Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

29| Educational Decree Number Twenty-Four

╔╦══• •✠•❀•✠ • •══╦╗

29. Decreto da Educação
Número Vinte e Quatro
       
╚╩══• •✠•❀•✠ • •══╩╝

─━━━━━⊱✿⊰━━━━━─
 
  Draco sabe se defender, bobinhos! Acho que não há necessidades de vocês o defenderem.

─━━━━━⊱✿⊰━━━━━─

    Depois do que houve no quarto, Hermione e eu resolvemos descer ao jardim para fazer companhia aos meninos e não falamos sobre minha condição bruxa pelo resto do domingo. Eu e Arc resolvemos deixar pra depois o assunto em relação à Carolla Burke já que eu não queria realmente falar daquilo no momento.

   A tarde em si foi calma, e nos divertimos o resto do dia, eu me esqueci por momentos do que eu tinha acabado de descobrir sobre mim. O caso era que saber que estávamos fazendo alguma coisa para resistir a Umbridge e ao Ministério, e que eu era uma parte importante dessa rebeldia, me dava uma sensação de imenso contentamento. Eu não parava de reviver em minha mente a reunião de sábado: foi tão satisfatório ver Zacarias passando de louco. Tudo estava indo tão bem que eu continuava animada na manhã de segunda-feira, apesar da perspectiva iminente de assistir a todas as aulas de que eu menos gostava, e de lembrar do fato de Amélia ter mentido pra mim. O caso é que mesmo com tudo isso, teria treino de quadribol à noite, então estava tudo perfeito.

— Alguém tentou subir a escada. — Disse Parvati, entre risinhos, parada na porta do nosso dormitório a espera que eu terminasse de amarrar a minha gravata. Tínhamos acabado de ouvir uma buzina alta e triste

— Algum menino, você quer dizer. — Sibilou Lia também sorrindo. Era um fato que os meninos não podiam subir as escadas para o dormitório das meninas, todas sabíamos o que acontecia se fizessem isso

— Quem será que foi? — Falei rindo enquanto jogava a mochila nas minhas costas e apanhava Marshall nos braços — Quero agradecer ele por deixar a descida para o Salão Comunal mais divertida.

— Acho que tenho uma idéia. — Disse Hermione suspirando

— Vamos descobrir então. — Lavender riu e saiu do quarto à frente junto com Pati e Lia

   Como esperado, os degraus da escada em espiral que levava até o Salão Comunal, haviam se fundido formando um escorrega comprido e liso, como o de um parque de diversões. As três desceram sorridentes a toda pelo escorrega.

— Ôôôôô, quem tentou subir? — Escutei a voz de Parvati meio risonha vindo já de baixo do Salão, quando eu me sentei com Marshall nos braços para escorregar

— Eu. — Veio a voz em resposta, de ninguém mais, ninguém menos que o idiota do meu irmão gêmeo. Ele parecia irritado — Não tinha ideia de que isso poderia acontecer. E não é justo! —Acrescentou enquanto as risadas das minhas amigas ficavam mais distantes, elas deveriam estar indo para o Salão Principal — Rox e Hermione podem ir ao nosso dormitório, como é que não podemos...?

— Porque vocês são idiotas. — Falei naturalmente enquanto ria e pulava em pé no final do escorregador — Mas te amo só por ter me proporcionado essa diversãozinha nessa bela manhã de segunda. Marshall também gostou muito. Não foi, bebê? — Ri enquanto acariciava o meu furão — Fala pro titio Rony.

— Eu não sou tio desse bicho. — O menino protestou — E é um assunto sério. Isso é tão injusto!

— Bom, é uma regra antiquada. — Disse Mione, que acabara de escorregar tranquilamente até nós sentada em um tapete, e agora se levantava — Mas Hogwarts: uma história conta que os fundadores acharam que os meninos mereciam menos confiança do que as meninas. Em todo o caso, por que vocês estavam tentando entrar lá?

— Para falar com vocês duas, óbvio... venham ver isso! — Disse Rony, arrastando-a mim e Mione até o quadro de avisos

   Só então eu percebi. Um grande aviso fora afixado ao quadro da Gryffindor; tão grande que cobria tudo que ali estava: as ofertas de livros de feitiço de segunda mão, os lembretes sobre o regulamento da escola pregados por Argo Filch, o horário de treinamento do time de quadribol, as propostas para trocar certos cartões de sapos de chocolate por outros, os últimos anúncios dos Weasley pedindo testadores, as datas dos fins de semana em Hogsmeade, e os avisos de achados e perdidos. O novo aviso estava impresso em grandes letras pretas e tinha um selo de aspecto muito oficial embaixo, ao lado de uma assinatura rebuscada e clara.

POR ORDEM DA ALTA INQUISIDORA DE HOGWARTS

  
   Todas as organizações, sociedades, times, grupos e clubes estudantis estão doravante dissolvidos.
   Uma organização, sociedade, um time, grupo ou clube é aqui definido como uma reunião regular de três ou mais estudantes.
   A permissão para reorganizá-los deverá ser solicitada à Alta Inquisidora (Profa Umbridge).
  Nenhuma organização, sociedade, nenhum time, grupo ou clube estudantil poderá existir sem o conhecimento e a aprovação da Alta Inquisidora.
  O estudante que tiver organizado ou pertencer a uma organização, sociedade, um time, grupo ou clube não aprovado pela Alta Inquisidora será expulso.
  O acima disposto está em conformidade com o Decreto da Educação Número Vinte e Quatro
  Assinado: Dolores Joana Umbridge, Alta Inquisidora

   Os meus olhos e os de Hermione relancearam pelo aviso. Nossa expressão petrificou. De repente toda alegria que eu sentia, e o sorriso que eu carregava morreu.
  
— Alguém deve ter contado a ela! — Disse Rony, zangado

— Não podem ter feito isso. — Contestou Hermione, em voz baixa

— Obviamente não. — Completei

— Você são tão ingênuas! Acham que só porque são honradas e dignas de confiança...

— Não, eles não podem ter feito isso, porque lancei um feitiço no pergaminho que todos assinamos. — Falei com seriedade

— É, ela veio me contar isso logo depois. — Suspirou Hermione

— Sim. — Continuei — Acreditem, se alguém foi correndo contar a Umbridge, nós saberemos exatamente quem foi, e a pessoa vai se arrepender amargamente.

— Que é que vai acontecer? — Perguntou Rony, ansioso

— Bom, vamos dizer que a acne da Heloísa Midgeon vai parecer umas sardas engraçadinhas. — Falei com um tom de malícia

— Andem. — Disse Hermione — Vamos descer para tomar café e ver o que os outros acham... será que isso foi afixado em todas as casas?

   Ficou imediatamente óbvio ao entrarmos no Salão Principal que o aviso de Umbridge não aparecera apenas na Torre da Gryffindor. Havia uma intensidade peculiar nas conversas, e uma multiplicação das idas e vindas de alunos correndo às mesas e se consultando sobre o que haviam lido. Eu, Mione e os meninos tínhamos acabado de sentar quando Vega, Neville, Dean, Fred, George, Lee e Ginny caíram em cima de nós.
  
— Vocês viram?

— Acham que ela sabe?

— Que vamos fazer?

   Todos olhavam para Harry. Ele, no entanto, passou os olhos pelo salão para ter certeza de que não havia professores por perto.
  
— Claro que vamos continuar do mesmo jeito. — Confirmou em voz baixa

— Eu sabia que você ia dizer isso. — Disse George, abrindo um grande sorriso e dando pancadinhas no braço de Harry

— Hermione e os monitores também? — Perguntou Fred, olhando curioso para eu, Rony e Hermione

— Claro. — Disse Hermione calmamente

— Óbvio. — Falei com convicção — Aliás, bom dia, não é, senhor Jordan?

— Ah... bom dia, estrelinha. — O menino sorriu e me deu um beijo no topo da cabeça como sempre costumava fazer

— Aí vêm Ernesto e Ana Abbott. — Disse Rony, olhando por cima do ombro — E aqueles caras da Ravenclaw e Smith... e nenhum deles parece ter marcas no rosto.

   Hermione teve uma reação de alarme.
  
— Esqueça as marcas, os idiotas não podem vir aqui agora, vai parecer realmente suspeito; vão sentar! — Vociferou Hermione para Ernesto e Ana, fazendo gestos frenéticos para voltarem à mesa da Huflepuff — Mais tarde! Falaremos... com... vocês... depois!

— Vou dizer ao Michael — Disse Ginny, impaciente, deslizando para fora do banco — O boboca, francamente...

   Ela correu para a mesa da Ravenclaw, eu observei-a afastando-se. Cho Chang estava sentada não muito longe, conversando com a amiga de cabelos crespos que levara ao Cabeça de Javali, e nenhuma das duas tinham marcas no rosto. Como será que Umbridge ficou sabendo então? Seria só coincidência?

   Mas só percebemos a amplitude das repercussões do aviso quando estávamos saindo do Salão Principal para a aula de História da Magia.

— Harry! Rox! Rony!

   Era Angelina que corria em nosso encalço, com um ar absolutamente desesperado.
  
— Tudo bem. — Disse Harry baixinho, quando ela se aproximou o suficiente para ouvi-lo — Vamos continuar...

— Você não está entendendo que ela incluiu o quadribol nisso? Teremos de procurá-la e pedir permissão para reorganizar a equipe da Gryffindor!

— Quê? — Disse Harry

— Nem pensar. — Disse Rony, estarrecido

— Só era o que faltava! — Bati com a mão no rosto — Será possível que vou chegar ao sétimo ano sem jogar uma única partida de quadribol!?

— Vocês leram o aviso, ela menciona os times também! Então, escute aqui, Harry, e você também, Roxanne... estou dizendo isso pela última vez... por favor, por favor, não percam a cabeça com a Umbridge de novo ou ela pode não deixar a gente jogar mais!

— O.k., o.k. — Concordou Harry, porque Angelina parecia à beira das lágrimas — Não se preocupe. Vou me comportar...

   Angelina então olhou pra mim.
  
— Não vou fazer nada, prometo. — Falei cruzados os dedos — Quadribol é minha vida!

— Aposto como a Umbridge vai estar na História da Magia. — Disse Rony com ferocidade, quando nos encaminhamos para a aula de Binns — Ela ainda não o inspecionou... aposto que vai estar lá.

   Mas se enganou; o único professor presente quando entramos era Binns, flutuando alguns centímetros acima de sua cadeira, como sempre, preparando-se para continuar sua monótona lenga-lenga sobre a guerra dos gigantes. Nada demais aconteceu durante aquela aula, a não ser o fato de Edwiges ter aparecido na janela, com a asa machucada e tremendo. Eu lembrei levemente do sonho que tive na Casa dos Black, o que eu via Edwiges morta, e pensei se alguém poderia ter tentado interceptar a carta de Harry, e por isso machucaram ela. Seria uma probabilidade, mas preferi não comentar nada. Harry então pediu ao Prof. Binns para sair da sala com a desculpa de que não estava se sentindo bem e levou sua coruja com ele.

  Amélia andava distante, e com a cabeça longe a aula toda, já Lavender tava meio que chateada com alguma coisa, fiz uma nota mental de perguntar a ela mais tarde o que havia acontecido.

  Ao fim da aula, eu, Rony e Hermione fomos nos abrigar em um canto para esperar por Harry, as golas das capas viradas para cima para nos proteger do vento.
 
— Edwiges está bem? — Perguntou Hermione ansiosa, assim que ele se aproximou o suficiente da gente

— Já sabe o que aconteceu? — Perguntei

— Aonde foi que você a levou? — Perguntou Rony por sua vez

— Para a Grubbly-Plank. Encontrei a McGonagall... escutem... Ela me disse para não me esquecer de que os canais de comunicação, de e para Hogwarts, podem estar sendo vigiados.
 
  Para sua surpresa, nem eu, nem Mione, e nem Rony nos abalamos com o comunicado. Ao contrário, trocamos olhares muito significativos.

— Quê? — Disse Harry, olhando de Rony para mim e Hermione e novamente para meu irmão

— Bom, eu estava justamente dizendo aos gêmeos... e se alguém tivesse tentado interceptar Edwiges? Quero dizer, ela nunca se machucou em um voo antes, não é?

— Afinal, de quem é a carta? — Perguntei, tirando o bilhete da mão de Harry

— Snuffles. — Disse Harry baixinho

— “Mesma hora, mesmo lugar?” Ele quer dizer a lareira na sala comunal, não é?

— É óbvio. — Disse Hermione, lendo também o pergaminho. Rony fazia o mesmo

— Melhor avisarmos a Vega, né? — Comentou meu irmão

— Sim, antes que ela nos mate. — Suspirei

   Hermione, no entanto, manifestou sua apreensão.
  
— Só espero que ninguém mais tenha lido isso...

— Mas ainda estava lacrado e tudo. — Disse Harry, tentando convencer a si mesmo e a Hermione — Ninguém ia entender o que quer dizer se não soubesse que falei com ele antes, ia?

— Não sei. — Disse Hermione nervosa, pendurando a mochila às costas, quando a sineta tornou a tocar — Não seria difícil tornar a lacrar um pergaminho usando magia... e se alguém estiver vigiando a Rede de Flu... mas não vejo como podemos avisá-lo para não vir sem interceptarem o aviso também! O que acha, Rox?

— Nem vem. — Resmunguei sabendo que ela falara de meus poderes — Não faço a mínima idéia.

   Descemos a escada para as masmorras onde tínhamos aula de Poções, os quatro absortos em nossos pensamentos, mas, ao chegarmos ao último degrau, fomos chamados à realidade pela voz de Draco Malfoy, que estava parado bem à porta da sala de Snape, sacudindo um pergaminho de aspecto oficial e falando mais alto do que necessário para que pudéssemos ouvir todas as palavras que dizia. Eu bufei, não entendia como ele conseguia ser tão idiota às vezes.

— É, na mesma hora a Umbridge deu à equipe da Slytherin permissão para continuar a jogar. Fui pedir a ela logo que acordei. Bom, seria automático, quero dizer, ela conhece meu pai muito bem, ele está sempre entrando e saindo do Ministério... vai ser interessante ver se a Gryffindor vai ganhar permissão para continuar a jogar, não acham?

— Não aceitem provocação. — Cochichou Hermione, implorando a mim e os meninos, que observávamos Malfoy, os rostos tensos e os punhos fechados — É o que ele quer.

— Quero dizer. — Continuou Malfoy, alteando um pouco mais a voz, os olhos cinzentos brilhando malevolamente para Harry e Rony. Ele ignorara minha existência, de novo — Se é uma questão de influência com o Ministério, acho que eles não têm muita chance... pelo que diz meu pai, há anos que estão procurando uma desculpa para despedir o Arthur Weasley... e quanto a Potter... meu pai diz que é apenas uma questão de tempo, logo o Ministério vai mandar despachá-lo para o Hospital St. Mungus... parece que lá tem uma enfermaria especial para gente que teve o cérebro fundido por magia.

— Ele e a Weasley vão de mãos dadas para o St. Mungus, dois louquinhos que vêem alucinações. — Guinchou Pansy com prazer me olhando com nítida diversão

   Malfoy fez uma careta grotesca com a boca aberta e os olhos girando nas órbitas. Crabbe e Goyle deram os seus habituais grunhidos de riso. Eu olhei séria, e desejei fazer a cabeça dos dois explodirem, estava pronta para fazer algo com eles quando alguma coisa colidiu com força contra o meu ombro, me empurrando para o lado. Uma fração de segundo depois, percebi que Neville, às minhas costas, acabara de avançar diretamente contra Malfoy.

— Neville, não!

    Harry saltou para a frente e agarrou Neville pelas vestes; o garoto lutou freneticamente, os punhos sacudindo no ar, tentando desesperadamente chegar a Draco, que pareceu, por um instante, extremamente espantado. Eu continuei olhando incrédula.

— Me ajude! — Gritou Harry para Rony, conseguindo passar um braço pelo pescoço de Neville e puxá-lo para trás, afastando-o dos alunos da Slytherin. Crabbe e Goyle flexionaram os braços colocando-se à frente de Malfoy, prontos para brigar.

   Eu me irritei e lancei em forma de ilusão duas cobras que subiram no sapato dos dois, os fazendo saltar assustados.

— Draco sabe se defender, bobinhos! Acho que não há necessidades de vocês o defenderem. — E apontei a varinha para os dois, sorrindo com afetação
  
   Draco me olhou sério e sem entender porque Crabbe e Goyle estavam tão assustados e pulavam de um lado a outro. Rony agarrou os braços de Neville e juntos, ele e Harry, conseguiram arrastar o garoto para junto dos alunos da Gryffindor. O rosto dele estava escarlate; a pressão que Harry fazia sobre sua garganta deixava-o ininteligível, saltavam palavras estranhas de sua boca.

— Não... graça... não... Mungus... mostre... a ele...

   Me virei para ele com receio, tentando o acalmar para os meninos poderem o soltar.

— Você tá bem, Nev? — Sussurrei — Calma, o Draco é um idiota... Hey, tudo bem.

   A porta da masmorra se abriu. Apareceu Snape. Seus olhos negros correram pelos alunos da Gryffindor até o ponto em que Harry e Rony lutavam com Neville e eu tentava conversar com o garoto.

— Brigando, Potter, Weasley, Longbottom? — Indagou, com sua voz fria e desdenhosa — Dez pontos a menos para a Gryffindor. Solte Longbottom, Potter, ou receberá uma detenção. Para dentro todos vocês.

   Harry largou Neville, que ficou ofegando, de cara amarrada para ele.
  
— Tive de segurar você! — Exclamou Harry, apanhando sua mochila — Crabbe e Goyle iam estraçalhar você.

   Neville não disse nada, apenas agarrou a própria mochila e entrou na masmorra.

— Não iam não, eu assustei eles. Era bom terem deixado o Neville bater no Draco, eu ia gostar de ver. — Falei com naturalidade olhando as costas do menino

— Em nome de Merlim. — Perguntou Rony lentamente, ao acompanharmos Neville — O que foi aquilo?

   Harry nada respondeu e eu fiquei pensando no por que o assunto de pessoas confinadas em St. Mungus, vítimas de danos ao cérebro produzidos por magia perturbava Neville fortemente. Então lembrei mais um vez dos pais dele, será que estavam lá?

    Eu, Rony, Harry e Hermione ocupamos nossos lugares habituais no fundo da sala, tiramos nossos pergaminhos, penas e os exemplares de Mil ervas e fungos mágicos. À nossa volta, a turma murmurava sobre o que Neville acabara de fazer, mas, quando Snape fechou a porta da masmorra com uma pancada ressonante, todos imediatamente se calaram.

— Vocês irão notar — Disse Snape, com sua voz baixa e desdenhosa — que hoje temos uma convidada conosco.

  Ele indicou, com um gesto, um canto sombrio da masmorra, e vi a Profa Umbridge sentada, com a prancheta sobre os joelhos. Olhei de esguelha para Rony, Harry e Hermione, as sobrancelhas erguidas. Snape e Umbridge, os dois professores que eu mais detestava. Ficava difícil decidir qual eu queria que vencesse qual. É... Snape, sim, com certeza ele é o menos pior.

— Hoje vamos continuar a nossa Solução para Fortalecer. Vocês encontrarão suas misturas como as deixaram na última aula; se forem feitas corretamente, elas deverão ter maturado a contento durante o fim de semana... as instruções... — Ele acenou com a varinha —... no quadro. Podem começar.

   A Profa. Umbridge passou a primeira meia hora da aula tomando notas em seu canto. Eu estava muito interessada em ouvi-la questionar Snape, mas não tão interessada quanto Harry, que por estar tão absorto, começou a descuidar de sua poção outra vez.

— É sangue de salamandra, Harry! — Suspirei agarrando o pulso dele para impedi-lo de adicionar o ingrediente errado pela terceira vez consecutiva — E não suco de romã!

— Certo. — Respondeu Harry distraído, pondo o frasco de lado e continuando a observar o canto. Umbridge acabara de se levantar. — Ah! — Exclamou baixinho, quando ela passou entre duas filas de carteiras em direção a Snape, que estava curvado para o caldeirão de Dean Thomas

— Bom, a turma parece bastante adiantada para seu nível. — Disse ela, animada, para as costas de Snape — Embora eu questione se é aconselhável lhes ensinar uma poção como a Solução para Fortalecer. Acho que o Ministério preferiria que fosse retirada do programa.

  Snape se endireitou, lentamente, e se virou para encarar Umbridge.
 
— Agora... há quanto tempo você está ensinando em Hogwarts? — Perguntou ela, com a pena em posição sobre a prancheta

— Catorze anos. — A expressão de Snape era indefinível. Com os olhos em Snape, acrescentei algumas gotas à minha poção; o líquido sibilou ameaçadoramente e mudou de turquesa para laranja

— Você se candidatou primeiro ao cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, não foi? — Perguntou a professora a Snape

— Foi. — Respondeu ele em voz baixa

— Mas não foi aceito?

   O lábio de Snape se crispou.

— É óbvio.

   A Profa Umbridge fez uma anotação na prancheta.
  
— E você tem se candidatado regularmente àquele cargo desde que foi admitido na escola?

— Sim. — Respondeu Snape, quase sem mover os lábios, a voz baixa. Parecia muito irritado.

— Tem alguma ideia por que Dumbledore tem se recusado consistentemente a nomeá-lo? — Perguntou Umbridge

— Sugiro que pergunte a ele. — Respondeu Snape aos arrancos

— Ah, perguntarei. — Disse a professora com um sorriso meigo

— Suponho que isto seja relevante? — Perguntou Snape, estreitando os olhos negros

— Ah é, é, sim, o Ministério quer ter uma compreensão abrangente dos professores... hum... sua vida pregressa.

   Ela virou as costas, saiu em direção a Pansy Parkinson e começou a interrogá-la sobre as aulas.
  
   Snape olhou para Harry, e seus olhos se encontraram por um segundo, depois ele olhou para mim. Baixei meus olhos depressa para minha poção, mas então senti um cheiro forte de borracha queimada, olhei para Harry e vi que sua poção agora congelava abominavelmente.

— Então, sem nota outra vez, Potter. — Disse Snape maliciosamente, esvaziando o caldeirão de Harry com um aceno da varinha — Você vai me fazer um trabalho escrito sobre a composição correta desta poção, indicando como e por que errou, para me entregar na próxima aula, entendeu?

— Sim, senhor. — Respondeu Harry furioso

   Snape já passara dever de casa para a turma e havia um treino de quadribol à noite; isto significaria que Harry teria mais umas duas noites sem dormir. Parecia impossível acreditar que tivéssemos acordado àquela manhã se sentindo tão felizes. Só o que eu sentia agora era um desejo ardente de ver o fim deste dia.

— Talvez eu mate a aula de Adivinhação. — Disse Harry deprimido, quando chegamos ao pátio depois do almoço, o vento açoitando as barras das nossas vestes e dos chapéus. Já tínhamos avisado Vega sobre a carta de Sirius — Vou fingir que estou doente e fazer o trabalho do Snape na hora da aula, então não terei de ficar acordado metade da noite.

— Você não pode matar a aula de Adivinhação. — Disse Hermione severamente

— Olhem quem está falando, você abandonou Adivinhação e detesta a Trelawney! — Disse Rony indignado

— Eu não detesto a Trelawney. — Contestou Hermione, com ar superior — Acho simplesmente que ela é uma professora apavorante e uma charlatona velha das boas. Mas Harry já faltou à História da Magia e acho que ele não devia perder mais nenhuma aula hoje!

   Havia verdade demais no argumento para não escutá-lo, então, meia hora depois, Harry ocupou o seu lugar no ambiente excessivamente perfumado e quente da aula de Adivinhação, sentindo-se aborrecido com todos, e eu não o julgava. A Profa. Trelawney estava mais uma vez distribuindo os exemplares do Oráculo dos sonhos. Achei que meu tempo seria mais bem empregado em qualquer outra coisa do que sentada ali, tentando encontrar sentido em sonhos inventados. Lavender continuava meio chateada, sentada ao meu lado. Amélia e Parvati na mesa de nosso lado esquerdo estavam absortas em conversas.

— Amiga... — Chamei a atenção de Lav que levantou a cabeça meio estranha — Você tá bem?

— Sim. Sim, estou, por quê? — Perguntou meio nervosa passando a mão pelo seu cabelo muito loiro

— Não, Lav, você não está bem. — Suspirei e me arrependi de ter passado tanto tempo longe de minha amiga — O que houve? Tem haver com... — E abaixei mais a voz — o acontecimento do Cabeça de Javali e a placa que foi colada no Salão Comunal?

— Não... digo... sim. — E suspirou — Mais ou menos. Não que eu ligue ou tenha medo por causa daquilo, é outra coisa.

  Me ajeitei na cadeira ainda a olhando como se dissesse que ela podia falar.

— É o Blás, sabe...

— O que tem ele? — Ergui a sobrancelha

— Nunca menti pra ele, é chato... Queria que ele participasse também dessas aulas. Não é justo com o pessoal da Slytherin, sabe. O Blaise é meu melhor amigo.

   Dessa vez eu ergui os olhos surpresa.

— Eu sei o que você pensa. — Disse ela suspirando — Só estava contando o que aconteceu, não é como se vocês fossem fazer algo pra mudar isso, eu sei. Os alunos da Slytherin isso e isso, tudo bem... eu entendo. Foi só um... comentário.

— Eu não falei nada... — Tentei contar, mas ela apenas se virou para a janela e fingiu-se interessada em outra coisa

   Porém, pelo visto, Lavender e Harry não eram as únicas pessoas em Adivinhação que estavam de mau humor. A Profa. Trelawney bateu com um exemplar do Oráculo na mesa entre mim e Lav e se afastou majestosa, os lábios contraídos; jogou o exemplar seguinte em Harry e Rony, que passou de raspão pela cabeça de meu irmão, depois lançando mais um para Dean e Seamus, e empurrando o último exemplar no peito de Neville com tanta força que ele escorregou do pufe.

— Muito bem, já podem começar! — Disse a Profa. alto, a voz aguda e meio histérica — Vocês sabem o que fazer! Ou será que sou uma professora tão subcapacitada que vocês nunca aprenderam a abrir um livro?

   A turma olhou para ela perplexa, depois se entreolhou, embora eu soubesse qual era o problema. Quando a professora voltou num movimento brusco para sua cadeira de espaldar alto, os olhos, aumentados pelas lentes, cheios de lágrimas de raiva, eu inclinei a cabeça para Lav e murmurei:

— Acho que ela recebeu o resultado da inspeção.

   Lav voltou a olhar pra professora com uma cara triste, seus olhos azuis quase brilhando.
  
— Professora? — Chamou Pati com a voz abafada (ela, Lav e Lia sempre haviam admirado a Profa. Trelawney) — Professora, há algum... hum... problema?

— Problema! — Exclamou ela com a voz pulsante de emoção — Certamente que não! Fui insultada, certamente... fizeram insinuações contra mim... acusações infundadas... mas, não, não há nenhum problema, certamente que não!

   Ela tomou fôlego, estremecendo, e desviou o olhar de Parvati, as lágrimas de raiva vazando por baixo dos óculos.

— Nem quero falar. — Sua voz embargou — Dos dezesseis anos de serviço dedicado... eles passaram, aparentemente, despercebidos... mas não vou admitir insultos... não, não vou admitir!

— Mas, professora, quem está insultando a senhora? — Perguntou Lavender timidamente

— A Instituição. — Respondeu ela numa voz grave, dramática e trêmula — Aqueles que têm os olhos demasiado nublados pelas coisas mundanas para Ver o que Vejo, Saber o que Sei... naturalmente, nós, Videntes, sempre fomos temidos, sempre perseguidos... é, infelizmente, a nossa sina.

   Ela engoliu em seco, enxugou as faces molhadas com a ponta do xale, depois puxou um lencinho bordado de dentro da manga e assoou o nariz com força, fazendo um barulho parecido com o de Pirraça soprando puns com a boca. Rony deu uma risadinha. Lav lançou-lhe um olhar de censura, fazendo o garoto erguer os olhos, corar e se aquietar.

— Professora. — Disse Amélia — A senhora está se referindo... é alguma coisa que a Profa. Umbridge...?

— Não me fale nessa mulher! — Exclamou Trelawney, pondo-se repentinamente de pé, suas contas tilintando e seus óculos soltando lampejos — Faça o favor de continuar o seu trabalho!

   E ela passou o resto da aula caminhando entre os alunos, as lágrimas ainda escorrendo por baixo dos óculos, resmungando baixinho palavras que pareciam ameaças.

— ... posso muito bem preferir me retirar... a indignidade da coisa... em observação... veremos... como é que ela ousa...


— Você e Umbridge têm alguma coisa em comum. — Comentei com Hermione, baixinho, quando tornamos a se encontrar em Defesa Contra as Artes das Trevas — Ela obviamente também considera Trelawney uma charlatã velha... parece que a pôs em observação.

   Umbridge entrou na sala nesse instante, usando seu laço de veludo preto e uma expressão de grande satisfação íntima.

— Boa-tarde, turma.

— Boa-tarde, Profa. Umbridge. — Repetiram eles sem entusiasmo

— Guardem as varinhas, por favor.

   Mas, desta vez, não houve nenhuma agitação em resposta; ninguém se dera o trabalho de tirar a varinha da mochila.

— Por favor, abram na página trinta e quatro de Teoria da defesa em magia, e leiam o terceiro capítulo, intitulado “O Caso das Respostas Não Ofensivas ao Ataque Mágico”. Não haverá...

— ... necessidade de conversar. —Dissemos, baixinho, eu, Rony, Harry e Hermione

≪━─━─━─━─◈─━─━─━─━≫

— Não tem treino de quadribol. — Disse Angelina em tom cavo, quando eu, Mione e os meninos entramos na sala comunal depois do jantar daquela noite

— Mas eu me controlei! — Disse Harry, horrorizado — Não disse nada pra ela, nem a Rox, Angelina, juro, eu...

— Eu sei, eu sei. — Respondeu Angelina, infeliz — Ela simplesmente falou que precisava de um tempo para pensar.

— Pensar em quê? — Perguntei zangada — Ela deu permissão a Slytherin, por que não a nós?

   Mas o caso é que eu podia imaginar o quanto Umbridge estava se deliciando em manter sobre a nossa cabeça a ameaça de não haver uma equipe de quadribol da Gryffindor, e podia facilmente compreender por que tão cedo ela não iria querer abrir mão dessa arma que mantinha apontada para nós.

— Bem. — Disse Hermione — Olhe o lado bom da coisa, pelo menos agora você vai ter tempo de fazer o trabalho do Snape, Harry!

— E isso é um lado bom, é? — Retrucou Harry, enquanto eu e Rony olhavamos incrédulos para Hermione — Nada de quadribol e uma dose extra de Poções?

   Harry se largou em uma cadeira, puxou com relutância o trabalho de Poções para fora da mochila e começou a trabalhar. Eu estava lendo sobre Médiumagas no livro que Hermione me emprestara, estava tentando entender mais alguma coisa, mas estava tendo dificuldades para me concentrar. Marshall, meu furão estava brincando com meus três elfos, Natália, Nigel e Dênis, enquanto Vega e Colin conversavam.

   Havia ainda uma zoeira incrível na sala. Fred e George, aparentemente, haviam aperfeiçoado um tipo de kit Mata-Aula, e se alternavam em demonstrá-lo para uma turma que dava vivas e gritos. Primeiro, Fred dava uma mordida na ponta laranja de um doce, e em seguida vomitava espetacularmente em um balde que colocara à sua frente. Depois, ele se forçava a engolir a ponta roxa do doce, ao que a vontade de vomitar cessava imediatamente. Lee, que estava ajudando na demonstração, fazia desaparecer o vômito a intervalos regulares, sem pressa, com o mesmo Feitiço da Desaparição que Snape vivia usando para as poções de Harry. Com a repetição regular dos vômitos e aplausos, e o barulho que Fred e George faziam, anotando os pedidos antecipados dos colegas, Harry estava achando excepcionalmente difícil se concentrar no método correto para preparar a Solução para Fortalecer. Hermione não estava ajudando a melhorar nada; os aplausos e ruídos do vômito batendo no fundo do balde eram pontuados por seus sonoros resmungos de desaprovação, que para mim, no mínimo, tinham o poder de me desconcentrar ainda mais.

— Então vai lá e faz eles pararem! — Disse Harry irritado, depois de riscar algo no pergaminho pela quarta vez

— Não posso, tecnicamente eles não estão fazendo nada errado. — Disse Hermione trincando os dentes — Eles têm todo o direito de comer as porcarias que quiserem, e não encontro nenhuma regra que diga que os outros idiotas não têm o direito de comprá-las, não até que fique provado que elas sejam de alguma maneira perigosas, e pelo visto não são.

   Eu suspirei irritada. Ela, eu, Rony e Harry continuamos a assistir a George projetar o vômito no balde, engolir o resto do doce e se erguer, sorrindo, com os braços abertos, para receber os prolongados aplausos.

— Sabem, eu não entendo por que Fred e George só foram aprovados em três N.O.M.s cada um. — Disse Harry, observando como meus irmãos e meu namorado recebiam ouro dos colegas pressurosos — Eles realmente sabem das coisas.

— Eles só sabem coisas espalhafatosas que não têm real utilidade para ninguém. — Disse Hermione depreciando

— Não têm real utilidade? — Disse Rony em tom tenso — Hermione, eles já ganharam uns vinte e seis galeões!

   Eu no entanto continuei a encarar os meninos, irritada, Lee ao ver que eu os olhava, piscou um olho pra mim e sorriu. Cruzando os braços, e me fingindo de séria, mas derretida, eu sorri pra ele de volta.
  
   Levou muito tempo para o ajuntamento em volta dos meus irmãos se dispersar, depois Fred, Lee e George ficaram acordados, ainda um bom tempo, contando o dinheiro, por isso já passava muito da meia-noite quando eu, Rony, Harry, Hermione e Vega conseguimos ficar sozinhos na sala comunal. Colin, Dênis, Nigel e Natty já tinham ido dormir há um bom tempo.

   Finalmente, Fred fechou a porta para os dormitórios dos meninos, sacudindo sua caixa de galeões, com estardalhaço, para ver Hermione amarrar a cara. Harry, que fizera pouquíssimo progresso com o trabalho de Poções, decidiu parar por aquela noite. Ao guardar os livros, Rony, que tirava um cochilo na poltrona, deu um ronco abafado, acordou e olhou com a vista ainda turva para a lareira.

— Sirius! — Exclamou

   Eu me virei depressa, guardando o livro que lia. O rosto e a cabeleira negra e desgrenhada de Sirius pairavam nas chamas.
  
— Oi. — Nos saudou sorridente

— Pai! — Exclamou Vega com um sorriso enorme

— Oi. — Respondemos eu, Mione e os meninos em coro, e nos ajoelhamos os cinco no tapete diante da lareira. Bichento ronronou alto e chegou perto do fogo, tentando, apesar do calor, aproximar o focinho de Sirius

— Como vão as coisas?

— Não muito boas. — Respondeu Harry, enquanto Hermione afastava Bichento, para impedi-lo de chamuscar os bigodes — O Ministério nos impôs mais um decreto, o que significa que não podemos ter equipes de quadribol...

— Nem grupos secretos de Defesa Contra as Artes das Trevas? — Perguntou Sirius

   Houve uma breve pausa.
  
— Como é que você soube? — Indagou Vega

— Vocês precisam escolher com mais cuidado o local onde se reúnem. — Disse Sirius, dando um sorriso ainda maior — Logo o Cabeça de Javali, eu lhe pergunto?

— Bom, era melhor do que o Três Vassouras. — Disse Hermione defensivamente — Está sempre lotado...

— O que significa que seria mais difícil ouvir vocês. — Disse Sirius — Você tem muito que aprender, Hermione.

— Quem nos ouviu? — Perguntei

— Mundungo, é claro. — E quando todos fizemos cara de espanto, ele deu uma risada — Era a bruxa de véu.

— Aquela era Mundungo?! — Exclamou Harry atordoado — Que é que ele estava fazendo no Cabeça de Javali?

— Que é que você acha que ele estava fazendo? — Perguntou Sirius impaciente — Vigiando você, é claro.

— Eu continuo sendo seguido? — Indagou Harry, aborrecido

— Continua, sim, e ainda bem, não é, se a primeira coisa que você faz no fim de semana de folga é organizar um grupo ilegal de Defesa!

   Mas ele não parecia zangado nem preocupado. Pelo contrário, olhava Harry com visível orgulho.
  
— Por que Dunga estava se escondendo da gente? — Perguntou Rony, desapontado — Teríamos gostado de revê-lo.

— Ele foi expulso do Cabeça de Javali há vinte anos. — Disse Sirius — E o barman tem boa memória. Perdemos a Capa da Invisibilidade sobressalente de Moody quando Estúrgio foi preso, então ultimamente o Dunga tem se vestido muitas vezes de bruxa... em todo o caso... primeiro, Rony e Rox, jurei lhes passar um recado da mãe de vocês.

— Foi?! — Exclamamos eu e Rony, apreensivos, com uma troca de olhar

— Ela manda dizer que em hipótese alguma vocês dois devem tomar parte em um grupo secreto e ilegal de Defesa Contra as Artes das Trevas. Manda dizer que, sem a menor dúvida, vocês serão expulsos e o futuro de vocês arruinado. Ela manda dizer que mais tarde haverá muito tempo para vocês aprenderem a se defender e que ainda são muito crianças para estar se preocupando com isso agora. Ela mandou dizer pra você, Rox, em especial, ser muito cautelosa esse ano da escola e não andar com pessoas que aparentem ser mal caminho, acho que foi isso. Ela também aconselha — (Os olhos de Sirius se voltaram para os outros três) — Harry, Hermione e Vega a não continuarem com o grupo, embora reconheça que não tem autoridade alguma sobre nenhum dos três, e simplesmente suplica que se lembrem de que ela quer o bem de ambos. Ela teria escrito tudo isso, mas, se a coruja fosse interceptada, vocês estariam realmente enrascados, e não pôde vir falar pessoalmente porque está de serviço hoje à noite.

— Como de serviço hoje à noite? — Perguntou Rony depressa

— Por que eu tenho que ter cautela? — Ergui a sobrancelha

— Não se preocupe, Rony, são coisas da Ordem, e Rox, acho melhor você só ouvir a parte final do conselho dela. — Disse Sirius — Bom, por isso fiquei sendo o mensageiro, não se esqueçam de dizer a ela que transmiti a mensagem completa, porque acho que ela não confia em mim.

   Houve mais uma pausa em que Bichento, miando, tentou alcançar a cabeça de Sirius com a pata, e Rony brincou com um buraco no tapete.

— Então, você quer que eu diga que eu e Rox não vamos tomar parte no grupo de Defesa? — Murmurou ele finalmente

— Eu? Com certeza que não! — Exclamou Sirius fazendo uma cara surpresa — Acho uma ideia
excelente!

— Sério? — Vega se admirou

— Acha mesmo? — Disse Harry, sentindo o peito aliviado

— Claro que sim! Vocês acham que James e eu teríamos baixado a cabeça e aceitado ordens de uma megera velha como a Umbridge?

— Mas... no período passado você só fez me dizer para ter cuidado e não correr riscos...

— No ano passado, todos os indícios mostravam que alguém dentro de Hogwarts estava tentando matar você, Harry! — Disse Sirius impaciente — Este ano, sabemos que tem alguém fora de Hogwarts que gostaria de matar todos nós, por isso acho que aprender a se defender corretamente é uma excelente ideia!

— E se formos expulsos? — Perguntou Hermione, com uma expressão intrigada no rosto

— Mas, Hermione, essa história toda foi ideia sua! — Exclamei olhando para ela

— Eu sei que foi. Eu só queria saber a opinião de Sirius. — Disse ela sacudindo os ombros

— Bom, é melhor ser expulso e capaz de se defender do que se sentar em segurança na escola sem ter ideia de nada.

— Apoiado, apoiado! — Exclamamos Harry, Rony, Vega e eu entusiasticamente

— Espera... — Falou de repente — Vega, qual a opinião da sua mãe sobre isso?

— Ela não sabe. — A menina deu de ombros

— Fale com ela, não vou dar minha opinião sobre isso em relação a você sem o consentimento dela. Sienna me mataria, e não é uma boa coisa a se fazer, passamos doze anos sem se ver e não quero ver ela brava comigo em hipótese alguma. — Suspirou ele de forma meio assustada nos fazendo rir

— Tá, pai. — Concordou Vega, mas não parecia que iria mesmo falar

— Então, como é que vocês estão organizando o grupo? Onde vão se encontrar? — Perguntou Sirius se sentindo aliviado

— Bom, isso é um probleminha. — Disse Harry — Não sei onde vamos poder nos encontrar.

— Que tal a Casa dos Gritos? — Sugeriu Sirius

— Ei, seria ideal! — Exclamou Rony, excitado, mas Hermione manifestou seu ceticismo, e nós quatro olhamos para ela, a cabeça de Sirius girando nas chamas

— Bom, Sirius, é que vocês eram só quatro a se encontrar na Casa dos Gritos quando estavam na escola. — Comentou Hermione — E todos eram capazes de se transformar em animais e suponho que pudessem se espremer embaixo de uma única Capa da Invisibilidade, se quisessem. Mas nós somos vinte e oito e nenhum é animago, por isso iríamos precisar não de uma capa, mas de um toldo da invisibilidade...

— Um bom argumento. — Disse Sirius, parecendo ligeiramente desapontado — Bom, tenho certeza que vocês vão arranjar algum lugar. Costumava haver uma passagem secreta bem espaçosa atrás daquele espelho grande no quarto andar, talvez vocês tivessem bastante espaço para praticar azarações ali.

— Fred e George comentaram que foi bloqueada. — Comentei, balançando a cabeça — Ruiu ou coisa assim.

   Lembrei então do que ele falaou da última vez e estava prestes a perguntar-lhe sobre assim que ele terminasse.
 
— Ah... — Disse Sirius, enrugando a testa — Bom, terei de pensar e voltar...

   Ele parou de falar. Seu rosto tornou-se de repente tenso. Virou-se de lado, parecendo olhar para a parede sólida da lareira.
  
— Pai? — Chamou Vega ansiosa

   Mas ele desaparecera. Ela e Harry olharam boquiabertos para as chamas por um instante, depois se voltaram para nós três.

— Por que será...?

   Hermione soltou uma exclamação de horror e ficou em pé de um pulo, ainda fixando o fogo. Aparecera uma mão entre as chamas, tateando como se quisesse agarrar alguma coisa: uma mão gorducha de dedos curtos, coberta de anéis feios e antiquados. Nós cinco saímos correndo. À porta do dormitório das meninas, olhei para trás. A mão de Umbridge ainda gesticulava entre as chamas, como se soubesse exatamente onde estivera momentos antes a  cabeleira de Sirius, e continuava decidida a agarrá-la.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro