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50 | The Sneak

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50. O Dedo-duro
       
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  Sabe, ministro, discordo de Dumbledore em muita coisa... mas não se pode negar que ele tem classe...
 
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    A sala estava cheia de gente. Dumbledore encontrava-se à escrivaninha, a expressão serena, as pontas dos longos dedos juntas. A Profa. McGonagall empertigada ao seu lado, o rosto extremamente tenso. Cornélio Fudge, ministro da Magia, se balançava para a frente e para trás sem sair do lugar, ao lado da lareira, pelo visto imensamente satisfeito com a situação; Quim Shacklebolt e um bruxo com uma carranca e cabelos muito curtos e crespos, que eu não reconheci, estavam postados de cada lado da porta como guardas, e a figura de sardas e óculos de Percy Weasley pairava excitada junto à parede, uma pena e um pesado rolo de pergaminho nas mãos, aparentemente preparado para tomar notas. Eu arregalei os olhos assim que o vi, meu coração quase saltou, eu não ligava pra o que ele achava, mas me senti mal, e estava irada com ele.

    Os retratos dos velhos diretores e diretoras não estavam fingindo dormir esta noite. Estavam atentos e sérios, observando o que acontecia embaixo. Quando eu e Harry entramos, alguns fugiram para quadros vizinhos e cochicharam com urgência aos ouvidos dos colegas.

   Eu me desvencilhei do aperto de Umbridge, assim como Harry, quando a porta se fechou. Cornélio Fudge o olhou com uma espécie de maligna satisfação no rosto, mas nem sequer olhou para mim.

— Ora! — Exclamou — Ora, ora, ora...

    Harry respondeu com o olhar mais sujo que conseguiu dar. Seu coração batia descontrolado no peito, mas o cérebro estava estranhamente claro e tranquilo, consegui entender.

— Ele estava voltando à Torre da Gryffindor, a Srta. Weasley também. — Disse Umbridge. Havia uma excitação obscena em sua voz, o mesmo prazer perverso que eu ouvi quando a Profa. Trelawney se desintegrava de infelicidade no Saguão de Entrada. Mas não me irritei, lembrei-me da visão dela sendo levada pelos centauros e sorri — O menino Malfoy encurralou Potter e a Parkinson pegou a Weasley aqui, são um excelente casal, trabalhando pelos mesmos meios.

   Não consegui conter o revirar de olhos ao ouvir “casal”, Marshall ainda grunhia no meu braço, estava assustado, e pra piorar minhas mãos formigavam.

— Foi mesmo, foi mesmo?! — Exclamou Fudge, admirado — Preciso me lembrar de contar ao Lucius e ao Perseus. Muito bem, Potter, Weasley... espero que saibam por que estão aqui.

    Eu ia ser sarcástica e dizer um “não”, mesmo percebendo que Harry tinha toda a intenção de responder com um atrevido “sim”: a boca dele se abrira e a palavra começara a se formar quando, assim como ele, percebi a expressão de Dumbledore. O diretor não olhava diretamente para ele ou para mim – tinha os olhos fixos em um ponto por cima dos nossos ombros –, mas, quando o encaramos, mexeu a cabeça uma fração de segundo para cada lado.

   Harry mudou de ideia no meio da palavra.

— É... não.

— Como disse? — Perguntou Fudge

— Não. — Repetiu Harry com firmeza

— Você não sabe por que está aqui?

— Não, senhor, não sei.

    Fudge olhou incrédulo para Harry e dele para mim.

— Srta. Weasley?

— Sim? — Respondi em forma indagadora apertando o Marshall contra o peito

— Sabe porque está aqui?

— Na verdade, não. — Respondi com naturalidade, e apertei o furão novamente quando ele fez menção de avançar em Fudge como se quisesse o atacar

— Afinal, por que está com esse bicho?!

— Meu furão, eu estava o procurando quando a Parkinson me atingiu com a Azaração do tropeço e me derrubou, se é que me entende... — Eu falava tão suave e calmamente que pareceu que era Luna e não eu, uma plenitude que me fazia continuar a falar, sem o meu habitual estresse de sempre — O nome dele é Marshall, como o do cachorro de Laisha, aquela garota que se apaixona por Zeus, o deus do trovão, em Paraíso perdido, mas acaba morta por Hera, a esposa dele e completamente ciumenta e vingativa. O senhor já leu Paraíso perdido?

— Não, eu...

— É muito bom, o senhor não sabe o que está perdendo. É tipo uma adaptação que conta mais a história de Hera, aí trouxeram essa maluca aí da Laisha só pra morrer mesmo, pelo menos é o que eu acho.

   Harry me olhou, incerto. Óbvio que estranhando meu comportamento tão inusitado e inesperado. Parecia até que eu era um anjinho. Percy, porém, levantou a cabeça e fixou seu olhar em mim. Foi ele quem me deu o livro “Paraíso Perdido” quando fiz quinze anos e eu sempre disse que o livro era uma merda e que eu não gostava de coisas que envolvam mitologia, mas qualquer pessoa que me conheça ao menos um pouco, sabe que eu amo, eu só tinha falado aquilo pra irritar Percy, agir como se ele não soubesse as coisas que eu gosto, mesmo que ele saiba bem.

   Fudge olhou, incrédulo para a Profa. Umbridge, ele não se importava com o que eu falei do livro, mas sim com o “não” que Harry e eu demos. Me aproveitei da desatenção momentânea para lançar outro olhar rápido a Dumbledore, que deu um aceno mínimo e a sombra de uma piscadela para o tapete.

— Então vocês não fazem ideia — Disse o ministro com a voz positivamente pesada de sarcasmo — por que a Profa. Umbridge os trouxeram a esta sala? Vocês não sabem que infringiram o regulamento da escola?

— Regulamento da escola? — Indagou Harry e então olhou para mim, no qual ao mesmo tempo respondemos: — Não.

— Nem os decretos do Ministério? —Acrescentou Fudge, irritado

— Não que eu tenha consciência. — Respondi brandamente. Marshall se aquietou

    Meu coração continuava a bater acelerado e minhas mãos formigavam. Quase valia a pena dizer mentiras para ver a pressão sanguínea de Fudge subir, mas não conseguia ver como eu e Harry iríamos dizê-las impunemente; se alguém informara a Umbridge sobre a AD, então deveríamos começar a arrumar as malas agora mesmo.

— Então, é novidade para vocês — Disse Fudge, sua voz agora pastosa de raiva — que foi descoberta uma organização estudantil ilegal nesta escola?

— Organização estudantil? — Repeti pensativa com um ar incerto — Então estudar é errado, ministro?

   Fudge bufou. Harry logo se pôs a falar.
  
—  É certo que nem eu, nem Rox estávamos sabendo de nada disso, senhor. — Disse ele, exibindo um olhar de inocência e de surpresa pouco convincente

— Acho, ministro — Disse Umbridge atrás do garoto com a voz sedosa — que faríamos maior progresso se eu trouxesse a nossa informante.

— É, faça isso. — Disse Fudge com um aceno, e olhou maliciosamente para Dumbledore quando Umbridge saiu — Nada como uma boa testemunha, não é, Dumbledore?

— Nada mesmo, Cornélio. — Concordou Dumbledore gravemente, inclinando a cabeça

    Houve uma espera de vários minutos, em que ninguém se entreolhou, então eu ouvi a porta se abrir às minhas costas. Umbridge entrou e passou por mim segurando pelo ombro a amiga de cabelos crespos de Cho, Marieta, que escondia o rosto nas mãos. Eu arregalei os olhos quando vi a Dedo-duro bem a minha frente.

— Não se apavore, querida, não tema. — Disse a Profa. Umbridge com suavidade, dando-lhe palmadinhas nas costas — Está tudo bem agora. Você agiu certo. O ministro está muito satisfeito com você. Dirá à sua mãe que boa menina você foi. A mãe de Marieta, ministro — Acrescentou, erguendo os olhos para Fudge — é Madame Edgecombe, do Departamento de Transportes Mágicos, seção da Rede de Flu, tem nos ajudado a policiar as lareiras de Hogwarts, sabe.

— Muito bom, muito bom! — Disse Fudge cordialmente — Tal mãe, tal filha, eh? Bom, vamos então, querida, erga a cabeça, não seja tímida, vamos ver o que você tem a... gárgulas galopantes!

   Quando Marieta ergueu a cabeça, Fudge deu um salto para trás chocado, quase se estatelando na lareira. Em seguida praguejou e sapateou na bainha da capa que começara a fumegar. Marieta deu um guincho e puxou o decote das vestes até os olhos, mas não antes de todos verem que seu rosto estava terrivelmente desfigurado por uma quantidade de pústulas roxas muito juntas que cobriam seu nariz e suas faces formando a palavra “DEDO-DURO”. O Feitiço dara certo, não que eu esperava que não desse, não é a toa que me chamam de rainha das azarações.

— Não se incomode com as marcas agora, querida. — Disse Umbridge, impaciente — Tire as vestes de cima daboca e conte ao ministro.

   Mas Marieta soltou outro guincho abafado e sacudiu a cabeça freneticamente.
  
— Ah, muito bem, sua tolinha, eu contarei. — Disse Umbridge com rispidez. Tornando a refazer o sorriso doentio no rosto, disse: — Bom, ministro, a Srta. Edgecombe aqui veio à minha sala pouco depois do jantar hoje à noite e me disse que queria me contar uma coisa. Contou que se eu fosse a uma sala secreta no sétimo andar, às vezes conhecida como Sala Precisa, eu descobriria algo que me interessaria. Fiz-lhe mais algumas perguntas, e ela admitiu que haveria uma reunião ali. Infelizmente, naquela altura, a azaração — Ela acenou impaciente para o rosto escondido de Marieta — produziu efeito, e, ao ver seu rosto no meu espelho, a menina ficou aflita demais para me fornecer maiores detalhes.

— Bom, agora — Disse Fudge, fixando Marieta com o que evidentemente imaginava que fosse um olhar paternal — é muita coragem sua, querida, ir contar à Profa. Umbridge. Você agiu certo. Agora, pode me dizer o que aconteceu na reunião? Qual era a finalidade? Quem mais estava presente?

   Mas Marieta não quis falar; meramente tornou a sacudir a cabeça, os olhos muito abertos e receosos.
  
— Você não tem uma contra-azaração para isso? — Perguntou Fudge a Umbridge, impaciente, indicando o rosto de Marieta — Para ela poder falar livremente?

— Ainda não consegui descobrir uma. — Admitiu Umbridge a contragosto, e eu senti um assomo de orgulho pelas minhas habilidades em azaração — Mas não faz diferença se ela não quiser falar, eu posso continuar a história a partir deste ponto. O senhor deve se lembrar, ministro, que lhe enviei um relatório em outubro informando que Potter se encontrara com vários colegas no Cabeça de Javali, em Hogsmeade...

— E qual é a sua prova disso? — Interrompeu-a a Profa. McGonagall

— Tenho o testemunho de Willy Widdershins, Minerva, que por acaso estava no bar naquela ocasião. Usava muitas bandagens, é verdade, mas sua audição estava perfeita. — Disse Umbridge cheia de si — Ele ouviu cada palavra que Potter disse e veio direto à escola me relatar...

— Ah, então foi por isso que ele não foi processado por ter feito todos aqueles vasos sanitários regurgitarem! — Exclamou a Profa. McGonagall, erguendo as sobrancelhas — Que visão interessante do nosso sistema judiciário!

— Corrupção descarada! — Bradou o retrato de um corpulento bruxo de nariz vermelho na parede atrás da escrivaninha de Dumbledore — No meu tempo o Ministério não negociava com criminosos baratos, não, senhor, não negociava!

— Obrigado, Fortescue, já chega. — Disse Dumbledore suavemente

— A finalidade do encontro de Potter com esses estudantes — Continuou a Umbridge — era persuadi-los a formar uma sociedade ilegal, com o fito de aprender feitiços e maldições que o Ministério declarou inadequados para a idade escolar...

— Acho que você vai descobrir que está enganada, Dolores. — Disse Dumbledore calmamente, espiando por cima dos oclinhos de meia-lua encarrapitados no meio do nariz adunco

    Eu e Harry olhamos para o diretor. Não entendiamos como é que Dumbledore ia nos livrar dessa; se Willy Widdershins tivesse de fato ouvido tudo que Harry dissera no Cabeça de Javali, simplesmente não haveria escapatória.

— Oho! — Exclamou Fudge, recomeçando a se balançar sobre os pés — Sim, vamos ouvir a última lorota inventada para tirar Potter de uma confusão! Vamos, então, Dumbledore, vamos... Willy Widdershins estava mentindo, é isso? Ou era o gêmeo idêntico de Potter que estava no Cabeça de Javali naquele dia? Ou a explicação costumeira que envolve a reversão do tempo, um morto que retorna à vida e uns Dementadores invisíveis?

    Percy Weasley deixou escapar uma gostosa gargalhada e eu quis dá um soco no nariz dele. Éramos mesmo da mesma família?

— Ah, essa é muito boa, ministro, muito boa!

    Eu poderia ter dado um chute nele. Então vi, para meu espanto, que Dumbledore também sorria gentilmente.

— Cornélio, eu não nego, e tenho certeza de que Harry e Rox também não, que eles estivessem no Cabeça de Javali naquele dia, nem que estivessem procurando recrutar estudantes para um grupo de Defesa Contra as Artes das Trevas. Estou apenas dizendo que Dolores está muito enganada de que tal grupo fosse, à época, ilegal. Se você se lembra, o Decreto Educacional que proibiu todas as associações de estudantes só entrou em vigor dois dias depois da reunião de Harry em Hogsmeade, portanto eles não estavam infringindo regulamento algum no Cabeça de Javali.

    Percy parecia ter sido atingido no rosto por alguma coisa muito pesada. Fudge se imobilizou no meio do seu balanço, boquiaberto.

  Umbridge se recuperou primeiro.
 
— Tudo isso está muito bem, diretor. —Disse sorrindo meigamente — Mas agora já faz seis meses que o Decreto Número Vinte e Quatro entrou em vigor. Se o primeiro encontro não foi ilegal, todos os que ocorreram depois certamente o são.

— Bom. — Replicou Dumbledore, estudando-a com educado interesse por cima dos dedos entrelaçados — Eles certamente seriam, se tivessem continuado depois que o decreto entrou em vigor. Você tem alguma prova de que os encontros continuaram?

    Enquanto Dumbledore falava, ouvi um rumorejo atrás, e achei que Quim cochichara alguma coisa. Podia jurar, também, que senti alguma coisa roçar o lado do meu corpo, alguma coisa suave como um sopro ou as asas de um pássaro, mas olhando para baixo não vi nada.

— Prova? — Repetiu Umbridge, abrindo aquele sorriso bufonídeo — Você não esteve prestando atenção, Dumbledore? Por que acha que a Srta. Edgecombe está aqui?

— Ah, e ela pode nos falar dos seis meses de encontros? — Perguntou Dumbledore, erguendo as sobrancelhas — Tive a impressão de que ela estava meramente relatando uma reunião hoje à noite.

— Srta. Edgecombe. — Disse imediatamente — Conte-nos há quanto tempo essas reuniões vêm acontecendo, querida. Você pode simplesmente acenar ou balançar a cabeça, tenho certeza de que isso não vai piorar as manchas. Elas têm se realizado regularmente nos últimos seis meses?

    Senti meu estômago despencar e tive a sensação de que Harry também. Era o fim, tínhamos chegado a uma muralha de provas inegáveis que nem mesmo Dumbledore seria capaz de remover. E eu ainda não conseguia usar meus poderes, as faíscas continuavam.

— Só precisa acenar ou balançar a cabeça, querida. — Disse Umbridge, tentando persuadir Marieta — Vamos, agora, isso não vai reativar a azaração.

    Todos na sala olharam para o topo da cabeça da garota. Apenas seus olhos estavam visíveis entre as vestes repuxadas e a franja crespa. Talvez fosse um efeito das chamas, mas seus olhos pareciam estranhamente vidrados. Então, para meu absoluto assombro, Marieta balançou negativamente a cabeça.

   Umbridge olhou depressa para Fudge, e de novo para Marieta.
  
— Acho que você não entendeu a pergunta, entendeu, querida? Estou perguntando se você tem ido a essas reuniões nos últimos seis meses? Você tem, não tem?

   Mais uma vez, Marieta balançou a cabeça.
  
— Que é que você quer dizer balançando a cabeça, querida? — Perguntou Umbridge impaciente

— Eu diria que o significado do gesto da menina foi muito claro. — Disse a Profa. McGonagall com aspereza — Não houve reuniões secretas nos últimos seis meses. Estou certa, Srta. Edgecombe?

  Marieta acenou a cabeça afirmativamente.
 
— Mas houve uma reunião hoje à noite! — Exclamou Umbridge, furiosa — Houve uma reunião, Srta. Edgecombe, a senhorita me falou nela, na Sala Precisa! E Potter era o líder, não era, Potter a organizou, Potter... por que você está balançando a cabeça, menina?

— Bom, normalmente quando uma pessoa balança a cabeça. — Disse McGonagall friamente — Ela quer dizer “não”. Então, a não ser que a Srta. Edgecombe esteja usando uma linguagem de sinais ainda desconhecida dos seres humanos...

   A Profa. Umbridge agarrou Marieta, virou-a de frente e começou a sacudi-la violentamente. Uma fração de segundo depois, Dumbledore estava em pé, a varinha erguida; Quim se adiantou e Umbridge se afastou de Marieta, sacudindo a mão no ar como se tivesse se queimado.

— Não posso permitir que você brutalize os meus estudantes, Dolores. — Disse Dumbledore e, pela primeira vez, pareceu aborrecido

— Queira se acalmar, Madame Umbridge. — Disse Quim com sua voz profunda e lenta — A senhora não quer se envolver em confusões.

— Não. — Disse Umbridge, ofegante, erguendo os olhos para a figura imponente de Quim — Quero dizer, sim, você tem razão, Shacklebolt... eu... eu... perdi a cabeça.

    Marieta estava parada exatamente onde Umbridge a largara. Não parecia nem perturbada pelo inesperado ataque da professora nem aliviada por ter sido solta; continuava a segurar as vestes na altura dos olhos vidrados e fixos em algum ponto à sua frente.

   Uma repentina suspeita, ligada ao cochicho de Quim e à coisa que eu senti passar por mim, nasceu na minha mente.

— Dolores. — Disse Fudge, com ar de quem tentava determinar algo de uma vez por todas — A reunião de hoje à noite... a que sabemos que decididamente se realizou...

— Sim. — Disse Umbridge, recuperando-se — Sim... bom, a Srta. Edgecombe me informou e eu imediatamente me dirigi ao sétimo andar, acompanhada por certos estudantes dignos de confiança, para apanhar em flagrante os participantes da reunião. Parece, no entanto, que eles foram avisados, porque quando chegamos ao sétimo andar corriam em todas as direções. Mas não faz diferença. Tenho todos os nomes aqui, a Srta. Parkinson entrou na Sala Precisa a meu pedido para ver se haviam esquecido alguma coisa ao sair. Precisávamos de provas e a sala nos forneceu.

    E, para o meu horror e de Harry, ela puxou do bolso a lista de nomes que Hermione havia prendido na parede da Sala Precisa e entregou-o a Fudge. Eu não podia acreditar, eu voltei pra buscar Marshall, mas não lembrei desse papel.

— No instante em que vi o nome de Potter na lista, percebi o que tínhamos nas mãos. E, é claro, o nome de Weasley também está aí.

— Excelente. — Disse Fudge, um sorriso se espalhando pelo rosto — Excelente, Dolores. E... pelo trovão...

   Ele ergueu os olhos para Dumbledore, que continuava parado ao lado de Marieta, segurando a varinha frouxamente na mão.
  
— Está vendo o nome que escolheram para o grupo? — Disse Fudge calmo —Armada de Dumbledore.

   Dumbledore estendeu a mão e apanhou o pergaminho que Fudge segurava. Olhou para o cabeçalho escrito por Hermione meses antes, e por um momento pareceu incapaz de falar. Então, ergueu a cabeça e sorriu.

— Bom, o plano fracassou. — Disse com simplicidade — Quer que eu escreva uma confissão, Cornélio, ou basta uma declaração diante dessas testemunhas?

   Eu vi McGonagall e Quim se entreolharem. Havia medo nos rostos de ambos. Eu não entendia o que estava acontecendo e, pelo visto, Fudge também não.

— Declaração? — Perguntou o ministro lentamente — Que... eu não...?

— A Armada de Dumbledore, Cornélio. — Disse Dumbledore, ainda sorrindo ao agitar a lista de nomes diante dos olhos de Fudge — Não é a Armada de Potter, ou mesmo a Armada de Weasley. É a Armada de Dumbledore.

— Mas... mas...

   A compreensão iluminou subitamente o rosto de Fudge. Ele recuou um passo, horrorizado, soltou um ganido e pulou outra vez para longe da lareira.

— Você? — Sussurrou, sapateando na capa em chamas

— Isso mesmo. — Confirmou Dumbledore em tom agradável

— Você organizou isso?

— Organizei.

— Você recrutou esses estudantes para... para uma armada?

— Hoje à noite seria a primeira reunião. — Disse Dumbledore, acenando com a cabeça — Somente para saber se eles estariam interessados em se unir a mim. Vejo agora que obviamente foi um erro convidar a Srta. Edgecombe.

   Marieta confirmou com a cabeça. Fudge olhou da garota para Dumbledore, seu peito inchando.
  
— Então você tem conspirado contra mim! — Berrou

— Isto mesmo. — Respondeu Dumbledore alegremente

— NÃO! — Gritamos eu e Harry juntos

     Quim lançou um olhar de advertência para nós, McGonagall arregalou os olhos ameaçadoramente, mas tínhamos acabado de compreender o que Dumbledore estava fazendo e não íamos deixar isso acontecer.

— Não... Prof. Dumbledore...!

— O senhor não pode...!

— Fiquem quietos, Harry e Rox, ou receio que os dois terão de sair da minha sala. — Disse Dumbledore calmamente

— É, cale-se, Potter e Weasley! —Vociferou Fudge, que continuava a devorar Dumbledore com os olhos com uma espécie de prazer horrorizado — Ora, ora, ora... vim aqui esta noite esperando expulsar Potter e em vez disso...

— Em vez disso consegue me prender. — Concluiu Dumbledore, sorridente — É como perder um nuque e encontrar um galeão, não é mesmo?

— Weasley! — Chamou Fudge, agora positivamente tremendo de prazer — Weasley, você anotou tudo, tudo que ele disse, a confissão, está tudo aí?

— Eu pra eu anotar? — Perguntei com sarcasmo e um dar de ombros enquanto ajeitava Marshall nos meus braços — Me desculpe, estou sem pena no momento.

— Não estou falando com você! —Resmungou o ministro me olhando com irritação e logo virando-se para Percy — Estou falando com... Ah, você fez ou não, Weasley?

— Sim, senhor, penso que sim! —Respondeu Percy pressuroso, com o nariz sujo de tinta tal a velocidade com que fizera suas anotações

— A parte em que diz que está tentando organizar uma armada contra o Ministério, que está trabalhando para me desestabilizar?

— Sim, senhor, anotei, sim, senhor. — Respondeu Percy verificando as anotações exultante, senti meu rosto arder de raiva

— Muito bem, então. — Disse o ministro, agora irradiando felicidade — Reproduza suas notas, Weasley, e mande uma cópia para o Profeta Diário imediatamente. Se despacharmos uma coruja veloz chegará em tempo para a edição matutina! — Percy se levantou pronto pra sair correndo

— Percy. — Eu chamei, movida pela irritação. Eu sabia que ele ia olhar, claro que ele ia olhar, podemos ter brigado muito a vida toda, mas ainda sou a irmãzinha dele, a irmã que a tantos anos atrás ele deixou dormir na cama dele, pois tinha acabado de ter pesadelos e Charlie já estava em Hogwarts e Rony torrado no sono... a irmã que ele próprio incentivou a gostar de mitologia grega e encheu de livros; e como esperado, ele se virou para mim, sem se importar com Fudge que o apressava ou com qualquer outra coisa, então eu fiz questão de acrescentar algo, a raiva crescendo: — Eu tenho vergonha de ser sua irmã.

   Seus olhos ficaram congelados, ele não falou nada, apenas me olhava com intensidade, mas eu imaginava o que aquelas palavras fizeram nele, que apenas suspirou pesadamente, abalado. Eu o machuquei, da mesma forma e ainda mais profundo do que ele vinha me machucando, só queria que ele sentisse ainda mais profundamente a dor que eu estava sentindo e a falta que aquele panaca fazia, mesmo que eu não quisesse, na minha vida.

— Vamos, ande, Weasley, você não precisa da aprovação ou orgulho de pessoas como uma pirralha de quinze anos que desobedece regras, você tem o orgulho do Ministro da Magia em pessoa. — Disse Fudge lançando um sorriso para Percy, que o retribuiu meio sem vida, antes de sair correndo da sala, batendo a porta ao passar

   Eu bufei, suspirando profundamente, sentia que ia chorar... estava com saudades do idiota do Percy, apesar de tudo ele era meu irmão. Mas que ódio, que ódio que eu estava dele. Fudge, no entanto, animado, voltou sua atenção para Dumbledore.
  
— Você será agora escoltado ao Ministério, onde será formalmente acusado, e escoltado a Azkaban para aguardar julgamento!

— Ah. — Disse Dumbledore educadamente — Sim. Sim, achei que chegaríamos a este pequeno transtorno.

— Transtorno?! — Exclamou Fudge, a voz vibrando de felicidade — Não vejo nenhum transtorno, Dumbledore!

— Bom. — Replicou Dumbledore desculpando-se — Receio dizer que vejo.

— Ah, verdade?

— Bom... parece que você tem a ilusão de que irei... como é mesmo a expressão? Que irei sem fazer barulho. Receio dizer que não vou sem fazer barulho, Cornélio. Não tenho absolutamente a intenção de ser mandado para Azkaban. Eu poderia fugir, é claro, mas que perda de tempo, e francamente, posso pensar em inúmeras coisas que prefiro fazer.

   O rosto de Umbridge corava sem parar; parecia que ela estava sendo enchida com água fervendo. Fudge olhou para Dumbledore com uma expressão muito tola no rosto, como se estivesse aturdido por um golpe repentino e não conseguisse acreditar no que estava acontecendo. Teve um pequeno engasgo, depois olhou para Quim e o homem de cabelos curtos e grisalhos, o único na sala que permanecera totalmente em silêncio até então. Este deu a Fudge um aceno de confirmação e se adiantou uns passos, afastando-se da parede. Eu vi sua mão deslizar, quase displicentemente, em direção ao bolso.

— Não seja bobo, Dawlish. — Disse Dumbledore em tom bondoso — Estou certo de que você é um excelente auror, tenho a impressão de que obteve “Excepcional” em todos os seus N.I.E.M.s, mas se tentar... ah... me levar à força terei de machucá-lo.

   O homem chamado Dawlish piscou meio abobado. Tornou a olhar para Fudge, mas desta vez parecia esperar uma dica sobre o que fazer a seguir.

— Então. — Caçoou Fudge recuperando-se — Você pretende enfrentar Dawlish, Shacklebolt, Dolores e a mim sozinho, é, Dumbledore?

— Pelas barbas de Merlim, não! — Disse Dumbledore sorrindo — Não, a não ser que vocês sejam suficientemente insensatos de me obrigar a isso.

— Ele não estará sozinho! — Exclamou a Profa. McGonagall em voz alta, metendo a mão nas vestes

— Ah, estará sim, Minerva. — Tornou Dumbledore rápido — Hogwarts precisa de você!

— Chega de disparates! — Disse Fudge, puxando a própria varinha — Dawlish! Shacklebolt! Prendam-no!

   Um raio prateado lampejou pela sala; ouvi um estrondo como o de um tiro e o chão tremeu; uma mão me agarrou pelo cangote e me forçou a se deitar no chão quando o segundo raio disparou e Marshall grunhiu com o meu peso quase em cima dele novamente; vários retratos berraram, Fawkes guinchou e uma nuvem de fumaça encheu o ar, mas mesmo assim percebi que Harry também estava deitado do meu lado. Tossindo por causa da poeira, eu vi um vulto escuro desabar com estrépito no chão na minha frente; ouvi um grito agudo e um baque e alguém exclamando: “Não!”; seguiu-se o ruído de vidro quebrando, de pés se arrastando freneticamente, um gemido... e silêncio.

   Tentei virar para os lados a ver quem me estrangulava e fazia o mesmo com Harry, então vi a Profa. McGonagall encolhida ao nosso lado; ela nos livrara e a Marieta, afastando-nos do perigo. A poeira ainda caía devagarinho do alto em cima de nós. Ligeiramente ofegante, vi uma figura alta vindo em nossa direção.

— Vocês estão bem? — Perguntou Dumbledore

— Estamos! — Respondeu a Profa. McGonagall, erguendo-se e arrastando com ela Harry, Marieta e eu

   A poeira foi se dissipando. A destruição no escritório tornou-se visível: a escrivaninha de Dumbledore fora virada, todas as mesinhas de pernas finas tinham tombado no chão, os instrumentos de prata estavam partidos. Fudge, Umbridge, Quim e Dawlish estavam imóveis, caídos no chão.
  
   Fawkes, a fênix, sobrevoava-os em círculos amplos, cantando baixinho.

— Infelizmente, tive de azarar Quim também ou teria parecido muito suspeito. — Disse o diretor em voz baixa — Ele entendeu extraordinariamente rápido, modificando a memória da Srta. Edgecombe quando os outros não estavam olhando; agradeça a ele por mim, por favor, Minerva.

   “Agora, eles não tardarão a acordar e será melhor que não saibam que tivemos tempo de nos comunicar; vocês devem agir como se o tempo não tivesse passado, como se eles tivessem apenas sido derrubados, eles não se lembrarão...”

— Aonde é que você vai, Dumbledore? —Sussurrou McGonagall — Largo Grimmauld?

— Ah, não. — Respondeu com um sorriso triste — Não vou sair para me esconder. Fudge logo irá desejar nunca ter me tirado de Hogwarts, prometo.

— Prof. Dumbledore... — Começou Harry

   Percebi que ele não sabia o que dizer primeiro, eu estava atordoada tentando ajeitar Marshall no meu colo de novo, depois de tudo o meu furão estava decididamente assustado, mas eu entendia o que Harry teria dizer: que sentia muito ter começado a AD e causado toda essa confusão, ou como se sentia mal que Dumbledore estivesse partindo para nos salvar da expulsão. Mas o diretor interrompeu-o antes que pudesse continuar.

— Escute, Harry. — Disse com urgência — Você precisa estudar Oclumência o máximo que puder, está me entendendo? Faça tudo que o Prof. Snape mandar e pratique particularmente toda noite antes de dormir para poder fechar sua mente aos pesadelos: você vai entender a razão muito em breve, e você, Rox. — Ele se virou pra mim parecendo preocupado — Sua irritação tem causado curtos circuitos na magia, tente se acalmar e se concentrar, vocês logo entenderão, mas precisam me prometer...

   O homem chamado Dawlish começou a se mexer. Dumbledore agarrou o pulso de Harry.
  
— Lembre-se, Harry... feche sua mente... vocês vão compreender. — Sussurrou Dumbledore.

   Fawkes deu uma volta na sala e mergulhou em direção ao diretor. Dumbledore ergueu a mão e segurou a longa cauda dourada da fênix. Houve uma labareda e os dois desapareceram.

— Aonde é que ele foi? — Bradou Fudge, levantando-se do chão — Aonde é que ele foi?

— Não sei! — Berrou Quim, também se pondo de pé

— Ora, ele não pode ter desaparatado! — Exclamou Umbridge — Não se pode fazer isso aqui na escola...

— As escadas! — Gritou Dawlish, e precipitou-se para a porta, escancarou-a e desapareceu, seguido de perto por Quim e Umbridge. Fudge hesitou, então ficou em pé lentamente, espanando a poeira da frente das vestes. Houve um longo e penoso silêncio

— Bom, Minerva. — Disse Fudge desagradavelmente, endireitando a manga rasgada — Receio dizer que este é o fim do seu amigo Dumbledore.

— Você acha mesmo? — Desdenhou a professora

   Fudge pareceu não ouvi-la. Corria os olhos pela sala destruída. Alguns retratos o vaiaram; um ou dois até fizeram gestos obscenos com as mãos.

— É melhor você levar esses três para a cama. — Disse Fudge, tornando a olhar para McGonagall com um aceno de dispensa em direção a mim, Harry e Marieta

— Tenta ler o paraíso perdido, ministro. Talvez o senhor goste. — Falei com um risinho sarcástico enquanto passava uma mão por meus cabelos — Ler Mitologia sempre é bom para os nervos, sabia?

   O Ministro grunhiu e rosnou entre os dentes:

— Os três, cama, Minerva!

   A Profa. McGonagall não respondeu, mas se encaminhou conosco para a porta. Quando ela se fechou, eu ouvi a voz de Phineus Nigellus:

Sabe, ministro, discordo de Dumbledore em muita coisa... mas não se pode negar que ele tem classe...


  Hello bruxinhoooos!!!

   Eai, como estamos??? O que acharam desde capítulo? Kkkk

   Confesso que a cena que a Rox diz que tem vergonha de ser irmã do Percy dói um pouquinho. Querendo ou não eles são irmãos, né.

   Genteeeeee, Ordem da Fênix vai acabar já em maio, ai, meu Deus, eu surto kkkkk. Tá pertinhoooo demais, só faltam dezessete capítulos e dois bônus. Pertinhooooo!!

   Ai tá vindo Enigma do Príncipe, tá chegandooooooo

   Gente, é sério, tô escrevendo Relíquias e tô já entrando em depressão. Não tem cena feliz em Relíquias da Morte, meu Deus? Kkkkkkk

   Amoo vocês!!!

   Nos vemos Segunda-feira com um dos meus capítulos preferidos de Ordem da Fênix.

  Ps: Alguém aí que vai ver Animais fantásticos no cinema?

– Bjosss da tia Nick.

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