152 | The Slytherins
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152. Os Slytherins
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Talvez esteja na hora da Slytherin escolher a quem é leal, está na hora da Slytherin fazer o certo.
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Harry e Luna demoraram mais do que achei que fosse possível, não que eu esperasse que fossem voltar de uma hora pra outra, mas eu estava nervosa e com mal pressentimento, minha perna tremia quando eu me sentei ao lado de Parvati em um sofá da sala precisa, em mente eu suplicava que Harry encontrasse a Horcrux, em mente eu também pedia que Rox voltasse.
— Mamãe quase não nos deixou voltar. — Parvati suspirou encostando a cabeça no sofá — Mas depois viu que não conseguiria prender eu e a Pad em casa pra sempre, tínhamos que lutar.
— Eu estou feliz que você voltou. — Sorri para a minha amiga que retribuiu o sorriso, mesmo com o olhar um pouco distante, eu sabia que faltava algo, e machucava muito estar só nós duas aqui, enquanto Rox e Sol estão lá fora e todo o mundo acredita que elas são vilãs
Nesse tempo de espera e nervosismo me vejo relembrando cada momento que tive aqui em Hogwarts, tudo o que passei, e sobre minha amizade com as três, que machuca só de lembrar, mas é bem pior se eu pensar em Blaise. Sou então interditada dos meus pensamentos assim que ouço passos e mais pessoas surgem do túnel da Sala Precisa.
Ali, para o meu espanto, agora se encontravam Remo Lupin, Kingsley, Oliver Wood, Katie Bell, Angelina Johnson e Alícia Spinnet, Bill e Fleur, e o sr. e a sra. Weasley. Mas quase chorei ao perceber que eles não eram os únicos.
— Lavender! — Disse uma voz que conseguia ser doce mesmo em uma guerra, mas ela não precisava chamar eu já tinha corrida na direção deles
— Mãe! Pai! — Exclamei enquanto os abraçava com força sentindo meus olhos arderem, mas eu sabia que eles viriam. A Ordem da Fênix viria
Eu me agarrei a eles como se a minha vida dependesse disso, não queria soltá-los nunca mais, era tão bom saber que eles estavam bem, que estavam vivos.
— Calma Lalinha, a gente não vai fugir. — Disse papai bagunçando o meu cabelo, mas tinha dor em seus olhos ao notar o meu estado, embora também orgulho por eu ter resistido
— Bonito, srta. Vega, bonito. — Riu-se a Sra. Weasley enquanto abraçava e repreendia a garota por ter fugido da casa deles para tornar a Hogwarts, tudo isso depois que ela se agarrou a Rony e Hermione
— Onde está o Harry? — Lupin perguntou, e então olhou para Neville — Vocês disseram que ele estava aqui.
— E está... — Disse Rony — Aqui em Hogwarts, no caso, mas agora ele está procurando por...
— Algo muito importante. — Completou Hermione enquanto cumprimentava outros membros da Ordem — Mas vai voltar em um instante.
— Como vocês estão? Onde vocês estavam? Cadê a vovó? — Perguntei à papai e mamãe enquanto o restante da Ordem se preocupava em cumprimentar os demais
Papai e Mamãe me atualizaram sobre o que tinha acontecido nas duas últimas semanas e onde vovó estava. Eu escutei com atenção cada detalhe do que eles diziam, me sentindo mais do que feliz em estar ali com eles, de vê-los bem e vivos. Estávamos todos perdidos em conversas quando escutamos passos apressados e notamos que Harry e Luna tinham voltado.
— Seu imbecil! — Vega xingou, mas suspirava aliviada em vê-lo — Se você tivesse demorado mais um segundinho eu iria atrás de você e acabar com qualquer um que aparecesse no meu caminho.
— Harry, que está acontecendo? — Perguntou Lupin, indo ao seu encontro no pé da escada
— Voldemort está a caminho, estão barricando a escola... Snape fugiu... que estão fazendo aqui? Como souberam?
— Enviamos mensagens a todo o resto da Armada de Dumbledore. — Explicou Fred — Você não esperava que o pessoal fosse perder a festa, Harry, e a Armada de Dumbledore avisou a Ordem da Fênix, e a coisa virou uma bola de neve.
— Que vai ser primeiro, Harry? — Perguntou George — Que está acontecendo?
— Estão evacuando os alunos menores, e todos vão se encontrar no Salão Principal para nos organizarmos. — Disse Harry — Vamos lutar.
Ergueu-se um forte brado e uma onda de pessoas avançou para a escada; Harry foi empurrado contra a parede quando elas passaram apressadas, uma mistura de membros da Ordem da Fênix, da Armada de Dumbledore e da antiga equipe de quadribol de Harry, todas empunhando varinhas, em direção ao interior do castelo, mas eu não fui de imediato.
— Vamos, Luna. — Chamou Dean ao passar, estendendo-lhe a mão livre; ela segurou-a e acompanhou o amigo escada acima
A multidão foi rareando: apenas um grupinho de pessoas permaneceu na Sala Precisa, e Harry se reuniu a elas. A sra. Weasley debatia-se com Ginny e Vega. Em torno das duas, Lupin, Fred e Jorge, Bill e Fleur. E Demelza estava parada olhando de mim pra Ginny, eu sei que ela estava esperando pela melhor amiga para ir, já Colin observava a namorada sem saber o que fazer, mas parecia concordar com a situação.
— Você é menor de idade! — Gritava a sra. Weasley para a filha quando me aproximei — Vocês duas são! Não vou permitir! Os rapazes, sim, mas vocês tem que voltar para casa.
— Sinto muito, Sra. Weasley, mas eu não posso fazer isso. — Dizia Vega com determinação
— E eu não vou voltar.
Os cabelos de Ginny esvoaçavam enquanto ela tentava soltar o braço do aperto da mãe.
— Estou na Armada de Dumbledore...
— ... um bando de adolescentes!
— Um bando de adolescentes que está disposto a enfrentar ele, o que mais ninguém se atreveu a fazer! — Replicou Fred
— Ginny tem dezesseis anos! E Vega só tem quinze! — Gritou a sra. Weasley — Elas não tem idade suficiente!
— Meus pais teriam me deixado lutar. — Retrucou Vega casualmente com a voz distante, que quase foi o suficiente pra fazer a Sra. Weasley se calar, mas apenas deixou um efeito pesado no ar
— Você não vai lutar! — Disse Harry muito sério se aproximando dela — A Sra. Weasley está certa, você tem quinze anos, Vega! Estou dizendo que você não vai!
A garota deu de ombros e cruzou os braços. Eu olhei para Demelza, lembrava bem que ela também é menor de idade, mas ela não parecia alguém muito afim de ouvir sermão de ninguém, apenas observava a situação calada, suplicando que Ginny fosse liberada. Observei a garota Misttigan olhar para o namorado, que estava meio em êxtase com a situação e toda a gritaria.
— A Sra. Weasley tá certa, Vê. — Disse finalmente, meio suspirando e não se deixando abalar pelo olhar sério dela — Você não deveria ficar, nem você, nem a Ginny e nem o Dênis.
— Agora sobrou pra mim também? — Retrucou o garoto de cabelos castanhos que eu nem tinha percebido que também estava presente — Sinto muito, Colin, mas não vai rolar.
Colin se virou e lançou um olhar sério para o irmão mais novo.
— Você, o Nigel e a Natty vão embora sim, nenhum dos três vão ficar, se a... — Mas ele se perdeu nas próprias palavras
— Exatamente, ela não está aqui, e nós vamos lutar, porque somos da Gryffindor, irmão, é isso que fazemos. — Disse Dênis autoritário, dando ênfase no "ela", e eu sabia que se referiam a Rox, somente ela seria capaz de impedi-los de lutar. O mais novo dos Creevey simplesmente caminhou em direção a saída do túnel onde Nigel Wolpert e Natália McDonald, os elfos mais novos de Rox o esperavam, três crianças...
Colin bufou. Vega o observava com uma sobrancelha arqueada.
— Não posso forçá-los a ir embora, e nem você, mas eu escutaria a Sra. Weasley, se eu fosse você, Vê, a gente só quer o seu bem. Te vejo depois, cupcake. — Suspirou o garoto caminhando para a saída, e não dando ouvidos ao chamado da namorada, apertava com força a varinha em sua mão e eu nunca tinha o visto tão sério
— Col? Colin Creevey volta aqui agora! — Exclamava Vega irada, mas não se levantou, não com o olhar da Sra. Weasley sobre ela
— Ele está certo! Harry está certo! — Rosnou a Sra. Weasley — Vocês não têm idade suficiente! Que é que vocês dois tinham na cabeça quando trouxeram a Ginny junto...
Fred e George pareceram um pouco envergonhados.
— Mamãe tem razão, Ginny. — Disse Bill, delicadamente — Você não pode lutar, nem você e nem Vega. Todos os menores de idade terão de se retirar, é o certo.
— Eu não vou. — Disse Demelza cruzando os braços e se encostando na parede; eu a olhei imediatamente pedindo que ela ficasse quieta e não interferisse naquele assunto
A Sra. Weasley olhou para a garota com um olhar que dizia claramente que ela não estava ajudando em nada.
— Eu tenho a idade da Ginny, na verdade sou mais nova por uns dias e não vou embora, vou ficar e lutar pela minha escola como uma boa membra da Gryffindor faria! — A garota disse convencida, e eu confesso que queria ser parente dela só pra fazê-la voltar pra casa, mas se bem que ninguém parece capaz de obrigar a Demelza a algo
— Demelza. — A repreendi — Você sabe que não deveria...
— Se fosse você, ou até mesmo o Harry há um ou dois anos atrás vocês ficariam e lutariam ou iriam embora? — A garota retrucou com verdade demais pra ser questionada. Eu e Harry não respondemos, a resposta era óbvia — Viu? Eu vou ficar!
A Sra. Weasley suspirou.
— Não posso te obrigar a ir pra casa — Disse ela, logo tornando a olhar para as duas meninas —, mas eu posso fazer isso com essas duas aqui, e estou dizendo que Ginny e Vega vão voltar imediatamente.
— Eu não quero ir! — Vega lamentou-se e era notório seu esforço para não chorar — Meus pais morreram por essa causa, e se for preciso, eu morrerei também, mas não vou fugir, ninguém vai me fazer ir embora! Eu vou lutar! Eu quero lutar, e vou honrar a morte dos meus pais!
— A Vega está certa, eu também não posso ir para casa! — Gritou Ginny, lágrimas de raiva brilhando em seus olhos — Toda... — Mas ela se perdeu nas próprias palavras, e eu sabia que era porque Rox veio na sua mente — Quase toda a minha família está aqui, eu não suportaria ficar lá sozinha, esperando sem saber e...
Seus olhos encontraram os de Demelza, que a esperava, ela me olhou suplicante, e então olhou para Harry, estava suplicante a procura de apoio, mas quando Harry sacudiu a cabeça, a garota lhe deu as costas amargurada.
— Ótimo. — Disse ela, com os olhos na entrada do túnel para o Cabeça de Javali — Vou dizer adeus então e...
Ouvimos alguma coisa raspando e um forte baque: alguém mais saíra do túnel, desequilibrara-se um pouco e caíra. O homem se guindou para a cadeira mais próxima, olhou ao redor através dos óculos tortos e perguntou:
— Cheguei tarde demais? Já começou? Acabei de saber, então eu... eu...
Percy Weasley embatucou e se calou. Evidentemente, não tinha esperado topar com quase toda a família. Houve um longo momento de espanto, rompido por Fleur que se virou para Lupin e falou, em uma tentativa muito transparente de quebrar a tensão:
— Entam... come vai o pequene Tedí?
Lupin piscou os olhos, espantado. O silêncio entre os Weasley pareceu se solidificar, como gelo.
— Eu... ah, sim... está ótimo! — Respondeu Lupin em voz alta — É, a Tonks está com ele... na casa da mãe.
Percy e os outros Weasley continuavam a se encarar, paralisados.
— Olhe, tenho uma foto! — Gritou Lupin, puxando uma foto do bolso interno do blusão e mostrando-a a Fleur e Harry, eu e Demmy nos aproximamos para ver também, um lindo bebezinho com um tufo de cabelos turquesa-berrante, acenando os punhos gorduchos para a máquina fotográfica
— Ai que coisa mais linda! — Disse Demelza com sinceridade admirando as grandes bochechas do pequeno Teddy; era incrível como ela se distraía facilmente — Queria um bebê metamorfomago também, mas é meio difícil achar um pra adotar, né? — E quando Lupin e Fleur piscaram sem entender, ela acrescentou: — Que foi? Eu não gosto de homens, não vou casar com um só pra ter um bebê, graças a Merlim, inseminação também tá aí pra isso.
Eu realmente quase ri da fala da garota.
— Fui um tolo! — Bradou Percy, tão alto que Lupin quase deixou cair a foto, e Demmy e eu nos assustamos — Fui um idiota, um covarde pomposo, fui um... um...
— Cego pelo Ministério, um renegador da família, um debilóide sedento de poder. — Concluiu Fred
Percy engoliu em seco.
— Fui tudo isso!
— Bem, você não poderia falar com maior justeza. — Disse Fred, estendendo a mão ao irmão
A sra. Weasley caiu no choro. Avançou correndo, empurrou Fred para o lado e puxou Percy para um abraço de sufocar, enquanto ele retribuía com palmadinhas em suas costas, com os olhos no pai.
— Desculpe, papai. — Pediu Percy
O sr. Weasley piscou rapidamente, então, ele também apressou-se a abraçar o filho.
— Que o fez tomar juízo, Percy? — Perguntou George
— Eu já vinha tomando há algum tempo. — Respondeu ele, enxugando os olhos por baixo dos óculos com uma ponta da capa de viagem — Mas precisava encontrar um modo de sair e não é fácil, no Ministério não param de prender traidores. Consegui fazer contato com Aberforth e ele me avisou faz dez minutos que Hogwarts ia resistir, então vim. E eu soube de Rox e...
— Não é um bom momento... — Aconselhou Fred que não parecia querer perder o clima de reconciliação conversando sobre a irmã a qual eles realmente parecem achar que os traiu. O Sr. e a Sra. Weasley se mostraram apreensivos com a recente menção
— Bem — Começou George para tirar aquele clima —, esperamos que os nossos monitores assumam a liderança em momentos como esses. — E fez uma boa imitação do tom mais pomposo de Percy — Agora vamos subir e lutar, ou não sobrará bons Comensais da Morte para nós.
— Então, você agora é minha cunhada? — Perguntou Percy, apertando a mão de Fleur enquanto se apressavam a subir as escadas com Bill, Fred e George
Me virei para tentar sibilar e chamar Demelza para irmos também, meus pais e Parvati já estavam lá em cima, mas logo notei que Demmy não estava mais no mesmo lugar.
— Ginny! Vega! — Bradou a sra. Weasley. As duas garotas estavam tentando, sob o disfarce da reconciliação, subir furtivamente, Demelza Robbins ao lado delas
— Molly, vou dar uma sugestão. — Disse Lupin — Por que Ginny e Vega não ficam aqui, pelo menos permanecerão no castelo e saberão o que está acontecendo, mas não estarão no meio da batalha?
— Eu...
— É uma boa ideia. — Disse o sr. Weasley, com firmeza — Ginny e Vega, vocês ficam aqui nesta sala, ouviram?
Ginny não pareceu gostar muito da ideia, mas sob o olhar raramente severo do pai concordou, e Vega também acabou concordando ao olhar sério de Harry, mas eu tinha certeza que elas não ficariam ali por muito tempo. O sr. e a sra. Weasley e Lupin se encaminharam também para a escada.
— Nem me olhe com essa cara. — Disse Demelza vindo até mim — Ginny é minha melhor amiga, mas eu não vou ficar trancada aqui enquanto a festa rola lá fora.
— É uma guerra. — Repliquei entredentres
— Onde está Rony? — Perguntou Harry virando-se pra mim — Onde está Hermione?
— Já devem ter subido para o Salão Principal. — Falei por cima do ombro
— Não os vi passar. — Respondeu Harry
— Nem eu. — Suspirei — Mas Pati também subiu sem que eu visse.
— Eles disseram alguma coisa sobre um banheiro — Disse Ginny — pouco depois de você sair.
— Um banheiro?
Harry atravessou a sala a passos largos em direção a uma porta que abria para fora da Sala Precisa e verificou o banheiro além. Enquanto isso eu e Demelza corremos para a escada.
Era chegada a hora.
***
A abóbada encantada do Salão Principal estava escura e salpicada de estrelas, e abaixo viam-se as quatro longas mesas ocupadas por alunos desarrumados, alguns de capas de viagem, outros de robes. Aqui e ali, brilhavam os vultos branco-perolados dos fantasmas da escola. Todos os olhares, dos vivos e dos mortos, fixavam-se na professora McGonagall, que falava de cima de uma plataforma no fundo do salão. Atrás dela, achavam-se, em pé, os demais professores, inclusive o centauro baio, Firenze, e os membros da Ordem da Fênix que tinham vindo lutar.
— ... a evacuação será supervisionada pelo sr. Filch e por Madame Pomfrey. Monitores, quando eu der a ordem, vocês organizarão os alunos de suas Casas e os levarão, enfileirados, ao lugar da retirada.
Muitos alunos pareciam petrificados. Entretanto, quando eu e Demmy contornávamos as paredes, examinando a mesa da Gryffindor, Ernesto Macmillan se levantou à mesa da Hufflepuff e perguntou:
— E se eu quiser ficar e lutar?
Ouviram-se breves aplausos.
— Se você for maior de idade, pode ficar. — Definiu McGonagall
— E as nossas coisas? — Perguntou uma garota à mesa da Ravenclaw — Nossos malões, nossas corujas?
— É muita gente idiota nesse mundo, hem. — Demelza resmungou ao meu ouvido — Alguém dê um tapa naquela garota, por favor.
— Não temos tempo para recolher pertences. — Respondeu a professora — O importante é sair daqui são e salvo
— Onde está o professor Snape? — Gritou uma garota à mesa da Slytherin. Era Tracey Davis, que estava sentada entre Emília Bulstrode e Sophie Roper
— Para usar a expressão vulgar, ele se mandou. — Esclareceu a professora, e ouviu-se uma grande ovação nas mesas da Gryffindor, Hufflepuff e Ravenclaw
Demelza e eu andamos ao longo da mesa da Gryffindor e nos sentamos assim que achamos Parvati. Quando notei uma onda de murmúrios subindo percebi que Harry andava ao fundo do salão, ainda procurando Rony e Hermione. Vários rostos se voltaram para ele.
— Já fizemos a proteção ao redor do castelo — Continuava a professora —, mas é pouco provável que dure muito tempo, a não ser que a reforcemos. Portanto, devo pedir a vocês que andem rápida e calmamente e façam o que os seus monitores...
Suas palavras finais, no entanto, foram abafadas por outra voz que ecoou pelo salão. Era aguda, clara e fria: não era possível identificar sua origem; parecia sair das próprias paredes. Tal como o monstro que, no passado, ela comandara, poderia estar ali, em estado de latência, havia séculos.
"Sei que estão se preparando para lutar."
Ouviram-se gritos entre os alunos, alguns se abraçaram, aterrorizados, enquanto procuravam ao redor de onde vinha aquele som. Eu e Parvati nos entreolhamos.
"Seus esforços são inúteis. Não podem lutar comigo. Não quero matar vocês. Tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Não quero derramar sangue mágico."
Fez-se, então, silêncio no salão, o tipo de silêncio que comprime os tímpanos, que parece vasto demais para ser contido entre paredes.
"Entreguem-me Harry Potter", disse a voz de Voldemort, "e ninguém sairá ferido. Ninguém precisará sentir o peso e a crueldade da minha arma. Entreguem-me Harry Potter, e não tocarei na escola. Entreguem-me Harry Potter e serão recompensados.
"Terão até meia-noite."
O silêncio tornou a nos engolir. Todas as cabeças se viraram, todos os olhares no salão pareciam ter encontrado Harry, para mantê-lo congelado à luz de milhares de raios invisíveis. Então, uma pessoa se levantou à mesa da Slytherin e reconheci Pansy Parkinson, ela tremia, e tinha os olhos meio arregalados, percebi que ela estava prestes a dizer alguma coisa, mas Theodore Nott também se levantou e segurou no braço dela. Vi os dois se fitarem e o olhar de Pansy se suavizar ao simples toque, e então os dois se sentaram, ele ainda segurando seu braço tentando acalmá-la. Mas Tracey Davis pareceu aturdida e indiferente com aquele breve momento, e saltou da cadeira, esticou para o alto um braço trêmulo e gritou:
— Que merda vocês estão fazendo!? Mas ele está ali! Potter está ali! Agarrem ele!
Antes que Harry pudesse falar, houve um movimento massivo. Eu, Demmy e Parvati nos levantamos, mas não só a gente, todos os alunos da Gryffindor tinham se erguido à sua frente e encaravam, não Harry, mas os colegas da Slytherin. Em seguida, os da Hufflepuff se puseram de pé e, quase no mesmo momento, os da Ravenclaw, todos de costas para Harry, todos olhando para Tracey, logo varinhas surgiram por todo lado, sacadas de capas e mangas.
— Obrigada, srta. Davis. — Disse a professora McGonagall, em tom seco — Será a primeira a deixar o salão com o sr. Filch. Se os demais alunos de sua Casa puderem acompanhá-la...
Ouvi o atrito dos bancos no chão e o barulho dos alunos da Slytherin se levantando prontos para sair pelo lado oposto do salão.
— Esperem! — Theodore Nott gritou de repente, acabara de se levantar, atraindo todos os olhares sobre si, estava nítido o quanto ele tremia, e acho que nunca o vi verdadeiramente sério — Vocês vão mesmo embora? Vão mesmo provar que é verdade tudo o que sempre pensaram da nossa casa? Vão mesmo fazer isso? Não me olhem com essas caras! Eu sei que sempre fui um palhaço, um idiota, e nunca falei nada sério, mas aqui estou, tremendo, sabem porquê? Porque o meu pai e a minha irmã são Comensais da Morte, minha única família está daquele lado, mas, eu não quero ser como eles, e vocês? Querem mesmo fugir? Eu também estou com medo, mas deixar Você-Sabe-Quem ganhar será a ruína de todos, além do mais chega uma hora que é preciso lutar. Talvez esteja na hora da Slytherin escolher a quem é leal, está na hora da Slytherin fazer o certo.
Alguns murmúrios soam pelo salão. Eu e Parvati nos entreolhamos, um sorriso formando nos nossos lábios.
Pansy Parkinson se levanta, ficando ao lado de Theodore e sorrir.
— Vamos lutar! — Ela fala convicta, seus dedos se entrelaçando com os do Nott, e com isso mais alunos da Slytherin bradaram sorrindo, não todos, mas o bastante, o bastante para provar que a Slytherin nunca foi ao todo uma casa de vilões, eles são ambiciosos, astutos e valorizam a autopreservação acima de tudo, mas não são covardes
Senti uma dor no coração quando Blaise se virou para me olhar, mas não sustentou suas íris em mim por muito tempo, Daphne Greengrass segurava sua mão e os dois estavam de pé, ambos escolheram ficar e lutar. Não que eu esperasse que Blaise fosse um vilão, mas não contava com ele convencendo as irmãs Greengrass a ficarem, no fundo isso me deixava feliz, mas no fundo doía vê-los juntos.
Theodore sorria confiante, de mãos dadas com Pansy Parkinson, mas os dois tremiam, estavam às vésperas de enfrentar os próprios pais e isso devia doer muito, mas eles estavam contentes em ficar e lutar. Eu nunca pensei que eu veria essa cena, mas era satisfatória, imaginei o que Rox diria ao ver.
— Ah — Disse o Nott com um sorrisinho virando-se para McDonald —, desculpa pela intromissão, professora. Pode continuar.
A professora sorria quando prosseguiu. Lentamente, as quatro mesas se esvaziaram. Muitos da Slytherin haviam ido embora, mas muitos ficaram também, não era mais que a metade deles, mas era um bom número. Alguns alunos mais velhos da Ravenclaw continuaram sentados depois que os colegas saíram: um número ainda maior de alunos da Hufflepuff ficou para trás, e metade da Gryffindor não deixou os bancos, foi preciso a professora McGonagall descer da plataforma para fazer os menores de idade saírem. De algum modo Demelza conseguiu se esconder novamente.
— Absolutamente não, Creevey, vá! E você, Peakes! Wolpert e McDonald, eu disse não!
Percebi quando Harry correu para os Weasley, todos sentados juntos à mesa da Gryffindor. Ele ainda deveria está procurando por Rony e Hermione. Eu os olhava, quando escutei a voz de Kingsley, e me virei depressa, vendo que ele se adiantara na plataforma para se dirigir aos que tinham permanecido.
— Temos apenas meia hora até a meia-noite, portanto precisamos agir com rapidez! Os professores de Hogwarts e a Ordem da Fênix concordaram com um plano de batalha. Os professores Flitwick, Sprout e McGonagall vão levar grupos de combatentes ao topo das três torres mais altas: Ravenclaw, Astronomia e Gryffindor; dali terão uma visão abrangente e ótimas posições para lançar seus feitiços. Nesse meio-tempo, Remo — Ele indicou Lupin —, Arthur — Ele apontou para o sr. Weasley, sentado à mesa da Gryffindor —, Christopher — E indicou meu pai que também estava na mesa da nossa casa —, e eu levaremos grupos para os jardins. Precisaremos de alguém para organizar a defesa das entradas das passagens para a escola...
— ... parece trabalho para nós. — Falou Fred em voz alta, indicando a si mesmo e a George, e Kingsley aprovou com um aceno de cabeça
— Muito bem, os líderes subam aqui para dividirmos as tropas!
Eu, Parvati e Demelza nos entreolhamos ao nos levantarmos, observando os estudantes que corriam e invadiam as plataformas, se empurrando para se posicionar, seguindo as instruções.
— Eu amo vocês, tá bom? — Falei em voz baixa para as meninas enquanto em mente chamava por Rox, onde quer que ela esteja, que ela apareça logo
Pati e Demmy pareceram receosas com a minha frase, mas não dei tempo pra elas responderem, apenas corri em seguir as instruções, pronta para a batalha.
Hello bruxinhooos!!
Estão preparados? Estão preparados para o início da batalha? Porque ela já está aí... ihhhh... próximo capítulo com a narração do Draco... ansiosos? Nervosos?
Nos vemos segunda-feira.
– Bjosss da tia Nick.
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