20 | Percy and Padfoot
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20. Percy e Almofadinhas
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O mundo não está dividido entre os bons e os Comensais da Morte.
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Fui até a janela e a abri; Hermes entrou, pousou sobre o trabalho de Rony e estendeu a perna em que estava presa a carta. O garoto desamarrou-a, e a coruja partiu imediatamente, deixando pegadas de tinta no desenho que Rony fizera da Lua.
— Decididamente é a letra de Percy. —Disse Rony, quando eu afundei de volta na poltrona ao lado dele e fixei as palavras no exterior do pergaminho: Ronald e Roxanne Weasley, Gryffindor, Hogwarts. Ele olhou para nós três: — Que é que vocês acham?
— Joga na lareira. — Falei cruzando os braços e Mione me olhou séria
— Abre! — Pediu ela ao meu irmão, ansiosa, e Harry concordou com a cabeça
Rony desenrolou o pergaminho e começou a ler. À medida que seu olhar descia pelo pergaminho, mais carrancudo ele ia ficando. Fui até a poltrona em que ele estava e juntei minha cabeça com a dele para ler junto com ele, e de imediato entendi sua cara, assim que meus olhos começaram a perpassar a carta.
Caros, Rony & Rox:
Acabei de saber (por ninguém menos que o ministro da Magia em pessoa, que soube por sua nova professora, Profa. Umbridge) que vocês foram nomeados monitores em Hogwarts.
Fiquei agradavelmente surpreso quando ouvi a notícia, e primeiramente preciso lhes dar os meus parabéns. Devo admitir que sempre receei que vocês tomassem o que poderíamos chamar de “caminho do Fred e do George”, em lugar de seguir os meus passos, por isso podem imaginar o que senti quando soube que vocês pararam de zombar da autoridade e decidiram assumir uma responsabilidade de peso.
Mas quero lhes dar mais do que os parabéns, quero lhes dar um conselho, razão pela qual estou preferindo mandar esta carta à noite em vez de mandá-la pelo correio matinal. Esperemos que vocês possam lê-la longe de olhares curiosos e evitar perguntas embaraçosas.
Por uma coisa que o ministro deixou escapar quando me contou que vocês agora são monitores, deduzo que vocês ainda estejam vendo o Harry Potter com muita frequência. Preciso lhes dizer, Rony e Rox, que nada pode torná-los mais vulneráveis de perder os vossos distintivos do que continuar se confraternizando com esse garoto. Tenho certeza de que vocês estão surpresos com isso – sem dúvida vocês dirão que Potter sempre foi o favorito de Dumbledore –, mas me sinto na obrigação de lhes informar que Dumbledore talvez não continue por muito tempo à frente de Hogwarts, e as pessoas realmente influentes têm uma opinião diferente – e provavelmente mais exata – do comportamento de Potter. Não direi muito mais do que isso, mas se você lerem o Profeta Diário amanhã terão uma boa ideia para que lado estão soprando os ventos – e vejam se conseguem reconhecer o seu caro irmão!
Seriamente, vocês não querem ser igualado a Potter, poderia ser muito prejudicial para os seus projetos futuros, e estou me referindo aqui à vida de vocês depois de terminar a escola também. Como vocês devem saber, uma vez que o nosso pai acompanhou Potter ao tribunal, ele compareceu a uma audiência disciplinar este verão, perante toda a Corte Suprema, e não saiu com uma boa imagem. Foi inocentado por uma mera tecnicalidade, se querem saber, e muitas pessoas com quem falei continuam convencidas de que ele é culpado.
Talvez vocês tenham receio de cortar seus vínculos com Potter – sei que ele pode ser desequilibrado e violento –, mas se isso os preocupar de alguma forma, ou se observaram mais alguma coisa no comportamento de Potter que o possa estar incomodando, peço que vão procurar Dolores Umbridge, uma mulher realmente encantadora que estou certo que terá muito prazer em aconselhá-los.
Rox, eu soube, e é importante alegar que fiquei bastante decepcionado, que você teve que comparecer a uma Detenção com Dolores Umbridge na companhia de Potter, entendo que você acredite nele, mas talvez, devesse procurar saber se está realmente tudo bem com a sua cabeça.
Isto me leva a lhes dar mais conselhos. Como já insinuei acima, o regime de Dumbledore em Hogwarts talvez esteja no fim. Sua lealdade, Rony e Rox, não deve ser a ele, mas à escola e ao ministro.
Lamento muito saber que, até o momento, a Profa. Umbridge está encontrando muito pouca cooperação dos professores em seu esforço para realizar as mudanças necessárias em Hogwarts que o ministro tão ardentemente deseja (embora sua tarefa deva ficar mais fácil a partir da próxima semana – leiam o Profeta Diário amanhã!). Só lhes adiantarei uma coisa – um estudante que se mostrar disposto a ajudar a Profa. Umbridge agora talvez fique bem colocado para se candidatar à função de monitor-chefe dentro de mais uns dois anos!
Sinto muito não ter podido vê-los com mais frequência durante o verão, e desculpe-me, Rox, por como agi com você antes de sair de casa. Dói-me criticar os nossos pais, mas receio que não possa continuar a viver sob o teto deles enquanto insistirem em se misturar com o grupo perigoso que cerca Dumbledore. (Se vocês estiverem escrevendo à mamãe uma hora dessas, talvez possam lhes dizer que um tal Estúrgio Podmore, que é um grande amigo de Dumbledore, recentemente foi mandado para Azkaban por invadir o Ministério. Talvez isto abra os olhos deles para o tipo de ralé com que presentemente estão convivendo.) Considero-me uma pessoa de muita sorte por ter escapado do estigma de me associar com gente dessa laia – o ministro não poderia ter sido mais generoso comigo – e realmente espero, Rony e Rox, que vocês também não permitam que os laços de família ceguem vocês para a natureza equivocada das crenças e atos dos nossos pais. Com sinceridade, espero que, em tempo, eles percebam como estavam enganados, e naturalmente estarei pronto a aceitar desculpas formais quando esse dia chegar. Rox, lembre-se do que eu falei, e se afaste daquele garoto, o amigo dos gêmeos, você merece alguém que esteja a sua altura, e não alguém da ralé e sem maturidade.
Por favor, reflitam com muita atenção sobre o que eu disse, particularmente quanto ao Harry Potter, e parabéns mais uma vez por serem agora monitores.
Vosso irmão,
Percy
Eu e Rony nos entreolhamos no momento em que acabamos de ler, ambos enojados, e então atiramos a carta para Harry e Hermione, que juntaram as cabeças e leram. Nem eu, nem meu irmão falamos coisa alguma, até que Harry ergueu os olhos para nós dois alguns minutos depois.
— Então. — Disse, tentando dar a impressão de que achava a coisa toda uma piada — Se vocês quiserem... hum... como é mesmo? — Ele consultou a carta de Percy — Ah, sim... cortar os vínculos comigo, juro que não serei violento.
— Palhaçada! — Falei começando a me alterar e andar de canto a canto no Salão Comunal — Não tem nada de errado com minha cabeça! Por que diabretes todos dizem que eu tô louca!? EU NÃO TÔ LOUCA, CARALHO!
Harry e Hermione se assustaram e me olharam perplexos. Não me importei, pois quando olhei adiante vi que Mia e Cedric estavam sentados em cima de um sofá à frente no Salão, mas não estavam sozinhos, Arc estava com eles. Eu estava prestes a falar algo, mas graças a Deus, Rony me interrompeu, se não talvez eles tivessem certeza que eu estou louca.
— Me dá isso aqui. — Disse meu irmão, estendendo a mão e pegando o papel da mão de Harry — Ele é — Disse Rony gaguejando e rasgando a carta de Percy ao meio — a maior — E rasgou-a em quartos — anta — E mais uma vez em oitavos — do mundo — E atirou os pedaços no fogo
— Deveria ter feito isso quando eu mandei. — Resmunguei cruzando os braços
— Vamos, precisamos terminar esse dever antes do dia amanhecer. — Rony disse a mim e Harry com renovada energia, tornando a puxar o trabalho da Profa. Sinistra para perto
Hermione olhava Rony com uma estranha expressão no rosto.
— Ah, me dá isso aqui. — Disse de repente
— Quê? — Perguntou Rony
— Me dá esses deveres, vou dar uma lida e corrigi-los.
— Você está falando sério? Ah, Hermione, você é uma salvação. — Disse Rony — Que é que eu...
— O que vocês podem dizer é o seguinte: Prometemos que nunca mais deixaremos os deveres para a última hora. — Disse ela, estendendo as duas mãos para receber os nossos trabalhos, mas, ainda assim, tinha o ar de quem estava achando uma certa graça
— Você é um anjo sabia? Eu já disse que te adoro!? — Sorri empolga
— Cof Cof interesseira Cof Cof. — Falou Mia fingindo que estava tossindo, e Arc lhe deu uma cotovelada a mandando ficar quieta
— Mil vezes obrigado, Hermione. — Disse Harry com a voz fraca, entregando o seu texto e tornando a afundar na poltrona, esfregando os olhos
Foi quando eu me joguei em uma poltrona e Marshall pulou em meu colo que eu percebi a porta do Salão Comunal ser aberta lentamente, e as risadas baixas vindas de lá. Olhei de imediato só para contemplar os rostos de Fred, George e, é claro, Lee Jordan. Ambos tinham sorrisos vívidos e cara de quem acabara de aprontar, sorrisos esses que murcharam assim que vislumbraram que a Comunal não estava vazia, e eu de imediato me levantei séria, com o furão em meus braços, olhando diretamente para os três meliantes.
— Oi, linda. Ainda acordada? — Jordan falou com uma voz de inocente, mas uma cara assustada e culpada. Fred e George se entreolharam
— Valeu gente, boa noite. Deu nossa hora. — Disseram juntos os gêmeos
— Onde diabretes vocês três estavam? Vocês sabem que horas são!? — Perguntei andando até os meninos
— Assim... — Fred falou lentamente — Você está falando como monitora que pode nos dar uma detenção, ou como nossa irmã e namorada do nosso melhor amigo aqui?
Eu fechei a cara novamente para eles e cruzei os braços, ainda com Marshall neles.
— Ah, tá certo... já entendi. — Suspirou Fred
— Onde vocês estavam!? — Perguntei novamente — Eu não vejo nenhum dos três desde o almoço. Então, vamos... desembuchem!
Lee olhou suplicante para meus irmãos, Fred e George deram de ombros.
— Começou a namorar com ela porque quis, nem adianta olhar pra gente. — Disse George
— Eu estou por aqui. — Falei passando minha mão direita por cima da minha cabeça, e de repente já me vi jogando um monte de coisa pra cima dos meninos, e eu nem entendia o porquê — Então não me venham com enrolação. Eu já tenho que aturar um povo idiota me chamando de louca e ainda uma droga de carta do imbecil do Percy, mandando eu me tratar... mandando eu me afastar do Harry, e ainda terminar com você, Lee Jordan!
— Percy te mandou uma carta? — Fred se admirou
— Pra mim e Rony. — Suspirei
— Terminar comigo? Mas... Por quê? —Surpreendeu-se Lee
— Porque você é amigo de Fred e George, bom... foi essa a justificativa dele. — Expliquei ainda irritada — Acha que você não é um bom exemplo, sei lá mas o quê. Isso não importa! Não adianta fugir. Me falem logo onde vocês três estavam!
— Pode dizer a verdade pra ela, ela vai entender. Estávamos em Hogsmeade, e daí!? Somos maior de idade. — Falou Fred nem aí com nada
— Hoje não é dia de visitas a Hogsmeade.
— Mas nós sabemos a entrada secreta, não precisamos do Mapa do Maroto que você roubou da gente. — Retrucou George
— Am? — De repente minhas bochechas coraram e eu perdi um pouco a seriedade — Vocês sabiam que foi eu?
— Seus elfos não são muito discretos, sabia? — Fred cruzou os braços — Só nunca falamos nada porque não precisávamos mais tanto dele. O caso é que hoje tinha liquidação na loja de logros e na Dedosdemel, então nós demos uma fugidinha. Não que seja da sua conta isso tudo.
— Hum. Por que não me avisou, Lee? — Voltei a olhar para o menino
— Eu não sabia que você sabia do Mapa e das passagens secretas, desculpa tá? — Ele perguntou com um sorriso tímido
— Tá bom, então. — Resmunguei, mas logo mudei o tom pra uma voz manhosa — Eu tô desde cedinho fazendo atividades, eu estava te procurando pois queria ajuda no dever de Astronomia. Mas você sumiu.
— Desculpa, meu amor. Já terminou as atividades? — Ele perguntou se aproximando de mim
— Mais ou menos. Mione está dando uma olhada pra ver se tá tudo certo. — Respondi no instante em que Marshall saltou dos meus braços para o chão
— Vocês são entediantes. — Resmungou Rony sem nem olhar para a gente, e Harry riu da cara que meu irmão fazia
— Nós vamos dormir. Você vem, Lee? — Os gêmeos chamaram
— Se importa se eu for dormir? Estou morto.
— Não. Daqui a pouco eu também vou. — Comentei seguida de um bocejo
— Boa noite, linda. — Disse ele depositando um beijo rápido nos meus lábios
— Vocês não estão sozinhos, sabia!? — Resmungou Rony novamente
— Boa noite, gatinho. — Falei me despedindo dele
— Falou pessoas. Vou agora lhes tirar o prazer da minha companhia. — Falou Fred antes dos três desaparecerem em direção as escadas do dormitório masculino
— Esses três, hem. — Disse Harry rindo
— Nem me fala. — Bocejei tornando a me sentar na poltrona
Passava agora da meia-noite e a sala comunal estava deserta, exceto por nós quatro, Marshall e Bichento. O único som era o da pena de Hermione riscando frases aqui e ali nos trabalhos, e o farfalhar das páginas dos livros de referência espalhados pela mesa em que ela conferia os vários dados. Eu estava exausta, queria muito conversar com Mia, Cedric e descobrir porque Arc estava aqui, mas não podia enquanto estivesse na companhia de meu irmão, Harry e Mione. Também precisava saber como Ced estava após ter visto Harry com Cho. Sentia-me também estranha, doente, com um vazio no estômago que não tinha ligação alguma com o cansaço, mas tudo a ver com a carta que agora enegrecia e se encrespava em meio às chamas.
Eu sabia que metade das pessoas em Hogwarts me consideravam estranha, e que quase todos achavam que eu estava louca, até os mais próximos; sabia que o Profeta Diário andara fazendo insinuações falsas a respeito de Harry durante meses, mas havia alguma coisa diferente em vê-las escritas daquele jeito, na letra de Percy, em saber que ele estava aconselhando eu e Rony a terminar a amizade com ele e até a contar histórias sobre ele a Umbridge, o que tornava sua situação mais real aos meus olhos como nada antes o fizera. Mas o pior foi o fato de Percy ter me mandado ver se estava tudo bem com a minha cabeça, sendo que é óbvio que estava. Doía, doía muito. Por diversas vezes eu falei coisas de Percy, mas mesmo assim eu o amava, afinal ele é o meu irmão. Conheço Percy desde que eu nasci, mesmo ele sendo um chato, compartilhamos também bons momentos, no entanto, agora, Percy me acha desequilibrada e possivelmente louca.
— O.k., escreva aí. — Disse Hermione a Rony, empurrando-lhe o trabalho e uma folha escrita com sua letra, logo me fazendo esquecer meus pensamentos — E depois acrescente a conclusão que fiz.
— Hermione, sinceramente, você é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci. — Disse Rony com a voz fraca — E se eu tornar a ser grosseiro com você...
— Saberei que você voltou ao normal. — Completou ela — Rox, o seu está tudo certo, mas em Métis, aqui você esqueceu do acento agudo no e, olha.
— Valeu, Mione. Te adoro. — Falei apanhando meu trabalho para corrigir o mínimo erro
— Sei... — Riu ela — Harry, o seu está bom, exceto o pedacinho final. Acho que você deve ter entendido mal a Profa. Sinistra. A lua Europa é coberta de gelo, não de grelos... Harry?
Harry escorregara da poltrona sobre os joelhos e agora estava agachado no tapete puído e chamuscado, espiando as chamas.
— Hum... Harry? — Chamou Rony inseguro — Por que é que você está aí embaixo?
— Porque acabei de ver a cabeça de Sirius no fogo. — Disse Harry calmamente
A princípio eu achei estranho, mas sei que isso era bastante possível, embora estranho. Sirius não se submeteria a um perigo desse, não é?
— A cabeça de Sirius? — Repetiu Hermione — Você quer dizer como na vez em que ele quis falar com você e Vega durante o Torneio Tribruxo? Mas ele não faria isso agora, seria... Sirius!
Ela exclamou, os olhos fixos na lareira; Rony deixou cair a pena, e eu me aproximei para mais perto. Ali, no meio das línguas de fogo, estava parada a cabeça de Sirius, os cabelos longos e escuros emoldurando o seu rosto sorridente.
— Eu estava começando a pensar que você iria se deitar antes de todos os outros terem desaparecido. — Disse o padrinho de Harry — Tenho verificado de hora em hora.
— Você tem aparecido no fogo de hora em hora? — Perguntou Harry com um ar de riso no rosto
— Só por uns segundos para ver se a barra estava limpa...
— Mas e se alguém o tivesse visto? — Perguntou Hermione, ansiosa
— Bom, acho que uma garota... caloura pelo jeito... talvez tenha me visto de relance mais cedo, mas não se preocupe. — Apressou-se Sirius a dizer, quando Hermione levou a mão à boca — Desapareci no instante em que ela me encarou, e aposto que deve ter pensado que eu era uma tora de madeira de forma esquisita ou outra coisa qualquer.
— Mas, Sirius, isto é um risco enorme... — Começou Hermione
— Você está parecendo a Molly. Esta foi a única maneira que pude imaginar de responder à carta de Harry sem recorrer a um código: os códigos são decifráveis.
À menção de ‘carta de Harry’, eu, Rony e Hermione se viramos para o encarar.
— Você não nos contou que tinha escrito a Sirius, Harry! — Disse Hermione em tom de acusação
— Me esqueci. — Disse ele em voz culpada. Mas eu logo me lembrei, de que quando o vi no sábado, ele estava saindo do corujal com Cho, devia ter sido nesse dia — Não me olhe assim, Hermione, não havia nenhuma maneira de alguém ter extraído informações secretas da carta, havia, Sirius?
— Não, estava muito boa. — Disse ele sorrindo — Espera... onde está Vega?
— Dormindo, eu acho. — Respondi — Não esperávamos que você fosse aparecer. Ela vai ficar irada, sabia?
Sirius suspirou.
— Imagino. Digam a ela que a deixei um abraço. Bom... em todo o caso, é melhor nos apressarmos, caso alguém venha nos perturbar... a sua cicatriz.
— O quê...? — Perguntou Rony, mas Hermione o interrompeu
— Nós lhe falaremos depois. Continue, Sirius.
— Bom, eu sei que não tem a menor graça quando dói, mas achamos que não há realmente nada com que se preocupar. Ela doeu o tempo todo no ano passado, não foi?
— Foi, e Dumbledore disse que isso acontecia toda vez que Voldemort estava sentindo uma emoção muito intensa. — Confirmou Harry, ignorando, como sempre, as caretas de Rony e Hermione. Eu no entanto não liguei — Então, talvez ele estivesse apenas, sei lá, realmente furioso ou outra coisa qualquer na noite em que cumpri aquela detenção.
— Bem, agora que ele voltou deverá doer com mais frequência. — Disse Sirius
— Então você acha que não teve nenhuma ligação com o fato da Umbridge me tocar quando eu estava cumprindo a detenção? — Perguntou Harry
— Duvido. Conheço a reputação dela, e tenho certeza de que não é uma Comensal da Morte...
— Ela é maligna bastante para ser. — Disse Harry em tom sombrio, e eu, Rony e Hermione concordamos vigorosamente com a cabeça
— É, mas o mundo não está dividido entre os bons e os Comensais da Morte. — Diisse Sirius com um sorriso enviesado — Mas sei que ela não é flor que se cheire... você devia ouvir o que o Remo diz dela.
— Lupin a conhece? — Perguntei, lembrando-me dos comentários da Umbridge sobre mestiços perigosos na primeira aula
— Não, mas ela apresentou um projeto de lei contra lobisomens há dois anos, que torna quase impossível para ele arranjar um emprego.
Me lembrei da aparência mais andrajosa de Lupin ultimamente, e a minha raiva da Umbridge aumentou ainda mais.
— Que é que ela tem contra lobisomens? — Perguntou Hermione, indignada
— Tem medo, imagino. — Disse Sirius, sorrindo da indignação da garota — Aparentemente, ela tem aversão a semi-humanos; no ano passado também fez campanha para que os sereianos fossem arrebanhados e etiquetados. Imagine desperdiçar tempo e energia perseguindo sereianos quando há biltres como o Monstro à solta por aí.
Rony e eu rimos, mas Hermione pareceu aborrecida.
— Sirius! — Disse em tom de censura. Mas eu me assustei quando percebi que ela não foi a única que falou o nome dele. Arc estava parado ao meu lado e olhava sério para Sirius com os braços cruzados, como se o conhecesse — Francamente, se você fizesse um mínimo esforço com o Monstro, tenho certeza de que ele corresponderia. Afinal de contas, você é o único membro da família dele que restou, e o Prof. Dumbledore disse...
Eu continuava mirando a cara entediada de Arc para com Sirius, sem me dar ao trabalho de ouvir Hermione. Será que eles se conheciam?
— Então, como são as aulas da Umbridge? — Interrompeu-a Sirius — Está treinando vocês para matar mestiços?
— Mas é óbvio que ele não ia ouvir. — Arc revirou os olhos
— Não. — Respondeu Harry, ignorando a cara de ofendida de Hermione por ter sido interrompida em sua defesa do Monstro — Ela não está deixando a gente usar magia.
— Só o que fazemos é ler livros-texto idiotas. — Disse Rony
— Ah, bom, era de esperar. A informação que temos de dentro do Ministério é que Fudge não quer que vocês recebam treinamento de combate.
— Treinamento de combate! — Repetiu Harry incrédulo — Que é que ele acha que estamos fazendo aqui, montando um exército bruxo?
— É exatamente o que ele acha que vocês estão fazendo. — Disse Sirius — Ou melhor, é exatamente o que ele receia que Dumbledore esteja fazendo, formando seu exército particular, com o qual poderá tomar de assalto o Ministério da Magia.
Ao ouvir isso, fizemos uma pausa, depois Rony disse:
— Essa é a coisa mais idiota que eu já ouvi, mesmo levando em conta todas as que Luna Lovegood inventa.
— Ôu. Ela é legal, sabia!? — Protestei
— Então estamos sendo impedidos de aprender Defesa Contra as Artes das Trevas porque Fudge tem medo que a gente use os feitiços contra o Ministério? — Perguntou Hermione, furiosa
— É. — Confirmou Sirius — Fudge acha que Dumbledore não se deterá diante de nada para tomar o poder. Está ficando cada dia mais paranoico com relação a Dumbledore. É uma questão de tempo ele mandar prendê-lo sob alguma acusação fajuta.
Isto me lembrou a carta de Percy.
— Você sabe se vai sair alguma coisa sobre o Dumbledore no Profeta Diário amanhã? — Perguntei — Percy, meu irmão, acha que sairá...
— Não sei. Não vi ninguém da Ordem o fim de semana inteiro, estão todos ocupados. Ficamos somente o Monstro e eu...
Havia uma nítida nota de amargura na voz de Sirius.
— Então você também não teve nenhuma notícia de Hagrid? — Perguntou Harry
— Ah... — Disse Sirius — Bom, ele já devia estar de volta, ninguém tem muita certeza do que aconteceu — Então, notando a nossa expressão chocada, acrescentou depressa: — Mas Dumbledore não está preocupado, então vocês não precisam ficar nervosos. Tenho certeza de que Hagrid está ótimo.
— Mas se ele já devia estar de volta. — Comentou Hermione com uma vozinha ansiosa
— Ele e Madame Maxime estavam juntos, estivemos em contato com ela e soubemos que os dois tiveram de se separar na volta... mas não há nada que sugira que ele esteja machucado ou... bem, nada que sugira que ele não esteja perfeitamente bem.
Pouco convencidos, eu, Mione e os meninos nos entreolhamos preocupados.
— Escutem, não saiam por aí fazendo perguntas sobre a ausência de Hagrid. — Acrescentou Sirius — Assim, irá atrair mais atenção para o fato de ele não ter voltado, e sei que Dumbledore não quer isso. Hagrid é durão, vai se sair bem.— E quando viu que nós não parecemos se animar, Sirius perguntou: — E, afinal, quando é o próximo fim de semana de vocês em Hogsmeade? Estive pensando, nos saímos muito bem com o disfarce de cachorro na estação, não foi? Achei que podia...
— NÃO! — Exclamamos eu, Harry e Hermione juntos, muito alto
— Não adianta. Ele é cabeça dura. — Resmungou Arc ainda de braços cruzados
— Sirius, você não leu o Profeta Diário? — Perguntei, nervosa
— Ah, aquilo. — Coomentou Sirius rindo — Sempre estão adivinhando onde estou, mas não têm realmente a menor ideia...
— É, mas acho que desta vez eles têm. — Disse Harry — O Malfoy disse uma coisa no trem que nos fez pensar que ele sabia que era você, e o pai dele estava na plataforma, Sirius... você sabe, o Lucius Malfoy... então não apareça por aqui em hipótese alguma. Se Malfoy o reconhecer de novo...
— Está bem, está bem, entendi o recado. — Ele pareceu desgostoso — Foi só uma ideia, pensei que você talvez gostasse de se encontrar comigo.
— O dramático! — Disse Arc novamente com um revirar de olhos me deixando bastante intrigada
— Gostaria, só não quero ver você atirado de volta em Azkaban! — Disse Harry — E tenho certeza que nem a Vega, ela parecia está chorando depois que leu a mensagem do Profeta sobre você. Estamos preocupados.
Houve uma pausa em que Sirius olhou para Harry, uma ruga entre seus olhos fundos.
— Você parece menos com o seu pai do que eu pensei. — Disse finalmente, com uma inconfundível frieza na voz — O risco teria sido a arte mais divertida para o James.
— James. James. Ele não esquece o James nunca. Mesmo ele estando morto! — Resmungou Arc com a cara fechada, e dessa vez eu não consegui me conter
— Qual o seu problema!? Você conhece ele? — Perguntei. Mas só percebi depois que fiz a burrada que eu tinha acabado de fazer. Arc arregalou os olhos para mim, Harry, que estava prestes a falar algo, se calou, Rony e Hermione me olharam, Sirius pareceu levemente intrigado
— Rox... — Rony falou sem jeito. Senti minhas bochechas esquentarem e meu coração saltar
Eu não tô louca. Comecei a repetir para mim mesma em pensamento.
— Rox, você viu alguma coisa? — Sirius falou fazendo-nos olhar para ele
— Não. Eu... não. — Falei nervosa
— Me diz uma coisa. Hey, você não está louca, ok? Só me responde uma coisa. — Chamou Sirius, ignorando as caras de Rony, Harry e Hermione — Você nasceu no início de março?
— Dia primeiro, por quê?
— Carácoles! Que merda. — Ele se virou pra um canto
— O que aconteceu? — Rony perguntou
— Preciso falar com a Molly. Se eu estiver mesmo certo! Como podemos ter esquecido disso!? Com ela tão debaixo do nosso nariz... mas é claro.
— Droga! Ele lembrou. — Arc suspirou — Como eu também esqueci disso!!?
— É ela!? — Mia pareceu decididamente nervosa, e Ced suspirou sem dizer nada
— Estava meio óbvio, não? — Perguntou ele — Se ela nos ver e tal... acharam o quê?
— Sirius do que você está falando? — Harry perguntou no mesmo instante que eu ficava cada vez mais nervosa
— Sirius, eu juro que não vi nada... é sério.
— Se você viu, não é motivo pra agir dessa forma. Não é sinal de loucura. Aconteceu desde junho, não é? Desde que você foi torturada. Mas que droga. Eu preciso ir. — Falou ele apressadamente parecendo nervoso
— Explica pra ela primeiro, idiota! — Arc bateu com a mão no rosto — Nós não podemos.
— Mas, Sirius... — Começou Harry
— Vou lhe escrever dizendo quando poderei voltar ao fogo, então, está bem? Avisem a Vega que eu mandei um abraço. Mas agora, eu preciso...
Ouvimos um estalido mínimo e o ponto em que estivera a cabeça de Sirius foi retomado pelas chamas saltitantes. A visita dele acabou nos deixando com mais perguntas do que antes, e agora Rony, Harry e Mione tinham os olhos fixos em mim. Mia, Arc e Cedric apenas observavam intrigados.
Mas que merda que eu me meti, hem.
Hello bruxinhoooos!!
Esse foi o capítulo de hoje, e aí, o que acham que vem por aí?? Kkkkkk. Do que o Sirius se lembrou? Será que o trio vai achar que a Rox enlouqueceu? Kkk
Descobriremos isso e outras coisas na próxima sexta-feira.
– Bjos da tia Nick.
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