45 | Escape from Azkaban and Valentine's Day
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45. A Fuga de Azkaban
e o Dia dos Namorados
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Podemos aproveitar o dia dos namorados mais tarde, que tal?
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A minha pergunta foi respondida logo na manhã seguinte, embora não tinha forma alguma de Amélia estar se referindo a isso, a menos que ela fosse adivinha. O caso era que quando chegou o Profeta Diário de Hermione, ela o abriu, deu uma espiada na primeira página e soltou um gritinho que fez com que todos ao seu redor a olhassem.
— Quê? — Perguntamos eu, Harry e Rony juntos
Em resposta, ela abriu o jornal na mesa diante de nós e apontou para dez fotografias em preto e branco que ocupavam toda a primeira página, nove caras de bruxos e, a décima, de uma bruxa. Alguns deles zombavam em silêncio; outros tamborilavam os dedos nas molduras dos retratos, com insolência. Cada foto trazia uma legenda com um nome e o crime pelo qual a pessoa fora mandada para Azkaban.
Antônio Dolohov, informava a legenda sob o bruxo com o rosto pálido e torto que sorria troçando para mim, condenado pelo brutal homicídio de Gideon e Fabian Prewett.
— Nossos tios. — Apontei mostrando para Rony que assentiu com um suspiro ao lembrarmos o que houve com os irmãos gêmeos e mais novos de mamãe
Augusto Rookwood, lia-se sob a foto do homem com o rosto marcado por bexigas e os cabelos oleosos, que se apoiava na borda da foto com ar de tédio, condenado por passar Àquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado segredos do Ministério da Magia.
Mas o meu olhar foi atraído para a foto da bruxa. Seu rosto se destacara no momento em que eu vi a página. Tinha longos cabelos escuros que pareciam malcuidados e desgrenhados, embora eu os tivesse visto sedosos, espessos e brilhantes. Ela me encarou sob as pesadas pálpebras, um sorriso arrogante e desdenhoso brincando em seus lábios. Como Sirius, ela conservava feições atraentes, mas alguma coisa – talvez Azkaban – levara a maior parte da sua beleza.
Senti meu corpo tremer ao recordar da visão que eu tinha tido no dia anterior. Era realmente ela, ela tinha fugido de Azkaban, aconteceu.
Bellatrix Lestrange, condenada pela tortura e incapacitação permanente de Frank e Alice Longbottom. Hermione me cutucou e apontou para a manchete no alto das fotos, que eu, concentrada em Bellatrix, ainda não tinha lido.
FUGA EM MASSA DE AZKABAN MINISTÉRIO TEME QUE BLACK SEJA O “PONTO DE REUNIÃO” PARA ANTIGOS COMENSAIS DA MORTE
— Black?! — Exclamou Harry em voz alta — Não...?
Vega, que estivera a um canto distante de nós e ao lado de Colin, levantou um pouco a cabeça para nós com ar indagador.
— Não é nada. — Disse Hermione pra ela entre gestos, e desesperada sussurrou para Harry — Psiu! Não fale tão alto... só leiam!
O Ministério da Magia anunciou à noite passada que houve uma fuga em massa em Azkaban.
Em entrevista aos repórteres em seu gabinete, Cornélio Fudge, ministro da Magia, confirmou que dez prisioneiros de segurança máxima escaparam no início da noite de ontem, e que ele já informou ao primeiro-ministro dos trouxas a natureza perigosa dos fugitivos.
“Nós nos encontramos, infelizmente, na mesma posição de dois anos e meio atrás quando o assassino Sirius Black fugiu”, comentou Fudge. “E achamos que as duas fugas estão relacionadas. Uma fuga nessa escala aponta para ajuda externa, e devemos nos lembrar que Black, a primeira pessoa a escapar de Azkaban, estaria em posição ideal para ajudar outros a seguirem seus passos. Cremos que muito provavelmente esses indivíduos, entre os quais se inclui a prima de Black, Belllatrix Lestrange, se agruparam em torno de Black como seu líder. Estamos, no entanto, envidando todos os esforços para capturar os criminosos, e pedimos à comunidade bruxa que se mantenha alerta e cautelosa. Em nenhuma circunstância devem se aproximar desses indivíduos.”
— Está tudo aí, Harry. — Disse Rony, assombrado — É por isso que ele estava tão feliz ontem à noite.
— Quem estava feliz? — Perguntei
— Não acredito. — Vociferou Harry sem dar ouvidos a minha pergunta — Fudge está culpando Sirius pela fuga?
— Que outra opção ele tem? — Disse Hermione, amargurada — Não vai poder dizer: “Desculpe, pessoal, Dumbledore me avisou que isto poderia acontecer, os guardas de Azkaban se uniram a Voldemort”, pare de choramingar, Rony, “e agora seus piores seguidores também fugiram.” Quero dizer, ele passou uns seis meses anunciando para todo o mundo que você e Dumbledore eram mentirosos, não?
Hermione abriu com violência o jornal e começou a ler a notícia nas páginas internas enquanto eu corria meus olhos pelo Salão Principal. Não conseguia entender por que meus colegas não estavam apavorados nem sequer discutiam a terrível notícia na primeira página, mas poucos tinham assinatura diária do jornal como Hermione. Estavam todos conversando sobre os deveres e o quadribol – e quem sabe que outras tolices –, quando fora dos muros da escola mais dez Comensais da Morte haviam engrossado as fileiras de Voldemort.
— Rodolphus e Rabastan também, olha só três Lestranges soltos. — Disse uma voz entediada ao meu lado, era Arc — Imagino que vão atrás da Sol agora, é claro.
Não o respondi, apenas ergui os olhos para a mesa dos professores. Ali, a situação era diferente: Dumbledore e a Profa. McGonagall conversavam absortos, ambos parecendo extremamente sérios. A Profa. Sprout apoiara o Profeta Diário em um vidro de ketchup e lia a primeira página com tal concentração que nem reparava nos pingos de gema de ovo que caíam em seu colo da colher que segurava no ar. A Profa. Misttigan estava pálida, extremamente pálida enquanto lia o Profeta e bebia um cálice de suco de abóbora. Entrementes, na extremidade da mesa, a Profa. Umbridge comia com entusiasmo sua tigela de mingau de aveia. Uma vez na vida seus empapuçados olhos de sapo não estavam varrendo o Salão Principal à procura de alunos malcomportados. Engolia o mingau com ar aborrecido, e de vez em quando lançava um olhar malévolo para o lado da mesa em que Dumbledore e McGonagall conversavam tão concentrados.
— Nossa! — Exclamou Hermione com ar de dúvida, continuando a ler o jornal
— Que foi agora? — Perguntou Harry depressa; estava assustado...
— É... horrível. — Disse, abalada. Ela dobrou a página dez do jornal e passou-o a mim, Rony e Harry
MORTE TRÁGICA DE FUNCIONÁRIO DO MINISTÉRIO DA MAGIA
O Hospital St. Mungus prometeu um inquérito rigoroso sobre a morte do funcionário do Ministério da Magia, Broderico Bode, 49 anos, encontrado em sua cama, estrangulado por uma planta envasada. Os Curandeiros chamados não conseguiram reanimar o Sr. Bode, que fora ferido em um acidente de trabalho algumas semanas antes.
A Curandeira Miriam Strout, que se encontrava de serviço na enfermaria do Sr. Bode na hora do incidente, foi suspensa de suas funções, sem perda de remuneração, e não foi encontrada ontem para comentar a notícia, mas um porta-voz do hospital declarou:
“O Hospital St. Mungus lamenta profundamente a morte do Sr. Bode, que estava em plena recuperação antes deste trágico acidente. Temos diretrizes rigorosas para as decorações permitidas em nossas enfermarias, mas, aparentemente, a Curandeira Strout, muito atarefada durante o período natalino, não percebeu o perigo da planta à cabeceira do Sr. Bode. À medida que sua fala e mobilidade melhoravam, a Curandeira Strout encorajou o Sr. Bode a cuidar sozinho da planta, sem saber que não era uma inocente diafanina, mas uma muda de visgo-do-diabo que, ao ser tocada pelo convalescente Sr. Bode, estrangulou-o instantaneamente.”
O St. Mungus ainda não soube explicar a presença da planta, e pede a quem tiver alguma informação para se apresentar.
— Bode. — Repetiu Rony — Bode. Me lembra alguma coisa...
Com certeza lembrava... o Natal no St. Mungus, a enfermaria em que os pais de Neville e Lockhart estavam, uma planta... a sensação que eu senti todas as vezes que a olhava, como se algo me enforcasse, era visgo do diabo. Como eu não percebi!? Como??
— Nós o vimos. — Cochichou Hermione — No St. Mungus, lembram? Estava na cama defronte a Lockhart, deitado, olhando para o teto. E vimos o visgo-do-diabo chegar. Ela, a Curandeira, disse que era presente de Natal!
Uma sensação de horror começou a subir como bile à minha boca.
— Como foi que não reconhecemos o visgo? Nós já o vimos antes... poderíamos ter impedido isso de acontecer! — Exclamou Harry
— Eu senti uma coisa estranha todas as vezes que olhei para planta, como se ela fosse me enforcar com seus tentáculos a qualquer momento. — Suspirei — Mas achei ser coisa da minha cabeça.
— Óbvio. Quem espera que um visgo-do-diabo apareça em um hospital disfarçado de plantinha ornamental? — Perguntou Rony asperamente — Não é nossa culpa, quem a mandou para o cara é que é culpado! Deve ter sido uma perfeita anta, por que não verificou o que estava comprando?
— Ah, Rony, nem vem! — Disse Hermione, trêmula — Não acho que alguém envasasse o visgo sem saber que tentaria matar quem o tocasse! Isso foi homicídio... e um homicídio engenhoso... se a planta foi enviada anonimamente, como é que alguém vai descobrir quem a mandou?
Harry pareceu pensativo.
— Eu conheci Bode. — Disse lentamente — Eu o vi no Ministério quando fui com o seu pai.
O queixo de Rony caiu e o meu também, de repente eu me lembrei.
— Eu ouvi papai falar dele em casa! Você lembra, Rony?
— Sim, sim. Bode era um Inominável: trabalhava no Departamento de Mistérios!
Nos entreolhamos por um momento, então Hermione tornou a puxar o jornal para ela, estudou por um momento as fotos dos dez Comensais da Morte fugitivos na primeira página e então ficou em pé de repente.
— Aonde é que você vai? — Perguntou Rony, surpreso
— Enviar uma carta. — Disse Hermione, atirando a mochila por cima do ombro — Bom, não sei se... mas vale a pena tentar... eu sou a única que pode.
— Detesto quando ela faz isso. —Resmungou Rony ao se levantar comigo e Harry para sairmos sem pressa do Salão Principal — Será que ia morrer se nos dissesse o que pretende fazer ao menos uma vez? Só levaria mais dez segundos... eh, Hagrid!
Hagrid estava parado à porta do Salão Principal, esperando uma turma de alunos da Ravenclaw passar. Continuava tão machucado quanto no dia em que voltara de sua missão aos gigantes, e havia um novo corte na ponta do seu nariz.
— Tudo bem, vocês três? — Disse, fazendo um esforço para sorrir, mas só conseguindo produzir uma careta de dor
— Você está o.k., Hagrid? — Perguntou Harry, acompanhando-o nas esteiras dos alunos da Ravenclaw
— Ótimo, ótimo. — Respondeu Hagrid, assumindo sem sucesso um tom displicente; acenou e por pouco não bateu na assustada Profa. Vector que ia passando — Ocupado, você sabe, o de sempre, aulas para preparar, umas salamandras tiveram podridão nas escamas, e estou em observação. — Acrescentou em murmúrio
— Está em observação? — Repetiu Rony em voz alta, de modo que vários alunos próximos olharam curiosos, e eu me segurei pra não lhe dar um soco — Desculpe... quero dizer... você está em observação? — Sussurrou
— Eu não esperava outra coisa, para falar a verdade. Vocês talvez não tenham percebido, mas a inspeção não correu muito bem, entendem... em todo o caso. — Ele deu um profundo suspiro — Melhor eu ir esfregar mais um pouco de pimenta nas salamandras ou os rabos delas vão cair. Até mais, Harry... Rony... Rox...
Ele saiu pesadamente pela porta da frente e desceu a escada em direção aos terrenos molhados. Eu apenas o observei se afastar, pensativa...
O fato de Hagrid estar em observação tornou-se conhecido em toda a escola nos dias seguintes, mas, para minha indignação, quase ninguém pareceu se incomodar; na verdade, algumas pessoas, entre as quais se destacava, obviamente, Draco Idiota Panaca Malfoy, pareciam decididamente felizes. Quanto à morte estranha de um obscuro funcionário do Ministério da Magia no St. Mungus, eu, Rony Harry, Hermione e Vega parecíamos ser as únicas pessoas que sabiam ou nos importavamos. Havia apenas um tópico de conversa nos corredores agora: os dez Comensais da Morte fugitivos, cuja história finalmente se filtrara pela escola através dos poucos que liam jornais. Voavam boatos de que alguns dos condenados tinham sido vistos em Hogsmeade, que deviam estar escondidos na Casa dos Gritos e que iam invadir Hogwarts, tal como haviam dito sobre Sirius um dia.
Os que pertenciam a famílias bruxas tinham sido criados ouvindo os nomes dos Comensais da Morte com quase tanto medo quanto o de Voldemort; os crimes que haviam cometido durante o reinado de terror do Lorde das Trevas eram lendários. Havia parentes das vítimas entre os alunos de Hogwarts, que agora se viam transformados em involuntários objetos de uma fama indireta e sinistra quando passavam pelos corredores: Susana Bones, cujos tio, tia e primos tinham morrido pela mão de um dos dez, comentou, infeliz, durante uma aula de Herbologia que agora tinha uma boa ideia de como Harry se sentia.
— E não sei como você suporta: é horrível. — Disse ela sem rodeios, despejando estrume demais em sua bandeja de mudinhas de bocas-de-guincho, fazendo-as se torcerem e estrilarem incomodadas
É verdade que Harry ultimamente voltara a ser comentado aos sussurros e apontado nos corredores, contudo parecia ter uma ligeira diferença no tom dos nossos colegas. Agora pareciam curiosos em vez de hostis, e uma ou duas vezes tive certeza de ouvir fragmentos de conversas que sugeriam que as pessoas não estavam satisfeitas com a versão do Profeta de como e por que dez Comensais da Morte tinham conseguido escapar da fortaleza de Azkaban. Em sua confusão e medo, os que duvidavam estavam se voltando para a única explicação que conheciam: a que Harry e Dumbledore vinham apresentando desde o ano anterior. Não era apenas a atitude dos estudantes que havia mudado. Agora era bem comum deparar com dois ou três professores conversando em sussurros urgentes nos corredores, interrompendo a conversa no momento em que viam alunos se aproximarem.
— Obviamente eles não podem mais conversar na sala de professores. — Comentou Hermione em voz baixa, quando ela, eu, Rony e Harry passamos um dia por McGonagall, Flitwick, Misttigan e Sprout agrupados à porta da sala de Feitiços — Não com a Umbridge por lá.
— Você acha que eles sabem de alguma novidade? — Perguntou Rony, espiando por cima do ombro para os quatro professores
— Se souberem, não vamos saber, não é? — Falei, irritada — Não depois do decreto... em que número estamos agora? — Pois havia aparecido um novo aviso nos quadros das Casas na manhã seguinte à fuga de Azkaban:
POR ORDEM DA ALTA INQUISIDORA DE HOGWARTS
Doravante, os professores estão proibidos de passar informações aos estudantes que não estejam estritamente relacionadas com as disciplinas que são pagos para ensinar.
A ordem acima está de acordo com o Decreto Educacional Número Vinte e Seis
Assinado: Dolores Joana Umbridge, Alta Inquisidora
Este último decreto fora tema de um grande número de piadas entre os alunos. Lee Jordan, exatamente o meu namorado, havia lembrado a Umbridge que, pelos termos da nova lei, ela não podia ralhar com Fred e George por brincarem com Snap Explosivo no fundo da sala.
— Snap Explosivo não tem relação alguma com Defesa Contra as Artes das Trevas, professora! Não é uma informação pertinente à sua disciplina!
Da vez seguinte que o encontrei, as costas de uma das mãos dele sangravam muito, o que me deixou bastante irritada.
— Não devia ter respondido ela, você e suas piadinhas, né!? — Ralhei com o garoto que me olhava como um cachorrinho abandonado atrás de carinho
— Falou a que já teve... perdi a conta das detenções que você ganhou com ela só em alguns meses. — Devolveu Lee fazendo drama e cruzando os braços
— Hummm, tá bom, tá bom. — Cedi, afinal ele estava certo — Você tem razão.
— Claro que tenho, precisava de uma Detenção, tava até parecendo que eu virei um anjo esse ano.
— Você, anjo? — Caçoei, ele me lançou um olhar malicioso enquanto com a mão esquerda agarrava minha cintura me puxando pra bem perto dele, onde abaixou a cabeça no meu ombro de modo que pôde sussurrar algo no meu ouvido
— Eu sou um anjo, é claro. — Sua voz me fez sentir um arrepio no pescoço e ficar levemente corada — Você tá vermelha, Honey. — Acrescentou em risinhos assim que se afastou pra olhar no meu rosto
Eu suspirei, respirando fundo pra me manter impassível e perder a vermelhidão nas minhas bochechas. Por que ele me deixava tão corada, hem? Lee era tipo uma receita agridoce, ele tinha pureza, leveza, parecia ser um bebê de tão carinhoso e amoroso, mas sem perder o toque amargo do pecado, seu lado perverso e safado, como qualquer garoto. Eu amava essa mescla, embora nunca fosse admitir que às vezes eu me via pensando no pecado, nos Bad-boys. Draco! Por que eu sempre lembrava dele?
Você namora com o Lee Jordan, babaca! Entende isso de uma vez e esquece o Palmito.
— Melhor cuidarmos do seu corte... vem, bebê, conheço algo ótimo que vai fazer a dor passar rapidinho, é essência de murtisco, vou preparar pra você. — E pegando na mão do garoto o puxei para comunal
No fundo, eu realmente cheguei a achar que a fuga de Azkaban pudesse deixar Umbridge mais humilde, que ela fosse se envergonhar do desastre que ocorrera bem debaixo do nariz do seu querido Fudge. Parecia, porém, que a fuga apenas intensificara o seu desejo furioso de submeter cada aspecto da vida de Hogwarts ao seu controle pessoal. Parecia decidida a obter pelo menos uma demissão sem muita demora, a única dúvida era quem iria primeiro, se a Profa. Trelawney ou Hagrid.
Cada aula de Adivinhação e Trato das Criaturas Mágicas era dada em presença de Umbridge e sua prancheta. Ela rondava a lareira na sala da torre intensamente perfumada, interrompendo as aulas cada vez mais histéricas da Profa. Trelawney com perguntas difíceis sobre ornitomancia e heptomologia, insistindo que ela previsse as respostas dos alunos antes de recebê-las e exigindo que ela demonstrasse sua perícia com a bola de cristal, as folhas de chá e as runas, uma a uma. Achei que em breve Trelawney sucumbiria sob tanta pressão. Várias vezes eu passei pela professora nos corredores – o que era em si uma ocorrência incomum, pois em geral ela permanecia na sala da torre – murmurando tresloucada, torcendo as mãos e lançando olhares aterrorizados por cima do ombro, exalando o tempo todo um forte cheiro de xerez ordinário. Se não estivesse tão preocupada com Hagrid, teria sentido pena dela, mas se alguém ia perder o emprego, só poderia haver uma opção para mim quanto a quem devia continuar.
Infelizmente, eu não conseguia imaginar Hagrid dando um espetáculo melhor do que Trelawney. E embora ele parecesse estar seguindo o conselho de Hermione e não tivesse mostrado aos alunos mais nada assustador do que um Crupe – um bicho que pouco diferia de um cão terrier exceto pela cauda bifurcada –, desde antes do Natal, Hagrid também parecia ter se acovardado. Estava curiosamente distraído e nervoso durante as aulas, perdia o fio do que estava ensinando à turma, respondia errado às perguntas, e todo o tempo olhava ansioso para Umbridge. Estava também mais distante de mim e do meu grupo do que jamais estivera, e nos proibira expressamente de visitá-lo depois do escurecer.
— Se ela pegar vocês, os nossos pescoços serão cortados. — Disse sem rodeios. E como não queríamos fazer nada que pudesse pôr em risco o emprego do meio-gigante, nos abstivemos de ir até sua cabana à noite
Parecia que Umbridge estava constantemente privando-a Harry de tudo que fazia sua vida em Hogwarts valer a pena: as visitas à casa de Hagrid, as cartas de Sirius, sua Firebolt e o quadribol. Eu o via constantemente pensando nisso, mas felizmente tinha algo positivo para o garoto e ele vinha se vingando da Vaca rosa da única maneira que sabia – redobrando seus esforços na AD.
Devia ser satisfatório para Harry constatar que todos, até mesmo Zacarias, tinham se sentido incentivados a trabalhar com mais vigor que nunca ao tomarmos conhecimento que mais dez Comensais da Morte estavam agora soltos. Mas em ninguém essa melhoria foi mais pronunciada do que em Neville. A notícia da fuga do atacantes dos seus pais produzira nele uma alteração estranha e até ligeiramente assustadora. Nunca mencionara o seu encontro comigo, Rony, Harry e Hermione na enfermaria fechada do St. Mungus e, seguindo sua deixa, tínhamos nos calado também. Tampouco comentara a fuga de Bellatrix e dos colegas torturadores. De fato, Neville quase não falava mais durante as reuniões da AD, trabalhava sem descanso em cada nova azaração e contra-azaração que Harry ensinava, seu rosto gorducho contorcido de concentração, aparentemente insensível aos ferimentos ou acidentes, se esforçando mais do que qualquer outro na sala. Estava melhorando tão depressa que chegava a assustar, e quando Harry nos ensinou o Feitiço Escudo – um meio de desviar pequenos feitiços e fazê-los ricochetear contra o atacante – somente Hermione dominou o feitiço mais depressa do que Neville.
Confesso que fiquei de queixo caído com isso, era um avanço e tanto.
— Ele quer vingar os pais. — Comentou Mia, que estivera sentada com as pernas cruzadas em uma almofada da Sala Precisa nos olhando treinar — É realmente um membro da Gryffindor, hem.
— Se ele está na Gryffindor, óbvio que ele eu um membro de lá, não acha? — Alfinetou Arc
— Mas ele sempre me passou um vibe de ser da Huflepuff, ele é muito neném, não acha?
— Neném!? — Exclamou o menino — Eu lá tenho cara de quem acha um homem neném, Mirian!?
— Você nunca entende o que eu quero falar, né? — A menina deu língua a ele, mas depois se virou para Cedric — E você concorda comigo, não é?
Ced olhou para Mia, depois pra Arc e então para mim como se suplicasse por ajuda, eu suspirei, com uma risadinha, aqueles mortos me enlouqueciam algumas horas.
— O Neville tá indo bem, né? Quem diria que ele fosse bom em feitiços e azarações. — Lavender tinha acabado de comentar ao meu lado, no qual eu concordei assentindo, ela estava tendo um pouco de dificuldade na última Azaração, parecia meio distraída com algo, eu tinha a leve sensação de que isso tinha a ver com o melhor amigo dela, Blaise Zabini
Pelo que eu sabia e minha mente apontava, acredito que Harry teria dado o céu para fazer tanto progresso em Oclumência quanto Neville nas reuniões da AD. As sessões de Harry com Snape, que tinham começado bastante mal, segundo ele, não melhoraram nada. Pelo contrário, Harry sentia que estava piorando a cada aula.
Antes de começar a estudar Oclumência, sua cicatriz formigava ocasionalmente durante a noite, ou então em seguida a um dos estranhos vislumbres dos pensamentos ou emoções de Voldemort que captava de vez em quando. Agora, no entanto, sua cicatriz quase nunca parava de formigar, e muitas vezes ele sentia súbitos assomos de irritação ou alegria, alheios ao que estava lhe acontecendo no momento, que eram sempre acompanhados por uma ferroada particularmente dolorosa na cicatriz. Ele tinha a terrível impressão de que estava se transformando aos poucos em uma espécie de antena alinhada com as mínimas flutuações do humor de Voldemort. Além do mais, agora estava sonhando quase toda a noite que caminhava pelo corredor em direção à entrada do Departamento de Mistérios, sonhos esses que sempre culminavam com ele parado cobiçoso diante da porta preta sem enfeites.
— Talvez seja como uma doença. — Disse Hermione, parecendo preocupada, quando ele confidenciou seus pensamentos para ela, eu e Rony — Uma febre ou coisa assim. Tem de piorar antes de melhorar.
— As aulas com Snape estão fazendo piorar. — Afirmou Harry — Estou cansado de sentir minha cicatriz doer e farto de andar pelo mesmo corredor toda noite. — Ele esfregou a testa com raiva — Gostaria que a porta se abrisse, estou cheio de ficar parado olhando para ela...
— Isso não tem graça. — Disse Hermione com aspereza — Dumbledore não quer que você tenha sonhos com aquele corredor, ou não teria pedido ao Snape que lhe ensinasse Oclumência. Você vai ter é que se esforçar mais nas suas aulas.
— Estou trabalhando! — Respondeu Harry, exasperado — Experimente você uma vez... Snape tentando entrar na sua cabeça... não dá para gargalhar, sabe!
— Uh, deve ser horrível. — Comentei imaginando
— Talvez... — Começou Rony lentamente
— Talvez o quê? — Perguntou Hermione cortando-o
— Talvez não seja culpa de Harry que ele não consiga fechar a mente. — Arriscou Rony sombriamente
— Como assim? — Perguntei
— Bom, talvez Snape não esteja realmente querendo ajudar Harry...
Eu, Harry e Hermione o encaramos. Rony olhou-nos com uma expressão misteriosa e assustadora.
— Talvez — Repetiu baixando mais a voz — ele esteja, na verdade, tentando abrir mais a mente de Harry... facilitar a entrada de Você-Sabe...
— Cala a boca, Rony. — Disse Hermione, zangada — Quantas vezes você suspeitou de Snape, e quando foi que teve razão?Dumbledore confia nele, ele trabalha para a Ordem, isso deveria ser suficiente.
— Ele costumava ser um Comensal da Morte. — Teimou Rony — E nunca vimos prova de que tenha realmente trocado de lado.
— Dumbledore confia nele. — Repetiu Hermione— E se não pudermos confiar em Dumbledore, então não poderemos confiar em mais ninguém.
Com tanto com que se preocupar e tanto para fazer – uma assustadora quantidade de deveres que frequentemente mantinham os quintanistas trabalhando até depois da meia-noite, as reuniões secretas da AD, treinos de quadribol, afazeres como monitora – o mês de janeiro parecia estar passando com alarmante rapidez. Antes
que me desse por isso, fevereiro chegara, trazendo um tempo mais úmido e mais quente e a perspectiva da segunda visita do ano a Hogsmeade. Seria no dia de São Valentim, dia dos namorados no caso, então parecia ser interessante, ou não, já que eu não ia de qualquer forma.
Na manhã do dia 14 de fevereiro me joguei em um look com uma mescla de jeans e couro que eu adorava, e fiz uma trança embutida no meu cabelo ruivo, colocando um acessório prateado nele, parecia até que o dia era especial. Eu, o bocó do meu irmão Rony e o lerdo do meu melhor amigo Harry chegamos ao salão para tomar café na hora em que pousavam as corujas trazendo o correio. Mynes não apareceu – não que eu a esperasse –, mas Hermione ia puxando uma carta do bico de uma coruja castanha desconhecida, quando nos sentamos.
— E já não era sem tempo! Se não tivesse vindo hoje... — Comentou ela ansiosa, abrindo o envelope de onde tirou um pequeno pergaminho. Seus olhos correram da esquerda para a direita quando leu a mensagem, e uma expressão de sinistra satisfação se espalhou pelo seu rosto — Escute, Harry. — Disse ela erguendo os olhos — Isto é realmente importante. Você acha que pode se encontrar comigo no Três Vassouras por volta do meio-dia?
— Bom... não sei. — Disse Harry em dúvida — Cho talvez esteja esperando que eu passe o dia com ela. Não combinamos o que íamos fazer.
— Bom, se precisar leve ela junto. — Disse Hermione com urgência — Mas você vai?
— Bom... tudo bem, mas por quê?
— Agora não tenho tempo de lhe contar, tenho de responder logo essa mensagem.
E saiu correndo do Salão Principal, a carta apertada em uma das mãos e um pedaço de torrada na outra. Eu ergui a sobrancelha, intrigada, para a garota enquanto distraidamente passava geleia em uma torrada.
— Vocês vão? — Harry perguntou a mim e Rony, que sacudimos a cabeça, ele com um ar deprimido
— Se pudéssemos. — Suspirei
— E por que não podem? — Fez Harry
— Angelina quer que a gente treine o dia todo. — Expliquei
— Como se isso fosse ajudar. — Resmungou Rony — Somos o pior time que já vi. Você devia ver o Sloper e o Kirke, são patéticos, piores que eu. — Ele deu um profundo suspiro — Não sei por que a Angelina não me deixa pedir demissão de uma vez.
Dei um tapa na nuca dele, só não falei nada pois tinha a boca cheia de torradas no momento.
— Rox!
— Porque você é bom quando está em forma, só por isso. — Retrucou Harry, irritado indiferente ao resmungo do meu irmão
— Exatamente. Adoraria se você parasse com isso! — Falei ao finalmente engolir a comida e poder falar
Harry tinha muita dificuldade em manifestar simpatia pela situação do meu irmão, quando ele próprio teria dado quase tudo para participar do próximo jogo contra a Huflepuff. Rony pareceu perceber o tom dele, porque não tornou a mencionar a partida durante o café, e houve uma certa frieza na maneira como se despediram pouco depois. Rony e eu saímos para o campo de quadribol e Harry rumou sozinho para o Saguão de Entrada para se encontrar com Cho.
Eu estava dividida. Ok, eu amo quadribol, mas seria legal ir a Hogsmeade no dia dos Namorados, não? Mas, sim, quadribol é muito mais importante e eu definitivamente queria estrelhassar os bebês da casa dos texugos no jogo, então daria o meu melhor. Pegar o pomo de ouro, era o que eu tinha que fazer. Surpreendentemente Fred e George não foram para Hogsmeade, encontrei eles assim que eu e o resto da equipe saímos para o campo já com os trajes, eles estavam na companhia de Lee.
— Eai, galerinha. — Fred saldou enquanto George tentava mostrar diversão, mesmo parecendo triste, e eu sabia que não era só porque não podia jogar — Viemos ver o treino.
— Já que não podemos jogar mesmo. — Resmungou George
— E você, Lee? — Angelina perguntou
— Só tô aqui porque você sequestrou minha namorada em pleno dia dos namorados, fazer o quê, não é? — Disse o menino em um tom de brincadeira, me olhou e piscou um olho
— Temos treino e a ‘sua namorada’ tem uma função importante como apanhadora. — Devolveu Angelina
— Então posso assistir ela treinar pelo menos?
— Se os três prometerem não atrapalhar!
— Qual é, Angel. — Fred piscou os olhos para a menina que corou — Somos anjinhos.
— Hum. hum.
Eu ri deles enquanto ajeitava minha vassoura, quando percebi Lee estava do meu lado me olhando.
— Bom treino, estrelinha.
Eu sorri para o menino, que se abaixou e sussurrou no meu ouvido com uma voz nitidamente arrepiante:
— Podemos aproveitar o dia dos namorados mais tarde, que tal?
Ele se afastou e deu aquele sorriso dele de santinho que não valia nada, senti minhas bochechas esquentarem no mesmo momento.
— Lee Jordan, sai do campo pra gente treinar, antes que eu meta a vassoura na sua cabeça, vamos! — Mandou Angelina puxando meu namorado pra longe de mim
— Ok, ok, tô indo. — Riu o garoto mandando um beijinho pra mim enquanto subia para as arquibancadas com os gêmeos
Carácoles, de repente eu quis que o treino acabasse logo...
Hello bruxinhoooos!!
Como estamos?
Leiam com atenção, assunto importante aí em baixo.
Vou falar sobre o que mencionei segunda-feira. Sim, sexta-feira é aniversário do Fred e do George, mas eu realmente não tô com uma mínima ideia pra fazer um bônus deles nesta altura do campeonato, a menos que fosse sobre ‘Geolia’, mas como o niver é dos gêmeos achei melhor não.
Então decidi, eu, tia Nick, juntar o útil ao agradável, até conversei com as meninas do grupo do Whatsapp de TW e elas concordaram que essa ideia é melhor, então quero a opinião de todos vocês agora.
Sexta, 1 de abril é niver dos gêmeos e... Segunda-feira dia 4 de abril é além de ser aniversário de um dos personagens importantes da terceira geração de TW é... o meu aniversário (*.*) Pois é kkkkkk, colapso nervoso, mas é isso.
Minha idéia é. Bom, eu pretendia trazer um bônus do Draco que se enquadra no momento em que a história está e ao mesmo tempo pensei em trazer uma Maratona, ( faz muito tempo que fiz uma ) algo que as meninas do grupo concordaram plenamente.
Então, o que vocês acham de... Segunda-feira ter maratona de The Weasley, mas ao invés de cinco capítulos, ter dois normais e um bônus do Draco??? ( já que não vou está livre o dia todo pra postar cinco nós horários )
Mas, só vou está postando os três se vocês concordarem e prometerem que vão comentar muito em todos eles, não só dividir os comentários entre os três kkkk.
Ah, e eu aceito cookies, vai ser uma maratona em comemoração ao niver dos gêmeos e ao meu, então aceito kkkkk.
É, isso.
Eu estou surtando pq tô ficando velha, mas a cada dia estou mais próxima de realizar meu sonho de ser finalmente uma escritora... Ahhhh, enlouquecendo com a faculdade de teatro, mas sempre aqui disponível pra trazer essa fanfic pra vocês.
Eu amoo vocêssss!!
Duvido adivinharem minha idade kkkkkkk.
Nos vemos sexta-feira.
– Bjosss da tia Nick.
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