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58. Luta, Beijo e Fuga

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  Você está bem? Ele te machucou? Tá apertando seu braço?

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    E agora tínhamos apenas nós na sala, e sem a vaca rosa a qual eu tinha certeza que eles levaram a Floresta Proibida para a enganar, eu tinha uma brilhante ideia. Ok, o clima era extremamente estranho, mas, vamos avaliar...

   Emília Bulstrode era meio que uma idiota, Parkinson era besta. Grimmett não passava de um boboca, assim como Warrignton. Crabbe que segurava Neville, e Goyle que segurava Luna também não ficavam atrás. Já, não tinha tanto o que pensar das outras duas que seguravam a minha irmã e minha amiga, Tracey Davis e Daphne Greengrass. Pra ser sincera ninguém parecia ser muito inteligente deles. Draco era o líder, o único inteligente, mas, felizmente eu tinha uma carta na manga, exatamente o poder de manipular o líder deles.

   Não precisava nem usar meus poderes pra isso, embora eu estivesse ansiando que um dos espíritos aparecesse logo, e eu quisesse me teletransportar pra Floresta o mais depressa possível.

— VOCÊ QUER PARAR DE FICAR LEVANTANDO ELA!? — Rosnou Draco, impaciente, fazendo todos se assustarem e o olharem, inclusive Nicholas Grimmett que outrora tentava me conter, levantando-me mais uma vez, mesmo que sem perceber

— É minha culpa se ela tem menos de um metro de altura!? — Resmungou ele — Não tem como eu segurar ela sem me abaixar, por isso eu fiz isso. Não vou ficar me abaixando.

   Aproveitei a deixa para resmungar sobre a mordaça e me remexer novamente, eu sabia o quanto Draco se importava, mesmo que não demonstrasse muito, e eu não entendesse porquê.

— Por que você se importa com ela!? — Resmungou Pansy, olhando irritada para Draco

— Eu sou o líder, cale a boca!

— E eu sou sua namorada!

— Bom. — Ele olhou pra ela, lívido de irritação, mas sorrindo com desdém — Se continuar a me irritar como está fazendo agora, não será mais.

   Pansy ficou corada, mas se calou, ainda irritada e me olhando com fúria. Eu queria usar ilusão, mas não seria o bastante pra todos juntos, então tinha que fazer algo primeiro.

— Rox!? — Disse a voz de Draco, atordoado, toda a irritação e o orgulho sumindo ao ver as lágrimas que escorriam pelo meu rosto. Os demais, incluindo Rony, não entendiam nada. Como poderiam entender o orgulhoso do Malfoy se derretendo por alguém? — Você está bem? Ele te machucou? Tá apertando seu braço?

   Eu balancei assentindo. Grimmett parecia ter medo de Draco, pois se apressou em dizer que não havia feito nada e soltou meus braços. Graças a Merlim, pois já estavam doloridos, e como eu estava sem capa, mal e mal dava pra se ver uma vermelhidão neles e as marcas das unhas de Nicholas Grimmett, quando eu levei as mãos para tirar as mordaças, ainda com lágrimas, e sem dar atenção para o meu irmão, que atordoado tentava me ajudar, mas era segurado com força por Warrignton.

   Draco passou as mãos nos meus olhos, enxugando as lágrimas, enquanto olhava o vermelho do meu braço, antes de lançar um olhar em fúria para Grimmett, parecendo querer o matar.

   Eu também levei minhas mãos aos meus olhos, escondendo meu rosto com elas, e percebi quando ele tocou na corrente no meu pescoço. Rony, de perto, grunhia com raiva. Eu própria queria bater em Malfoy. Ele tinha uma marcação com essa corrente, e a olhava com seus olhos brilhando, quase abriu um sorriso, mas se segurou.

— Você vai deixar ela fugir seu idiota!? — Rosnou Warrington — Acha que a Umbridge vai dizer o quê se você deixar alguém sair e se souber que você a soltou? Desde quando damos tratamento preferencial para alguém da casa dos leões?

— Grimmett estava machucando ela, olha esses braços! Tá vendo isso? Ele machucou ela! — Rosnou Draco, impaciente — E me erra, Warrignton, eu não te devo informações, eu sou o líder.

  Pisquei os olhos, tentando forçar mais algumas lágrimas.

— Ele mexeu na minha roupa… quando estava procurando a minha varinha… — Sussurrei em voz baixa e olhando para o chão. A dignidade e o orgulho completamente esquecidos

   Draco olhou para Grimmett novamente, vi a hora ele avançar em cima do garoto e o matar.

— Seu… seu… — Rosnava

— Ela é da Gryffindor, é uma traidora de sangue! — Exclamou Parkinson e então notei que ela estava quase chorando — O que você ver nela!? Me diz o que ela tem que eu não tenho!? Me fala! Ela nem é bonita, olha as roupas que ela usa… e ela tem a altura de uma criança de dez anos. Me diz o que diabretes ela tem de mais!?

   Tive que resistir a vontade de revirar os olhos, eu não sou assim tão baixa. 1.53 não é pra tanto, ela tem o quê? 1.63 ou 1.64, eu acho. O que são dez centímetros de diferença?

— Homens só gostam de quem não gosta deles, você deveria saber, Pansy. — Sibilou Emília com um dar de ombros ao se sentar na poltrona de Umbridge despreocupadamente e olhar seu reflexo em um espelhinho, imagino que os outros não a tenham escutado já que ela falou tão baixo que eu só a ouvi por causa de seus pensamentos, e tive impressão de que ela estava xingando Gregório Goyle mentalmente e quase me demorei pensando em porquê ela gostaria dele, se ela é tão mais bonita e inteligente que ele, como pode está atrás de um idiota?

— Draco!? — Insistiu Warrington

— Não enche! — Urrou o loiro e eu quase senti ele levantar as mãos dele, tentando me segurar para impedir que eu fugisse, então eu funguei, os olhos pesados, o falso choro

   Era hora de tomar medidas drásticas. Draco tem duas varinhas, a dele e a de Harry, e eu estou sem nenhuma, preciso agir.

— L-lembra do que você fez da última vez que me viu... chorando na sua frente? — Minha voz era trêmula e chorosa

   Vi o rosto pálido dele corar, ele não entendia onde eu queria chegar, mas parecia está pouco se fudendo para o resto do pessoal que nos observava. Eu me aproximei mais dele.

— Não está falando de... ?

— No terceiro ano... — Sussurrei — Depois que eu vi meu bixo-papão... lembra?

   Ele pareceu acordar de um choque rápido, e tentou manter a pose, mas eu já tomara iniciativa e em questões de segundos... me atirei em seu pescoço o beijando, sem me importar com as pessoas que estavam presentes, ou com mais nada que elas podiam está falando ou pensando. Apenas o beijei, deixando minha língua passear em sua boca... nossa tinha esquecido o tão maravilhoso e agridoce eram os beijos dele, tão incríveis que me fazia esquecer tudo, quase senti meus pés deixarem o chão enquanto eu fiz meus dedos se enrolarem no seu cabelo loiro, tão macio, e ele apertou minha cintura, puxando-me para mais perto dele. O resto do mundo foi totalmente ignorado, só existia nós e o desejo que um sentia pelo outro.
  
   Pera... quê? Eu tô com raiva dele.

   Lentamente, sem me separar, eu escorreguei minha mão esquerda para o bolso de sua capa... uma, duas, e feito. Eu descolei nossos lábios, ele estava desnorteado, seus olhos me diziam que ele queria me puxar e me beijar de novo, mas eu apenas levei minha mão ao seu pescoço, dando-lhe uma chave de nuca, como se entendesse alguma coisa de Jiu Jitsu, bom… apenas passando meu braço por seu pescoço, o apertando, e forçando-o a se abaixar um pouco, mirei então a varinha de Harry para sua cabeça e a dele apontei para os demais, um sorriso vitorioso no rosto, que ignorava as borboletas na barriga depois daquele puta beijo.

   Lavender, que parecia ter sido a única a entender o que eu fazia, aproveitou o momento de distração para dar uma cotovelada em Daphne e apanhar a sua própria varinha e a da garota, e agora mirava uma varinha para a cara da menina com nítida satisfação, nunca vi minha amiga com cara de má, até hoje.

— Soltem meus amigos! — Ordenei enquanto Draco soltava milhares de xingamentos a medida que eu o apertava pelo pescoço; nunca o vi dizer tantos palavrões juntos ou até tão irritado

   Pansy, Emília e Nicholas, os únicos sem segurar ninguém, apontarem as varinhas para mim e Lav, enquanto os demais tentavam fazer alguma coisa.

— Soltem meus amigos, agora! — Ordenei formulando uma nova idéia — A menos que queiram ser atacados.

— É um blefe! Não soltem! Não acreditem nela! Ela não vai fazer nada. — Dizia Draco, urrando de fúria, o arrependimento de ter se deixado levar por mim só aumentava

   Olhei para Ginny como se lhe transmitisse notas de pensamentos, ela pareceu entender, pois assentiu, no exato momento em que uma ilusão fez Tracey pensar que seus sapatos pegaram fogo, e a garota, desesperada, começou a bater os pés no chão, Ginny  implesmente apanhou as varinhas e apontou para Tracey e para Warrignton.

   O tumulto começara e foi uma mescla de feitiço vai, feitiço vem, eu segurando duas varinhas e contornando os feitiços. Passei uma varinha para Rony, que tirara a mordaça, parecia confirmado, embora incomodado por ter me assistido beijar alguém da Slytherin, e ainda mais por ter sido Draco Malfoy, mas não era hora pra isso. Dois lampejos vermelhos, Crabbe e Goyle jaziam no chão estuporados. Eu usei do Expelliarmus e consegui pegar minha varinha de volta no exato momento em que Neville executava uma Azaração do Impedimento perfeita contra Nicholas e outra contra Draco.

  Também acabamos sendo atacados algumas vezes e recebendo alguns ferimentos, mas logo só eles estavam caídos no chão, e nós vitoriosos, cada um com sua própria varinha de volta e até as dos Slytherins. Eu ainda segurava a varinha de Draco, além da minha e havia recuperado a de Vega, já Ginny tinha a de Hermione com a qual ela pegou Tracey com uma Azaração de Rebater Bicho-papão. E Rony acabara de guardar a varinha de Harry no bolso.

   Eles devolveram ou simplesmente jogaram no chão as varinhas dos alunos da Casa das cobras pra poderem ficar apenas com as suas, mas eu posso ter ignorado essa parte.

— Eles foram para Floresta Proibida. — Comentei com os outros enquanto seguiamos pelo corredor da Sala da Umbridge, me virei para os olhar —Então, o que fazemos?

— Vamos atrás deles. — Disse Lavender de imediato

   Agradeci mentalmente de que nenhum deles mencionassem o meu beijo com Draco. Aliás, fora por um bem maior, espero que eles consigam entender isso.

   Não falamos muito enquanto seguíamos pelo corredor e começamos a descer as escadas para o Saguão de Entrada, o vozerio e o estrépito dos talheres nos pratos ecoavam pelas portas abertas do Salão Principal – parecia a mim inacreditável que a uns seis metros de distância as pessoas saboreassem o jantar, comemorando o fim dos exames, sem a menor preocupação...

   Passamos direto do saguão para os degraus de pedra e o ar cálido da noite. O sol já tinha se posto em direção às copas das árvores na Floresta Proibida.

— Consegue localizar eles? — Perguntou Lav me olhando interessada

   Sim, um dos dons de Médiumaga tinha haver com localização. Mas será que eu conseguia mesmo usar?
  
   Fechei os olhos e tentei me concentrar, apanhei a varinha de Vega e me concentrei com força, tentando imaginar onde eles estariam. Então foi como se eu flutuasse por cima da floresta… parecia uma lente de câmera em meu globo ocular, como se eu fosse uma ave e sobrevoasse toda a extensão do local, ou tivesse uma visão privilegiada de satélite de toda a Floresta Proibida, então eu vi… Harry, Vega e Hermione como formiguinhas em um ponto central, rodeado de árvores imensas, um barulho de galope próximo, deviam ser centauros. É, eu sabia onde eles estavam, sabia bem, mas precisava encontrá-los já.

— Por aqui... — E mergulhei com rapidez por entre as árvores fazendo com que eles apertassem o passo pra me seguir

— Rox. — Disse Rony, ao passar de alguns minutos — Você tem certeza que sabe onde estamos indo?

  Eu sabia bem porque ele dissera isso, o caso é que estávamos tomando a mesma direção que tínhamos tomado três anos antes para ir à toca do monstro Aragogue. Obviamente não queríamos nos encontrar com ela novamente.

— Sei, é por aqui. — Respondi, apreensiva, enquanto penetrávamos cada vez mais floresta adentro

   Passados mais alguns minutos, o medo meio que ia tomando conta de nós, cada um com a varinha em punhos com um lumos, mas finalmente ouvimos a voz da esperança.
  
— Bom, não podemos fazer nada sem varinhas. — Comentou a voz de Hermione, parecendo desconsolada. A voz dela vinha de um ponto a nossa frente, logo seguimos o som, nos entreolhando contentes — Mas, afinal, Harry, como era exatamente que você estava planejando que você e Vega chegassem a Londres?

— É, era o que também estávamos nos perguntando. — Comentei sorrindo às costas dela

    Os três, Harry, Vega e Hermione se viraram juntos, instintivamente, e espiaram entre as árvores, apenas para ver eu, Rony, Lav, Ginny, Neville e Luna, que caminhávamos apressados atrás deles, embora um pouco maltratados, com alguns machucados, mas bastante satisfeitos com nós mesmos.

— Então — Disse Rony, afastando um ramo baixo e entregando a varinha de Harry, enquanto eu entregava a de Vega e Ginny a de Hermione — tem alguma ideia?

— Como foi que vocês conseguiram fugir? — Perguntou Harry, parecendo assombrado, mas apanhando a varinha estendida

— Roxanne beijou o Draco Malfoy.  —Disse Luna com naturalidade, como faria uma criança, mas me fazendo corar

   Hermione e Harry não entenderam nada. Vega ergueu uma sobrancelha com um risinho.

— Enganei ele pra pegar as varinhas, é diferente. — Tratei de acrescentar, embora nervosa — Mas não foi apenas isso, usei uma ilusão com a Tracey fazendo-a largar Ginny que apanhou as varinhas e Lavender conseguiu dar uma cotovelada em Daphne e apanhar as varinhas enquanto eu fazia o trabalho sujo, já que ela foi atenta, diferente de vocês que só assistiram a distração.

— Não é todo dia que se pode ver Rox Weasley e Draco Malfoy se beijando, não acha? — Comentou uma Vega, ironicamente. Eu a encarei, mas ela meramente riu

— Tá, de qualquer jeito, depois da minha distração, teve o show de fogos.

— Uns três Feitiços Estuporantes, outros para Desarmar, e Neville executou uma Azaração de Impedimento lindinha. — Comentou Lavender, descontraída — Mas Ginny foi a melhor, ela pegou a Davis com uma Azaração para Rebater Bicho-papão, foi magnífica, a cara dela ficou toda coberta de coisas enormes e esvoaçantes. Já eu consegui deixar a Daphne parecendo uma criatura feia e completamente deformada.

— Foi mesmo. — Concordou Rony sorrindo para minha amiga — Então vimos vocês pela janela andando em direção à Floresta e viemos atrás. Na verdade a Rox conseguiu localizar vocês com uma espécie de Rastreamento sobrenatural. Que foi que vocês fizeram com a Umbridge?

— Foi levada embora — Disse Harry — por um rebanho de centauros.

— Então aconteceu mesmo? — Perguntei curiosa — Eu tive uma visão há uns meses de que isso aconteceria, embora na visão eu estivesse presente e não a Vega, mas eu via claramente eles levarem ela depois dela os humilhar dizendo que são mestiços.

— Foi exatamente o que aconteceu. — Disse Vega

— Mas os centauros deixaram vocês aqui? — Perguntou Ginny, espantada

— Não, foram afugentados pelo Grope. — Informou Harry

— Quem é Grope? — Perguntou Luna, interessada

— O irmãozinho de Hagrid. — Falei prontamente — Isso não importa agora. Harry, que foi que você descobriu na lareira? Você-Sabe-Quem pegou o Sirius ou...?

— Pegou. — Disse Harry, com pesar — E tenho certeza de que Sirius ainda está vivo, mas não vejo como iremos até lá ajudá-lo.

   Todos se calaram, parecendo muito assustados; o problema que nos confrontava parecia insolúvel.

— Bom, teremos de voar, não? — Disse Luna, com o tom mais próximo do prosaico que eu já a vira usar

— Tudo bem. — Disse Harry, irritado, virando-se para a garota — Primeiro, “nós” não vamos fazer nada, se você está se incluindo no grupo, e, segundo, Rony e Rox são os únicos que tem uma vassoura que não está guardada por um trasgo de segurança, portanto...

— Eu tenho vassoura! — Lembrou Ginny

— É, mas você não vai. — Disse Rony, zangado

— Com licença, mas eu me importo tanto com o que acontece a Sirius quanto vocês! — Replicou Ginny, endurecendo o queixo e fazendo com que sua semelhança com Fred e George repentinamente se acentuasse

— Você é muito... — Começou Harry, mas Ginny o interrompeu com veemência

— Sou três anos mais velha do que você era quando enfrentou Você-Sabe-Quem pela posse da Pedra Filosofal, e fui eu que deixei Davis sem ação na sala da Umbridge atacada por papões voadores.

— É, mas...

— Estivemos todos juntos na AD. — Disse Neville em voz baixa — A idéia era combater Você-Sabe-Quem, não? E esta é a primeira oportunidade que temos de fazer alguma coisa de verdade... ou será que aquilo tudo foi uma brincadeira ou o quê?

— Não... claro que não foi... — Retrucou Harry, impaciente

— Então devíamos ir também. — Concluiu Lavender com simplicidade — Só queremos ajudar.

— Certo. — Apoiou Luna, sorrindo feliz

   O meu olhar e o de Rony encontraram o de Harry. Eu sabia que eles estavam pensando o mesmo que eu: se tivéssemos podido escolher algum membro da AD, além de nós, Vega e Hermione para nos acompanhar na tentativa de resgatar Sirius, não teríamos escolhido nem Ginny, nem Neville e muito menos Luna.

— Bom, afinal não importa. — Disse Harry, frustrado — Porque ainda não sabemos como iremos para lá...

— Pensei que já tivéssemos definido isso. — Falou Luna de modo exasperante — Vamos voando!

— Olhe aqui. — Disse Rony, mal contendo sua contrariedade — Talvez você possa voar sem uma vassoura, mas nós não podemos criar asas sempre que...

— Há outras maneiras de voar além de vassouras. — Retorquiu Luna serenamente

— Suponho que vamos cavalgar no lombo do Chifre Bofudo ou que nome tenha.

— Bufadores de Chifre Enrugado não voam. — Disse Luna com dignidade — Mas eles voam, e Hagrid diz que são muito bons para encontrar os lugares que seus cavaleiros estão procurando.

   Eu me virei. Parados entre duas árvores, os olhos brancos refulgindo fantasmagóricos, havia dois Testrálios, escutando a conversa sussurrada como se entendessem cada palavra.

— É mesmo! — Murmurou Harry, indo em direção aos bichos. Eu sorri, quando os vi sacudir a cabeça reptiliana, jogaram para trás as crinas escuras e longas, e Harry estendeu uma das mãos, pressuroso, e deu umas palmadinhas no pescoço reluzente do mais próximo; como é que pude achá-los feios?

— São aqueles cavalos malucos? —Perguntou Rony, inseguro, fixando um ponto ligeiramente à esquerda do Testrálio que Harry acariciava — Aqueles que a gente não pode ver a não ser que alguém os fareje antes?

— É. — Confirmou Harry

— Quantos?

— Só dois. — Respondi

— Bom, precisamos de cinco. — Lembrou Hermione, que parecia um pouco abalada, mas ainda assim decidida

— Seis, Hermione. — Corrigiu Ginny, trombuda

— Acho que na realidade somos nove. — Falou Luna calmamente, nos contando

— Não seja idiota, não podemos ir todos! — Disse Vega, parecendo zangada — Olhem, vocês quatro — Ela apontou para Nevile, Ginny, Lavender e Luna — vocês não estão metidos nisso, vocês não...

   Eles prorromperam em mais protestos. Percebi Harry levar a mão a cicatriz, que deveria ter tornado a doer. Cada minuto de atraso era precioso; não tínhamos tempo para discutir.

— O.k., ótimo, a escolha é de vocês. — Disse Harry secamente — Mas, a não ser que encontremos mais Testrálios, vocês não poderão...

— Ah, vão aparecer mais. — Disse Ginny, confiante, que, como Rony, estava procurando enxergar na direção oposta, aparentemente pensando que olhava para os cavalos

— Por que é que você acha isso?

— Acredito que porque, caso vocês ainda não tenham notado, você, Hermione e Vega estão cobertos de sangue — Disse Lav calmamente  — e sabemos que Hagrid atrai Testrálios com carne crua. Provavelmente é por isso que esses dois apareceram.

  Naquele momento um dos Testrálios mais próximo começou a lamber a manga úmida de Harry com o sangue.

— Tudo bem, então. — Disse Harry —  Rony e eu vamos levar esses dois e ir andando, e Rox e Hermione podem ficar aqui com vocês três e atrair mais Testrálios...

— Quê!? — Exclamou Vega, lembrando a ele de sua presença e fazendo-o trocar Rony pra ela

— Eu não vou ficar para trás! — Falou Hermione, furiosa

— Nem eu! — Exclamei, irritada

— Não precisa. — Disse Luna sorrindo — Olhe, vem vindo mais agora... vocês dois devem estar realmente fedendo...

    Eu me virei: nada menos de sete ou oito Testrálios vinham se aproximando cautelosos entre as árvores, suas grandes asas coriáceas bem fechadas junto ao corpo, seus olhos brilhando na escuridão.

   Harry não tinha mais desculpa.
  
— Tudo bem. — Disse aborrecido — Cada um pegue o seu e vamos, então.

  HELLO BRUXINHOOOOS!!

  Meu Deus kkkkk, que horas são? Ahhhh desculpem-me kkkkk. Atrasei, eu sei. Acontece.

   Bom, esse capítulo kkkkkkk é bem... Rox tentando convencer a si mesma que fez aquilo por um bem maior, ahhhhhhh kkkkk, tadinho do Draco genteeeee.

   Bom, o próximo capítulo é no Ministério de Magia e os próximos cinco capítulos também, entre eles terão três bônus a parte, mas digam oi a depressão.

  Hihihi kkkk.

  Desculpaaaaa

   Nos vemos sexta-feira.

– Bjosss da tia Nick.