163 | A New Beginning
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163. Um Novo Começo
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Sinceramente, já tive problemas suficientes para a vida inteira.
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Um segundo arrepiante de silêncio, o choque do momento suspenso no ar: então sobreveio o tumulto, quando os gritos e vivas e brados dos circunstantes rasgaram o ar. O intenso nascente ofuscou as janelas, e todos correram com estardalhaço para Harry, e os primeiros a alcançá-lo foram Rony e Hermione, e então eu já estava lá ao lado deles berrando o quanto eu senti saudades daqueles três idiotas.
Depois Vega, Ginny, Neville e Luna estavam ali, e todos os Weasley e Lavender e Parvati e Hagrid e Kingsley e McGonagall e Flitwick e Sprout, e eu não conseguia entender uma palavra do que cada um deles gritava nem dizer de quem eram as mãos que nos agarravam, puxavam, tentavam abraçar alguma parte do nosso corpo, centenas de pessoas se empurrando, todas decididas a tocar n'O-Menino-Que-Sobreviveu ou n'A Verdadeira Médiumaga, as razões de aquilo ter finalmente terminado...
Quando eu abracei minha família e meus amigos chorando, sentia a felicidade florescendo no meu corpo, uma felicidade inexplicável de ter voltado ao lado certo.
— Você vai voltar a ser ruiva, não é? — Rony perguntou com um olhar estranho enquanto tocava as madeixas platinadas do meu cabelo, e seu comentário foi o suficiente pra arrancar risadas de todos os nossos irmãos
Charlie me levantou do chão quando me abraçou, mamãe e papai choravam. Vega repetia que sabia que eu nunca os trairia, e eu apenas sorria, apenas sorria sem parar, ainda mais depois de ver George e Sol de mãos dadas conversando entusiasmados a alguns passos.
— Parece que eles se acertaram. — Disse uma vozinha atrevida no meu pé do ouvido ao ver quem eu observava
Me virei pra trás encontrando o imbecil do loiro por quem eu fui apaixonada desde sempre, mas havia demorado demais para perceber.
— Seu babaca. — Eu ri — Onde você tava?
— Estuporando Comensais da morte. — Disse Draco sorrindo travesso enquanto dava de ombros
Eu retribui o sorriso, observando sua cara cínica quando ele me abraçou tirando os meus pés do chão, nossos lábios se tocaram na mesma hora, a felicidade vibrando em nossos peitos.
— Eu te amo, sabia? — Ele sussurrou no meu ouvido sem me soltar
— É sei, você diz muito isso. — Disse brincando observando a sua carinha emburrada, apertando o seu pescoço eu lhe beijei mais uma vez antes de acrescentar: — Eu também te amo.
O sol subiu gradualmente sobre Hogwarts, e o Salão Principal resplandecia de vida e luz. Harry era mesmo a celebridade, por mais que muitos também parecessem surpresos com os poderes que demonstrei hoje, pareciam admirados e não temerosos. Era como se Harry e eu fôssemos uma parte indispensável da mescla de manifestações de júbilo e luto, de pesar e comemoração. Todos nos queriam ali, Harry era pra todos um líder e símbolo, éramos seus salvadores e guias. E que não tivéssemos nem ao menos dormido, ou de que só queríamos a companhia de alguns, não parecia ocorrer a ninguém.
— Eu sempre disse que você era o Salvador da Pátria. — Falei em risinhos para o meu melhor amigo que me abraçou de lado sorrindo
— E você a feiticeira poderosa, não? — Retrucou o garoto me fazendo rir
Harry e eu devíamos agora falar aos consternados, apertar suas mãos, testemunhar suas lágrimas, receber seus agradecimentos, ouvir as notícias que agora chegavam aos poucos de todos os lados ao longo da manhã, que os que estavam sob o efeito da Maldição Imperius no país tinham voltado a si, que os Comensais da Morte estavam fugindo ou sendo capturados, que os inocentes de Azkaban estavam sendo libertados naquele exato momento, e que Kingsley Shacklebolt fora nomeado ministro da Magia interino...
O corpo de Voldemort foi retirado e posto em uma câmara ao lado do Salão Principal, longe dos cinquenta outros corpos que tinham morrido, combatendo-o.
Eu recebi com choque a notícia dos que tinham morrido, e me permiti chorar pelas perdas dos meus elfos por algum tempo antes de responder a qualquer que fosse. Draco deixou que eu deitasse no seu peito, incapaz de observar os pequenos corpos de Dênis e Natty. Mas as mortes de Padma, Remo e Tonks também me atingiram, todas elas me quebraram, mas eu sabia que a guerra já passara e que todos eles morreram como heróis.
McGonagall havia reposto as mesas no salão quando adentrei, mas ninguém estava sentado de acordo com as Casas: todos estavam misturados, professores e alunos, fantasmas e pais, centauros e elfos domésticos, e Firenze convalescia deitado a um canto, e Grope espiou para dentro, por uma janela quebrada, e as pessoas estavam atirando comida em sua boca sorridente. Depois de algum tempo, exausta – física e emocionalmente –, me vi sentada em um banco ao lado de Harry e Luna. Draco estava sentado com os pais e Sol.
— Se fosse eu, iria querer um pouco de paz e sossego. — Comentou ela
— Eu adoraria. — Respondeu Harry
— Eu também. — Suspirei
— Eu os distrairei. Usem a capa.
E, antes que Harry ou eu pudessemos falar, ela exclamou:
— Aaah, vejam que máximo aquele bliberente! — E apontou para as janelas. Todos que a ouviram olharam, e Harry escorregou a capa por cima do meu corpo e do dele e nos levantamos
Finalmente era possível andar pelo salão sem interferências. Ginny estava a duas mesas de distância, sentada com a cabeça no ombro da mamãe, com algum de nossos irmãos por perto e nossas duas cunhadas. Vi Neville, a espada de Gryffindor pousada ao lado do seu prato enquanto comia, cercado por um grupinho de fervorosos admiradores. Ao longo dos corredores entre as mesas, caminhei e vi Lavender sentada com Parvati e Demelza, que fazia as outras rirem com algo que acabara de dizer. Vega e Colin estavam perto delas, a garota tinha a cabeça encostada no ombro do namorado e sorria de algo que ele dizia enquanto mexia no seu cabelo. Avistei também Draco e Sol junto com os outros dois Malfoy, juntinhos, meus sogros tinham olhares distintos, como se não soubessem se deviam ou não estar ali, mas ninguém lhes dava a menor atenção. Para todo lado que eu virava, havia famílias reunidas, e, por fim, vi os outros dois cuja companhia eu tanto sentia falta.
— Sou eu — Murmurou Harry, agachando-se entre os dois —, e Rox. Podem nos acompanhar?
Eles se levantaram imediatamente e juntos, Rony, Harry, Hermione e eu, os quatro como deveria ser, deixamos o Salão Principal. Faltavam grandes pedaços da escadaria de mármore, parte da balaustrada desaparecera e, a intervalos, havia entulho e manchas de sangue nos degraus que subíamos. Em algum lugar distante ouviamos Pirraça disparando pelos corredores, cantando o hino da vitória que ele compusera:
Vencemos, esmagamos a fera, Potter é o Máximo,
A feiticeira é da galera, posso cantar à beça, Weasley é a maior,
Voldy já era, então agora vamos nos divertir à vera!
— Realmente passa o sentimento da amplitude e tragédia da coisa, não é mesmo? — Comentou Rony, abrindo uma porta para deixar Harry, Hermione e eu passarmos
A felicidade viria, pensei, e eu realmente estava feliz lá no fundo, feliz porque sobrevivemos, feliz por estar de volta aos meus amigos e por agora ter Draco ao meu lado. Mas, um lado de mim estava anuviada pela exaustão e a dor de perder Dênis e Natália, além de Padma, Lupin e Tonks, essa dor me atravessava pelo caminho como se fosse uma dor física. E, principalmente, eu sentia um estupendo alívio e um grande desejo de dormir. Mas eu estava com tanta saudades daqueles três e curiosa pra saber o que eles haviam aprontado, enquanto eu tinha virado vilã, que os acompanhei.
Eles me contaram por cima um pouco do que acontecera enquanto estive fora, e depois Harry se pôs a contar o que realmente importava para nós três, os ocorridos dessa noite. Primeiro, meticulosamente ele narrou o que vira na Penseira, sobre as lembranças do Snape, e o que acontecera na Floresta, e nem sequer tínhamos começado a expressar todo o nosso choque e assombro quando, finalmente, chegamos ao lugar a que estávamos se dirigindo, embora nenhum de nós tivéssemos mencionado esse destino.
Notei que a gárgula que guardava a entrada para o gabinete do diretor tinha levado um tranco; estava inclinada para um lado, parecendo meio bêbada, e fiquei em dúvida se ela ainda seria capaz de distinguir senhas.
— Podemos subir? — Perguntei incerta à gárgula
— À vontade. — Gemeu a estátua
Passamos por cima dela para chegar à escada em espiral, que subiu lentamente como uma escada rolante. Harry abriu a porta no alto.
Dei uma única olhada na Penseira de pedra que estava sobre a escrivaninha, e um barulho de estourar os tímpanos me fez gritar, pensando em maldições e no retorno dos Comensais da Morte e no renascimento de Voldemort...
Eram, porém, aplausos. A toda volta das paredes, os diretores e diretoras de Hogwarts ofereciam uma vibrante ovação; acenavam com os chapéus e, em alguns casos, com as perucas, esticavam-se através das molduras para cumprimentarem a mim e Harry; dançavam para cima e para baixo das cadeiras em que tinham sido pintados; Dilys Derwent chorava sem constrangimento, Dexter Fortescue agitava a corneta acústica; Phineus Nigellus gritava com sua voz fina e esganiçada: "E que se registre que a Casa da Slytherin fez a sua parte! Que a nossa contribuição não seja esquecida!"
Percebi, entretanto, que assim como eu, Harry só tinha olhos para o homem pintado no maior retrato logo atrás da cadeira do diretor. As lágrimas escorriam por trás dos oclinhos de meia-lua e penetravam nas longas barbas prateadas, e o orgulho e gratidão que emanavam do bruxo inundaram a mim com o mesmo bálsamo do canto da fênix.
Por fim, Harry ergueu as mãos e os retratos respeitosamente silenciaram, sorrindo, enxugando os olhos e aguardando, ansiosos, que ele falasse. O garoto, porém, dirigiu-se a Dumbledore, e escolheu suas palavras com enorme cuidado. Exausto e com a vista turva como estava, precisava fazer um último esforço, para buscar um último conselho.
— A coisa que estava escondida no pomo — Começou ele — deixei-a cair na Floresta. Não sei exatamente onde, mas não vou sair procurando. O senhor concorda?
— Meu caro rapaz, concordo. — Respondeu Dumbledore, enquanto seus colegas retratados se mostravam confusos e curiosos — Uma decisão sábia e corajosa, mas eu não esperava menos de você. Alguém mais sabe onde caiu?
— Ninguém mais. — Disse Harry, e Dumbledore assentiu satisfeito — Mas vou guardar o presente de Ignoto — Acrescentou Harry, e Dumbledore abriu um largo sorriso
— Naturalmente, Harry, será sua para sempre até você passá-la adiante!
— E tem mais isto.
Harry ergueu a Varinha das Varinhas, e Rony e Hermione a olharam com uma reverência que, mesmo em meu estado de tonteira e falta de sono, deu pra perceber que Harry não gostou de ver.
— Não a quero. — Disse Harry
— Quê?! — Exclamou Rony em voz alta — Você é maluco?
— Eu sei que é poderosa. — Continuou Harry, extenuado — Mas eu era mais feliz com a minha. Portanto...
Ele procurou na bolsa pendurada ao pescoço e retirou as duas metades de azevinho ainda ligadas apenas por um fio de pena de fênix. Pelo que eles me disseram Hermione tinha dito que não poderia ser consertada, que o dano era sério demais. Mas eu entendi o olhar de Harry quando ele colocou a varinha partida sobre a escrivaninha do diretor, tocou-a com a ponta da Varinha das
Varinhas e disse:
— Reparo!
E, enquanto sua varinha se emendava, faíscas vermelhas subiram de sua ponta. Eu arregalei os olhos percebendo que ele conseguira. Harry panhou a varinha de azevinho e fênix, e parecia extasiado.
— O que vai fazer com a outra? — Perguntei indicando a antiga varinha de Dumbledore
— Estou devolvendo a Varinha das Varinhas — Comunicou ele a mim, mas também a Dumbledore, que o contemplava com enorme afeição e admiração — ao lugar de onde veio. Ela pode continuar lá. Se eu morrer de morte natural como Ignoto, o seu poder será rompido, não é? O senhor anterior nunca foi vencido. E será o fim dela.
Dumbledore assentiu. Eles sorriram um para o outro.
— Você tem certeza? — Perguntou Rony. Havia um levíssimo vestígio de desejo em sua voz ao olhar para a Varinha das Varinhas
— Acho que Harry está certo. — Disse Hermione em voz baixa
— Está. — Concordei
— A varinha não vale a confusão que provoca — Respondeu Harry — Sinceramente – deu as costas aos retratos —, já tive problemas suficientes para a vida inteira.
Eu sorri orgulhosa de meu amigo e sabendo o quanto aquilo era verdade enquanto caminhava com eles para sair da sala.
— É — Falei, mas minha cabeça estava mesmo era pensando no quão macia eram as camas de dossel de Hogwarts, e me perguntando se Draco seria um cavalheiro de trazer pra mim um sanduíche ou ao menos me fazer companhia —, concordo com você.
E só tinha dado um passo para sair do gabinete quando avistei o bendito loiro parado no corredor como se sentisse onde eu estava e soubesse que eu precisava dele. Draco colocou as mãos no bolso e fez um cumprimento com a cabeça para meus amigos e o meu irmão, antes de se voltar pra mim, sorrindo e entendendo bem os meus pensamentos.
Hello bruxinhooos!!!
Ai meu Deus, eu vou chorar kkkkk, espera, não ainda, ainda temos o epílogo, e então... The End, Meus amores!!!
Mas calma, calma, junto com o fim eu trago uma surpresa pra vocês. Curiosos? Nos vemos sexta-feira com o epilogo que encerra o fim de um ciclo e a novidade que vos aguarda.
– Bjos bjos bjos da tia Nick.
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