteceu. Durante alguns segundos, as chamas azuis ao nosso redor ficaram borradas, lembrando linhas de neon, à medida que a parede ganhou velocidade; então, com a mesma brusquidão com que o movimento começara, o ronco parou e tudo se imobilizou outra vez.

   As minhas retinas tinham riscos azuis gravados nelas; era só o que eu conseguia ver.

— Que foi isso? — Sussurrou Rony, cheio de medo, percebi que ele segurara o braço de Ginny me fazendo sentir uma pontadinha de ciúmes

— Acredito que foi para nos impedir de saber por que porta entramos. — Disse Lavender com a voz abafada — Acho que já ouvi meu pai comentar sobre isso…

   Percebi na hora que minha amiga tinha razão: identificar a porta de saída seria tão difícil quanto localizar uma formiga naquele piso muito negro; e a porta pela qual devíamos prosseguir podia ser qualquer uma das doze que nos cercavam.

— Como é que vamos sair na volta? —Perguntou Neville pouco à vontade

— Bom, isso agora é o que tem menos importância. — Disse Vega,convincente,  enquanto eu piscava para tentar apagar as linhas azuis de minha vista, e apertando a varinha com mais força que nunca — Não vamos precisar sair até termos encontrado o meu pai…

— Mas não comece a chamar por ele! —Disse Hermione em tom urgente, como se achasse que Vega ou Harry iriam começar a gritar por Sirius a qualquer momento, mas eu sabia que o instinto deles era fazer o mínimo de barulho possível

— Aonde vamos então, Harry? — Perguntou Ginny

— Eu não... — Começou Harry. Engoliu em seco — Nos sonhos, eu passava pela porta no fim do corredor, vindo dos elevadores, e entrava em uma sala escura, esta aqui, então atravessava por outra porta e entrava em uma sala que meio que... cintilava. Temos de experimentar algumas portas. — Disse ele depressa — Saberei o caminho certo quando o vir. Vamos.

   Ele rumou direto para a porta agora à sua frente, nós o seguimos de perto, ele encostou a mão em sua superfície fresca e brilhante, ergueu a varinha pronto para atacar no instante em que a porta se abrisse, e a empurrou.

   Ela se abriu facilmente.

   Depois do escuro da primeira sala, as luminárias baixas, presas ao teto por correntes douradas, davam a impressão de que esta sala comprida e retangular era muito mais clara, embora não houvesse luzes cintilantes nem tremeluzentes. O lugar estava bem vazio, exceto por algumas escrivaninhas e, bem no centro da sala, um enorme tanque de vidro com um líquido muito verde, suficientemente espaçoso para todos nadarmos nele; vários objetos branco-pérola flutuavam nele lentamente.

— Que coisas são essas? — Sussurrou Rony

— Não sei. — Respondeu Harry

— São peixes? — Murmurou Ginny

— Águas-vivas, eu acho. — Sugeriu Vega

— Lembram muito moluscos. —Comentou Lavender

— Os Moluscos constituem um grande filo de animais invertebrados, tanto aquáticos quanto terrestres, então você meio que está generalizando. — Disse Hermione muito séria corrigindo minha amiga — Dizendo que são Moluscos, você está dizendo que pode ser qualquer um dos animais que fazem parte desse filo, que por sinal é o segundo filo com a maior diversidade de espécies, depois dos Artrópodes.

   Lavender a olhou meio intrigada, parecendo não entender muito bem do que ela falava e sem saber se fora grosseria ou não, eu mesma não entendi nada.

— Eu estava me referindo a polvos. — Respondeu educadamente, mas meio acanhada — É que lembrei de um livro trouxa de histórias em quadrinhos que meu pai me deu, tem um personagem que foi inspirado em um polvo antropomórfico, e ele se chama Lula Molusco. Por isso eu falei Molusco, porque parece com ele, mas sem os tentáculos.

— Um polvo que se chama lula? — Rony ergueu uma sombrancelha

— Sim, amiga, você tem razão, lembram mesmo. — Comentei a apoiando com um sorriso e ignorando meu irmão

— Acho que são larvas aquovirentes! — Exclamou Luna, excitada — Papai disse que o Ministério estava criando…

— Não. — Disse Hermione. Sua voz agora estava estranha. Ela se aproximou para espiar pelo lado do tanque — São cérebros.

— Cérebros?

— É... que será que estão fazendo com eles?

   Eu fui até junto do tanque. Sem a menor dúvida, não podia haver engano algum agora que os via de perto. Tremeluzindo fantasmagoricamente, os cérebros apareciam e desapareciam flutuando nas profundezas do líquido verde, lembrando couves-flores lodosas.

— Vamos embora daqui. — Disse Harry — Não é a sala certa, precisamos experimentar outra porta.

— Há portas aqui também. — Disse Rony, apontando para as paredes. Que tamanho será que esse lugar tinha?

— No meu sonho, eu atravessava aquela sala escura e em seguida outra. Acho que devíamos voltar e tentar novamente de lá.

   Então voltamos depressa à sala escura e circular; as sombras fantasmais dos cérebros agora nadavam diante dos meus olhos no lugar das chamas azuis das velas.

— Esperem! — Disse Hermione, enérgica, quando Luna fez menção de fechar a porta da sala dos cérebros, às costas deles — Flagrate!

   Ela fez um desenho no ar com a varinha e um X de fogo apareceu na porta. Mal a porta acabara de se fechar com um estalido, ouvimos um grande ronco e mais uma vez a parede começou a girar muito rápido, mas agora havia um borrão vermelho e ouro no meio do azul pálido e, quando tudo tornou a parar, a cruz de fogo ainda ardia, mostrando a porta que já havíamos experimentado.

— Bem pensado. — Parabenizei Mione

— O.k., vamos experimentar esta aqui… — Disse Harry

    Novamente, rumamos para a porta diretamente em frente e Harry a empurrou, com a varinha ainda erguida, conosco em seus calcanhares.

   Esta sala era maior do que a anterior, fracamente iluminada e retangular, e seu centro era afundado, formando um grande poço de pedra com mais de cinco metros de profundidade. Estávamos no nível mais alto de uma série de bancos de pedra que corriam a toda volta da sala e desciam em degraus íngremes como em um anfiteatro, ou o tribunal. Havia um estrado no centro do poço e sobre ele um arco de pedra que parecia tão antigo, rachado e corroído que eu me admirei que ainda se sustentasse em pé. Sem se apoiar em parede alguma, o arco estava fechado por uma cortina ou véu preto esfarrapado que, apesar da total imobilidade do ar frio circundante, esvoaçava muito levemente como se alguém o tivesse acabado de tocar.

— Quem está aí? — Perguntou Harry, saltando para o banco abaixo. Não houve resposta, mas o véu continuou a esvoaçar e balançar

— Cuidado! — Sussurrou Hermione

   Harry desceu depressa pelos bancos, e eu saí aos tropeços atrás dele, descendo um a um, até chegar ao fundo de pedra do poço. Meus passos ecoaram fortemente quando me encaminhei devagar para o estrado, bem atrás do meu amigo. O arco pontiagudo parecia muito mais alto de onde eu estava agora do que quando o contemplara do alto. O véu continuava a balançar suavemente, como se alguém tivesse acabado de passar.

— Sirius? — Harry tornou a chamar, mas em voz mais baixa agora que estava mais próximo

   Eu tive a estranha sensação de que havia alguém parado além do véu do outro lado do arco. Apertando com força a varinha na mão, contornei o estrado, mas não havia ninguém; só o que se via era o outro lado do véu preto e esfarrapado.

— Vamos embora. — Chamou Hermione do meio da escadaria — Não é a sala certa, Harry, anda, vamos logo, Rox e Vega, vocês também, vamos.

   Ela parecia amedrontada, muito mais do que estivera na sala onde os cérebros flutuavam, mas eu achei que o arco possuía uma certa beleza, por mais velho que fosse. O véu ondulando suavemente me intrigava; eu senti um forte impulso de subir no estrado e atravessá-lo. Harry o olhava com intensidade, como se visse além dele, assim como eu.

— Harry, Rox, Vega, vamos embora, o.k.? — Insistiu Hermione com maior veemência

   Só então vi Vega, parada alguns passos atrás de mim, a contemplar o arco.

— O.k. — Respondeu ela, mas não se mexeu, tampouco Harry e eu

    Acabara de ouvir alguma coisa. Sussurros fracos, sons de murmúrios vinham do outro lado do véu.

— Que é que você está dizendo? —Perguntou Harry, muito alto, fazendo suas palavras ecoarem pelos bancos de pedra

   Eu o olhei sem entender. Como ele também poderia estar ouvindo?

— Ninguém está falando, Harry! — Disse Hermione, agora se aproximando

— Alguém está sussurrando ali atrás. — Disse ele, parecendo nervoso e fugindo do alcance de Hermione, enquanto franzia a testa para o véu — É você, Rony? Vega?

— Estou aqui, cara. — Disse Rony, aparecendo do outro lado do arco

— Eu não falei nada. — Vega suspirou, parecia amedrontada

— Ninguém mais está ouvindo? —Perguntou Harry, porque os sussurros e murmúrios estavam se tornando mais altos

— Eu estou… — Sussurrei e sem ter intenção de pisar ali, vi que meu pé estava em cima do estrado

— Eu também estou ouvindo. — Cochichou Luna, reunindo-se a nós pela lateral do arco e observando o véu ondular — Tem gente aí dentro!

— Quê? — Escutei a voz de Lavender um pouco amedrontada

— Que é que você quer dizer com esse aí dentro? — Hermione exigiu saber, saltando do último degrau e parecendo muito mais zangada do que a ocasião exigia — Não tem ninguém aí dentro, é apenas um arco, não tem espaço para ninguém dentro dele. Harry e Rox, parem com isso, vamos embora…

  Ela o agarrou pelo braço, mas ele resistiu. Como ninguém me puxara, eu me aproximei mais, estendi a mão, prestes a atravessar o véu, os murmúrios ficaram mais altos, porém, indecifráveis.

— Rox, desce daí, agora!

   Sem me importar, dei outro passo hesitante, até que parei, ao ver uma pequena figura o atravessar.

   Vi um garotinho, miúdo, seus cabelos eram loiros e cheios de cachos que caíam sobre seus olhos azulados, sua pele era tão branquinha que lembrava neve de tão alva, ele parecia um anjo de tão lindo. Demorei alguns segundos pra lembrar-me de que já havia visto aquele menino, foi então que reconheci o pijama azul e o grande urso marrom que ele carregava embaixo do braço.

— Oi… — Falou com uma voz tão mimosa que faria qualquer pessoa derreter — Vo...cê é amiga da Mimi, né?

   Senti meu coração ficar balanceado e minhas mãos tremerem, enquanto eu olhava para aquela figurinha minúscula, uma lágrima escorreu dos meus olhos, eu não acreditava que era ele. Eu o vi morrer, é apenas uma criança.

— Não atravesse. — Falou de um jeito atrapalhado, mas claro — Não pode. Por favor. Não. Não.

— Adam? — Eu sussurrei sem jeito; Adam Lourence, o irmãozinho de Miriam sorriu, um sorrisinho meigo e infantil, antes de voltar e atravessar o arco novamente

— Rox, quem tá aí? Quem você tá vendo!? — Harry perguntou desesperado fazendo menção de subir e atravessar o arco

— Não, Harry! — Exclamei enxugando as minúsculas lágrimas — Harry Potter, a gente veio aqui por causa do Sirius!

— Sirius. — Repetiu Harry, parando no lugar, mas ainda fitando, hipnotizado, o véu que balançava sem parar — É…

   Harry se afastou vários passos do estrado e desviou com esforço o olhar do véu.

— Vamos. — Disse

— É isso que estive tentando... bom, vamos, então! — Falou Hermione, e saiu à frente, contornando o estrado. Do outro lado, Ginny e Neville estavam parados olhando o véu também, aparentemente em transe. Sem falar, Hermione segurou o braço de Ginny, e Rony o de Neville, e eles conduziram os amigos com firmeza ao primeiro banco de pedra e subimos em direção à porta

— Quem você viu? — Lavender sussurrou para mim, parecendo nervosa

— Você não conhece. — Suspirei

— Que é que você acha que aquele arco era? — Perguntou Harry a mim e Hermione quando chegamos à sala circular e escura

— Não sei, mas, fosse o que fosse, era perigoso. — Afirmou ela, marcando a porta com uma cruz de fogo.

   Mais uma vez, a parede girou e parou. Harry se dirigiu a mais uma porta ao acaso e a empurrou. Ela não cedeu.

— Que foi? — Perguntei

— Está... trancada... — Disse Harry, jogando o peso contra a porta, mas ela não se moveu

— Então é essa, não é? — Disse Rony, excitado, juntando-se a Harry na tentativa de forçar a porta a abrir — Tem de ser.

— Meu Merlim, somos bruxos! Vamos, saiam da frente! — Mandou Vega. Ela apontou a varinha para o lugar normal da fechadura em uma porta comum e disse: — Alohomora!

   Nada aconteceu.

— O canivete de Sirius! — Lembrou Harry. Ele o tirou do bolso interno das vestes e inseriu na fresta entre a porta e a parede. Nós o observamos ansiosos deslizar o canivete de alto a baixo, retirá-lo e, então, tornar a empurrar o ombro contra a porta. Ela continuou tão fechada quanto antes. E, mais ainda, a lâmina do canivete derretera.

— Certo, vamos sair dessa sala. — Disse Hermione, decidida

— Mas e se for a tal? — Perguntou Rony, olhando-a ao mesmo tempo com apreensão e desejo

— Não pode ser, Harry passou por todas as portas em sonho. — Disse Hermione, marcando a porta com outra cruz de fogo enquanto Harry repunha no bolso o canivete inutilizado do padrinho

— Você sabe o que poderia haver aí dentro? — Perguntou Luna, ansiosa, quando a parede recomeçou a girar mais uma vez

— Tenho impressão que não é nada bom. — Comentou Lav ajeitando sua faixa no cabelo loiro

— Alguma coisa estridulosa, com certeza. — Disse Hermione baixinho, e Neville soltou uma risadinha nervosa

   A parede foi parando e Harry, com uma sensação de crescente desespero, empurrou a porta seguinte.

— É essa!

  A sala tinha belas luzes que dançavam e cintilavam como diamantes. Quando meus olhos se acostumaram à claridade intensa, vi relógios refulgindo em cada superfície, grandes e pequenos, relógios de estojo e alça, e de pêndulo, expostos nos intervalos das estantes ou sobre as escrivaninhas, por toda a extensão da sala, e cujo tiquetaquear incessante enchia o ambiente como se fossem milhares de pés em marcha. A fonte da luz que dançava e cintilava era um vidro alto de cristal, em forma de sino, a uma extremidade da sala.

— Por aqui! — Disse Harry

   Senti uma sensação ruim crescer mais, algo me dizia que o dia não acabaria nada bem. Harry saiu à frente pelo pequeno espaço entre as escrivaninhas, dirigindo-se, à fonte de luz, o vidro de cristal em forma de sino, que era quase de sua altura e parecia estar cheio de um vento luminoso que soprava em ondas.

— Ah, olhem! — Exclamou Ginny, quando se aproximamos, apontando para o interior do vidro

   Flutuando ali, na correnteza luminosa, havia um minúsculo ovo que brilhava como uma joia. Quando subia, o ovo se abria e dele emergia um beija-flor, que era impelido para o alto, mas ao ser apanhado pela corrente de ar voltava a molhar e amarrotar as penas, e quando chegava ao fundo do vidro encerrava-se mais uma vez em seu ovo.

— Que lin…

— Não parem! — Disse Harry com rispidez, cortando Lavender e repreendendo Ginny que demonstrava querer parar para apreciar a transformação do ovo em pássaro

— Você demorou bastante naquele arco velho! — Respondeu ela, zangada, mas seguiu-o além do vidro em direção à única porta que havia

— É essa. — Repetiu Harry, a voz trêmula — É por aqui…

   Harry olhou para nós; todos com as varinhas na mão e de repente sérios e ansiosos. Harry tornou a se voltar para a porta e empurrou-a. Ela se abriu.

    Era uma sala da altura de uma catedral, contendo apenas estantes elevadas e cobertas de pequenas esferas de vidro cheias de pó. Elas bruxuleavam fracamente à luz dos candelabros presos a intervalos ao longo das estantes. Como os da sala circular que havíamos deixado para trás, suas chamas eram azuis. A sala era muito fria. Harry avançou cautelosamente e espiou por um dos corredores sombrios entre duas fileiras de estantes. Eu não ouvia nada nem vi o menor sinal de movimento, mas sentia que as coisas não ficariam calmas por muito tempo.

— Você disse que era no corredor noventa e sete. — Cochichou Hermione

— É. — Murmurou Harry, erguendo a cabeça para examinar a fileira mais próxima. Sob o candelabro de chamas azuis, que dela se destacava, via-se o número cinquenta e três em prata

— Precisamos ir para a direita, acho. — Sussurrou Hermione, apertando os olhos para enxergar a fileira seguinte — É... essa é a cinquenta e quatro…

— Mantenham as varinhas preparadas. — Recomendou Harry baixinho

   Seguimos devagarzinho, olhando para trás enquanto percorriamos os longos corredores de estantes, cuja parte final estava imersa em quase total escuridão. Minúsculas etiquetas amareladas estavam coladas sob cada esfera de vidro nas prateleiras. Algumas possuíam um estranho brilho líquido; outras eram opacas e escuras por dentro como lâmpadas queimadas.

   Passamos pela fileira oitenta e quatro... oitenta e cinco… percebi que Harry procurava escutar o menor movimento, mas Sirius poderia estar amordaçado agora, ou até inconsciente... ou, disse uma voz intrometida em minha cabeça, poderia já estar morto…

— Noventa e sete! — Sussurrou Hermione

   Paramos agrupados no fim de uma fileira, espiando para o corredor ao lado. Não havia ninguém ali.

— Ele está bem no final. — Disse Harry, cuja boca ficara ligeiramente seca — Não se consegue ver direito daqui.

    E Harry nos conduziu entre as estantes muito altas com as esferas de vidro, algumas das quais refulgiam suavemente quando passamos…

— Ele deve estar perto. — Sussurrou Harry, convencido de que cada passo iria trazer a visão de Sirius em farrapos no chão escuro — Em algum lugar por aqui... muito perto…

— Harry! — Disse Hermione, hesitante, mas ele não respondeu

— Em algum lugar por... aqui…

   Havíamos chegado ao fim do corredor e saímos para a claridade fraca das velas. Não havia ninguém ali. Tudo era um silêncio ressonante e empoeirado.

— Ele poderia estar... — Sussurrou Harry, rouco, espiando para o próximo corredor — Ou talvez… — E correu a olhar o corredor além.

— Harry? — Tornou a chamar Hermione

— Quê? — Vociferou ele

— Eu... eu acho que Sirius não está aqui.

    Ninguém falou. Harry não quis olhar para ninguém. Eu sabia o que ele estava pensando, mesmo sem precisar usar Legilimência. Sentia-se nauseado. Não entendia por que Sirius não estava ali. Tinha de estar. Fora ali que ele o vira…

   Harry começou a percorrer o espaço no final das fileiras de estantes, espiando cada um. Um corredor após outro passou pelos seus olhos, vazios. Correu no sentido oposto, e tornou a passar por nós que o observavámos parados. Não havia sinal de Sirius em parte alguma, nem qualquer vestígio de luta. Eu dei alguns passos hesitantes para o lado, olhando a volta.

— Harry? — Chamou Rony

— Quê?

— Você viu isso? — Perguntou Rony

— Quê? — Disse Harry, mas desta vez ansioso, eu também olhei

   Harry voltou ao lugar em que estávamos parados, um pouco adiante da fileira noventa e sete, mas só o que tinha ali era Rony olhando para uma das esferas empoeiradas na prateleira.

— Quê? — Repetiu Harry mal-humorado

— Tem... tem o seu nome escrito aqui. — Disse Rony — E o seu Rox.

   Eu arregalei os olhos, Harry se aproximou um pouco mais. Meu irmão estava apontando para uma das pequenas esferas de vidro que fulgurava com uma fraca luz interior, embora estivesse muito empoeirada e não parecesse ser tocada havia muitos anos.

— Meu nome? — Disse Harry sem entender

— E o meu!? — Franzi a testa

   Harry se adiantou. Não sendo tão alto quanto Rony, precisou esticar o pescoço para ler a etiqueta amarela afixada na prateleira logo abaixo da esfera coberta de pó. Já eu, nem esticando o pescoço e nem ficando na pontinha dos pés conseguira ver o que se tratava. Rony acabara de deixar escapar uma risadinha.

   Impaciente, coloquei as mãos nos bolsos e tirei de lá uma bolinha de gude, que nem eu mesma sabia porquê estava lá, mas ok. Joguei a bolinha no chão no mesmo momento em que mirava minha varinha pra ela fazendo aparecer um banquinho.

— Meu Mer…

— Cala a boca, Ronald!

   E passando a mão por meu cabelo, de forma convencida, subi no banco para ver o conteúdo da etiqueta. Em letra garranchosa, havia escrita uma data há dezesseis anos, e embaixo:

S.P.T. para A.P.W.B.D.
Lorde das Trevas
e (?) Harry Potter,
Sol Lestrange (?)
e Roxanne Weasley (?)

   Eu arregalei meus olhos. Não era só por ter meu nome e o de Harry próximos ao do Lorde das Trevas, aqui, no Departamento de Mistérios, e sim, por Sol Lestrange também está aqui no meio.

— Que acham que é isso? — Perguntou Rony, agora parecendo nervoso — Que é que o nome de vocês está fazendo aqui?

   Rony correu o olhar pelas outras etiquetas naquela prateleira.

— Eu não estou aqui. — Disse ele, perplexo — Nenhum de nós está, só vocês dois.

— Rox, acho que você não devia tocar nisso. — Disse Hermione, enérgica, quando estiquei  a mão

— E por quê não? — Dei de ombros — É alguma coisa ligada a mim e Harry, não é?

— Não, Rox. — Disse Lavender repentinamente

   Eu olhei para ela. O suor brilhava levemente em seu rosto, e agora seus cabelos loiros estavam presos em um coque. Suspirando me virei novamento pra esfera de vidro.

— Tira a mão daí! — Rony deu um tapa na minha não, me fazendo a afastar

— Tem o nosso nome nela. — Disse Harry

— Exatamente! — Exclamei

   E sentindo-me um pouco afoito, fechei os dedos em torno da superfície empoeirada da peça. Nada aconteceu. Esperava que fosse fria, mas não. Ao contrário, parecia que estivera no sol durante horas, como se o seu fulgor interno a aquecesse. Esperando, e até ansiando, que alguma coisa dramática fosse acontecer, eu tirei a esfera da prateleira e examinei-a.
  
   Nada aconteceu. Os outros se aproximaram mais, mirando o globo enquanto eu limpava a poeira que o recobria.

— Deixa eu segurar. — Pediu Harry e eu o entreguei

   Logo dei um pulo do banquinho e o transformei de volta na bolinha, a guardando no bolso, enquanto Harry olhava vidrado para o globo.

   Então, às nossas costas, uma voz arrastada falou:

— Muito bem, Potter. Agora se vire, muito devagarzinho, e me entregue isso.

  Hello bruxinhoooos!!

   Como estamos??

   Atrasei, né? Desculpa a demora, dessa vez eu sei que demoreeeeei demais kkkk. Mas aqui está.

  Love Your.

  Se preparem. Ahh, vocês já sabem que daqui é ladeira abaixo, né? Ok, beijinhos, preparem os paraquedas kkkk

   – Bjosss da tia Nick.

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