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49 | The Centaur and the Last AD Meeting

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49. O Centauro e a
Última Reunião da AD
       
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Então, se Amélia Hughes não é mesmo a Sol, onde será que Sol Lestrange está?
 
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— Agora, aposto como você gostaria de não ter desistido de Adivinhação, não é, Hermione? — Perguntou Parvati, sorrindo presunçosa

     Era a hora do café da manhã, dois dias depois da demissão da Profa. Trelawney e minha conversa com Amélia, e Parvati estava enrolando os cílios na varinha e examinando o efeito nas costas de uma colher. Eu não havia contado a ninguém sobre o acontecido de Lia e agradeci de não ter visto Arc nos últimos dias, as coisas estavam tranquilas. Íamos ter a primeira aula com Firenze naquela manhã.

— Nem tanto. — Disse Hermione com indiferença, lendo o Profeta Diário — Jamais gostei realmente de cavalos.

   Ela virou a página do jornal e passou os olhos pelas colunas.
  
— Ele não é um cavalo, é um centauro! — Disse Lav, chocada

— Um lindo centauro... — Suspirou Parvati, no qual Amélia fez de uma risada uma tossida pra disfarçar

— Ainda assim, continua a ter quatro patas. — Replicou Hermione calmamente

— Ter quatro patas faz da criatura um cavalo? Ou todas as criaturas que tem quatro patas são iguais? — A olhei com interesse — Cachorros, gatos, lobos, tigres, leões são todos semelhantes aos cavalos e centauros, não é Hermione!?

   Ela revirou os olhos e resmungou algo que não consegui distinguir, ela suspirou e acrescentou:
  
— Seja como for, pensei que vocês três estivessem muito chateadas por Trelawney ter ido embora.

— Estamos! — Confirmou Lia — Fomos à sala dela visitá-la; levamos uns narcisos: não daqueles que grasnam como os da Sprout, dos bonitos.

    Eu sorri nostálgica. Havia sido um buquê de Narcisos o que Lee me deu no meu aniversário do ano anterior, e embora eu não goste de flores ou de amarelo havia sido um gesto bem bonito.

— Eu gosto de Narcisos. — Acabei revelando sem motivo coerente

— Gosta? — Lav me olhou intrigada — Você nem gosta de flores.

— Eu sei, mas nunca ouviram a história por trás dessa flor? — Perguntei nitidamente interessada para eles que meramente me devolveram o olhar expressivo — Narciso era um homem que viveu na Grécia Antiga, filho de Cefiso, o deus do rio, e da ninfa Liríope. Quando ele cresceu, se tornou o mais belo de todos os rapazes, atraindo a cobiça e a inveja de mulheres, homens e até das ninfas. Mas além de belo, Narciso era muito orgulhoso e vaidoso, desprezando o amor e a atenção que lhe eram dedicados. Magoadas, as ninfas pediram aos deuses que o castigassem. Para isso, a deusa Nêmesis, que significa “inimigo” ou “destruição” o condenou a se apaixonar pelo próprio reflexo. E foi exatamente o que aconteceu, quando Narciso viu sua imagem refletida na lagoa onde vivia a ninfa Eco, apaixonou-se perdidamente por si mesmo. E encantado com a própria beleza, o jovem permaneceu na beira do lago dias e noites sem fim, sem comer ou beber nada. Com o tempo, foi definhando, definhando e acabou morrendo ali mesmo, apaixonado pelo seu reflexo.

— Carác... — Rony tinha começado, mas não o deixei terminar, apenas continuando minha narração

— E aconteceu que no local onde o jovem morreu, nasceu uma flor, chamada Narciso, como uma forma de lembrar a todos nós o que acontece quando damos mais atenção a nossa vaidade e orgulho do que ao mundo e às pessoas a nossa volta. — Finalizei os olhando com um sorriso

   Hermione folheava o jornal despreocupada, as outras três meninas me olhavam meio boquiabertas, Rony e Harry se entreolharam.

— O que foi? — Perguntei

— Admiro sua capacidade em compreender Mitologia grega. — Elogiou Lav apanhando uma torrada e levando a boca — E fico feliz que goste de algum tipo de flor.

— Tem outras que parecem ser
interessante por causa de suas histórias, mas achei o Narciso bem mais legal, embora as Anêmona também sejam lindas. — Comentei pensativa repassando o que eu sabia de flores graças a meus livros de mitologia

— O que são ninfas, afinal? — Rony perguntou meio intrigado

— Não importa, não existe. A Mitologia grega não existe, são apenas historinhas. — Hermione tratou de dizer

— Você é uma estraga prazeres sem imaginação, sabia!? — Retruquei meio fazendo biquinho

   Harry pigarreou, antes de falar algo, tentando voltar ao antigo assunto.
  
— É, mas como é que ela está? Quero dizer, a Profa. Trelawney?

— Nada bem, coitadinha. — Disse Pati, penalizada, tinha voltado a se arrumar enquanto se olhava no reflexo da colher — Estava chorando e dizendo que preferia deixar o castelo para sempre a continuar no mesmo lugar que a Umbridge, e não a culpo, a Umbridge foi horrível com ela, não foi?

— Tenho um pressentimento de que a Umbridge só está começando a ser horrível. — Comentou Hermione sombriamente

— Vira essa boca pra lá. — Pediu Lav — Credo.

— Impossível, Hermione. — Disse Rony devorando seu pratarraz de ovos com bacon — Ela não pode ficar pior do que é.

— Pois escrevam o que estou dizendo, ela vai querer se vingar do Dumbledore por nomear um novo professor sem consultá-la. — Disse Hermione fechando o jornal — Principalmente um semi-humano. Você viu a cara que ela fez quando viu o Firenze.

   Depois do café, Hermione foi para a aula de Aritmancia enquanto Harry e Rony seguiam comigo e as meninas para o Saguão de entrada, caminho para a aula de Adivinhação.

— Não vamos para a Torre Norte? — Perguntou Rony, intrigado ao ver Parvati passar pela escadaria de mármore sem subir

   Parvati lhe lançou um olhar de desdém por cima do ombro.
  
— Como é que você espera que Firenze suba aquela escada? Voando montado em uma vassoura!? Ou quer que ele aparate? Não. Estamos na sala onze agora, não viu no quadro de avisos ontem?

    A sala onze era no térreo, no corredor que saía do saguão para o lado oposto ao Salão Principal. Eu sabia que era uma daquelas salas que não eram usadas com regularidade, e por isso dava uma impressão de abandono como o de um armário ou quarto de guardados. Quando entrei logo atrás de Lav e me vi no meio de uma clareira florestal, fiquei momentaneamente atordoada.

— Que di...?

   O piso da sala se revestira de um musgo primaveril no qual se erguiam árvores; seus ramos folhosos balançavam no teto e nas janelas, fazendo com que a sala se enchesse de raios de uma luz verde suave e malhada. Os alunos que já haviam chegado se acomodaram no piso terroso, com as costas apoiadas nos troncos das árvores e pedregulhos, e abraçavam as pernas dobradas ou cruzadas com força sobre o peito, todos parecendo muito nervosos. No meio da clareira, onde não havia árvores, estava Firenze.

— Harry Potter. — Disse ele, estendendo a mão quando o garoto entrou logo depois de mim

— Aah... oi. — Cumprimentou Harry, apertando a mão do centauro, que o examinou sem piscar com aqueles olhos espantosamente azuis, mas não sorriu — Aah... que bom ver você.

— E você. — Disse o centauro, inclinando a cabeça louro-prateada — Estava escrito que tornaríamos a nos encontrar.

   Reparei que havia no peito de Firenze a sombra de um hematoma em forma de casco. Quando me virei para me reunir ao resto da turma sentada no chão, vi que todos olhavam assombrados, aparentemente muito impressionados que Harry falasse com Firenze, que eles acharam assustador.

   Quando a porta foi fechada e o último aluno se sentou em um toco de árvore ao lado da cesta de papéis, Firenze fez um gesto englobando a sala toda.

— O Prof. Dumbledore teve a bondade de providenciar esta sala de aula para nós. — Disse o centauro, quando todos se calaram — Imitando o meu hábitat natural. Eu teria preferido ensinar a vocês na Floresta Proibida, que foi, até segunda-feira, a minha morada... mas isto já não é possível.

— Por favor... aah... professor... — Disse Parvati, ofegante, erguendo a mão — Por que não? Já estivemos lá com Hagrid, não temos medo!

— O problema não é a sua coragem — Disse Firenze —, mas a minha situação. Não posso voltar à Floresta Proibida. O meu rebanho me baniu.

— Rebanho?! — Exclamou Anne Megalos, confusa, e percebi que ela estava pensando em vacas — Quê... ah!

   A compreensão se espalhou em seu rosto.

— Há outros iguais ao senhor? — Perguntou atordoada

— Hagrid o criou, como fez com os Testrálios? — Perguntou Dean, curioso

   Firenze virou lentamente a cabeça para encarar Dean, que pareceu perceber na hora que acabara de dizer uma coisa muito ofensiva. Eu mesmo tive vontade de meter um livro na cabeça dele por uma pergunta tão idiota.

— Não... quis dizer... me desculpe. —Terminou o garoto com a voz abafada

— Os centauros não são servidores nem brinquedos dos humanos. — Disse Firenze com calma

   Fez-se uma pausa, então Parvati tornou a erguer a mão.
  
— Por favor, professor... por que os outros centauros o baniram?

— Porque eu concordei em trabalhar para o Prof. Dumbledore. E eles encaram isso como uma traição à nossa espécie.

  Fiquei imaginando o que deveria ter acontecido à Firenze e vi em sua mente um ressentimento de seus antigos amigos terem feito isso com ele.
 
— Vamos começar. — Disse o centauro. Ele balançou a longa cauda baia, ergueu a mão para o dossel de folhas no alto, então baixou-a lentamente e, ao fazer isso, a claridade da sala diminuiu; agora parecia que estávamos sentados em uma clareira ao crepúsculo, e surgiram estrelas no teto. Ouviram-se exclamações e gritos sufocados, e Rony exclamou audivelmente: “Caracas!”, eu olhei admirada e um sorriso perpassou meu rosto

— Ahhhh, que lindo! — Exclamou uma vozinha infantil, eu nem precisei olhar para reconhecer quem era, Mia estava do meu lado agora

— Deitem-se no chão. — Disse Firenze calmamente — Observem o céu. Ali está escrito, para os que sabem ler, o destino das nossas raças.

   Eu me deitei e olhei para o céu. Uma estrela vermelha piscou para mim lá do alto.
  
— Sei que vocês aprenderam os nomes dos planetas e de suas luas em Astronomia, e que já mapearam o curso das estrelas no céu. Os centauros foram desvendando os mistérios desses movimentos durante séculos. Nossas descobertas nos ensinam que o futuro pode ser vislumbrado no céu que nos cobre...

— A Profa. Trelawney estudou Astrologia conosco! — Disse Parvati, excitada, erguendo a mão à frente do corpo para que o professor a visse no ar, uma vez que estava deitada de costas — Marte causa acidentes e queimaduras e outros problemas, e quando faz ângulo com Saturno, como agora — Ela desenhou um ângulo reto no ar —, significa que as pessoas precisam ter extremo cuidado ao lidar com coisas quentes...

— Isso — Disse Firenze, calmo — são tolices humanas.

   A mão de Parvati caiu frouxamente ao lado do corpo. Eu só esperava que ela entendesse que as coisas que Trelawney dizia não eram em si fatos.
  
— Ferimentos banais, pequeninos acidentes humanos. — Tornou Firenze, pateando o chão coberto de musgo — No universo, eles não têm maior significação do que formigas correndo, e não são afetados pelos movimentos dos planetas.

— A Profa. Trelawney... — Começou Parvati em tom ofendido e indignado, eu não hesitei e levantei minha mão pra tapar a boca dela enquanto de qualquer forma, Firenze a interrompia

— É um ser humano. — Disse ele com simplicidade — E, portanto, tem os olhos toldados e as mãos tolhidas pelas limitações de sua espécie.

    Tirei a mão da boca de Pati, que se remexeu irritada. Virei muito ligeiramente a cabeça para olhar ela que parecia muito ofendida, assim como vários colegas que a rodeavam. Amélia meramente parecia está em outro mundo, olhava as estrelas como se pudesse ver além delas.

— Sibila Trelawney pode ter visto, eu não sei. — Continuou Firenze, e eu tornei a ouvir sua cauda balançando enquanto caminhava diante da turma — Mas desperdiça seu tempo, principalmente, com a vaidade tola a que os humanos chamam adivinhar o futuro. Eu estou aqui para explicar a sabedoria dos centauros, que é impessoal e imparcial. Contemplamos o céu à procura das grandes ondas de maldade ou de mudança, que por vezes estão ali assinaladas. Pode levar dez anos para termos certeza do que estamos contemplando.

    Firenze apontou para a estrela vermelha diretamente acima de mim.
   
— Na última década, as estrelas têm indicado que a bruxidade está vivendo apenas uma breve calmaria entre duas guerras. Marte, anunciador de conflitos, brilha intensamente sobre nós, sugerindo que a luta não tardará a recomeçar. Quando ocorrerá, os centauros podem tentar adivinhar por meio da queima de certas ervas e folhas, pela observação de fumaça e chamas...

    Foi a aula mais incomum a que eu já assisti. É verdade que queimamos artemísia e malva no chão da sala, e Firenze nos mandou procurar certas formas e símbolos na fumaça acre, mas não pareceu nada preocupado que nenhum dos alunos visse os sinais que ele descrevera, comentando que os humanos em geral não eram muito bons nisso e que levara anos para os centauros se tornarem competentes; e concluiu dizendo que, de todo modo, era uma tolice acreditar demais nessas coisas, porque até os centauros por vezes as interpretavam erroneamente. Ele não lembrava nenhum professor humano que eu já tivesse tido. Sua prioridade não parecia ser ensinar o que sabia, mas infundir nos alunos a ideia de que nada, nem mesmo o conhecimento dos centauros, era à prova de erro.

— Ele não é muito afirmativo sobre nada, não é? — Comentou Rony baixinho, quando apagavamos o fogo da malva — Quero dizer, eu gostaria de saber mais detalhes sobre a tal guerra que estamos em vésperas de travar, você não?

— Non. — Cantarolou Mia que penteava despreocupada o cabelo com os dedos

   A sineta tocou do lado de fora da sala e todos se assustaram; eu tinha esquecido completamente que continuava dentro do castelo, convencida de que estava realmente na Floresta. Os alunos saíram em fila, com o ar um tanto perplexo.

— Rox, você vem? — Chamou Lav ao lado de uma Parvati irritada e uma Amélia distraída

— Podem ir, depois eu encontro vocês. — Falei e as três seguiram os demais

   Eu estava pegando minhas coisas e já ia fazer como os outros, junto de Rony e Harry quando Firenze chamou:
  
— Harry Potter, uma palavrinha, por favor.

   O garoto se virou. O centauro se adiantou para ele. Rony hesitou. Eu apenas parei.

— Podem ficar. Mas fechem a porta, por favor.

   Rony se apressou a obedecer.
  
— Harry Potter, você é amigo de Hagrid, não é? — Perguntou o centauro

— Sou. — Disse Harry

— Então dê-lhe um aviso meu. A tentativa dele não está dando certo. Seria melhor que a abandonasse.

— A tentativa dele não está dando certo? — Repetiu Harry sem entender

— E seria melhor que a abandonasse. — Repetiu Firenze confirmando com a cabeça — Eu próprio avisaria a ele, mas fui banido, não seria prudente me aproximar da Floresta agora, Hagrid já tem problemas suficientes sem uma “guerra de centauros”.

— Mas... que é que Hagrid está tentando fazer? — Perguntou Harry nervoso

   Firenze olhou-o impassível.
  
— Hagrid recentemente me prestou um grande serviço e há muito tempo conquistou o meu respeito pelo cuidado que demonstra com todos os seres vivos. Não trairei o seu segredo. Mas ele precisa ouvir a voz da razão. A tentativa não está dando certo. Diga isso a ele, Harry Potter.

   Nós o olhamos sem entender, então o centauro fixou seus profundos olhos em mim.

— Roxanne Weasley, não é?

   Eu confirmei com a cabeça, meio nervosa.

— Você tem a visão interior, foi presenteada pelos deuses com esse dom, mas é plausível que você não acredite em tudo que vê ou escuta, cuidado em quem você confia, Roxanne Weasley. Um bom dia para vocês.

   Junto com a fala de Firenze, me voltou a preocupação que eu não tinha há dois dias, a pessoa que entregaria a AD. Não tinha muito que pudéssemos fazer sem saber quem seria a pessoa, então aquilo estava me incomodando demais. Mas finalmente eu tive uma conversa com Arc sobre Amélia.

— Vocês conversaram? — Perguntou ele, uma certa tarde de domingo em que eu estava sozinha no dormitório — Tipo... você interrogou mesmo? Colocou ela contra a parede?

— Sinistro. — Disse Mia, que havia pendurado as pernas na cabine e ficado de cabeça pra baixo enquanto ria — Queria ter visto.

— Então não é ela mesmo? — Perguntou Cedric por sua vez, os braços cruzados e encostado na parede

— Não. — E então contei-lhes tudo, tudinho que aconteceu desde o momento em que eu subi as escadas para interrogar Lia, não deixei escapar detalhe algum

   Quando terminei de falar, eles me olhavam incrédulos, bastante surpresos.

— Nossa... tadinha. — Mia desceu da cabine com um pouco de dificuldade e se sentou no chão, olhando para o nada, pensativa — Ninguém merece morrer cedo.

— Você morreu com quinze anos. — Arc a lembrou com pesar, ela nem o olhou

— Pelo menos o dela não é assassinato... — Sussurrou Cedric

— Igualmente ruim, ou até pior. — Mia se levantou, agora séria — Eu e você não estávamos esperando nossa morte, Ced, aconteceu do nada, já ela vem se torturando a tempos sabendo que só tem poucos meses de vida! Imagina, como deve ser isso?

   Arc apenas ficou calado, pensando e pensando.

— Pensando bem, não tinha sentido a filha da Bellatrix Lestrange ser da Gryffindor, não acham? — Perguntei, no qual Mia e Cedric concordaram

— E o seu sonho com ela? — Arc perguntou

— Hm... não sei, pode ter sido só um sonho, sem ter haver com o lance de Médiumagas, essas coisas. — Suspirei

— Então, se Amélia Hughes não é mesmo a Sol, onde será que Sol Lestrange está?

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    Quando um março monótono passou despercebido para um abril tempestuoso, minha vida pareceu ter se transformado mais uma vez em uma sucessão de preocupações e problemas.

    Umbridge continuara a assistir a todas as aulas de Trato das Criaturas Mágicas, tornando muito difícil para Harry passar o aviso de Firenze a Hagrid. Finalmente, ele conseguiu, fingindo que perdera seu exemplar de Animais fantásticos & onde habitam, e voltando depois da aula. Eu, Rony e Mione, porém, continuamos no castelo.

   Pelo o que Harry nos contou depois, parece que Hagrid não deu muita atenção ao aviso de Firenze e ainda disse que “havia coisas mais importantes que perder o emprego”. Eu só esperava que Hagrid não tivesse a fazer nada que fosse provocar sua expulsão...

    A cada dia eu estava mais e mais desanimada e irritada com tudo a minha volta.
   
   Entrementes, tal como os professores e Hermione insistiam em lembrar, os N.O.M.s estavam cada dia mais próximos. Todos os quintanistas se sentiam de alguma forma estressados, mas Ana Abbott foi a primeira a receber uma Poção Calmante de Madame Pomfrey depois de cair no choro durante uma aula de Herbologia e soluçar, dizendo que era burra demais para prestar os exames e que queria deixar a escola naquele instante.

   Se não fosse pelas sessões na AD e o quadribol, eu tinha a impressão de que estaria profundamente infeliz. Ok, também tinha Lee, que mesmo estando surtando com suas próprias provas, sempre arrumava um tempinho pra mim.
  
    Eu estava preocupada com a AD a cada dia, minhas visões não tem data prevista, mas meu nervosismo só crescia. De fato, vendo o desenvolvimento de cada um nos feitiços ensinados por Harry, às vezes eu me perguntava como é que Umbridge iria reagir quando visse todos os participantes da AD receberem “Excelente” no N.O.M. de Defesa Contra as Artes das Trevas.

   Tínhamos finalmente começado a trabalhar o Patrono, que todos queriam muito praticar, embora Harry não parasse de lembrar a todos que produzir um Patrono no meio de uma sala de aula iluminada quando ninguém os ameaçava era muito diferente de produzi-lo quando estivessem enfrentando, por exemplo, um Dementador.

— Ah, não seja desmancha-prazeres! — Exclamou Cho, animada, apreciando o seu Patrono em forma de cisne prateado voar pela Sala Precisa durante a última aula antes da Páscoa — Eles são tão bonitos!

— Eles não têm de ser bonitos, têm é que proteger você. — Disse Harry, paciente — O que realmente precisamos é de um bicho-papão ou coisa parecida; foi assim que aprendi, tinha de conjurar o Patrono enquanto o bicho-papão fingia ser um Dementador...

— Mas isso seria realmente apavorante! — Exclamou Lav, que soltava baforadas de vapor prateado pela ponta da varinha — E ainda não... consigo... fazer! —Completou ela com raiva

— Não é com raiva que você vai conseguir, né amiga? — Brinquei, alfinetando a mesma, que revirou os olhos, mas eu não podia falar muita coisa, também não tinha conseguido conjurar o patrono

— Ahhh, que lindo. — Parvati piscava os olhos enquanto admirava um lindo e reluzente pavão que abria suas asas para mostrar as belas e enormes plumagens

— Uau, Pati. — Lia arregalou os olhos, ela também não estava tendo muito sucesso no processo de produzir um patrono, mas parecia encantada com o pavão de Parvati — Tinha que ser você, hem. Além de ser ícone da moda, ainda tem um patrono de pavão.

   Pati sorriu, dando de ombros. Eu tinha parado de tentar conjurar o Patrono e estava apenas observando os demais, não estava conseguindo me concentrar e não sabia que lembrança feliz eu deveria pensar, já tinha tentado tudo, mas ainda não achei a tal lembrança que fosse extremamente boa. Lee estava do outro lado da sala, com os gêmeos, também tentando o feitiço e rindo, eu estava distraída até sentir algo bater na minha perna antes de sair correndo. Era o patrono de um cachorro, depois percebi que ele seguia um beija-flor, olhei para trás e vi Colin e Vega olhando para eles e rindo enquanto empunhavam a varinha.

— Seu patrono é um cachorro, Vega? — Perguntei surpresa abrindo um sorriso

— Sim. — Ela me olhou irradiante de orgulho como se pensasse em seu pai — Um Husky siberiano.

— O meu é um beija-flor. — Disse Colin e então acrescentou incerto: — É fofo, né?

— Com certeza, bebê. — Sorriu Vega, sempre bancando a adulta madura
  
    Natty e Nigel não tinham conseguido produzir um patrono corpóreo, mas pareciam estar se divertindo com as fagulhas que saiam de suas varinhas, Dênis parecia igual. Neville, porém, também estava encontrando dificuldade. Seu rosto se contraía ao se concentrar, mas apenas tênues fiapinhos de fumaça prateada saíam da ponta de sua varinha.

— Você tem de pensar em alguma coisa feliz. — Harry lembrava ao garoto

— Estou tentando. — Disse Neville, infeliz, cujo empenho era tanto que seu rosto redondo chegava a brilhar de suor

— Harry, acho que estou conseguindo! — Berrou Seamus, que fora trazido por Dean à sua primeira reunião da AD — Olha... ah... desapareceu... mas era decididamente alguma coisa peluda, Harry!

— Pareceu uma raposa.  — Comentei incerta, observando-o com os braços cruzados

   O Patrono de Hermione, uma reluzente lontra prateada, brincava à sua volta.

— Eles são bonitinhos, não são? —Comentou ela, olhando-o com carinho — Por que você não está tentando, Rox?

   Eu suspirei pesadamente e levantei a varinha. Pensamentos felizes... eu só tinha que pensar em pensamentos felizes. Qual era minha memória mais feliz, mesmo?

— Rox você tá tentando pensar em algo bom? — Harry perguntou, incerto — Porque você é ótima em feitiços, é estranho não ter conseguido ainda.

— Ah... estou. — Respondi, forçando depressa meu pensamento no dia que Charlie me presenteou com Méri — Expecto Patrono, não, Patronum... Expecto Patronum, Expecto Patronum...

   Alguma coisa se projetou subitamente da ponta de minha varinha; apenas um fiapo de gás prateado.

— Muito bem, então... — Disse ele — Mas talvez seja melhor escolher outra lembrança, uma lembrança feliz, quero dizer, para se concentrar... Essa primeira parece que não foi bastante forte...

— No que raios você quer que eu pense!? — Me voltei irritada para ele, já estava me estressando

— Em algo feliz, Rox. — Insistiu ele

   Fechei meus olhos e tentei novamente, outra lembrança, talvez o dia em que eu fiz o teste de quadribol e Angelina disse que eu estava dentro da equipe, sim, sim, com certeza essa era uma ótima memória.

EXPECTO PATRONUM! — Gritei — EXPECTO PATRONUM! EXPECTO PATRONUM!

   Mas nada, só um minúsculo vulto que irrompeu da minha varinha, mas não fez efeito algum.

— Droga! — Resmunguei irritada

   Harry tinha acabado de abrir a boca, mas não teve tempo de responder. A porta da Sala Precisa se abriu e fechou. Eu me virei para ver quem entrara, mas não parecia haver ninguém. Passou-se um momento até eu perceber que as pessoas próximas à porta haviam se calado. No instante seguinte, eu olhei e vi agora um ser pequeno que puxava as vestes de Harry para que ele o olhasse, percebi, para meu grande espanto, Dobby, o elfo doméstico, mirando Harry por baixo dos seus oito gorros de lã habituais. Então eu lembrei... a visão.

— Oi, Dobby! Que é que você... Que aconteceu?

   Os olhos do elfo se arregalavam de terror e ele tremia. Os participantes da AD mais próximos de Harry tinham se calado; todos observavam Dobby. Os poucos Patronos que as pessoas tinham conseguido conjurar desapareceram em fumaça prateada, deixando a sala bem mais escura do que antes.

— Harry Potter, meu senhor... — Esganiçou-se o elfo, tremendo da cabeça aos pés — Harry Potter, meu senhor... Dobby veio avisar... mas os elfos foram avisados para não contar...

   Ele correu a bater a cabeça na parede. Harry, que tinha alguma experiência com os hábitos de se castigar de Dobby, fez menção de agarrá-lo, mas o elfo meramente quicou na pedra graças aos seus oito gorros. Hermione e algumas outras garotas soltaram gritinhos de medo e pena.

— Ah... por Merlim, não. — Supliquei em sussurro

— Que aconteceu, Dobby? — Perguntou Harry, agarrando o bracinho do elfo e mantendo-o afastado de qualquer coisa que ele pudesse encontrar para se machucar

— Harry Potter... ela... ela...

   Dobby deu um forte soco no nariz com o punho livre. Harry agarrou-o também.
  
— Quem é “ela”, Dobby?

    Minhas teorias tinham acabado de se comprovar. Certamente só havia uma “ela” capaz de induzir tal pavor em Dobby. O elfo ergueu os olhos, ligeiramente vesgo, e pronunciou silenciosamente.

— Umbridge.  — Eu repeti ao mesmo tempo, horrorizada

   Dobby confirmou, e em seguida tentou bater a cabeça nos joelhos de Harry. O garoto o segurou à distância dos braços.

— Que tem a Umbridge? Dobby... ela não descobriu isso... nós... a AD?

   Li a resposta no rosto aflito do elfo. Com as mãos presas por Harry, ele tentou se chutar e caiu de joelhos. Harry olhou pra mim no mesmo instante lembrando-se de quando lhe contei da visão, realmente aconteceu.
  
— Ela está vindo? — Perguntou Harry calmamente quando voltou a olhar para Dobby

   Dobby deixou escapar um uivo.
  
— Está, Harry Potter, está!

    Harry se endireitou e olhou para todos, imóveis e aterrorizados, que contemplavam o elfo a se debater.

— QUE É QUE VOCÊS ESTÃO ESPERANDO! — Berrou —CORRAM!

   Todos se arremessaram para a saída na mesma hora, embolando na porta, então passaram num ímpeto. Eu ouvi-os correndo pelos corredores e desejei que tivessem o bom-senso de não tentar ir direto para os dormitórios. Eram apenas dez para as nove; se ao menos se refugiassem na biblioteca ou no corujal, que eram mais próximos...

— Harry, Rox andem logo! — Gritou Hermione em meio ao bolo de gente que se empurrava para sair

    Observei Harry pegar Dobby, que continuava tentando se machucar seriamente, e correr com o elfo nos braços para o fim da fila. Não cheguei a ouvir o que ele disse, pois de repente meu braço começou a ser puxado, alguém tentava me apressar de toda forma.

— O que você tá esperando? Corre! — Exclamou Lee

   Eu olhei para a esquerda e a direita, os outros andavam tão depressa que eu vi apenas vislumbre dos calcanhares que voavam em cada ponta do corredor antes de desaparecer; Lee continuava me puxando, mas então me toquei de uma coisa, Marshall, eu não podia deixar Marshall sozinho na Sala Precisa, ela vivia mudando, ele poderia não saber voltar.

— Pra onde você vai!? — Lee gritou quando me soltei dele e voltei correndo

— Vou pegar o Marshall, depois te acompanho!

    Não haveria tempo, ou talvez sim. Vi o meu furão deitado em uma das almofadas próximo a porta da sala. Me abaixei e o apanhei nos braços, o animal estava agitado e assustado.

— Você tá maluca, Rox!? — Harry berrou, Dobby tinha acabado de sair às pressas para a cozinha e ele estava começando a sair — Corre!
   
   Começamos a correr, ele em uma direção e eu em outra, Harry foi para a direita; havia um banheiro de meninos um pouco adiante, ele poderia fingir que estivera ali o tempo todo se conseguisse chegar lá, eu fui pra esquerda, onde ficava a Torre de Astronomia, poderia fingir que estivera olhando as estrelas e...

AAARRR!

   Alguma coisa me apanhou pelos tornozelos e eu caí espetacularmente, deslizando quase dois metros pelo chão antes de parar. Alguém atrás de mim gargalhou. Eu me virei de frente e vi Parkinson escondida em um nicho atrás de um feio vaso em forma de dragão. O vaso era igualzinho a ela, só pra acrescentar.

— Azaração do Tropeço, Weasley!

— Eu conheço os feitiços... — Resmunguei ajeitando Marshall, que grunhia de dor, nos meus braços, eu tinha caído quase em cima dele  — Não precisa me dizer depois de fazer.

   Ela revirou os olhos, mas não perdeu sua pose vitoriosa, só voltou a gritar:
  
— Eh, Professora... PROFESSORA! Peguei um!

    Umbridge surgiu depressa em uma extremidade, ofegante, mas sorrindo satisfeita. Eu queria ter usado o poder da ilusão pra Umbridge não me ver, seria engraçado, mas estavam saindo faíscas das minhas mãos agora e eu não conseguia fazer coisa alguma, será que isso também se adaptava aos espíritos? Não consigo ver nenhum dos três...
   
— É ela! — Exclamou jubilante ao me ver no chão — Excelente, Parkinson, excelente, ah, muito bom: cinquenta pontos para Slytherin! Bom... cem, já que Malfoy apanhou Potter, mas vamos, eu me encarrego dela a partir daqui... levante-se, Weasley!

    Eu me coloquei de pé, olhando para as duas. Observei Draco com um ar malvado e superior a um canto, Harry ao seu lado me olhou, penalizado, mas irritado com a situação, tínhamos sido pegos. Eu nunca havia visto Umbridge com um ar tão feliz. Ela imobilizou seu braço e se virou, toda sorrisos, para Parkinson e Draco.

— Vão andando e vejam se conseguem apanhar mais algum, meus queridos. Diga aos outros para procurar na biblioteca alguém que esteja ofegando, verifiquem os banheiros. A Srta. Parkinson pode examinar os banheiros das meninas, vamos, vão andando, e vocês dois — Acrescentou ela com a voz mais suave e mais perigosa, enquanto Malfoy e Parkinson se afastavam, Draco ainda se demorou seu olhar em mim por alguns segundos — Vocês vão comigo à sala do diretor, Potter e Weasley!

   Chegamos à gárgula de pedra em minutos. Eu fiquei imaginando quantos dos outros teriam sido apanhados. Pensei em mamãe, ela mataria a mim e Rony... ah, Ginny e os gêmeos também, logo pensei como se sentiria Hermione se fosse expulsa antes de prestar os N.O.M.s. E fora a primeira reunião do Seamus... e Neville estava progredindo tanto...

— Delícia Gasosa. — Entoou Umbridge; a gárgula de pedra saltou para o lado, a parede se abriu em duas metades e subimos a escada rolante de pedra. Eu ainda segurava um furão assustado que tremia agarrado ao meu braço. Chegamos então à porta polida com a aldrava de grifo, mas Umbridge não se deu ao trabalho de bater, entrou direto, ainda segurando a Harry e a mim com firmeza.

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