46 | The Beetle at Bay
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46. O Besouro Acossado
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Poderia te comprovar que sou tão madura quanto você, mas eu e meu pandinha temos que ir, acho que a chuva já deve ter passado mais e esse lugar... cruzes, dói nos meus olhos de tanto rosa.
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ᴴᵃʳʳʸ ᴾᵒᵗᵗᵉʳ
Cho me aguardava ao lado da porta de carvalho, muito bonita com os cabelos presos atrás em um belo rabo de cavalo. Os meus pés me pareceram grandes demais para o meu corpo enquanto eu caminhava ao encontro dela, e de repente tomei consciência dos meus braços e como deviam parecer idiotas balançando dos lados.
— Oi. — Disse Cho ligeiramente sem ar
— Oi. — Respondi
Nos olhamos por um momento, então eu falei:
— Bom... ah... então vamos?
— Ah... claro...
Entramos os dois na fila de alunos a serem liberados por Filch, nossos olhos se encontrando ocasionalmente, dando sorrisos esquivos, mas não conversamos. Senti enorme alívio quando chegamos lá fora, achando mais fácil caminharmos em silêncio do que ficar parados constrangidos.
Era um dia fresco, do tipo em que sopra uma brisa, e, ao passarmos pelo estádio de quadribol, vi de relance Rony, Rox e Ginny sobrevoando as arquibancadas e senti uma terrível angústia por não estar lá no alto com eles.
— Você realmente sente falta, não é? — Perguntou Cho
Eu me virei e notei que ela me observava.
— Sinto. — Suspirei — Sinto muito mesmo.
— Lembra da primeira vez que jogamos como adversários no terceiro ano?
E o assunto sobre Quadribol nos levou pela estrada da escola e além das grades. Eu mal conseguia acreditar como era fácil conversar com ela – de fato, não era mais difícil do que conversar com os gêmeos e Hermione – e eu estava começando a me sentir confiante e feliz quando uma enorme turma de garotas da Slytherin passou por nós, inclusive Pansy Parkinson.
— Potter e Chang! — Guinchou a cara de buldogue de Pansy, que puxou um coro de risinhos de deboche — Eca, Chang, que mau gosto... pelo menos o Diggory era bonito!
As garotas aceleraram o passo, falando e dando gritinhos críticos, lançando olhares exagerados para mim e Cho atrás, e deixando ao passar um silêncio constrangido. Eu não conseguia pensar em mais nada para dizer sobre quadribol, e Cho, levemente corada, olhava para os pés.
— Então... aonde é que você quer ir? — Perguntei quando entramos em Hogsmeade. A rua Principal estava cheia de estudantes que caminhavam olhando vitrines e tumultuando as calçadas
— Ah... não faz diferença. — Disse Cho encolhendo os ombros — Hum... vamos dar uma olhada nas vitrines ou outra coisa qualquer?
Fomos andando em direção à Dervixes & Bangues. Um grande cartaz fora afixado à vitrine, e alguns moradores de Hogsmeade o liam. Eles se afastaram para um lado quando eu e Cho nos aproximamos, e eu vi, mais uma vez, diante das fotos dos dez Comensais da Morte fugitivos. O cartaz, “Por Ordem do Ministério da Magia”, oferecia uma recompensa de mil galeões a qualquer bruxo ou bruxa com informações que possibilitassem a recaptura dos condenados retratados.
— É engraçado, não é. — Comentou Cho em voz baixa, olhando as fotos dos Comensais da Morte — Lembra quando Sirius Black fugiu e havia Dementadores por toda Hogsmeade à procura dele? E agora dez Comensais da Morte estão soltos e não há Dementadores em lugar nenhum...
— É. — Concordei, desviando os olhos do rosto de Bellatrix Lestrange para os dois lados da rua Principal — É, é bem esquisito.
Eu não lamentava que não houvesse Dementadores por aqui, mas agora, pensando bem, a ausência deles era extremamente significativa. Não somente haviam deixado os Comensais da Morte escapar, como nem estavam se dando o trabalho de procurá-los... parecia que agora haviam realmente escapado ao controle do Ministério.
Os dez fugitivos estavam em todas as vitrines pelas quais passamos. Na altura da Loja de Penas Escriba, começou a chover; pingos grossos e frios batiam no meu rosto e na nuca.
— Ah... quer tomar um café? — Perguntou Cho hesitante, quando a chuva começou a cair com mais intensidade
— Ah, vamos. — Falei olhando ao redor — Mas, onde?
— Ah, tem um lugar realmente gostoso ali adiante; você nunca esteve no Madame Puddifoot? — Perguntou ela, animada, me conduzindo, por uma rua lateral, a uma pequena casa de chá em que eu nunca reparei antes
Era um lugarzinho apertado e cheio de vapor, onde tudo parecia ter sido decorado com laços e babadinhos. Me lembrou desagradavelmente a sala da Umbridge e eu quase escutei a voz entediada de Rox seguida de um cara enojada falando: “É uma cafeteria de bruxos ou chá pra princesas?”
— Bonitinho, não é? — Perguntou Cho alegre
— Ah... é. — Respondi sem sinceridade
— Olhe, ela preparou uma decoração para o Dia dos Namorados! — Disse Cho, apontando para os querubins dourados que pairavam sobre as mesinhas circulares, e que a intervalos deixavam cair confetes sobre os fregueses.
— Aaah...
Nos sentamos à última mesa que restava, ao lado da janela embaçada. Rogério Davies, o capitão do time da Ravenclaw, estava sentado a menos de meio metro com uma lourinha bonita. De mãos dadas. A cena me fez se sentir pouco à vontade, particularmente quando, ao correr os olhos pela loja, vi que só havia casais, todos de mãos dadas. Talvez Cho esperasse que eu segurasse a mão dela.
— Que posso servir a vocês, queridos? — Perguntou Madame Puddifoot, uma mulher muito corpulenta com um coque negro e brilhante, espremendo-se entre a nossa mesa e a de Rogério com grande dificuldade
— Dois cafés, por favor. — Pediu Cho
No intervalo que levou para os cafés chegarem, Rogério Davies e a namorada começaram a se beijar por cima do açucareiro. Eu gostaria que não o tivessem feito; senti que Davies estava estabelecendo um padrão com o qual Cho logo iria querer que eu competisse. Senti meu rosto começar a esquentar e tentei olhar pela janela, mas estava tão embaçada que não dava para ver a rua lá fora. Para adiar o momento em que teria de olhar para Cho, ergui os olhos como se estivesse examinando a pintura e recebi um punhado de confete no rosto, lançado pelos querubins.
— Meu Merlim, olhe Harry. — Disse Cho de repente com uma voz meio risonha; levantei a cabeça e percebi que ela olhava para a porta, onde eu logo olhei também
Vega acabara de entrar, meio que passando as mãos nos braços para enxugar os pingos de chuva que deviam ter a molhado, e usando um vestido xadrez com dois coquinhos no cabelo, olhava a volta com uma cara enojada, tal qual a que eu imaginei Rox fazendo se entrasse aqui. Mas Vega não estava sozinha, bem ao seu lado, usando suéter, jeans e decididamente assustado ao ver o lugar que havia entrado, estava Colin Creevey.
— Que fofos. — Continuou Cho
Eu continuava intrigado. Vega tem treze anos, que diacho Colin tem na cabeça!? Eu não sabia a resposta, mas sabia que ela tinha me visto e agora arrastava Colin pra falar comigo.
— Que vocês tão fazendo aqui? — Perguntei antes mesmo que ela pudesse dizer ‘Oi’
— Ué, estava chovendo e eu entrei no primeiro lugar que achei. — Revelou Vega meio rindo — Por que, aqui é um motel por acaso?
Ela olhou ao lado vendo o tanto de casais se beijando e a decoração. Colin não falava nada, o que é bem estranho já que normalmente o Creevey não cala a boca nunca, porém, hoje ele só parecia meio corado, tímido talvez.
— Não, é só uma cafeteria. — Disse Cho sorrindo para Vega — Vocês tão namorando? São tão fofos, acho lindo casal de crianças.
Uh, palavra errada. Percebi pelo olhar que Vega a lançou. Minha irmã postiça podia ser tudo, menos criança, sua maturidade era bastante elevada pra sua idade.
— Não somos crianças. — Ela forçou um sorriso — Poderia te comprovar que sou tão madura quanto você, mas eu e meu pandinha temos que ir, acho que a chuva já deve ter passado mais e esse lugar... cruzes, dói nos meus olhos de tanto rosa.
— Não vamos tomar um café aqui? — Perguntou Colin quando a menina fez menção de pegar a mão dele
— Sou uma bruxa, Col, não uma princesa. — Ela riu da carinha dele, até parecia que ela era a mais velha — Vamos no Três Vassouras ou na Dedosdemel, compro chocolate pra você, que tal?
Ele também sorriu, como uma criança prestes a ganhar um presente. Vega olhou pra nós.
— Vou indo, bom encontro pra vocês, fluflu. — E mexeu a mão como se fosse uma boca mandando beijinhos, logo puxando Colin pra sair junto com ela — Vamos, topolino.
Cho me olhou e riu, logo falando o quanto achava Vega fofa e que o ‘namoro’ dela com Colin era a coisa mais linda. Eu só falava coisas como ‘hum’ e ‘é’. Quero ver o que Sirius vai dizer quando eu disser que ela tá namorando. Sim, sim, vou escrever pra ele contando... ah, é, não posso. Vou contar a Sienna então, e se ela souber e deixar? Fala sério, Vega é uma criança, é muito nova pra essas coisas. Treze anos, com treze anos eu nem pensava em namoro.
Passados mais alguns minutos penosos, Cho mencionou Umbridge. Aproveitei a oportunidade com alívio, e passamos alguns momentos divertidos xingando-a, mas, como o assunto já fora examinado tão plenamente durante as reuniões da AD, não durou muito tempo. O silêncio tornou a cair. Eu estava muito consciente dos barulhos de mastigar e engolir da mesa ao lado, e procurei desesperadamente mais alguma coisa para falar.
— Ah... er, você quer ir comigo ao Três Vassouras na hora do almoço? Preciso me encontrar com Hermione Granger lá.
Cho ergueu as sobrancelhas.
— Você precisa se encontrar com Hermione Granger? Hoje?
— É. Bom, ela me pediu, então achei que tudo bem. Você quer ir comigo? Ela disse que tudo bem se você fosse.
— Ah... bom... que simpática!
Mas Cho não parecia ter achado nada simpático. Pelo contrário, seu tom foi frio e, de repente, ela assumiu um ar hostil. Mais alguns minutos se passaram em total silêncio, eu tomando meu café tão depressa que logo precisaria de outro. Ao lado, Rogério e a namorada pareciam estar colados pelos lábios. A mão de Cho estava em cima da mesa, ao lado do seu café, e eu comecei a sentir um impulso crescente de segurá-la. Então segure-a, disse a mim mesmo, enquanto uma fonte de pânico e excitação jorrava em meu peito, estique a mão e segure-a. Surpreendente, como era muito mais difícil esticar o braço trinta centímetros e tocar a mão dela do que capturar um pomo passando veloz no ar...
Mas, na hora em que estendi a mão, Cho retirou a dela da mesa. Estava agora observando Rogério beijar a namorada com uma expressão levemente interessada.
— Ele me convidou para sair, sabe. — Disse em voz baixa — Há umas duas semanas, o Rogério. Mas eu não aceitei.
Eu, que agarrei o açucareiro para justificar o meu gesto repentino, não consegui entender por que Cho estava me dizendo aquilo. Se queria estar sentada na mesa ao lado, sendo calorosamente beijada por Rogério Davies, então por que concordara em vir comigo?
Continuei calado. O querubim sobre a mesa atirou mais um punhado de confetes em nós; alguns caíram no restinho frio de café na xícara que eu ia beber.
— Vim aqui com Cedric no ano passado. — Disse Cho
No segundo, ou pouco mais, que levei para entender o que Cho dissera, minhas entranhas congelaram. Não podia acreditar que ela quisesse mesmo falar de Cedric neste momento, com casais se beijando ao nosso redor e querubins sobrevoando nossas cabeças.
A voz de Cho estava bem mais alta quando tornou a falar.
— Há um tempão que estou querendo perguntar a você... o Cedric... ele f-f-falou em mim antes de morrer?
Este era o último assunto no mundo que eu queria discutir, e menos ainda com Cho.
— Bom... não... — Falei calmamente. Quem raios fala o nome de alguém antes de morrer? E ainda mais quando nem se tá esperando a morte — Não... não houve tempo para ele dizer nada. Hum... então... você... assiste a muitas partidas de quadribol durante as férias? Você torce pelos Tornados, certo?
Minha voz parecia falsamente animada e feliz. Para meu horror, os olhos dela estavam mais uma vez marejados de lágrimas, como depois da última reunião da AD antes do Natal.
— Olhe. — Comecei a me desesperar e me curvei para ninguém mais ouvir — Não vamos falar de Cedric agora... vamos falar de outra coisa...
Mas, aparentemente, eu tinha acabado de dizer a coisa errada.
— Pensei. — Disse Cho com as lágrimas salpicando a mesa — Pensei que você en-en-entenderia! Preciso falar nisso! Com certeza você também p-precisa falar! Quero dizer, você viu acontecer, não v-viu?
Tudo estava saindo errado como em um pesadelo; a namorada de Rogério até descolara dele para apreciar.
— Bom... eu falei nisso. — Falei num sussurro — com Rony, Rox e Hermione, mas...
— Ah, você fala com Hermione Granger! — Disse Cho com voz aguda, o rosto agora brilhante de lágrimas. Outros tantos casais que se beijavam pararam para olhar — Mas não quer falar comigo! T-talvez fosse melhor se a gente simplesmente p-pagasse a conta e você fosse se encontrar com Hermione G-Granger, como é óbvio que quer fazer!
Eu a encarei, estava asolutamente perplexo, enquanto ela apanhava o guardanapo de babadinhos e secava o rosto. Eu com certeza não entendi nada. Não devia falar com Hermione?
— Cho! — Chamei com a voz fraquinha, desejando que Rogério agarrasse a namorada e recomeçasse a beijá-la para impedi-la de ficar nos encarando
— Vá embora, então! — Disse ela, agora chorando no guardanapo — Não sei por que você me convidou para sair, para começar, se combinou se encontrar com outras garotas depois de mim... quantas mais você vai encontrar depois da Hermione? Também sai com aquela ruiva, a Rox?
— Não é nada disso! — Falei, e estava tão aliviado de finalmente compreender o motivo do aborrecimento de Cho que abri um sorriso, o que percebi, uma fração de segundo depois, tarde demais, que também fora um erro
Cho se levantou. A sala estava silenciosa e todos nos observavam.
— A gente se vê por aí, Harry. — Disse ela teatralmente, e, soluçando um pouco, precipitou-se para a porta, abriu-a com violência e saiu para a chuva intensa
— Cho! — Chamei, mas a porta já se fechara com um tilintar musical
Fez-se absoluto silêncio na casa de chá. Todos os olhares convergiram para mim. Eu atirei um galeão na mesa, sacudi o confete dos meus cabelos e saí atrás de Cho. Chovia pesado agora e ela não estava à vista. Eu simplesmente não entendia o que acontecera; há meia hora estávamos se entendendo bem e do nada isso.
— Mulheres! — Resmunguei com raiva, chapinhando pela rua lavada de chuva com as mãos nos bolsos — Afinal, para que é que ela queria falar do Cedric? Por que está sempre querendo puxar um assunto que a faz agir como se fosse uma mangueira humana?
Virei à direita e saí correndo, espadanando água, e alguns minutos depois cheguei à porta do Três Vassouras. Sabia que era cedo demais para me encontrar com Hermione, mas achei que provavelmente haveria alguém lá com quem eu pudesse passar o tempo, talvez encontrasse Vega e Colin aqui. Sacudi os cabelos molhados para afastá-los e relanceei o olhar pela sala.
Se eles tivessem se beijando eu com certeza ia até eles, mas onde já se viu suas crianças namorarem. Só quero ver a reação de Sirius quando souber. Antes que eu pudesse continuar a refletir, ouvi alguém me chamando.
— Harry! Harry, aqui!
Hermione acenava para mim do outro lado da sala. Atravessei então o pub cheio. Ainda estava a algumas mesas de distância quando percebi que ela não estava sozinha. Estava sentada à mesa com os companheiros de copos mais improváveis que eu poderia imaginar: Luna Lovegood e ninguém menos que Rita Skeeter, ex-jornalista do Profeta Diário e uma das pessoas de quem Hermione menos gostava no mundo.
— Você chegou cedo! — Disse Hermione puxando a cadeira para abrir espaço para eu me sentar — Pensei que estivesse com a Cho, só esperava você daqui a uma hora!
— Cho?! — Exclamou Rita na mesma hora, se virando na cadeira para me encarar com avidez — Uma garota?
Ela agarrou a bolsa de couro de crocodilo e procurou alguma coisa dentro.
— Não é da sua conta se Harry estava com cem garotas. — Disse Hermione a Rita calmamente — Então pode guardar isso agora mesmo.
Rita já ia tirando uma pena verde ácido da bolsa. Fazendo cara de quem fora obrigada a engolir Palha-fede, ela tornou a fechar a bolsa com um estalo.
— Que é que vocês estão tramando? — Perguntei, sentando-me e olhando de Rita para Luna e desta para Hermione
— A Srta. Perfeição ia me dizer quando você chegou. — Disse Rita tomando um grande gole de sua bebida — Imagino que eu tenha permissão de falar com ele, não? — Dissparou contra Hermione
— Imagino que sim. — Respondeu a outra com frieza
O desemprego com certeza não fazia bem a Rita. Seus cabelos, que antigamente eram penteados com cachos caprichosos, agora caíam lisos e malcuidados em torno do rosto. A tinta escarlate nas garras de cinco centímetros estava lascada e faltavam umas pedrinhas nos seus óculos de asas. Ela tomou outro grande gole e perguntou a mim pelo canto da boca:
— É uma garota bonita, Harry?
— Mais uma palavra sobre a vida amorosa de Harry e o trato está desfeito, eu juro. — Disse Hermione, irritada
— Que trato? — Perguntou, enxugando a boca com as costas da mão — Você ainda não tinha falado em trato, Srta. Certinha, só me disse para aparecer. Ah, um dia desses... — Ela inspirou profundamente estremecendo
— Sei, sei, um dia desses você vai escrever mais histórias horrorosas sobre Harry e mim. — Retorquiu Hermione com indiferença — Procure alguém que se interesse, por que não faz isso?
— Publicaram muitas histórias horrorosas sobre Harry este ano sem a minha ajuda. — Retrucou Rita, olhando-me por cima dos óculos e acrescentando num sussurro rouco — Como foi que você se sentiu, Harry? Traído? Incompreendido?
— Harry sente raiva, é claro. — Respondeu Hermione com a voz dura e clara — Porque ele disse a verdade ao ministro da Magia e o ministro é idiota demais para acreditar.
— Então você na realidade continua a afirmar que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado retornou? — Perguntou Rita, baixando o copo e submetendo-me a um olhar penetrante, enquanto seu dedo procurava ansiosamente o fecho da bolsa de crocodilo — Você sustenta todas as bobagens que Dumbledore tem dito sobre Você-Sabe-Quem ter retornado e você ser a única testemunha?
— Eu não fui a única testemunha. — Vociferei — Havia mais de uma dúzia de Comensais da Morte presentes. Quer saber o nome deles?
— Adoraria saber. — Sussurrou Rita, agora tornando a mexer na bolsa, sem tirar os olhos de mim como se eu fosse a coisa mais bonita que ela já vira — Uma enorme manchete: “Potter acusa...” Um subtítulo “Harry Potter cita os nomes dos Comensais da Morte entre nós”. E embaixo uma bela fotografia “Adolescente perturbado que sobreviveu a um ataque de Você-Sabe-Quem, Harry Potter, 15 anos, provocou indignação ontem ao acusar membros respeitáveis e destacados da comunidade bruxa de serem Comensais da Morte...”
A Pena de Repetição Rápida já estava na mão da repórter e a meio caminho da boca, quando a expressão arrebatada em seu rosto se desfez.
— Mas, naturalmente. — Disse baixando a pena e fuzilando Hermione com o olhar — A Srta. Perfeição não iria querer ver essa história divulgada, não?
— Na verdade. — Disse Hermione com meiguice — É exatamente o que a Srta. Perfeição deseja.
Rita arregalou os olhos para Hermione. E eu também. Luna, por outro lado, cantarolou baixinho como se sonhasse “Weasley é nosso rei”, e mexeu sua bebida com uma cebola de coquetel na ponta de um palito.
— Você quer que eu noticie o que ele diz a respeito de Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado? — — Perguntou Rita a Hermione em tom abafado
— Quero. A história verdadeira. Todos os fatos. Exatamente como Harry os conta. Ele lhe dará todos os detalhes, lhe dirá os nomes dos Comensais da Morte não conhecidos do público que ele viu lá, lhe dirá que aparência tem Voldemort agora; ah, controle-se. — Acrescentou com desdém, atirando o guardanapo sobre a mesa, pois, ao som do nome de Voldemort, Rita se assustara tanto que
derramara metade do copo de uísque de fogo na roupa
Rita enxugou a frente da capa de chuva encardida, ainda encarando Hermione. Então disse capengamente:
— O Profeta não publicaria isso. Caso você não tenha notado, ninguém acredita nessa conversa fiada. Todos acham que ele é delirante. Agora, se você me deixar escrever a notícia daquele ângulo...
— Não precisamos de outra notícia contando como foi que Harry ficou biruta! — Exclamou Hermione, zangada — Já lemos muitas dessas, muito obrigada! Quero que ele tenha a oportunidade de contar a verdade!
— Não há mercado para uma notícia dessas. — Respondeu Rita com frieza
— Você quer dizer que o Profeta não publicará porque Fudge não vai deixar. — Disse Hermione, irritada
Rita lançou a Hermione um olhar longo e duro. Então, curvando-se sobre a mesa se dirigiu à garota em tom objetivo.
— Muito bem, Fudge está ameaçando o Profeta, o que dá no mesmo. O jornal não vai publicar uma reportagem favorável a Harry. Ninguém quer lê-la. É contra o sentimento público. Essa última fuga de Azkaban já deixou as pessoas bem preocupadas. Ninguém quer acreditar que Você-Sabe-Quem retornou.
— Então o Profeta Diário existe para dizer às pessoas o que elas querem ouvir, é isso? — Perguntou Hermione criticamente
Rita tornou a se endireitar, as sobrancelhas erguidas, e virou seu copo de Uísque de Fogo.
— O Profeta existe para vender exemplares, sua tolinha. — Disse com frieza
— Meu pai acha que é um péssimo jornal — Comentou Luna, entrando inesperadamente na conversa. Chupando a cebolinha do seu coquetel, ela fixou em Rita seus olhos enormes, protuberantes, ligeiramente alucinados — Meu pai divulga notícias importantes que acha que o público quer ler. Não está interessado em ganhar dinheiro.
Rita olhou depreciativamente para Luna.
— Dá para adivinhar que seu pai publica um jornaleco idiota de interior, não é? Provavelmente Vinte e Cinco Maneiras de se Misturar com os Trouxas e as datas dos próximos bazares.
— Não. — Respondeu Luna, tornando a mergulhar a cebolinha na água de gilly — Ele é o editor do Pasquim.
Rita soltou um bufo tão alto que as pessoas nas mesas próximas olharam assustadas.
— Notícias importantes que ele acha que o público deve saber, hein? — Fulminou — Eu poderia estrumar o meu jardim com o conteúdo daquele trapo.
— Bom, então esta é a sua chance de melhorar o conteúdo da revista, não? — Sugeriu Hermione com gentileza — Luna diz que o pai dela ficaria muito contente em fazer uma entrevista com Harry. Ele é quem irá publicá-la.
Rita encarou as garotas por um momento, então soltou gargalhadas.
— O Pasquim! — Exclamou com um cacarejo — Vocês acham que as pessoas vão levar Harry a sério se ele aparecer no Pasquim!
— Algumas pessoas não. — Disse Hermione com a voz controlada — Mas a versão que o Profeta publicou da fuga de Azkaban tinha furos enormes. Acho que muita gente deverá estar se perguntando se não há uma explicação melhor para o que aconteceu, e se há uma história alternativa, mesmo que seja publicada por um... — Olhou para Luna de esguelha — em um... bom, uma revista incomum... acho que essa gente poderia gostar de lê-la.
Rita ficou em silêncio por algum tempo, mas mirou Hermione astutamente, a cabeça um pouco inclinada para um lado.
— Tudo bem, vamos dizer por um momento que eu aceite. — Disse subitamente — Que tipo de remuneração vou receber?
— Acho que papai não chega exatamente a pagar as pessoas para escreverem para a revista. — Disse Luna, sonhadora — Escrevem porque é uma honra e, naturalmente, para ver o nome delas em letra de imprensa.
A cara de Rita Skeeter ao se virar para Hermione era de quem achou outra vez forte o gosto do Palha-fede na boca.
— É para eu fazer isso de graça?
— Bom, é. — Disse Hermione calmamente, tomando um golinho da bebida — Do contrário, como você já sabe, informarei às autoridades que você nunca se registrou como animago. Naturalmente, o Profeta Diário talvez lhe pague um bom cachê por uma reportagem em primeira mão da vida em Azkaban.
Pela reação pareceu que nada daria mais prazer a Rita do que agarrar a sombrinha de papel que saía da bebida de Hermione e enfiá-la pelo nariz da garota adentro.
— Suponho que não tenha outra opção, não é? — Disse com a voz ligeiramente trêmula. Abriu, então, a bolsa de crocodilo mais uma vez, apanhou um pergaminho e ergueu a Pena de Repetição Rápida
— Papai vai ficar satisfeito. — Disse Luna, animada. Um músculo tremeu no queixo de Rita
— O.k., Harry? — Perguntou Hermione, virando-se para mim — Pronto para contar a verdade ao público?
— Suponho que sim. — Respondi observando Rita pôr em posição a Pena de Repetição Rápida sobre o pergaminho que os separava.
— Então, pode começar, Rita. — Disse Hermione serenamente, pescando uma cereja do fundo do copo
Luna disse vagamente que não sabia quando a entrevista apareceria no Pasquim, pois seu pai estava esperando um longo e interessante artigo sobre as recentes aparições de Bufadores de Chifre Enrugado, e, naturalmente, seria uma história muito importante, então a entrevista talvez tivesse de aguardar o próximo número.
Eu não achei uma experiência fácil falar sobre a noite em que Voldemort retornara. Rita extraiu de mim cada mínimo detalhe e eu lhe passei tudo que lembrava, sabendo que era uma grande oportunidade de contar a verdade para o mundo. Perguntava-me como as pessoas reagiriam. Imaginei que a história confirmaria para muita gente a visão de que eu era completamente doido, especialmente porque apareceria ao lado de uma absoluta tolice sobre Bufadores de Chifre Enrugado.
Mas a fuga de Bellatrix Lestrange e seus companheiros Comensais da Morte tinha dado a mim um desejo ardente de fazer alguma coisa, produzisse ou não resultados...
— Mal posso esperar para ver o que a Umbridge pensa de você falar publicamente. — Comentou Dean, parecendo assombrado no jantar à noite. Seamus despejava goela abaixo grandes garfadas de torta de frango com presunto, sentado do outro lado de Dean, mas eu sabia que ele estava escutando
— É o certo, Harry. — Disse Neville, sentado defronte. Estava muito pálido, mas continuou em voz baixa — Deve ter sido... dureza... falar disso... não foi?
— Foi. — Balbuciou Harry — Mas as pessoas precisam saber do que Voldemort é capaz, não?
— Com certeza. — Disse Neville concordando com a cabeça — E os Comensais da Morte também... as pessoas precisam saber...
Neville deixou a frase no ar e voltou a atenção para sua batata assada. Seamus ergueu a cabeça, mas quando seu olhar encontrou o meu ele tornou a baixá-lo depressa para o prato. Transcorrido algum tempo, Dean, Seamus e Neville saíram para a sala comunal, deixando eu e Hermione à mesa esperando pelos gêmeos, que ainda não vieram jantar por causa do treino de quadribol.
Cho entrou no salão com a amiga Marieta. O meu estômago deu uma sacudida desagradável, mas a garota não olhou para a mesa da Gryffindor, e se sentou de costas para mim.
— Ah, me esqueci de perguntar. — Disse Hermione, animada, dando uma olhada rápida na mesa da Ravenclaw — Que aconteceu no seu encontro com Cho? Por que você voltou tão cedo?
— Aah... bom, foi... — Comecei puxando um prato de doce de ruibarbo para perto e me servindo mais uma vez — Um completo fiasco, já que você está perguntando.
E contei a ela o que acontecera na casa de chá de Madame Puddifoot.
— ... então. — Concluí alguns minutos depois, quando o último bocadinho de doce desapareceu — Ela se levanta de repente, certo, e diz: A gente se vê por aí, Harry... e sai correndo da loja! — Descansei a colher e olhei para Hermione — Quero dizer, por que foi tudo isso? Que é que aconteceu?
Hermione olhou para a nuca de Cho e suspirou.
— Ah, Harry. — Disse tristonha — Bom, sinto muito, mas você não teve muito tato.
— Eu não tive tato?! — Exclamei indignado —Em um momento estávamos nos dando bem, e no momento seguinte ela estava me dizendo que Rogério Davies a convidou para sair e como costumava ir à droga daquela casa de chá para ficar beijando o Cedric: como é que você acha que eu devia reagir?
— Bom, sabe — Disse Hermione com o ar paciente de alguém que explica a uma criança temperamental que um mais um é igual a dois — Você não devia ter dito a ela que queria se encontrar comigo no meio do namoro.
— Mas, mas. — Tartamudeei — ... você me pediu para encontrá-la ao meio-dia e até levar Cho junto, como é que eu ia fazer isso sem dizer a ela?
— Você devia ter dito de maneira diferente. — Explicou Hermione, ainda com aquele exasperante ar de paciência — Devia ter dito que era uma chatice, mas que eu tinha feito você prometer ir ao Três Vassouras, e que você na verdade não queria ir, que preferia passar o dia inteiro com ela, mas infelizmente achava que era importante se encontrar comigo e se ela, por favor, por um grande favor, pudesse ir com você e, assim, quem sabe, daria para você sair mais depressa. E também teria sido uma boa ideia mencionar que você me acha feia. — Acrescentou Hermione refletindo
— Mas eu não acho você feia! — Exclamei confuso
Hermione deu uma risada.
— Harry, você é pior do que o Rony... bom, não, não é não. — Suspirou, na hora em que Rony entrava no salão sujo de lama e parecendo mal-humorado — Você aborreceu a Cho quando disse que ia se encontrar comigo, então ela tentou fazer ciúmes. Foi uma maneira de tentar descobrir se você gostava dela.
— Era isso que ela estava fazendo? — Me admirei, enquanto Rony se sentava no banco defronte, e puxava para perto todos os pratos que conseguiu alcançar. Uma fração de segundos depois Rox entrou, também suja e também mal-humorada, os cabelos enrolados de qualquer jeito num coque — Bom, não teria sido mais fácil se me perguntasse se eu gostava mais dela ou de você?
— As garotas muitas vezes não fazem perguntas desse tipo.
— Pois deviam! — Falei com veemência enquanto Rox sentava-se do lado do irmão e deitava a cabeça na mesa parecendo exausta — Então eu podia ter simplesmente respondido que gosto mais dela, e ela não precisaria ficar outra vez nervosa com a morte do Cedric!
— Eu não estou dizendo que Cho foi sensata. — Disse Hermione quando Ginny se reuniu a nós, tão enlameada quanto os gêmeos e igualmente chateada — Estou só tentando mostrar como ela estava se sentindo naquele momento.
— Você devia escrever um livro. — Sugeriu Rony a Hermione enquanto cortava as batatas em seu prato — Traduzindo as maluquices que as garotas fazem para os garotos poderem entendê-las.
— É. — Apoiei com sinceridade e fervor, olhando para a mesa da Ravenclaw, onde Cho se levantara, e, ainda sem olhar para mim, saiu do salão. Sentindo-me meio deprimido, me voltei para os gêmeos e Ginny: — Então, como foi o treino de quadribol?
— Um pesadelo. — Respondeu Rony, mal-humorado
— Ah, qual é? — Disse Hermione, olhando para Rox e desta para Ginny — Tenho certeza de que não foi tão...
— Uhum. — Resmungou Rox anda com a cabeça deitada na mesa e os olhos fechados
— Foi, sim. — Confirmou Ginny — Foi um espanto. Angelina quase se desmanchou em lágrimas mais para o final.
— Por pouco eu não chorei também. — Rox bocejou finalmente levantando a cabeça e pegando algo do jantar
Antes que pudéssemos falar alguma outra coisa, só notei quando Lee Jordan, o amigo dos gêmeos Weasley mais velhos
e namorado de Rox, apareceu. De alguma forma sentou ao lado da ruiva pra cochichar algo no ouvido dela. Notei a mudança de expressão da minha melhor amiga, que de entendiada e sonolenta saltou pra primeiro intrigada, depois sua boca se abriu em um “O”, e ela riu meio escondendo o rosto com as mãos, Lee também sorria. Eles se entreolharam cúmplices e ela também falou algo em sussurro, que rindo o menino saiu. Não sei se eu era o único que não entendi nada, mas fiquei curioso pra saber.
— Que diabretes ele te falou? — Perguntou Rony erguendo uma sobrancelha pra irmã
O humor de Rox, porém, parecia ter subido muito. O que será que Lee dissera pra a animar tanto?
— Hey, Harry. — Rox chamou e eu a olhei. A menina então apontou um dedo para a própria cabeça, eu continuei sem entender, até que escutei de novo a voz dela, mas seus lábios não haviam se mexido
“Me ouvindo?”
Eu ergui as sobrancelhas, sem entender. Ela riu, e ainda sem mexer os lábios falou:
“Tô na sua mente, só você pode me ouvir.”
É, agora fazia mais sentido.
“Me empresta sua Capa da Invisibilidade e o Mapa do Maroto só por hoje?”, sua voz tinha um tom de quem implora, assim como a cara que ela fazia, “Prometo que devolvo amanhã de manhã, mas meio que preciso deles agora a noite.”
— Pra quê? — Perguntei em voz alta. Rony, Mione e Ginny me olharam, intrigados. Rox meio que riu
“Dia dos namorados, ué.”, ela riu e eu não entendi nada, “E aí, vai me dar ou não?”
“Pode pegar”, pensei de volta pra ela
Quando retornamos para a movimentada Sala Comunal da Gryffindor depois do jantar, antes de ir tomar banho, assim como Rony e Ginny fizeram, Rox esperou eu ir até o dormitório pegar o que ela pedira. Quando eu a entreguei ela sorriu animada e pediu para eu não contar a ninguém, logo saiu aos pulos para seu dormitório.
Eu e Hermione então nos voltamos para a montanha habitual de deveres de casa. Eu estava havia meia hora às voltas com uma nova carta estelar para Astronomia quando Fred e George apareceram.
— Rony, Rox e Ginny não estão aqui?— Perguntou Fred, correndo os olhos pela sala ao mesmo tempo que puxava uma cadeira, e quando sacudi negativamente a cabeça, falou: — Que bom. Estivemos assistindo ao treino deles. Vão ser massacrados. A equipe ficou um lixo sem a gente.
— Ah, peraí, Ginny não é ruim. — Disse George querendo ser justo, sentando-se ao lado do irmão — E nem Rox, que por sinal ficou ótima como apanhadora. Mas, aliás, não sei como Ginny conseguiu ser tão boa, já que a gente nunca a deixou jogar conosco.
— Ela arrombava o barraco em que vocês guardam vassouras no jardim desde os seis anos e tirava ora uma vassoura ora outra quando vocês não estavam por perto. — Disse Hermione de trás de sua pilha instável de livros de Runas Antigas
— Ah! — Exclamou George levemente impressionado — Bom: isso explica.
— Rony já defendeu algum gol? — Perguntou Hermione, espiando por cima de Hieróglifos e logogramas mágicos
— Bom, ele é capaz de defender quando acha que não tem ninguém observando. — Disse Fred olhando para o teto —Então no sábado só o que a gente precisa fazer é pedir aos espectadores para virarem as costas e baterem um papo todas as vezes que a goles for arremessada para o lado dele.
Ele tornou a se levantar inquieto e foi até a janela espiar os terrenos escuros da escola.
— Sabe, o quadribol era quase a única coisa que fazia este lugar valer a pena.
Hermione lançou-lhe um olhar sério.
— Seus exames estão chegando.
— Já lhe disse antes, não estamos preocupados com os N.I.E.M.s — Retorquiu Fred — Os kits Mata-Aula estão prontos para o lançamento, descobrimos como nos livrar daqueles furúnculos, basta umas gotas de essência de murtisco para resolver o problema. Foi Lee quem nos sugeriu.
George deu um grande bocejo e olhou desconsolado para o céu nublado da noite.
— Nem sei se quero assistir a esse jogo. Se Zacarias Smith nos derrotar, terei de me matar, e olha que já tô com vontade de fazer isso a um tempo.
E percebi seus olhos se desviarem por um momento e pararem na garota de cabelos crespos sentada em uma poltrona do outro lado da Comunal. Amélia Hughes, parecendo exausta, mas lendo um livro, ao lado de Lavender Brown e Parvati Patil.
— Ou, mais provavelmente, matar ele. Matar o Zacarias, ouviu? — Disse Fred com firmeza, dando uma cotovelada no irmão gêmeo e fazendo-o parar de olhar para a ex-namorada e voltar a focar no quadribol
— Esse é o problema do quadribol. — Disse Hermione distraidamente, mais uma vez debruçada sobre sua tradução das Runas — Cria essa animosidade e tensão entre as Casas.
Ela ergueu a cabeça para procurar o exemplar do Silabário de Spellman e surpreendeu a mim, Fred, George, os três a olhamos com expressões nos rostos em que se mesclavam a aversão e a incredulidade.
— E é mesmo! — Exclamou ela com impaciência — É só um jogo ou não é?
— Hermione. — Falei sacudindo a cabeça — Você é boa em sentimentos e outras coisas, mas simplesmente não entende de quadribol.
— Tavez não. — Dise ela, ameaçadora, voltando à tradução — Mas pelo menos a minha felicidade não depende da habilidade de Rony defender gols.
Hello bruxinhoooos!!!
Como estamos???
Feliz dia da Mentira kkkkkk. Nossos amados Fred e George Weasley nasceram no dia da mentira, porque são perfeitos demais pra ser verdade kkkkkk.
Bom, toda felicidade do mundo pra esses piticossss.
Segunda-feira nos vemos com a maratona de The Weasley, não esqueçam de comentar muitoooo. E sobre a pergunta que fiz no capítulo passado sobre minha idade kkkkk. Meu Deus, genteee
Eu tenho 17 *.*, Segunda eu faço 18 kkkkkk e a maioria me deu mais de 20. Isso é porque tô na faculdade? Kkkkkkkkkk, omg
Nos vemos Segunda-feira, no meu dia especial kkkk.
Amo vocêssss
– Bjosss da tia Nick
Happy B-day Gêmeos
Fiquem com essa seçãozinha de fotos
basiquinhaaaa
Amamos vocêssss!!
Happy B-day
Fred e George Weasley
01.04.78
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