51 | Pandemonium by: Weasley Gemini
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51. Pandemônio by:
Gêmeos Weasley
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Srta. Brown, se importa de procurar a diretora para informá-la que temos um dragão errante em nossa sala?
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POR ORDEM DO MINISTÉRIO DA MAGIA
Dolores Joana Umbridge (Alta Inquisidora) substituiu Alvo Dumbledore na diretoria da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
A ordem acima está de acordo com o Decreto Educacional Número Vinte e Oito
Assinado: Cornélio Oswaldo Fudge, ministro da Magia
Os avisos foram afixados por toda a escola da noite para o dia, mas não explicavam como é que todas as pessoas que ali viviam pareciam saber que Dumbledore dominara dois aurores, a Alta Inquisidora, o ministro da Magia e seu assistente júnior para fugir. Por onde quer que eu e Harry andássemos no castelo, o único tema das conversas era a fuga de Dumbledore e, embora alguns detalhes tivessem sido alterados nas repetições ( Ouvi uma segundanista garantir a outra que Fudge estaria agora acamado no St. Mungus com uma abóbora no lugar da cabeça), era surpreendente como o restante da informação era exata. Todos sabiam, por exemplo, que eu, Harry e Marieta éramos os estudantes que haviam presenciado a cena na sala de Dumbledore e, como agora Marieta se achava na ala hospitalar, eu e Harry nos vimos assediados com pedidos para contar a história em primeira mão.
— Dumbledore não vai demorar a voltar. — Disse Ernesto Macmillan, confiante, ao sair da aula de Herbologia, depois de ouvir com atenção a minha história e de Harry — Eles não puderam mantê-lo afastado no nosso segundo ano e também não vão poder agora. O Frei Gorducho me disse — E aqui ele baixou a voz conspirativamente, obrigando eu, Harry, Rony e Hermione a se inclinarmos para ouvir — que aquela Umbridge tentou voltar à sala de Dumbledore na noite passada depois de terem vasculhado o castelo e a propriedade à procura dele. Não conseguiu passar pela gárgula. A sala do diretor se lacrou para impedir sua entrada. — Riu Ernesto — Pelo que contam, ela teve um bom acesso de raiva.
— Ah, tenho certeza de que ela realmente se imaginou sentada lá em cima na sala do diretor. — Disse Hermione maldosamente, quando subíamos a escada para o Saguão de Entrada — Reinando sobre todos os professores, aquela velha burra, presunçosa e ávida de poder que é…
— Ora, você realmente quer terminar essa frase, Granger?
Tinha que ser. Draco Malfoy saíra de trás de uma porta, seguido por Crabbe e Goyle. Seu rosto pálido e fino iluminava-se de malícia.
— Receio que vou ter de cortar alguns pontos da Gryffindor e da Huflepuff. — Falou do seu jeito arrastado
— Só os professores podem tirar pontos das Casas, Malfoy. — Replicou Ernesto na hora
— Eu sei que monitores não podem tirar pontos uns dos outros. — Retrucou Malfoy. Crabbe e Goyle deram risadinhas — Mas os membros da Brigada Inquisitorial…
— Os o quê? — Perguntou Hermione com rispidez. Eu apenas encarava a cena
— Brigada Inquisitorial, Granger. — Disse Malfoy apontando para um minúsculo “I” no peito, logo abaixo do distintivo de monitor — Um grupo seleto de estudantes que apoia o Ministério da Magia, escolhidos a dedo pela Profa. Umbridge. Em todo o caso, os membros da Brigada Inquisitorial têm o poder de tirar pontos... então, Granger, vou tirar de você cinco por ter sido grosseira com a nossa nova diretora. Do Macmillan, cinco por me contradizer. E cinco porque não gosto de você, Potter. Weasley, a sua camisa está para fora, por isso vou ter de tirar mais cinco. Ah, é, me esqueci, e você é uma Sangue ruim, Granger, então menos dez por isso.
Com raiva e sentindo minhas bochechas corarem de irritação, dei um passo a frente pra encarar Malfoy. Ele recuou, perdendo a postura de deboche e fechando a cara.
— Não vai tirar pontos de mim!? —Perguntei cínica
— Eu poderia tirar cem pontos de você só por eu ser obrigado a olhar pra sua cara todos os dias. — Rosnou
Eu dei mais um passo pra frente sem tirar os olhos dele.
— Jura que é isso que você pensa? — Perguntei, meio deixando escapar um risinho. Eu não estava lendo sua mente, mas mesmo assim seus olhos não me enganavam — Você é patético, Malfoy!
— E você é uma idiota! — Devolveu ele com esforço, seus olhos sem conseguirem se firmar nos meus
Rony puxou a varinha, irritado, mas Hermione afastou-a, sussurrando:
— Não!
— Muito sensato, Granger. — Murmurou Draco, se afastou de mim e tentou voltar pro seu ar convencido — Nova diretora, novos tempos... agora comporte-se, Potter Pirado... Rei Banana…
Dando boas gargalhadas, o loiro azedo se afastou com Crabbe e Goyle.
— Ele estava blefando. — Comentou Ernesto estarrecido — Não pode ter o direito de descontar pontos... isso seria ridículo... subverteria completamente o sistema monitório.
Mas eu, Rony, Harry e Hermione tínhamos se virado automaticamente para as gigantescas ampulhetas, dispostas em nichos na parede às nossas costas, que registravam o número de pontos das Casas.
Naquela manhã, Gryffindor e Ravenclaw estavam disputando a liderança quase empatadas. Enquanto olhavamos, subiram algumas pedrinhas, reduzindo seu total nas bolhas inferiores. De fato, a única que parecia inalterada era a ampulheta cheia de esmeraldas da Slytherin.
— Já reparou? — Perguntou a voz de Fred
Ele e George tinham acabado de descer a escadaria de mármore e se reuniram a mim, Rony, Harry, Hermione e Ernesto diante das ampulhetas.
— Malfoy acabou de nos descontar uns cinquenta pontos. — Comentei emburrada; enquanto observavámos, vimos mais pedrinhas subirem na ampulheta da Gryffindor
— É, o Montague tentou nos prejudicar durante o intervalo. — Contou George
— Como assim “tentou”? — Perguntou Rony na mesma hora
— Ele não chegou a enunciar todas as palavras. — Disse Fred — Nós o empurramos de cabeça no Armário Sumidouro do primeiro andar.
Eu arregalei os olhos, depois soltei uma risadinha. Hermione pareceu muito chocada.
— Mas vocês vão se meter numa confusão horrível!
— Não até o Montague reaparecer, e isso pode levar semanas, não sei aonde o mandamos. — Disse Fred, descontraído — Em todo o caso... decidimos que não vamos mais ligar se nos metemos ou não em confusão.
— E algum dia vocês ligaram? — Indaguei com uma risadinha
— Mas é claro. — Protestou George —Nunca fomos expulsos, não é?
— Sempre soubemos onde parar. — Acrescentou Fred
— Às vezes ultrapassávamos um dedinho. — Disse George
— Mas sempre paramos em tempo de evitar um caos total. — Completou Fred
— Caos total! — Repetiu uma voz impaciente descendo as escadas — Caos total está essa escola. Um caos!
Ao mesmo tempo todos olhamos para a garota de cabelos castanhos. Vega chegou até nosso alcance, mas antes de falar qualquer coisa, olhou para as ampulhetas das casas e soltou um muxoxo de impaciência.
— Pelo visto ela tirou mesmo. Fala sério! Aquela loira azeda! — Resmungou
— Quem tirou o quê? — Perguntei curiosa
Vega se virou para nós.
— Greengrass. — Disse ela com um revirar de olhos e um suspiro — A loira da turma de vocês, uma tal de Daphne Greengrass, tem uma irmã, Astória, que é da turma do Col.
— Disso já sabemos. — Falou Hermione
— Essa tal “Astória” — E Vega fez aspas com os dedos parecendo irritada — e outras amiguinhas da Slytherin estavam caçoando do Col, por conta da câmera dele e quase a jogaram pela janela do terceiro andar, acreditam nisso!?
Vega parecia claramente revoltada, e eu agora a entendia bem. Também estava irritada. Quem essas meninas pensam que são pra mexer com o meu elfo?
— Tá de brincadeira? Me diz quem são as outras meninas que eu vou atrás delas agora! — Afirmei irritada já fazendo menção de subir as escadas, quando Rony segurou minha mochila, impedindo-me de sair do canto
— Aquieta o facho. — Mandou quando eu o olhei de braços cruzados, parecendo uma criança fazendo birra
— Não se preocupa, não precisa. — Disse Vega confiante e se pôs a observar algo em suas unhas, totalmente despreocupada — Eu soquei a cara da Astória Greengrass e azarei as outras duas, pendurei-as no ar, fazendo elas ficarem de cabeça pra baixo e teria feito mais se a irmã dela não tivesse aparecido pra acabar com a minha festa!
Nós olhamos para Vega boquiabertos, enquanto ela contava seus feitos com a maior naturalidade.
— Você tá maluca!? — Exclamou Harry — Tudo isso pra defender um garoto?!
— Não foi pra defender qualquer garoto, foi para defender o Col. — Devolveu ela revoltada que ele não entendesse — E as meninas, além de serem mais altas, também são mais velhas que eu, e estavam em três. Não tinha como eu me encrencar, os professores não acreditariam nelas mesmo.
— Mas aí, o que a Daphne fez? —Perguntou Ernie, parecendo interessado no assunto
— Falou umas merdas pra lá e disse que eu perderia dez pontos da Gryffindor por ter feito aquilo, então ela brigou com o Colin e disse que ia tirar pontos dele também... mas aí o Col não tinha feito nada, né? E sabem como ele é um neném, então ele ficou triste e pediu pra ela, por favor, não descontar pontos dele e eu dei um tapa na cara dele pra ele parar de ser idiota e pra ele não ser educado com pessoas tipo ela, ele é muito ingênuo, cara, um neném! Mas não dá! Como ele pode sofrer bullying e ainda pedir desculpas!?
Pisquei os olhos, incrédula, para Vega, que meramente ajeitou a mochila nas costas e cruzou os braços, despreocupada com nossos olhares.
— Como eu dizia antes, essa escola tá um caos. — Suspirou
— Ainda não. — Comentou Fred
— Mas vai ficar. — Completou George com um sorriso travesso
— O que querem dizer com isso? —Perguntou Rony hesitante
— Bom, agora... — Começou George
— ... com a partida de Dumbledore. — Continuou Fred
— ... concluímos que um certo caos... — Disse George
— ... é exatamente o que a nossa querida diretora merece. — Disse Fred.
— Pois não deviam! — Sussurrou Hermione — Realmente não deviam! Ela adoraria ter uma razão para expulsar vocês!
— Você não está entendendo, Hermione, não é? — Perguntou Fred, sorrindo para ela — Não fazemos mais questão de ficar. Sairíamos agora se não estivéssemos decididos a fazer alguma coisa por Dumbledore primeiro. Então, assim sendo — Ele consultou o relógio — a fase um está prestes a começar. Eu iria para o Salão Principal almoçar, se fosse vocês, para os professores verem que não têm nada a ver com a coisa.
— Nada a ver com o quê? — Indagou Hermione, ansiosa
— Vocês verão. — Respondeu George —Agora, vão andando.
Os gêmeos desapareceram na massa crescente de alunos que descia a escadaria para almoçar. Com o ar muito desconcertado, Ernesto murmurou alguma coisa sobre terminar um dever de Transfiguração, e saiu apressado.
— Ah, eu amo eles, já disse? — Riu Vega, que parecia está imaginando o que eles iriam aprontar — Bom… — E olhou para as escadas novamente — Onde será que aquele menino se meteu?! Ah… — E voltou a olhar para nós — vejo vocês depois, prometi pro Col que almoçaria com ele, ele disse que só iria guardar a câmera na Comunal e já descia, melhor eu ir ver se ele não está encurralado de novo. Meu Merlim, quê que eu faço pra esse menino aprender a bater nas pessoas? Dai-me graça, Santa Boleyn.
— Santa quem? — Harry olhou intrigado por ela
— Anne Boleyn. — Explicou Hermione com um revirar de olhos — Rainha Consorte do Reino da Inglaterra nos anos de 1533 até 1536, o ano de sua morte, ela foi a segunda esposa de Henrique VIII, e também a primeira rainha inglesa a ser executada, acusada de adultério, bruxaria e traição.
— Era uma Bruxa? — Harry tornou a perguntar
— Sim. — Eu, Rony, Hermione e Vega respondemos juntos, como se a resposta fosse óbvia
— Harry você não ler? — Hermione indagou
— Se bem que não precisa nem ler pra saber quem é Anne Boleyn. — Comentei — Tem um quadro dela em algum canto aqui em Hogwarts, só não lembro especificamente onde.
Vega deu uma risadinha.
— É no segundo andar, próximo as escadas, na lateral, bem ali. — E apontou para um pouco acima das escadas — Está meio escondido, mas é ali. Aliás, deixa eu ir logo atrás do boboca do Col, que eu tô morta de fome. Se alguém tiver mexido com ele de novo, juro que vou lançar uma maldição imperdoável.
E começou a subir as escadas.
— Vocês lembram do que os gêmeos falaram? — Os lembrei, já que continuávamos parados no mesmo canto
— Meu Merlim, você tem razão, acho melhor sairmos logo daqui, sabe. — Disse Hermione, ligeiramente nervosa — Só por precaução…
— É, vamos. — Concordou Rony, e nós quatro nos dirigimos às portas do Salão Principal, mas eu mal tinha avistado o céu do dia, com nuvens brancas sopradas pelo vento, quando percebi alguém se aproximar e bater no ombro de Harry, que vinha ao meu lado, era Filch, o zelador.
— A diretora quer ver você, Potter. — Disse malicioso
— Não fui eu. — Disse Harry tolamente, com certeza pensando no que Fred e George estavam planejando. As bochechas caídas de Filch sacudiram de riso inarticulado
— Consciência pesada, eh?! — Exclamou asmático — Venha comigo.
Harry olhou para mim, e em seguida para Rony e Hermione, que pareciamos igualmente preocupados. Ele sacudiu os ombros, e acompanhou Filch de volta ao Saguão de Entrada, na direção contrária à maré de estudantes esfomeados.
— Então… va… — Mas antes mesmo que eu terminasse de falar, parei, ao perceber que alguém chamava meu nome
Me virei e vi Lee que andava até meu encontro, ajeitando a gravata, apressado. Dei um risinho.
— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei
— Ah… — E ele passou a mão nos cabelos e sorriu — Não, tecnicamente nada, mas preciso ir na biblioteca pegar um livro, e… bom, ainda não conversamos, quer ir lá comigo? Depois almoçamos juntos.
— Ah, claro. — E me virei pra Rony e Hermione — Vejo vocês antes da próxima aula.
Então acompanhei Lee até as escadarias de mármore e começamos a subir, primeiro sem falar nada. Eu sabia porque ele queria conversar comigo, não era só pra ter minha companhia, ainda tinha o fato de não termos nos falado desde ontem quando eu voltei atrás de Marshall.
— Você tá legal? — Perguntou ele, segurando minha mão de repente
Levantei a cabeça e olhei. Bem? Eu não estou bem desde junho passado, mas, ele não perguntou se eu estou bem, e sim se eu estou legal. É, acho que sim.
— Tô, eu acho. No final as coisas ontem não foram tão piores do que poderia, não é?
— É, você tem razão. — Ele riu — Mas você é louca, hem. Marshall sabia seguir você depois, não precisava ter voltado.
— Lee! — Eu o olhei, fingindo estar séria — Eu não penso bem sobre pressão, para de me julgar.
Dessa vez ele soltou uma gargalhada.
— Ok, pequena. Ok, desculpe-me.
— Pequena? — Me fiz de ofendida —Respeite que eu ainda vou crescer.
Ele parou e se virou pra mim.
— Linda, você tem essa altura desde que chegou a Hogwarts, sabe disso, né?
— Lee Sebastian Jordan! — Exclamei ameaçando o bater
— Quê? Eu menti? — Ele soltou outra gargalhada
— Hum. — Eu resmunguei, me fazendo de emburrada e tornamos a subir as escadas para o terceiro andar
— Você fica tão linda vermelhinha com raiva. — Falou cutucando minha bochecha de leve
Eu ri, mas então lembrei-me, sem mesmo querer, de Draco. Não queria lembrar dele! Por que lembrei dele!? Suspirando e tentando afastar os pensamentos e as lembranças, mudei de assunto.
— Er… afinal o que você quer na biblioteca?
— Preciso de um livro de Astronomia pra fazer um trabalho extra, e outro para me ajudar nos exames. — Explicou suspirando, parecia bem mais preocupado com a escola do que meus irmãos
— Ao menos você se importa com a escola, né? Diferente daqueles dois. Fred e George, quero dizer.
Lee riu.
— Honey, eu me importo porque a profissão que quero seguir depende de uma nota boa nos exames, já a que eles querem, não.
— Você nunca me falou sobre a profissão que quer seguir.
Estávamos alcançando o terceiro andar quando ele parou, meio nervoso, e me olhou.
— Quero… bom, eu meio que... já há um tempo venho pensando, e a Prof. Sinistra disse que eu me daria muito bem, bom... — E pigarreou meio nervoso — Não tinha falado sobre isso com ninguém ainda, sabe… mas eu meio que sempre pensei em ser professor de Astronomia.
Ele mexeu no cabelo, meio acanhado e eu abri um sorriso grande.
— Lee, isso é incrível! — Respondi — Tenho certeza que você vai ser ótimo! Meu Deus, isso é maravilhoso!
E o abracei forte para o mostrar o atando estava orgulhosa por ele. Ele ficou todo vermelhinho, mas animado, e entre conversa vai e vem chegamos finalmente na biblioteca.
— Vou só pegar os livros que preciso, não demoro, você me espera aqui? —Perguntou Lee assim que adentramos o local
— Ah, claro, mas cuida, que eu tô com fome.
— Oh, meu Merlim. — Ele riu e colocou as mãos no bolso — Acho que tenho algo aqui… Ah, sim, tenho. Toma.
Estendeu a mão mostrando um sapo de chocolate que acabara de tirar do bolso. Sorrindo o apanhei.
— A figurinha é minha também?
— Claro, amor. — Respondeu rindo — Não demoro, ok?
Então saiu para as estantes de livros de Astronomia, deixando-me perto da porta da biblioteca entre alguns livros, enquanto eu me preocupava em abrir o sapo de chocolate, ansiosa para comer, mas curiosa pra saber qual seria a figurinha. Mordiscando a cabeça do sapo, finalmente virei o card, vendo um homem de cabelos e barbas castanhas com a pele toda roxa. Derwent Shimpling. Repitida, de novo.
— Derwent Shimpling nasceu em 1912. Comeu um Tentáculo Venenoso inteiro por causa de uma aposta e sobreviveu, embora tenha ficado roxo… — Comecei a ler pra mim mesma, em voz baixa, até que alguém trombou com força mim, me assustando e fazendo-me levantar a cabeça atordoada
Eu não estava no meio do corredor, então pra trombarem em mim, tem que ser no mínimo distraído, ou cego. Logo minhas íris encontraram o acusado; uma garota, pálida, mais alta do que eu, seus cabelos eram escuros e longos, os olhos de uma tonalidade verde, meio irritados, a medida que ela me olhava com raiva, na altura dos meus olhos vi sua gravata, verde e prata, da Slytherin, e então, vi algo que realmente me assustou. Um colar, uma corrente prateada com um pingente em formato de sol. Foi então que eu lembrei quem era a garota na minha frente. Tracey Davis.
— Qual o seu problema!? — Começara a resmungar já há alguns segundos, mas eu não conseguia parar de olhar o colar — Fica parada aí como uma estátua e ainda trombando com os outros! Tinha que ser da Gryffindor mesmo, fala sério!
— Tracey!? Vamos logo! — Chamou uma garota baixa de rosto redondo e rosado parada à porta da biblioteca, também usava vestes da Slytherin
— Emília, você não tá ven… — E então Tracey suspirou já que eu ainda não tinha a respondido — Deixa! Vamos almoçar logo — E começou a andar até a amiga sem parar de resmungar — que meu humor não está nenhum pouco bom! Vou matar o Nicholas! Eu vou matar!
Elas saíram da biblioteca, mas eu continuei paralisada, lembrando do colar no pescoço de Tracey. O Sol. Seria ela?? Meu Merlim! Tudo faz sentido agora, ou talvez não…? Eu não sei nada da vida de Tracey, esse é o problema, não sei sobre seus pais, nem qual é a dela. Mas se ela pode ser e se ela for Sol Lestrange? Eu preciso, eu tenho…
— Linda, tá tudo bem? — Lee acabara de retornar, segurando dois livros grossos nos braços
— Sim, claro. — Comentei guardando a figurinha no bolso da capa e sorrindo para o meu namorado — Então, já pegou todos os livros que precisava, neném?
Lee desviou os olhos rindo.
— Que foi?
— É que… — E voltou a me olhar ainda com um sorriso, meio descontraído ou talvez atrevido — Da última vez que você me chamou de neném, você estava... bom, nós…
Senti minhas bochechas esquentaram ao lembrar do que ele estava falando, e meus olhos meio que se arregalaram, antes que eu pudesse evitar e tentar transparecer calmaria.
— Oww, que anjinho, quem ver pensa que você é santa. — Ele riu
— Eu sou. — Falei com uma falsa convicção
Lee se aproximou de mim e mais, chegando bem perto, e então se abaixou um pouco de modo que conseguisse sussurrar no meu ouvido.
— Oww… meu amor, você não é nenhuma santinha, não. — Falou de modo que senti minha pele arrepiar e meu corpo tremer de leve, ele riu — Mas vou deixar levar, só porque você é gata.
— Lee Jordan! — Exclamei o puxando, mas com um sorrisinho — Estamos na biblioteca, onde está sua ética?!
Ele continuou com aquela cara de safado e um risinho divertido.
— Vamos descer logo que estou com fome.
— Eu também. — Disse ele de forma divertida, mas olhando pra mim
— Sebastian! — Exclamei, fingindo-me irritada e ameaçando-lhe bater com o livro
— Que foi, o que eu di...
BUUM!
O próprio piso da sala sacudiu. Eu quase escorreguei para um lado, fazendo cara de espanto, Lee me segurou para evitar que eu caísse.
— Que foi i...?
Juntos, olhamos para porta. Ouvimos gente correndo e gritando vários andares abaixo.
— Fred e George. — Eu e Lee dissemos ao mesmo tempo se entreolhando
Segurando os livros com um dos braços, e segurando minha mão com a outra mão, Lee se adiantou em andar pra saber o que os gêmeos causaram, eu indo junto com ele.
Não foi difícil saber. Um andar abaixo, reinava um pandemônio. Alguém ( Fred e George ) aparentemente tocaram fogo em uma enorme caixa de fogos mágicos. Dragões formados inteiramente por faíscas verdes e douradas voavam para cima e para baixo nos corredores, produzindo explosões e labaredas pelo caminho; rodas rosa-choque de mais de um metro de diâmetro zumbiam letalmente pelo ar como discos voadores; foguetes com longas caudas de estrelas de prata cintilantes ricocheteavam pelas paredes; centelhas escreviam palavrões no ar sem ninguém acioná-las; rojões explodiam como minas para todo lado que eu olhava e, em vez de se queimarem e desaparecerem de vista ou pararem crepitando, quanto mais eu olhava essas maravilhas pirotécnicas mais elas pareciam aumentar em energia e ímpeto.
— Olha. — Disse Lee, indicando algo com a cabeça
Filch e Umbridge estavam parados no meio da escada, parecendo pregados no chão. Harry estava um pouco atrás deles, observando tudo. Enquanto assistíamos, uma das rodas maiores pareceu decidir que precisava de mais espaço para manobrar: saiu rodando em direção a Umbridge e Filch com um ruído sinistro. Os dois berraram de susto e se abaixaram, e a roda voou direto pela janela às costas deles e atravessou os terrenos da escola.
Entrementes, vários dragões e um grande morcego roxo que fumegava agourentamente aproveitaram a porta aberta no fim do corredor e escaparam para o segundo andar.
— Depressa, Filch, depressa! — Gritou Umbridge — Eles vão se espalhar pela escola toda se não fizermos alguma coisa: Estupefaça!
Um jorro de luz vermelha projetou-se da ponta de sua varinha e bateu em um dos foguetes. Em vez de se imobilizar no ar, o artefato explodiu com tal força que fez um furo no retrato de uma bruxa piegas no meio de um relvado; ela fugiu bem a tempo, e reapareceu segundos depois no quadro vizinho, onde dois bruxos que jogavam cartas se levantaram rapidamente e abriram espaço para acomodá-la.
— Não os estupore, Filch! — Bradou Umbridge furiosa, como se ele fosse o responsável pelo feitiço
— Pode deixar, diretora! — Chiou Filch, que, sendo um aborto, não poderia ter estuporado os fogos nem tampouco os engolido. Ele correu para um armário próximo, tirou uma vassoura e começou a bater nos fogos que voavam; em poucos segundos a vassoura estava em chamas
Harry não estava em nenhum lugar, já devia ter ido embora. E acho que eu e Lee também já tínhamos visto o suficiente.
— Vamos? — Ele sussurrou pra mim que assenti, de mãos dadas, nos abaixamos e corremos para uma porta que tanto eu, quanto ele sabíamos de sua existência, ficava atrás de uma tapeçaria mais à frente no corredor
Ao entrar lá demos de cara com Fred, George e Harry que estavam ali escondidos, ouvindo os gritos de Umbridge e Filch, sacudindo de riso reprimido.
— Impressionante. — Cochichou Lee sorrindo, os parabenizando — Vocês se superaram.
— É o que estou dizendo a eles. — Disse Harry também com um sorriso
— Mas, sério, foi incrível. — Também os parabenizei entre risinhos — Vocês levariam o Dr. Filibusteiro à falência, podem crer…
— Falou. — Sussurrou George, enxugando as lágrimas de riso do rosto — Ah, espero que ela experimente agora fazê-los desaparecer... eles se multiplicam por dez todas as vezes que alguém tenta.
Os fogos continuaram a queimar e a se espalhar pela escola toda durante a tarde. Embora causassem muitos estragos, particularmente os rojões, os outros professores não pareceram se importar muito com isso.
— Ai, ai! — Exclamou a Profa. McGonagall ironicamente, quando um dos dragões entrou voando em sua sala, emitindo fortes ruídos e soltando chamas — Srta. Brown, se importa de procurar a diretora para informá-la que temos um dragão errante em nossa sala?
O resultado de tudo isso foi que a Profa. Umbridge passou sua primeira tarde como diretora correndo pela escola para atender aos chamados dos professores, que não pareciam capazes de livrar suas salas dos fogos sem a sua ajuda. Quando a última sineta tocou e todos íamos voltando à Torre da Gryffindor com nossas mochilas, eu vi, com imensa satisfação, uma Umbridge desarrumada e suja de fuligem saindo com passos vacilantes e o rosto suado da sala do Prof. Flitwick.
— Muito obrigado, professora! — Disse Flitwick na sua vozinha esganiçada — Eu poderia ter me livrado dos fogos, é claro, mas não estava muito seguro se teria autoridade para tanto.
Sorrindo, ele fechou a porta da sala na cara da Umbridge, que parecia prestes a rosnar. Fred e George foram heróis naquela noite na sala comunal da Gryffindor. Até Hermione se esforçou para atravessar a aglomeração de colegas excitados e dar parabéns aos gêmeos.
— Foram fogos maravilhosos. — Disse com admiração
— Obrigado. — Agradeceu George, ao mesmo tempo surpreso e contente. — Fogos Espontâneos Weasley. O único problema é que gastamos todo o nosso estoque; agora vamos ter de recomeçar do zero.
— Mas valeu a pena. — Disse Fred, que anotava os pedidos dos colegas aos berros — Se quiser acrescentar o seu nome à lista de espera, Hermione, custa cinco galeões uma caixa de Fogos Básicos e vinte uma Deflagração de Luxo…
Hermione voltou à mesa em que eu, Rony e Harry estávamos sentados, contemplando as mochilas como se esperassemos que nossos deveres de casa fossem saltar de dentro delas e começar a se fazer sozinhos.
— Ah, por que não tiramos a noite de folga? — Perguntou a garota, animada, quando um rojão Weasley de cauda prateada coriscou pela janela — Afinal, as férias da Páscoa começam na sexta-feira, e teremos muito tempo então.
— Você está se sentindo bem? — Perguntou Rony, encarando-a sem acreditar no que ouvia
— Talvez esteja doente. — Comentei surpresa acariciando o pelo de Marshall
— Por falar nisso. — Continuou Hermione alegremente — Sabem... acho que estou me sentindo um pouquinho... rebelde.
Eu ainda ouvia os estampidos distantes das bombas fugitivas quando eu e as meninas fomos nos deitar uma hora mais tarde; e enquanto me despia passaram umas estrelinhas pela torre, ainda formando insistentemente a palavra “COCÔ”. Me enfiei na cama, bocejando, logo depois de colocar Marshall em sua caminha. Os fogos passando de raro em raro pela janela se tornaram borrados a medida que o sono chegava, lembrando nuvens cintilantes, belas e misteriosas contra o fundo escuro do céu. Me virei para o lado, imaginando como a Umbridge estaria se sentindo em seu primeiro dia no lugar de Dumbledore, e como Fudge reagiria quando soubesse que a escola passara a maior parte do dia num estado de avançada desintegração. Sorrindo com meus pensamentos, fechei os olhos…
Os zunidos e estampidos dos fogos que escaparam para os terrenos da escola pareciam se distanciar... ou, talvez, eu estivesse apenas me afastando dos fogos em alta velocidade…
Estava em uma sala, um quarto talvez, escuro e esquisito. Deitada em um colchão extremamente duro, percebi que não conseguia sentir movimento algum da parte das minhas pernas, era como se eu estivesse travada da cintura pra baixo. Amedrontada olhei ao redor, sentindo náuseas e dores no corpo e na cabeça, me sentindo cansada. Algo parecia machucar meu pulso, ao abaixar meu olhar vi o que parecia ser um bracelete de ferro que estava bem firme e preso no meu braço direito, uma luz verde piscando levemente, em constraste com um belo anel de prata.
Para além, vi o quarto vazio e escuro, não tinha mais nada ali. A porta era de ferro antigo e parecia ser bem firme, aquilo lembrava uma prisão. Comecei a sentir frio e tremer, então escutei uma voz branda e conhecida, só não lembro de onde eu a conhecia.
— Oi… — Sussurrou, devia está do outro lado da porta, e tinha medo ou
ressentimento em sua voz — Só consegui vim agora, eles saíram, acho que vão demorar, como você tá?
Percebi a porta de ferro começar a ser movida, estava prestes a ver quem era a pessoa do outro lado, de quem era aquela voz, queria entender onde eu estava e porque eu não sentia minhas pernas, o que é isso no meu braço, onde...
BANGUE!
Eu acordei instantaneamente, confusa e zangada. O som de risadas enchia o dormitório escuro.
— Olha, que demais! — Exclamou a voz animada de Amélia, cuja silhueta se recortava contra a janela — Acho que uma daquelas rodas bateu em um rojão, e os dois cruzaram, venham cá ver!
Ouvi Lavender se levantar da cama depressa para ver melhor, já Parvati deu um muxoxo, antes de se levantar lentamente, parecendo atordoada de sono. Eu continuei quieta e em silêncio enquanto uma dor de cabeça se formava. Eu conhecia aquela voz, mas de onde? Será que fora apenas um sonho? Uma visão?
Porquinhos alados e brilhantes cor-de-rosa e prata passavam voando pelas janelas da Torre da Gryffindor. Permaneci deitada, ouvindo os gritos de alegria dos meus colegas nos dormitórios abaixo. Meu estômago deu uma sacudidela nauseante ao pensar que meu poder ainda estava em curto, Tracey podia ser Sol Lestrange, e eu não tinha ajuda nenhuma pra descobrir isso.
Hello bruxinhoooos!!
Tudo bem com vocês??? Como estamos??
Eu estou super animada, e não é só porque o meu vira-tempo e a minha gravata da sonserina chegaram hoje, estou animada com Relíquias da Morte, tive um bom avanço na história e estou muito inspirada, já tô ansiosa pra ver o que vocês vão achar das cenas tensas kkkk
Nos vemos quarta-feira
Amo vocês <3
– Bjos da tia Nick.
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