
25 | Irrefutable Proposal
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25. Proposta Irrecusável
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Ele é sempre lerdo assim?
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No fundo pensei que só tornaria a ver Umbridge na próxima aula, mas eu estava profundamente enganada. Quando corri em descer as escadas para o Saguão da entrada de Hogwarts, encontrei Rony, Harry e Hermione já impacientes e a minha espera, dei qualquer desculpa para eles e apanhei minha mochila que eu havia deixado com meu irmão, e no momento em que íamos finalmente descendo os gramados em direção à Floresta, para assistir à aula de Trato das Criaturas Mágicas, encontramos-a, com a prancheta, ao lado da Profa. Grubbly-Plank.
— Normalmente não é você que ensina esta disciplina, correto? — Eu a ouvi perguntar quando nos aproximamos da mesa de cavalete, onde o grupo de tronquilhos capturados se atropelavam para apanhar bichos-de-conta como se fossem gravetos vivos
— Correto. — Respondeu a Profa. Grubbly-Plank, com as mãos nas costas e o corpo balançando sobre a planta dos pés — Sou uma professora substituta, ocupando o lugar do Prof. Hagrid.
Harry trocou olhares apreensivos comigo, Rony e Hermione. Draco estava cochichando com Crabbe e Goyle; ele certamente adoraria essa oportunidade para contar histórias sobre Hagrid a uma funcionária do Ministério.
— Humm. — Fez a Profa. Umbridge, baixando a voz, embora eu ainda pudesse ouvi-la muito claramente — Eu estive pensando... o diretor me parece estranhamente relutante em fornecer informações: você poderia me dizer o que está causando a prolongada licença de afastamento do Prof. Hagrid?
No mesmo momento eu vi Malfoy erguer a cabeça.
— Creio que não. — Disse a professora em tom despreocupado — Sei tanto quanto você. Recebi uma coruja do Dumbledore, gostaria que eu desse aulas durante umas duas semanas. Aceitei. É tudo que sei. Bom... posso começar, então?
— Claro, por favor. — Disse a Profa. Umbridge, escrevendo em sua prancheta
Umbridge adotou uma abordagem diferente nesta aula e caminhou entre os alunos, fazendo perguntas sobre criaturas mágicas. A maioria soube responder bem, e eu me animei um pouco; pelo menos a turma não estava deixando Hagrid mal.
— De um modo geral. — Perguntou a Profa. Umbridge, voltando para perto da Profa. Grubbly-Plank depois de interrogar Anne Megalos longamente — O que é que você, como membro temporário do quadro docente, uma observadora externa, suponho que poderíamos dizer, que é que você acha de Hogwarts? Você acha que recebe apoio suficiente da diretoria da escola?
— Ah, sim, Dumbledore é excelente. — Disse a Profa. Grubbly-Plank com entusiasmo, e eu não pude evitar sorrir — Estou muito feliz com o modo com que a escola é administrada, realmente muito feliz.
Com um ar de educada incredulidade, Umbridge fez uma minúscula anotação na prancheta e continuou:
— E o que é que você está planejando cobrir em suas aulas durante o ano, presumindo é claro, que o Prof. Hagrid não volte?
— Ah, repassarei com os alunos as criaturas que são pedidas com maior frequência no N.O.M. Não há muito mais a fazer: eles já estudaram os unicórnios e os pelúcios. Pensei em abordar os pocotós e os amassos, me certificar de que são capazes de reconhecer os crupes e os ouriços, entende...
— Bem, em todo o caso você parece saber o que está fazendo. — Concluiu a Profa. Umbridge, ticando muito enfaticamente o pergaminho na prancheta. Eu não l gostei da ênfase que ela deu ao “você”, e gostei menos ainda quando a professora fez a pergunta seguinte a Goyle — Agora, ouvi dizer que tem havido alunos feridos nesta classe.
Goyle deu um sorriso idiota. Draco se apressou a responder:
— Foi comigo. Levei uma lambada de um hipogrifo.
Meu corpo tremeu de raiva daquele idiota.
— Hipogrifo? — Repetiu a Profa. Umbridge, agora escrevendo freneticamente
— Só porque ele foi burro demais e não deu ouvidos às instruções de Hagrid. — Comentou Harry, zangado
— Burro é pouco, esse idiota vive fazendo tudo pra queimar o filme do Hagrid! — Falei seriamente fitando o loiro, que me olhou com uma mescla de surpresa e irritação — E pra infernizar a vida de todo mundo da escola!
Rony e Hermione gemeram. A Profa. Umbridge virou a cabeça lentamente na direção que eu e Harry estávamos. Mia e Arc bateram com a mão no rosto enquanto Cedric balançava a cabeça negativamente. Eu só queria bater em Draco e perguntar sobre aquela merda de livro que Matt Burke mencionou, mas eu não ia fazer isso agora.
— Mais uma noite de detenção, creio eu. Agora terá novamente a companhia da Srta. Weasley, Potter. — Disse a professora brandamente — Bem, muito obrigada, Grubbly-Plank, acho que é tudo que preciso saber. Você receberá o resultado de sua inspeção dentro de dez dias.
— Que bom! — Disse a Profa. Grubbly-Plank, e a Profa. Umbridge começou a subir o gramado para voltar ao castelo
Era quase meia-noite quando eu e Harry deixamos a sala de Umbridge aquela noite. O corte nas costas da minha mão mal sarara e já voltava a sangrar, porém agora sangrava tanto que manchava o lenço em que eu a enfaixara. Harry parecia da mesma forma. Esperávamos que a sala comunal estivesse vazia quando voltássemos, mas Rony e Hermione estavam acordados à nossa espera. Fiquei feliz em vê-los, principalmente porque Hermione estava disposta a se solidarizar conosco em vez de nos criticar.
— Tomem. — Disse, ansiosa, estendendo duas tigelinhas para cada um de nós com um líquido amarelo — Encharquem a mão nisso, é uma solução de tentáculos de murtisco em salmoura e depois peneirados, deve ajudar.
Eu e Harry apanhamos as tigelas e colocamos a mão, que sangrava e doía, nela e experimentamos uma maravilhosa sensação de alívio. Bichento se enrolou nas pernas de Harry, ronronando alto, depois saltou para o seu colo e se acomodou. No mesmo instante Marshall veio até mim e também saltou para o meu colo.
— Obrigado. — Disse Harry, agradecido, coçando atrás das orelhas do gato com a mão direita
— Obrigada, Mione. — Falei com um sorriso
— Eu ainda acho que vocês deviam reclamar. — Disse Rony em voz baixa
— Não. — Disse Harry categoricamente
— McGonagall ia endoidar se soubesse...
— Provavelmente ia. E quanto tempo você acha que levaria para Umbridge aprovar outro decreto dizendo que quem reclamar da Alta Inquisidora será imediatamente despedido?
Rony abriu a boca para retorquir, mas não emitiu som algum e, passado um instante, tornou a fechar a boca, derrotado.
— Ela é uma mulher horrível. — Disse Hermione baixinho — Horrível. Sabe, eu estava dizendo ao Rony quando vocês entraram... temos de fazer alguma coisa a respeito dela.
— Eu sugiro veneno. — Disse Rony com ferocidade
— Eu assino em baixo. — Falei encostando a cabeça na poltrona e olhando para o teto — Mas uma maldição imperdoável também não é má idéia. São terríveis, sabia? Ao menos do Crucio, eu sei bem...
— Ou vocês podem simplesmente esper os centauros fazerem o que mostrava a visão. — Propôs a voz de Mia. Eu nem tinha notado que ela aparecera, mas como ela vivia fazendo isso não era surpresa alguma
— Não... quero dizer, alguma coisa para divulgar que é uma péssima professora, e que não vamos aprender Defesa alguma com ela. — Explicou Hermione
— Bom, e o que é que podemos fazer? — Perguntou Rony bocejando — Já é tarde à beça, não é não? Ela foi nomeada e veio para ficar, Fudge vai garantir isso.
— Bom. — Disse Hermione hesitante — Sabe, estive pensando hoje... — Lançou um olhar nervoso a Harry, e então prosseguiu: — Estive pensando... talvez tenha chegado a hora de simplesmente... simplesmente nos virarmos sozinhos.
Eu parei de encarar o teto e me ajeitei na poltrona olhando para ela.
— Nos virarmos sozinhos fazendo o quê? — Perguntou Harry, desconfiado, mantendo a mão flutuando na essência de murtisco
— Bom... aprendendo Defesa Contra as Artes das Trevas sozinhos. — Concluiu Hermione
— Ah, corta essa. — Gemeu Rony — Você quer que a gente faça trabalho extra? Você tem ideia do quanto Rox, Harry e eu estamos outra vez atrasados com os nossos deveres e só estamos na segunda semana de aulas?
— Mas isto é muito mais importante do que os deveres de casa.
Eu, Rony e Harry arregalamos os olhos para ela.
— Pensei que não houvesse nada mais importante no universo do que os deveres de casa! — Caçoou Rony
— Não seja bobo, claro que há. — Rebateu Hermione, e eu notei, com um mau presságio, que o rosto dela se tornara inesperadamente radioso, com aquele tipo de fervor que o FALE normalmente lhe inspirava — Trata-se de nos prepararmos, como disse o Harry na primeira aula da Umbridge, para o que nos aguarda lá fora. Trata-se de garantir que realmente possamos nos defender. Se não aprendermos nada o ano inteiro...
— Não podemos fazer muita coisa sozinhos. — Argumentei com um quê de derrota na voz — Quero dizer, tudo bem, podemos ir procurar azarações na biblioteca e tentar praticá-las, suponho...
— Não, concordo, já passamos da fase em que podemos aprender apenas com livros. — Disse Hermione — Precisamos de um professor, de verdade, que possa nos mostrar como usar os feitiços e nos corrigir quando errarmos.
— Se você está falando do Lupin... — Começou Harry
— Não, não, não estou falando de Lupin. Ele está ocupado demais com a Ordem e, de qualquer jeito, o máximo que poderíamos vê-lo seria nos fins de semana em Hogsmeade, e eles não acontecem com tanta frequência assim.
— Quem, então? — Perguntou Harry, franzindo a testa
Hermione deu um suspiro muito profundo.
— Será que não está óbvio? Estou falando de você, Harry.
Houve um momento de silêncio. Uma leve brisa noturna sacudiu as vidraças atrás de Rony, e o fogo oscilou. Me assustei quando Arc apareceu e ficou parado entre Rony e Hermione observando a conversa.
— Falando de mim, o quê? — Perguntou Harry
— Estou falando de você nos ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas.
Harry encarou Hermione. Depois se virou para mim e Rony, parecia pronto para trocar os olhares exasperados que às vezes trocavamos quando Hermione detalhava esquemas fora da realidade como o FALE, mas, para seu desânimo, Rony não parecia exasperado, e eu muito menos.
Meu irmão estava com a testa ligeiramente enrugada, em aparente reflexão. Então disse:
— É uma ideia.
— O que é uma ideia? — Perguntou Harry
— Você. Nos ensinar.
— Mas...
Harry estava sorrindo agora, certo de que os dois estavam gozando com a cara dele. Então me olhou como se eu fosse sua salvação, eu por minha vez olhei para Arc, Mia e Cedric rapidamente antes de devolver o olhar para Harry.
— Eu acho que entendo onde a garota quer chegar. — Disse Arc
— De fato, não parece má idéia. — Finalmente falei
— Mas eu não sou professor, não sei... — Disse Harry
— Harry, você foi o melhor do ano em Defesa Contra as Artes das Trevas. — Argumentou Hermione
— Eu? — Harry agora estava com um sorriso maior que nunca — Não, não fui, você me bateu em todos os testes...
— Não é verdade. — Respondeu Hermione calmamente — Você me bateu no terceiro ano: o único ano em que nós dois prestamos exames e tivemos um professor que realmente conhecia o assunto. E não estou falando de notas, Harry. Pense no que você já fez!
— Como assim?
— Ele é sempre lerdo assim? — Mia perguntou
— Sabe de uma coisa, não tenho certeza se quero alguém burro assim como professor. — Disse Rony a mim, com um sorriso afetado. Em seguida virou-se para Harry — Vamos raciocinar... Rô, me ajuda. — Disse, fazendo uma cara igual à de Goyle quando se concentrava — Uh... primeiro ano: você salvou a Pedra Filosofal de Você-Sabe-Quem.
— Mas aquilo foi sorte. — Retrucou Harry — Não foi habilidade...
— Segundo ano. — O interrompi entrando na onda do meu irmão e falando em voz alta — Você matou o basilisco e destruiu Riddle.
— É, mas se Fawkes não tivesse aparecido, eu...
— Terceiro ano. — Continuei falando ainda mais alto — Você enfrentou e pôs para correr uns cem Dementadores de uma vez só...
— Você sabe que aquilo foi por acaso, se o Viratempo não tivesse...
— No ano passado. — Complementou Rony, agora quase aos gritos — Você tornou a enfrentar Você-Sabe-Quem...
— Escutem aqui! — Disse Harry, quase com raiva, porque agora nós três, seis se fôssemos contar com Arc, Mia e Cedric, estávamos rindo tolamente — Querem me escutar um instante Parece muito legal quando vocês falam, mas foi tudo sorte: metade do tempo eu nem sabia o que estava fazendo, não planejei nada, fiz apenas o que me ocorreu na hora, e quase sempre tive ajuda...
Rony e Hermione continuavam a rir tolamente, e a irritação de Harry pareceu começar a crescer; eu parei de rir quando comecei a me dar conta e pensar nas coisas que acontecera.
— Não fiquem aí sentados com esse sorriso bobo como se soubessem mais do que eu, era eu quem estava lá, ou não? — Perguntou, indignado — Eu sei o que aconteceu, está bem? E não me safei de nada porque era genial em Defesa Contra as Artes das Trevas, me safei porque... porque recebi ajuda na hora certa ou porque tive um palpite certo... mas fiz tudo às cegas, não tinha a menor ideia do que estava fazendo... E PAREM DE RIR!
A tigela de essência de murtisco caiu no chão e se partiu. Harry se levantou de chofre, e Bichento disparou para baixo de um sofá. Os sorrisos de Rony e Hermione tinham sumido. Mia pareceu se assistar com os gritos, pois correu para onde Arc estava. Ele ergueu uma sobrancelha, antes de voltar ao normal e deixar ela pegar seu braço.
— Vocês não sabem como é! Vocês, nenhum dos três, vocês nunca tiveram de encarar Voldemort, não é? Vocês pensam que é só decorar uma pá de feitiços e lançar contra ele, como se estivessem na sala de aula ou coisa parecida? O tempo todo você sabe que não tem nada entre você e a morte a não ser o seu... o seu cérebro ou sua garra ou o que seja... como se alguém pudesse pensar direito quando sabe que está a um nanossegundo de ser morto ou torturado, ou está vendo seus amigos morrerem... nunca nos ensinaram isso nas aulas, como é que se lida com essas coisas... e vocês três ficam aí sentados, achando que sou um garotinho sabido por estar em pé aqui, vivo, como se Diggory fosse burro, como se tivesse feito besteira; vocês não entendem, podia muito bem ter sido eu, e teria sido se Voldemort não precisasse de mim...
Eu também me assustei, e olhei pra Cedric, que parecia sem reação alguma ao ouvir que Harry falara dele.
— Não estávamos falando nada disso, cara. — Disse Rony, estupefato — Não estávamos falando mal do Diggory, não... você entendeu tudo ao contrário...
— Claro que não estávamos falando mal do Cedric, qual o sentido afinal? — Falei impaciente, sabendo bem que Ced estava na sala, embora eles não soubessem
— Ele não acha que eu culpo ele por minha morte, né? — Ced sussurrou lentamente
Rony então olhou desamparado para Hermione, cujo rosto exibia uma expressão de choque.
— Harry. — Disse ela timidamente — Você não está vendo? É por isso... por isso mesmo que precisamos de você... precisamos saber como é realmente... enfrentar ele... enfrentar o V-Voldemort.
Era a primeira vez que ela dizia o nome de Voldemort e isso, mais do que qualquer outro argumento, pareceu ser o que acalmou Harry. Ainda ofegante, ele tornou a se sentar na poltrona.
— Bom... pense no assunto. — Disse Hermione baixinho — Por favor?
Harry apenas concordou com a cabeça, parecendo meio corado. Depois virou-se para mim.
— Desculpa. — Sussurrou ele, e eu arqueei uma sobrancelha, antes dele explicar o motivo — Não foi fácil para você também ano passado, e tem esses seus pesadelos... foi mal ter explodido com você.
Eu apenas abri um sorriso que meu melhor amigo retribuiu.
— Tudo bem.
Hermione se levantou.
— Bom, vou me deitar. — Disse, no tom mais natural que pôde — Você vem agora, Rox?
— Ah, sim. — Me levantei da poltrona segurando Marshall com uma mão e segurando a vasilha na outra — Boa noite, meninos.
— Hum... noite. — Disse Hermione para eles
Eu e ela então saímos da Comunal subindo em direção ao nosso dormitório. Agradeci que Arc, Cedric e Mia tivessem desaparecido, eu estava realmente exausta, e não queria conversar sobre o que houve mais cedo, em relação à Amélia. Minha noite inquieta foi mais uma vez pontuada por sonhos estranhos, dessa vez com uma enorme cobra que batalhava com um leão também muito grande. Acordei novamente ofegante de madrugada.
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