36 | The Act of Seeing Death
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36. O Ato de Ver a
Morte
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Ah, claro. Que doidera a minha. É obvio que ninguém fala com mortos, nem faz sentido, falar com os mortos... aliás eles tão lá, né? Mortos... enterrados... num caixão... mortos. Não tem com...
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A expressão de Mia foi estanha, mas sua voz estava normal quando ela meramente balançou a cabeça e falou:
— Genevieve Burke? Era uma menina da minha turma, por quê?
— Me fala mais dela. — Pedi. Mia suspirou
— Eu era da Huflepuff e ela da Slytherin. Acho que ela não ia muito com minha cara, sabe. Mas, nada demais, ela só me chamava de sangue ruim de vez em quando e outras coisas, assim como o Malfoy faz com as pessoas. Não lembro de muita coisa, só que ela era sangue-puro, tinha três irmãos mais velhos e era muito mimada, de fato ela é igual ao Malfoy, até o jeito de falar “Meu pai vai ficar sabendo disso”, sim. Sim. Igual.
— Não diria que eles são iguais. — Suspirei desviando o olhar dela — Draco não faria mal nem a uma mosca em benefício próprio, vai por mim. Muito menos...
— Do que você tá falando? E como raios você sabe da existência da Genevieve? — Protestou ela
— Mia, vou te perguntar uma coisa e você me responde, ok? — Insisti. Ced nos observava intrigado, mas não falava coisa alguma, Mia devolveu o olhar expressivo para mim e assentiu — Quem te matou?
— Comensais da Morte. — Ela deu de ombros — Eu já havia dito. Como nascida trouxa era esperado que isso fosse acontecer, não é? Estávamos no auge da primeira guerra bruxa. Você-Sabe-Quem estava matando milhares de pessoas, não fiquei surpresa quando invadiram minha casa.
— Nunca se perguntou como eles acharam sua casa? Como eles te encontraram e porque de tantos nascidos trouxas eles mataram você e sua família?
— Rox, por que isso agora? — Ela pareceu séria. Novamente eu vislumbrei uma mulher adulta no corpo de uma garotinha de quinze anos
— Quem é Trevor?
— Você entrou nas minhas memórias!? — Ela gritou ainda com seriedade
— Não é como se eu tivesse muita escolha. — Devolvi em um sussurro gritado. Não podia falar alto, as meninas estavam dormindo
— O que você viu!?
— Genevieve mandou os irmãos dela te matarem para ela ficar com o Trevor.
— Quê!? Isso é um absurdo, por mais que a Genevieve não gostasse de mim, ela nunca decaíria a esse ponto.
— Ah, não? — A olhei séria — Jonathan, Courtney, Hadley e Christopher. Conhece esses nomes?
— Christopher era o nome do namorado da Courtney, a irmã mais velha da Genevieve, os dois eram da turma do Arc. Courtney vinha depois de Jonathan, ele já tinha terminado Hogwarts quando entramos, e a Hadley era a terceira mais velha, dois anos antes de mim e Genevieve em Hogwarts. — Mia não olhava para mim quando falava
— E o Trevor?
Os olhos da menina estavam ficando molhado pouco a pouco.
— Trevor Fawley era o meu melhor amigo. Conheci ele antes de ir pra Hogwarts, eu... — Ela agora tinha os olhos sem foco e chorava lentamente — sempre fui apaixonada por ele.
— A Genevieve fez os irmãos e o cunhado dela te matarem porque ela queria ficar com o Trevor! — A esse ponto eu já chorava. Tinha me envolvido demais com a história e pensar que Mia poderia estar viva e feliz com seu amor de infância me entristecia. A inveja a matou, não só a ela, seus pais e seu irmão também pagaram por isso — Eu vi eles, eu ouvi ela falando. Ela arrancou do seu braço uma pulseira, ela... disse que o Trevor era só dela. Mia...
As lágrimas agora caiam forte. Mia estava morta já há quinze anos, ela estava bem, ela acreditou esse tempo todo que morreu nas mãos de Comensais da Morte, e descobrir depois de tanto tempo que a inveja a matou, que havia sido uma vingança deve ter quebrado as estruturas dela.
— Não. Não. Não. Não. — Ela levou as mãos a cabeça desesperada começando a rodar pelo quarto — A Genevieve não fez isso, ela não pode ter feito isso! Por causa do Trevor!? MEU IRMÃO SÓ TINHA DOIS ANOS! DOIS! Estávamos organizando a festa de três anos dele para o próximo sábado, já estava tudo pronto. E meus pais?? Eles não tinham nada haver com isso?NADA!! ELES NÃO TINHAM NADA HAVER COM O MUNDO BRUXO!! — As lágrimas caiam cada vez mais, o desespero da garota era grande. Eu e Cedric olhavamos desconcertados — POR QUE ELA NÃO MATOU SÓ EU? Por que ela não disse que amava ele?? Por que... NÃO! NÃO! NÃO! O ADAM ERA UM BEBÊ! UM BEBÊ! Ela matou ele... ela matou meus pais, meu irmão... a Genevieve me matou!
— Mia... — Eu chorava enquanto tentava me aproximar dela, mesmo apreensiva que as meninas acordassem — Mia, desculpa. Eu não deveria ter te falado.
— EU PASSEI QUINZE ANOS ACHANDO QUE VOCÊ-SABE-QUEM TINHA MANDADO ME MATAR, MAS NÃO. FOI A GENEVIEVE! FOI ELA!
Olhei para Ced desesperada sem saber o que fazer, o garoto me olhava com a mesma expressão.
— Mia... — Ele chamou, mas ela continuava gritando — Eu... ah!
Como se lembrasse de algo, Cedric desapareceu, deixando eu sozinha com um espírito em desespero e profunda apreensão. Mas em um piscar de olhos, Ced voltou. Não sozinho, mas na companhia de Arcturos. O moreno olhou para a loira em desespero e se aproximou dela no mesmo instante. Mia se atirou nos braços de Arc, como se não houvesse nada que pudesse a acalmar naquele momento além dele.
— Calma. Calma, eu tô aqui. — Ele a abraçava forte mexendo no cabelo dela com carinho — Eu tô aqui, tá bom.
— Foi a Genevieve. Ela me matou, ela mandou matarem meus pais e meu irmão, foi ela! — Exclamava a garota em prantos com o rosto enterrado nos braços de Arc
— Vai ficar tudo bem. — Ele disse com calma mexendo nas mechas do cabelo da menina e a transmitindo segurança — Lembra quando nos falamos naquele jardim depois que você morreu? Eu disse que ficaria com você pra sempre, não foi? Que cuidaria de você por toda a eternidade. Eu tô aqui, pode chorar, faz bem.
— Rég... — Ela falou em prantos, e eu arregalei os olhos olhando pra Cedric — Ela... ela...
Arc ainda abraçado a menina levantou a cabeça para me olhar.
— Vou levar ela pra outro canto, nos falamos outra hora. — Anunciou e antes que eu pudesse responder, Arc e Mia não estavam mais lá
— Ela chamou ele de Rég, você ouviu? — Olhei para Cedric que suspirou
— Arcturos é o nome do meio dele, não o verdadeiro, não vou falar mais porque ele não gosta de falar sobre quando era vivo, entende?
— Hum... — E sentei novamente no tapete, enxugando meu rosto com as mãos — Eu não deveria ter contado a ela, né?
— Uma hora ela teria que saber a verdade. — Disse Ced pra me acalmar — Vem, pra cama. Já é tarde, você precisa descansar.
E estendeu a mão para que eu pudesse a pegar, olhei com apreensão para a mão dele. E se eu tocasse e fosse teletransportada para o dia que Cedric morreu?
— Tá tudo bem. — Tranquilizou ele como se lesse meus pensamentos — Sua magia só tava descontrolada àquela hora, por isso você viu aquilo. Mas agora já passou.
Ainda com receio peguei na mão do garoto que me ajudou a se levantar, então andei até minha cama logo entrando por debaixo das cobertas, Ced ainda me olhava.
— Como sabia que o Arc acalmaria ela?
— Eles tem uma espécie de ligação e já estão juntos há quinze anos. Não o tipo de juntos que você está pensando. — Tratou de acrescentar ao ver minha expressão — Aliás estamos mortos.
— O que houve com a Genevieve, você sabe? — Perguntei voltando meu olhar pro teto
— Genevieve e Trevor são casados há sete anos e tem um filho de quatro, Lohan Fawley. — Ced suspirou — Às vezes a Mia visita eles em Somerset, apenas pra remoer o passado. Deve doer mais agora que ela sabe a verdade.
— Na memória, eu vi que o sobrenome da Genevieve é Burke. — Lembrei — Ela é família do Matheo?
— Prima do pai dele. Se não me engano a Genevieve é filha de Emmett e Holland Burke, o Emmett é irmão do Herbert que é avô paterno do Matt, pai da Carolla. Então são parentes sim.
— Que família, hem? — Ergui a sobrancelha — A Carolla e agora essa Genevieve.
— Pois é...
Eu suspirei, mal podia imaginar o que passava na cabeça de Mia agora, mas estava bem mal com tudo que acontecera. Não sei o que faria no lugar dela.
— Tá tudo bem. — Disse Ced como se lesse minha mente — A Mia está com o Arc, ela vai ficar bem. Mas você precisa dormir.
Voltei meu olhar pra ele que me deu um sorriso fraco.
— Boa noite, Rox.
— Boa noite, Ced.
Fechei o cortinado da minha cama de colunas no instante em que Cedric desapareceu. Naquela noite enquanto eu tentava fechar os olhos pra dormir senti medo. Medo ao lembrar do que os Burke eram capazes pra conseguirem o que querem.
Hermione voltou à cabana de Hagrid no domingo pela manhã, avançando com dificuldade pela neve de meio metro de altura. Harry e Rony queriam acompanhá-la, mas a montanha de deveres de casa tornara a atingir uma altura alarmante, por isso, contrariados, eles ficaram na sala comunal, e eu que ainda tinha a mente no que acontecera na noite anterior fiquei junto com eles, tentando ignorar os gritos alegres que chegavam lá de fora, onde os estudantes se divertiam patinando no lago gelado, andando de tobogã e, o que era pior, enfeitiçando bolas de neve para voar até a Torre da Gryffindor e bater com força nas janelas. Como minhas atividades estavam feitas, eu apenas estava deitada na poltrona próximo a eles lendo o livro que eu não conseguia bem prestar atenção.
— Oi! — Berrou Rony, finalmente perdendo a paciência e metendo a cabeça para fora da janela: — Sou monitor, e se mais uma bola de neve bater nesta janela... AI!
Ele recuou com um movimento brusco, o rosto coberto de neve.
— É o Fred e o George. — Comentou com amargura, batendo a janela — Babacas...
Hermione voltou da casa de Hagrid pouco antes do almoço, tremendo um pouco de frio, as vestes úmidas até os joelhos.
— Então? — Perguntei, erguendo a cabeça quando ela entrou — Conseguiu planejar todas as aulas com ele?
— Bom, eu tentei. — Respondeu ela desanimada, afundando na poltrona ao lado de Harry. Puxou, então, a varinha e, com um floreio, fez sair ar quente da ponta; em seguida apontou-a para as vestes, que começaram a desprender vapor à medida que foram secando — Ele nem estava lá quando cheguei, bati no mínimo meia hora. E quando saiu mancando da Floresta...
Harry gemeu. A Floresta Proibida estava apinhada com o tipo de animais com maior probabilidade de causar a demissão de Hagrid.
— Que é que ele está criando lá? Ele disse?
— Não. — Respondeu Hermione, infeliz — Disse que quer fazer surpresa. Tentei explicar o papel da Umbridge, mas ele simplesmente não entende. Repetiu o tempo todo que ninguém com o juízo perfeito iria preferir estudar ouriços em vez de quimeras... ah, não acho que ele tenha uma quimera — Acrescentou ao ver a expressão de espanto nos nossos rostos — Mas não é por falta de tentar, pelo comentário que fez sobre a dificuldade de obter ovos. Não sei quantas vezes eu repeti que ele faria melhor se seguisse o programa da Grubbly-Plank, sinceramente acho que não ouviu nem metade do que eu disse. E está meio estranho, sabe? Continua sem querer dizer onde arranjou aqueles ferimentos.
O reaparecimento de Hagrid à mesa dos professores na manhã do dia seguinte não foi recebido com entusiasmo por todos os alunos. Alguns, como Fred, George e Lee, gritaram de alegria e saíram correndo pelo corredor entre as mesas da Gryffindor e Huflepuff para apertar sua mão enorme; outros, como Anne Megalos, ou mesmo minhas próprias amigas Lav, Pati e Lia, apenas trocaram olhares sombrios e balançaram a cabeça. Eu sabia que muitos preferiam as aulas da Profa. Grubbly-Plank, e o pior é que uma pequena parte minha, imparcial, sabia que meus colegas tinham boas razões: para Grubbly-Plank uma aula interessante era aquela em que ninguém corria o risco de ter a cabeça arrancada.
Foi com uma certa apreensão que eu e os outros três se encaminhamos para a aula de Hagrid na terça-feira, bem agasalhados contra o frio. Eu estava preocupada, não somente com o que Hagrid decidira nos ensinar, mas também com o comportamento do restante da turma, particularmente o de Malfoy e seus comparsas, se Umbridge estivesse observando. Mas eu também tinha outra preocupação, não via Mia desde o dia que vi seus pensamentos, muito menos Cedric, esperava mesmo que ela estivesse bem.
Para minha satisfação, a Alta Inquisidora não estava visível enquanto venciamos com dificuldade a neve em direção a Hagrid, que nos esperava na orla da Floresta. Sua aparência não tranquilizava; os hematomas que estavam roxos no sábado à noite agora
estavam matizados de verde e amarelo, e alguns dos seus cortes ainda pareciam sangrar. Eu não conseguia entender: será que Hagrid fora atacado por alguma criatura cujo veneno impedia os ferimentos de sararem? E, como para completar sua figura sinistra, Hagrid carregava por cima do ombro uma coisa que parecia a metade de uma vaca morta.
— Vamos trabalhar aqui hoje! — Anunciou alegremente aos estudantes que se aproximavam, indicando com a cabeça as árvores escuras às suas costas — Um pouco mais protegidos! De qualquer maneira, eles preferem o escuro.
— Que é que prefere o escuro? — Ouvi Draco perguntar rispidamente a Crabbe, Goyle e Zabini com um indício de pânico na voz — Que foi que ele disse que prefere o escuro: vocês ouviram?
Lembrei-me da única outra ocasião em que Draco entrara na Floresta; tampouco fora muito corajoso então, embora lembrar daquilo me trouxesse outras lembranças, mas mesmo assim sorri por dentro; depois do jogo de quadribol achava ótimo qualquer coisa que causasse mal-estar aquele loiro oxigenado.
— Prontos? — Perguntou Hagrid animado, olhando para os alunos — Bom, então, estive guardando uma viagem à Floresta para o seu quinto ano. Pensei em irmos ver os bichos em seu hábitat natural. Agora, o que vamos estudar hoje é bem raro. Calculo que eu seja a única pessoa na Grã-Bretanha que conseguiu domesticá-los.
— Você tem mesmo certeza de que eles estão domesticados? — Disse Malfoy, o pânico em sua voz era ainda mais pronunciado — Não seria a primeira vez que você traz bichos selvagens para a aula, não é?
Os alunos da Slytherin murmuravam concordando, e alguns da Gryffindor também pareciam achar que Draco tinha uma certa razão.
— Pode calar a boca, Malfoy? — Rosnei fazendo olharem pra mim — Sua voz medrosa me dá vontade de vomitar!
Antes mesmo que ele pudesse revidar, Hagrid se adiantou:
— Claro que estão domesticados. — Garantiu, fechando a cara e erguendo um pouco a vaca morta para ajeitá-la no ombro
— Então, que foi que aconteceu com o seu rosto? — Quis saber Parkinson
— Cuide da sua vida! — Disse Hagrid, zangado e eu quase soltei uma risada — Agora, se acabaram de fazer perguntas bobas, me sigam!
Ele se virou e entrou na Floresta Proibida. Ninguém parecia muito disposto a segui-lo. Harry olhou para mim, depois, Rony e Hermione, que suspiramos, mas concordamos com a cabeça, e nós quatro entramos atrás de Hagrid, liderando o resto da turma.
Caminhamos uns dez minutos até chegar a um ponto em que as árvores cresciam tão juntas que era sombrio como ao anoitecer, e não havia neve no chão. Com um gemido, Hagrid depositou a metade da vaca no chão, recuou e se virou para olhar os alunos, a maioria dos quais se esgueirava de árvore em árvore em sua direção, espiando para os lados nervosamente como se esperassem ser atacados a qualquer momento.
— Cheguem mais, cheguem mais. — Encorajou-os Hagrid — Agora eles vão ser atraídos pelo cheiro da carne, mas de qualquer maneira vou chamá-los, porque vão gostar de saber que sou eu.
Ele se virou, sacudiu a cabeça desgrenhada para tirar os cabelos do rosto e soltou um grito estranho e agudo que ecoou por entre as árvores escuras como o chamado de uma ave monstruosa. Ninguém riu: a maioria estava apavorada demais para emitir qualquer som.
Hagrid deu novo grito agudo. Passou-se um minuto em que a turma continuou a espiar nervosamente sobre os ombros e por trás das árvores para avistar o que quer que estivesse a caminho. Então, quando Hagrid jogou os cabelos para trás mais uma vez e encheu o enorme peito, Harry cutucou Rony e apontou para o espaço vazio entre dois teixos nodosos. Eu, de imediato, voltei meus olhos para lá.
Dois olhos vidrados, brancos, brilhantes, foram crescendo na penumbra, depois surgiram a cara draconina, o pescoço e, em seguida, o corpo esquelético de um enorme cavalo alado negro emergiu da escuridão. O animal correu os olhos pela turma por alguns segundos, balançando a longa cauda negra, então começou a arrancar pedaços da vaca morta com seus caninos pontiagudos.
Eram estranhos, eu não lembrava de nunca antes ter visto animais assim. Observei quando Harry olhou animado para mim e depois para Rony, mas meu irmão continuava a espiar entre as árvores e, passados alguns segundos, cochichou:
— Por que é que Hagrid não chama outra vez?
A maioria dos outros alunos expressava no rosto uma ansiedade confusa e nervosa, como a de Rony, e continuava a olhar para todos os lados, exceto para o cavalo, a pouco mais de um metro deles.
— Ah, e aí vem mais um! — Anunciou Hagrid orgulhoso, quando viu aparecer do meio das árvores escuras um segundo cavalo
Eu dei dois ou três passos pra trás quando o animal fechou as asas contra o corpo e passou a segundos de distância de mim, mergulhando a cabeça para devorar a carne. Nesses passos acabei pisando no pé de alguém, então virei-me para trás para ver quem era. Um garoto alto de cabelos castanhos claros e um tanto bagunçados me olhava com seus olhos azuis um tanto vidrados, eu não sabia seu nome, apenas que era da Slytherin por conta das vestes.
— Desculpa. — Pedi depressa meio abrindo um sorriso pra ele — Não tinha te visto.
Ele passou as mãos no cabelo meio desconcertado e sorriu tímido.
— Tudo bem... eles são mesmo um pouco assustadores. — E indicou os cavalos
— Você consegue os ver?
— Desde o primeiro ano. — Ele suspirou — Você os ver há muito tempo?
— A primeira vez que vejo. — Expliquei meio sem entender a pergunta dele sobre os cavalos. Onde mais eu poderia ter os visto?
— Nott!! — Alguém exclamou um tanto irritado. Eu e o garoto nos viramos ao mesmo momento apenas para ver Draco, que parecia um pimentão de tão irritado
— Ah, Malfoy, qual é! — Protestou o moreno ao meu lado, mas deu um passo atrás e levantou as mãos — Eu nem toquei nela. — Mas suspirou e acrescentou em voz baixa — Ainda.
Eu não entendi coisa alguma da conversa dos meninos, então com a sobrancelha arqueada me aproximei novamente do meu irmão, Harry e Mione enquanto Hagrid perguntava:
— Agora... levantem as mãos... quem consegue vê-los?
Havia apenas mais duas pessoas, além de mim e Harry que pareciam capazes de vê-los pelo visto: o menino Nott, que só agora eu reparei que deveria ser o tal Theodore Nott que Matt mencionara, ele agora observava o cavalo comer com uma cara de intenso nojo; e Neville, cujo olhar acompanhava o balanço da longa cauda negra.
Harry parecia ser o único dos quatro imensamente satisfeito ao erguer a mão. Hagrid fez um aceno para ele.
— Sim... sim, eu sabia que você seria capaz de vê-los. — Disse sério — E você também, Neville, eh? Rox, você também consegue? E...
— Com licença. — Perguntou Malfoy com a voz desdenhosa — Mas que é exatamente que eu devia estar vendo?
Em resposta, Hagrid apontou para a carcaça da vaca no chão. A turma inteira contemplou-a com espanto por alguns segundos, então várias pessoas exclamaram, e Parvati soltou um grito agudo. Eu logo entendi por quê: os pedaços de carne se soltando dos ossos e desaparecendo no ar deviam parecer realmente estranhos.
— Que é que está fazendo isso? — Perguntou Parvati, aterrorizada, recuando para trás da árvore mais próxima — Que é que está comendo a vaca?
— Testrálios. — Disse Hagrid, orgulhoso, e Hermione soltou em voz baixa um “Ah!” de compreensão ao ombro de Harry — Hogwarts tem um rebanho deles aqui na Floresta. Agora, quem sabe...?
— Mas eles realmente trazem má sorte! — Interrompeu Amélia, sem empolgação e revirando os olhos — Dizem que dão todo o tipo de azar às pessoas que os veem. A Profa. Trelawney me contou uma vez...
— Não, não, não. — Contestou Hagrid rindo — Isso é pura superstição, isto é, eles são muito inteligentes e úteis! É claro que esses daqui não trabalham muito, só puxam as carruagens da escola, a não ser que Dumbledore vá fazer uma viagem longa e não queira aparatar... e aí vêm mais dois, olhem...
Quando ele falou em “ puxar a carruagem de Hogwarts”, eu lembrei do que Harry falara no primeiro dia de aula. Mas naquele dia eu não vi nada, por que agora eu vejo??
Mais dois cavalos saíram silenciosamente de trás das árvores, um deles passou muito perto de Parvati, que estremeceu e se encostou mais perto da árvore, dizendo:
— Senti alguma coisa, acho que está perto de mim!
— Não se preocupe, ele não vai machucar você. — Disse Hagrid paciente — Certo, agora, quem é capaz de me dizer por que alguns de vocês veem os Testrálios e outros não?
— Saber eu não sei, mas já tô acostumada a ver coisas que os outros não podem ver. — Acabei falando sem pensar. Hermione bateu com a mão no rosto, balançando a cabeça negativamente, mas logo ergueu a mão no ar, mostrando a todos que sabia a resposta, como sempre
— Diga, então. — Pediu Hagrid, sorrindo para a garota
— Só podem ver os Testrálios — Respondeu ela — as pessoas que já viram a morte.
— Pera, o quê? — Exclamei sem entender e bastante intrigada — Tipo... você quer dizer, pessoas que vêem e falam com os mortos?
Todos os olhares caíram sobre mim, ninguém parecia entender o que eu falara, logo eu percebi a burrada que tinha feito.
— Ninguém ver ou fala com os mortos! — Sibilou Anne Megalos me olhando com indagação
— Ah, claro. Que doidera a minha. — Me apressei em dizer — É obvio que ninguém fala com mortos, nem faz sentido, falar com os mortos... aliás eles tão lá, né? Mortos... enterrados... num caixão... mortos. Não tem com...
— Rox, cala a boca! — Mione repreendeu minha tagarelice antes que eu falasse mais besteira
— Ok. — Passei um zíper imaginário pela minha boca sentindo minha bochecha corar
— Só pode ver os Testrálios quem já presenciou a morte de alguém. — Mione disse novamente e antes que eu pudesse protestar algo como “Mas eu nunca vi ninguém morrer...”, Hagrid tratou de responder
— Exatamente. — Disse ele muito solene — Dez pontos para a Gryffindor. Agora, os Testrálios...
— Hem, hem.
A Profa. Umbridge chegara. Estava a alguns passos de Harry, usando novamente a capa e o chapéu verdes, a prancheta à mão. Hagrid, que nunca ouvira o pigarro fingido da Umbridge, olhou com certa preocupação para o Testrálio mais próximo, evidentemente pensando que ele produzira o som.
— Hem, hem.
— Ah, olá! — Disse Hagrid sorrindo, ao localizar a origem do ruído
— Você recebeu o bilhete que mandei à sua cabana hoje pela manhã? — Perguntou Umbridge, no mesmo tom alto e pausado que usara com ele anteriormente, como se estivesse se dirigindo a alguém ao mesmo tempo estrangeiro e retardado — Avisando que eu viria inspecionar sua aula?
— Ah, sim. — Respondeu Hagrid, animado — Fico satisfeito que tenha encontrado o local sem dificuldade! Bom, como pode ver ou, não sei, será que a senhora pode? Hoje estamos estudando Testrálios...
— Desculpe? — Disse a Profa. Umbridge em voz alta, levando a mão em concha à orelha e franzindo a testa: — Que foi que você disse?
Hagrid pareceu um pouco confuso.
— Ah... Testrálios! — Disse, elevando a voz — Cavalos alados... hum... grandes, sabe!
Ele agitou os braços gigantescos, esperançoso. A Profa. Umbridge ergueu as sobrancelhas para ele e resmungou alguma coisa enquanto anotava na prancheta: Tem... de... recorrer... a... grosseira... gesticulação.
— Bom... em todo o caso... — Disse Hagrid voltando-se para a turma e parecendo ligeiramente atrapalhado — Hum... que é que eu ia dizendo?
— Parece... esquecer... o... que... estava dizendo. — Murmurou Umbridge, suficientemente alto para todos ouvirem. Draco parecia sentir que o Natal chegara um mês antes; Hermione, por outro lado, ficara escarlate de fúria reprimida. Eu tinha fechado minhas unhas tão forte contra a palma da minha mão que comecei a sentir o sangue escorrendo por entre os dedos
— Ah, sim. — Disse Hagrid, lançando um olhar preocupado à prancheta de Umbridge, mas prosseguindo valorosamente — Eu ia contar a vocês como foi que formamos um rebanho. Então, começamos com um macho e cinco fêmeas. Este — Ele deu uma palmadinha carinhosa no primeiro cavalo que aparecera — de nome Tenebrus, treva, o meu grande favorito, foi o primeiro a nascer na Floresta...
— Você tem ciência — Disse Umbridge em voz alta, interrompendo-o — que o Ministério da Magia classificou os Testrálios como “perigosos”?
O meu ânimo afundou como uma pedra, mas Hagrid meramente deu uma risadinha.
— Os Testrálios não são perigosos! Tudo bem, são capazes de tirar um pedaço de alguém que realmente os importunar...
— Manifesta... prazer... à... ideia... de... violência. — Murmurou Umbridge, registrando em sua prancheta
— Ora... vamos! — Exclamou Hagrid, parecendo um pouco ansioso agora — Quero dizer, um cão morde se a pessoa o açula, não?... mas os Testrálios somente ganharam má reputação por causa dessa história de morte... as pessoas costumavam pensar que traziam mau agouro, não é mesmo? Simplesmente não entendiam, não é?
Umbridge não respondeu; terminou de fazer a última anotação, então olhou para Hagrid e disse, mais uma vez alteando a voz e enunciando as palavras devagar:
— Por favor, continue sua aula como sempre, eu vou andar um pouco. — Ela imitou uma pessoa andando ( Draco e Pansy Parkinson tiveram acessos silenciosos de riso) — entre os alunos — (ela apontou cada integrante da turma) — e fazer perguntas. — Ela apontou para a boca indicando o ato de falar.
Hagrid arregalou os olhos para ela, visivelmente incapaz de compreender por que estava agindo como se não soubesse inglês normal. Hermione agora tinha lágrimas de fúria nos olhos. Eu percebi o sangue da minha mão pingar no chão.
— Sua megera, sua megera maligna! — Sussurrava Mione, enquanto Umbridge andava em direção a Parkinson — Eu sei o que você está fazendo, sua bruxa horrível, pervertida, malévola...
— Hum... em todo o caso. — Disse Hagrid, tentando nitidamente recuperar o fio de sua aula — Então... os Testrálios. Sim. Bom, há muitas coisas boas sobre eles...
— Você acha — Perguntou a Profa. Umbridge a Pansy com voz ressonante — Que é capaz de entender o Prof. Hagrid quando ele fala?
Tal como Hermione, Pansy tinha lágrimas nos olhos, mas eram lágrimas de riso, na verdade, e sua resposta foi quase incoerente na tentativa de conter o riso.
— Não... porque... bom... muitas vezes... parecem grunhidos.
Umbridge registrou a resposta em sua prancheta. As poucas partes sãs do rosto de Hagrid coraram, mas ele tentou agir como se não tivesse ouvido a resposta da aluna. Meu corpo tremia e meus olhos estavam em fúria enquanto eu mirava Parkinson.
— Hum... sim... coisas boas sobre os Testrálios. Uma vez que sejam domesticados, como este rebanho, as pessoas nunca mais se perderão. Eles têm um espantoso senso de direção, é só dizer aonde se quer ir...
— Supondo que eles consigam entender você, naturalmente. — Disse Malfoy alto, e Pansy desatou em um novo acesso de riso. A Profa. Umbridge sorriu indulgentemente para os dois e se dirigiu a Neville
— Você parece estar entendendo ele muito bem, Draco, se consegue fazer piada. — Falei sem medo algum olhando séria para ele
Draco me olhou, uma expressão estranha, mas não falou coisa alguma.
— Você é sempre tão intrometida, Srta. Weasley? — Perguntou a Profa. Umbridge se voltando para mim
— Só quando as pessoas são babacas, sabe, Profa. Umbridge. — Devolvi com naturalidade — E o Draquinho costuma ser sempre um bendito idiota.
— Detenção hoje às 17:00. — Ela falou com um sorriso — Então, me diga, Srta. Weasley, você consegue ver os Testrálios, não é?
— Não é só eles que eu consigo ver. Muita barbaridade aparece na minha frente ultimamente, sabe... — Cruzei os braços a olhando seriamente. A essa altura todos nos assistiam, eu estava surpresa com minha própria coragem — Por exemplo, já ouviu falar nos nomes Ellen e Danniel, Profa. Umbridge?
Ela ficou vermelha, perdendo sua pose de malvada, eu no entanto sorria vitoriosa, pegara no ponto fraco.
— O Sr. Orford e sua filha foram bem malignos quando expulsou-os de casa... só por serem trouxas. — Sibilei a olhando com malícia — Que maldade, não é?
— Não sei de quem você está falando. — Se apressou em dizer tentando retomar a pose — Nunca ouvi falar dessas pessoas e não me importo
— Se a senhora diz. — Dei de ombros. Eu queria voar nela ou a azarar de tanta raiva que eu estava, mas provocar também era divertido
— Acordou com a língua afiada hoje, não foi?
— Acredita que meu namorado disse a mesma coisa? — Levei a mão ao coração com uma falsa encenação
As pessoas a volta dera semi-risinhos com minha resposta, já a Profa. Umbridge meramente fingiu não se importar, firmando seu sorriso em seus lábios e perguntando:
— Então, Srta. Weasley, quem você viu morrer pra poder ver os Testrálios?
Tá aí. Nem eu mesma sei.
— Queria que tivesse sido a senhora. — Era óbvio que eu sabia a gravidade do que eu havia falado, mas o que eu podia fazer? Simplesmente escapou
— Um mês de detenção. — Ela riu vitoriosa e se voltou para conversar com Neville. Hermione e Rony me olharam sérios por conta da minha provocação com a Umbridge, eu meramente dei de ombros — Você também consegue ver os Testrálios, Longbottom, verdade?
Neville assentiu com a cabeça.
— Quem foi que você viu morrer? — Perguntou ela, seu tom indiferente
— Meu... meu avô. — Disse Neville
— E o que acha deles? — Perguntou a professora, indicando com a mão curta e grossa os cavalos, que a essa altura tinham limpado uma boa parte da carcaça até os ossos
— Hum. — Disse Neville, nervoso, lançando um olhar a Hagrid — Bom... eles... aah... tudo bem.
— Os... alunos... se... sentem... demasiado... intimidados... para... admitir... que... têm... medo. — Murmurou Umbridge, fazendo mais uma anotação na prancheta
— Não! — Protestou Neville, parecendo aborrecido — Não, não tenho medo deles!
— Está tudo bem. — Disse Umbridge, lhe dando palmadinhas no ombro, com o que ela pretendia que fosse um sorriso de compreensão, embora parecesse a Harry mais um esgar maldoso — Bom, Hagrid — Umbridge tornou a olhar para ele, falando mais uma vez alta e lentamente: — Acho que tenho o suficiente para trabalhar. Você receberá (ela imitou o gesto de apanhar alguma coisa a sua frente) os resultados de sua inspeção (ela apontou para a prancheta) dentro de dez dias. — Ergueu os dez dedos curtos das mãos, e, com o sorriso mais largo e bufonídeo que já dera sob aquele gorro verde, ela saiu apressada, deixando Malfoy e Pansy Parkinson tendo acessos de risos, Hermione tremendo de fúria e Neville parecendo confuso e aborrecido. Eu, no entanto, estava em outro patamar de raiva, com um mês de detenção e vontade de usar meus poderes contra qualquer um que me incomodasse.
— Aquela gárgula velha, nojenta, mentirosa, deturpadora! — Explodiu Hermione meia hora depois, quando voltavamos ao castelo pelo caminho que havíamos aberto na neve mais cedo — Vocês estão vendo o que ela está tramando? É aquele preconceito contra mestiços outra vez: está tentando pintar Hagrid como uma espécie de trasgo retardado, só porque a mãe dele era giganta, e, ah, não é justo, na realidade nem foi uma aula ruim, quero dizer, tudo bem, se tivessem sido explosivins, mas os Testrálios são bem aceitáveis: de fato, tratando-se de Hagrid, são realmente ótimos!
— A Umbridge disse que eles são perigosos. — Lembrou Rony
— Eles nem são tão assustadores. — Retruquei
— Como você consegue os ver afinal? Quem você viu morrer? — Rony perguntou com uma nota de curiosidade
— Eu... — Tentei pensar no que falar, mas de repente algo veio a minha mente. Seria possível? — Carácoles! Será?
— Será o quê?
— Bom, não sei. Esquece, não me lembro de ter visto ninguém morrer. — Me adiantei em dizer, não podia afinal contar a meu irmão sobre ser uma Médiumaga e sobre ter visto os Lourence serem assassinados — Mas os Testrálios podem ser tudo menos perigosos.
— Bom, é como disse o Hagrid, eles sabem se cuidar sozinhos — Disse Hermione, impaciente — e suponho que uma professora como a Grubbly-Plank normalmente não nos apresentaria a eles antes dos N.I.E.M.s, mas, bom, eles são muito interessantes, não acharam? Como tem gente que pode vê-los e gente que não pode! Eu gostaria de poder.
— Gostaria? — Perguntamos eu e Harry em uníssono, ele falando calmamente e eu um pouco perplexa
De repente ela fez uma cara de horror.
— Ah, Harry, Rox... me desculpem... não, claro que não... foi realmente uma burrice dizer isso.
— Tudo bem. — Disse Harry depressa — Não se preocupe.
— É de surpreender que tanta gente pudesse vê-los. — Comentou Rony — Quatro em uma turma...
— É, Weasley, nós estávamos mesmo imaginando. — Comentou uma voz maliciosa. Sem que fôssemos pressentidos, Malfoy, Crabbe e Goyle vinham logo atrás, o ruído dos seus passos abafado pela neve — Você acha que se visse alguém sentindo o cheiro deles você conseguiria ver melhor a goles?
Ele, Crabbe e Goyle deram grandes gargalhadas, eu me enchi de raiva.
— Você está mesmo brincando com a morte, Draco? — Rosnei impaciente e os três me encararam — Crabbe e Goyle, se quiserem ver os Testrálios posso matar o Draco na frente de vocês pra facilitar.
— Quem você viu morrer? — Ele meramente perguntou sem se importar que meu irmão e meus amigos estivessem aqui — No início das aulas você não os via, e de repente passou a ver, quem morreu de uma hora pra outra depois que as aulas começaram?
— Faz sentido o que ele disse, Rox. — Rony comentou me olhando indagador
Cruzei os braços, impaciente. Que eles queriam que eu dissesse? Mas, de repente tive uma idéia.
— Não sei, mas, seus sapatos estão pegando fogo, Malfoy. — Sorri com malícia e indiquei os sapatos do garoto
Primeiro ele corou, depois olhou de imediato para os pés, deu um pulo, e gritou. Eu tinha feito aparecer uma chama em ambos seus pés, além de ver, ele podia sentir a quentura e o cheiro de queimado, embora não fosse se machucar de verdade, e os outros não fossem capaz de ver.
— FOGO! FOGO! — Ele berrou e saiu correndo, nos ultrapassando no caminho do castelo. Crabbe e Goyle se entreolharam e correram atrás dele
Eu comecei a rir. Rony e Harry, porém, não entenderam nada, Mione me olhou séria.
— O sapato dele não estava pegando fogo. — Disse Harry
— Jura? — Me fiz de surpresa enquanto puxava a varinha e executava o feitiço para produzir ar quente, para assim poder abrir mais facilmente um caminho pela neve intacta entre nós e as estufas — Acho que o Draco tá enlouquecendo então.
Eu ainda ría enquanto a grandes passos avançava na frente deles em direção ao castelo, deixando-os sem entender coisa alguma. Que não entendessem mesmo, que ficassem com dúvidas, eu não ligava mais. Nem ao menos para o mês de detenções que precisaria pagar.
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