145 | The Worst Torture
╔╦══• •✠•❀•✠ • •══╦╗
145. A Pior Tortura
╚╩══• •✠•❀•✠ • •══╩╝
─━━━━━⊱✿⊰━━━━━─
Nunca vou entender porque as pessoas costumam só ver as coisas como elas querem ver e nunca como elas realmente são...
─━━━━━⊱✿⊰━━━━━─
ᴿᵒⁿᵃˡᵈ ᵂᵉᵃˢˡᵉʸ
Bellatrix devolveu a varinha a Greyback e tirou uma pequena faca de prata de dentro das vestes. Cortou as cordas que prendiam Hermione a mim e aos outros prisioneiros, então arrastou-a pelos cabelos para o meio da sala, enquanto Greyback nos empurrava para outra porta que se abria para um corredor escuro, a varinha erguida à frente, projetando uma força invisível e irresistível.
Eu não sabia o que pensar. Estava aterrorizado com a perspectiva de abandonar Hermione sozinha em uma sala cheia de malucos, mas ao mesmo tempo eu estava fora de si de saber que um daqueles malucos cruéis e assassinos é a minha própria irmã gêmea. Nesses meses eu pensei nela em todos os dias, rezei para que ela estivesse bem, que estivesse viva, que eles não fizessem nada contra ela, mas olha só, esse tempo todo ela esteve mais que bem. Na primeira oportunidade Rox mudou de lado e escolheu o Malfoy, ela preferiu ele do que nós.
— Acho que ela me dará uma sobrinha da garota quando terminar, não? — Cantarolou o lobisomem Greyback, enquanto nos forçava a avançar pelo corredor — Eu diria que será suficiente para umas dentadas, não acha, Ruço?
Eu só tremia, com ódio, com medo, sentindo tudo ao mesmo tempo. Fomos obrigados a descer uma escada muito inclinada, ainda amarrados costas contra costas correndo o risco de escorregar e quebrar o pescoço a qualquer momento.
Ao pé da escada, havia uma pesada porta. Greyback destrancou-a com uma batida de varinha, então, nos empurrou para uma sala úmida e mofada e nos deixou em total escuridão. O eco da batida da porta do porão ainda não morrera quando ouvimos um grito terrível e prolongado vindo diretamente do piso superior.
— HERMIONE! — Urrei tremendo e comecei a me contorcer e a forçar as cordas que nos prendiam juntos — HERMIONE!
— Fica quieto! — Disse Harry — Cala a boca, Rony, precisamos descobrir um jeito...
— HERMIONE! HERMIONE!
— Precisamos de um plano, pare de berrar... precisamos soltar essas cordas....
— Harry? — Ouviu-se um sussurro na escuridão — Rony? São vocês?
Eu parei de gritar na mesma hora. Ouvimos um movimento perto de nós, então vi uma sombra se aproximar.
— Harry? Rony?
— Luna?
— É, sou eu! Ah, não, eu não queria que vocês fossem apanhados!
— Luna, você pode nos ajudar a soltar essas cordas? — Perguntou Harry
— Ah, sim, espero que sim... tem um prego velho que usamos quando precisamos partir alguma coisa... espere um instante...
Hermione tornou a gritar lá de cima, e ouvimos Bellatrix gritando também, mas suas palavras foram inaudíveis, porque eu tremia mais aterrorizado e furioso que nunca, enquanto tornava a berrar:
— HERMIONE! HERMIONE!
— Sr. Olivaras? — Ouvi Luna chamar — Sr. Olivaras, o prego está com o senhor? Se o senhor se afastar um pouquinho, acho que estava ao lado do jarro de água...
A garota voltou segundos depois.
— Vocês precisam ficar parados. —Recomendou ela
Eu a senti enfiar o prego nas fibras resistentes da corda para soltar os nós. Do alto, chegava a voz de Bellatrix.
— Vou lhe perguntar mais uma vez! Onde conseguiram esta espada? Onde?
— Achamos... achamos... POR FAVOR! — Berrou Hermione. Eu me remexi no canto sem conseguir ficar parado, furioso, irritado, aterrorizado, tudo que eu queria era estar lá em cima no lugar dela
— Rony, por favor, fique parado! — Sussurrou Luna — Não consigo ver o que estou fazendo...
— Meu bolso! — Falei enquanto recordava — No meu bolso tem um desiluminador, e cheio de luz!
Segundos depois, ouvi um clique e as esferas luminosas que o desiluminador absorvera das luzes na barraca voaram pelo porão: impossibilitadas de se reunir à fonte luminosa, elas ficaram suspensas no ar, como minúsculos sóis, inundando de claridade a sala subterrânea. Eu vi Luna, apenas olhos no rosto pálido, e o vulto imóvel de Olivaras, o fabricante de varinhas, enroscado no chão a um canto. Espichando o pescoço, avistei os companheiros de prisão: Dean e Grampo, o duende, que parecia quase inconsciente e mantido em pé pelas cordas que o prendiam a nós.
— Ah, assim é muito mais fácil, obrigada, Rony. — Disse Luna, e recomeçou a puir as cordas que os prendiam — Olá, Dean!
Do alto, a voz de Bellatrix.
— Você está mentindo, sua sangue-ruim imunda, sei que está! Você esteve no meu cofre em Gringotes! Diga a verdade, diga a verdade!
Outro grito lancinante...
— HERMIONE!
— O que mais você tirou? O que mais tem com você? Me diga a verdade ou, juro, vou furar você com esta faca!
— Pronto!
Senti as cordas caírem, e esfreguei os pulsos, mas não me demorei, logo já estava correndo pelo porão, olhando para o teto baixo, à procura de um alçapão. Harry continuou no seu lugar, e Dean, com o rosto roxo e sangrento, agradeceu a Luna e ficou parado, tremendo, mas Grampo tombou no chão, parecendo tonto e desorientado, seu rosto escuro coberto de vergões.
Eu agora tentava desaparatar sem o uso da varinha, e quanto mais tentava, mas irritado ficava com o fato da minha irmã poder fazer isso sem auxílio de varinha nenhuma. A traidora da minha irmã gêmea.
— Não temos saída, Rony — Comentou Luna, observando meus esforços infrutíferos — O porão é completamente à prova de fugas, assim como as masmorras. A princípio, eu tentei, o sr. Olivaras está aqui há muito tempo, ele tentou tudo.
Hermione recomeçava a gritar: o som me atravessava como uma dor física. Senti que ia chorar, que estava tremendo mais.
Tem que ter uma saída. Tem que ter.
Observei quando Harry também começou a correr à volta do porão, apalpando as paredes assim como eu, o pior é que eu estava começando a ficar convencido que isso era inútil, mas não podia desistir, não com Hermione gritando.
— Que mais você tirou? Que mais? RESPONDA! CRUCIO!
Os berros de Hermione ecoavam pela sala de visitas. Eu quase soluçava socando as paredes com os punhos, e Harry, em absoluto desespero, agarrou a bolsa de Hagrid ao pescoço e tateou-a por dentro; o vi puxar o pomo de Dumbledore e sacudi-lo. Nada aconteceu. Ele acenou com as metades partidas da varinha de fênix, mas não tinham vida; um caco de espelho caiu brilhando no chão, e eu me virei para ver, apenas havia uma cintilação muito azul...
— Nos ajude! — Harry berrou, louco de desespero — Estamos no porão da Mansão dos Malfoy, nos ajude!
A continuação azul piscou e desapareceu. Na verdade eu não tinha nem certeza se estivera realmente ali, nem o que era aquilo, e nem se isso importava. Eu escorreguei no chão enquanto socava o piso sem parar, as juntas dos meus dedos começavam a sangrar e agora eu chorava de verdade. No alto, Hermione gritava mais terrivelmente que antes e eu voltei a urrar: "HERMIONE, HERMIONE!"
Dei mais dois socos fortes no chão totalmente irado.
— Como foi que você entrou no meu cofre? — Ouvi Bellatrix berrar — Aquele duende nojento, no porão, a ajudou?
— Só o conhecemos esta noite! — Soluçou Hermione — Nunca estivemos em seu cofre... essa não é a espada verdadeira! É uma cópia, é só uma cópia!
— Uma cópia? — Guinchou Bellatrix — Ah, com certeza!
— Mas é muito fácil descobrir! — Ouvi a voz de Lucius — Draco, vá buscar o duende, ele poderá nos dizer se a espada é ou não verdadeira!
Observei Harry correr ao lado oposto do porão onde Grampo estava encolhido no chão. Eu não sabia o que ele ia fazer, mas tive uma vasta idéia de que pediria ao duende, ou até imploraria para que ele dissesse à Bellatrix e aos Malfoy que aquela espada realmente era falsa.
Eu estava irritado, furioso, quando ouvi alguém descer correndo a escada para o porão; no momento seguinte, a voz trêmula de Malfoy falou do outro lado da porta.
— Afastem-se. Se enfileirem na parede do fundo. Não tentem nada, ou mato vocês!
— Matar, docinho? — Perguntou outra voz meio mimada e risonha, mas que com muita raiva e rancor, eu a reconheci
Houve um sobressalto, Malfoy pareceu suspirar, enquanto obedecíamos sua ordem e nos enfileiravámos na parede do fundo.
— O que, vo...? — A voz dele estava mais trêmula e atrapalhada que nunca, e ele tentava falar baixo, mas ainda assim o ouvíamos — Você não estava... que você tá fazendo aqui? Eu só vim pegar o duende. Volta para cima, ou vá para o quarto, por favor...
— Você está chatinho hoje, docinho. Eu...
Malfoy disse algo que pareceu inaudível, ele falava muito baixo, mas pelo muxoxo que veio da parte da traidora, era algo que ela não queria ouvir.
— Tudo bem. — Disse apenas com um suspiro chateado
Harry me olhou, mas eu não devolvi o olhar, era torturante ouvir aquilo, era torturante tudo aquilo. Em segundos, a chave girou na fechadura, e eu cliquei o desiluminador e as luzes voltaram instantaneamente para o meu bolso, restaurando as trevas no porão. A porta se abriu de chofre; Malfoy entrou, a varinha à frente, pálido e decidido. Ele estava sozinho, não havia sinal algum de Rox.
— Conseguiu o que queria, não é? — Perguntei, incapaz de me conter, carregado de mais ódio do que podia suportar
Malfoy não me olhou, mas percebi que ele meio que tremia.
— Nunca vou entender porque as pessoas costumam só ver as coisas como elas querem ver e nunca como elas realmente são... — Suspirou, falando tão baixo que eu quase não ouvi
Sem se demorar ele agarrou o pequeno duende pelo braço e recuou, arrastando Grampo com ele. A porta bateu e, no mesmo momento, um forte estalo ecoou no porão. Eu tinha clicado o desiluminador. Estava pronto para resmungar sobre o que Malfoy queria dizer com seu enigma idiota ou dizer o quanto estava irritado com a traidora da minha irmã, mas quando as três bolas de luz em meu bolso voltaram ao ar, eu tive um sobressalto, bem quanto percebi elas revelarem Dobby, o elfo doméstico, que acabara de aparatar entre nós.
— DOB...!
Harry deu um tapa no meu braço para me impedir de gritar, e eu mesmo fiquei horrorizado com o meu erro. Passos cruzaram o teto no andar de cima: Draco levava Grampo a Bellatrix.
Os enormes olhos de Dobby, do tamanho de bolas de tênis, se arregalaram; ele tremia dos pés às pontas das orelhas. Voltara à casa dos seus antigos senhores e, logicamente, estava petrificado.
— Harry Potter — Chiou ele, num fiapinho trêmulo de voz —, Dobby veio salvá-lo.
— Mas como foi que você...?
Um grito terrível abafou as palavras de Harry: Hermione estava sendo novamente torturada. Eu tremi novamente, furioso.
— Aquela idiota não pode nem impedir isso? Como? Como ela pode deixa a Hermione ser torturada e não fazer nada? Aquela... — Eu queria xingar a minha irmã de tudo que era nome, estava irritado e magoado
Harry me olhou, abriu a boca para falar, mas pareceu desistir, no lugar disso ele se voltou ao elfo.
— Você pode desaparatar deste porão? —Perguntou ele a Dobby, que assentiu, abanando as orelhas
— E pode levar humanos com você?
Dobby tornou a assentir.
— Certo. Dobby, quero que você segure Luna, Dean e o sr. Olivaras e leve-os... leve-os para...
— A casa de Bill e Fleur — Sugeri de imediato — O Chalé das Conchas nos arredores de Tinworth!
O elfo assentiu pela terceira vez.
— E depois volte. Você pode fazer isso, Dobby?
— Claro, Harry Potter. — Sussurrou o elfo. E correu para o sr. Olivaras, que pareceu estar quase inconsciente. Segurou, então, uma das mãos do fabricante de varinhas, depois estendeu a outra a Luna e Dean que não se moveram
— Harry, queremos ajudar vocês! — Sussurrou Luna
— Não podemos deixar vocês aqui. — Disse Dean
— Vão, os dois! Nos veremos na casa de Bill e Fleur.
Harry parou e baixou a cabeça, meio fechando os olhos, parecia está com a cicatriz ardendo novamente, mas no instante que Hermione gritou mais uma vez, ele retornou, abriu os olhos de súbito.
— Vão! — Harry suplicou a Luna e Dean — Vão! Nós os seguiremos, vão!
Eles seguraram os dedos estendidos do elfo. Ouviu-se um novo estalo, e Dobby, Luna, Dean e Olivaras sumiram.
— Que foi isso? — Gritou Lucius Malfoy no andar de cima — Vocês ouviram? Que barulho foi esse no porão?
Eu e Harry nos entreolhamos assustados.
— Onde está o Draco?
— No andar de cima com a Rox. — Veio a voz quase trêmula de Sol Lestrange respondendo ao tio
— Sol... não, chame o Rabicho! Mande-o descer e verificar!
Passos atravessaram o cômodo sobre nossas cabeças e, em seguida, fez-se silêncio. Percebi no mesmo momento que as pessoas na sala de visitas estavam atentas a novos ruídos no porão.
— Temos que tentar imobilizá-lo. — Harry sussurrou Harry para mim. Não havia escolha; no momento em que qualquer um entrasse no cômodo e desse por falta dos três prisioneiros, estaríamos perdidos — Deixe as luzes acesas — Acrescentou Harry, e, quando ouvimos alguém descendo a escada, recuamos contra a parede, dos lados da porta
— Para trás — Ouvimos a voz de Rabicho — Afastem-se da porta. Vou entrar.
A porta foi escancarada. Por uma fração de segundo, Rabicho olhou para o porão aparentemente vazio, iluminado pelos três sóis em miniatura que flutuavam no ar. Então, Harry e eu nos atiramos sobre ele.
Eu agarrei o braço de Rabicho que empunhava a varinha e forcei-a para o alto; Harry tapou a boca do bruxo com a mão, abafando-lhe a voz. Silenciosamente, nós três lutamos: a varinha de Rabicho emitia faíscas; sua mão prateada fechou-se em torno do pescoço de Harry.
— Que foi, Rabicho? — Perguntou Lucius Malfoy, do alto
— Nada! — Respondi, em uma imitação razoável da voz chiada de Rabicho — Tudo bem!
Harry não parecia conseguir respirar enquanto Rabicho o sufocava.
— Você vai me matar? — Perguntou ele, sufocado, tentando soltar as garras de metal — Depois de eu ter salvado sua vida? Você me deve alguma coisa, Rabicho!
As garras de metal afrouxaram. Eu não esperara isso, e tenho certeza que Harry também não: desvencilhou-se, pasmo, continuando a comprimir a boca do bruxo. Vi os olhos de rato pequenos e úmidos se arregalarem de medo e surpresa: parecia quase tão chocado quanto Harry e eu com o que sua mão fizera, com o impulso mínimo de piedade que demonstrara, e continuou a lutar com mais empenho, como se quisesse desfazer aquele momento de fraqueza.
— E vamos ficar com isso — Cochichei, puxando a varinha da outra mão do bruxo
Sem varinha, desamparado, os olhos de Pettigrew se dilataram de terror. Seu olhar deslizara do rosto de Harry para outra coisa. Seus dedos prateados moviam-se inexoravelmente para sua própria garganta.
— Não...
Eu arregalei os olhos. Já Harry, sem parar para pensar, tentou deter a mão dele, mas não havia como fazê-la parar. A ferramenta prateada que Você-Sabe-Quem dera ao seu servo mais covarde voltara-se contra o dono imprestável e desarmado; Pettigrew recebia a recompensa por sua hesitação, por seu momento de piedade; estava sendo estrangulado diante dos olhos dos prisioneiros.
— Não!
Eu larguei Rabicho também e, juntos, eu e Harry tentávamos arrancar os dedos de metal que esmagavam a garganta do bruxo, mas inutilmente. Pettigrew estava ficando roxo.
— Relaxo! — Ordenei, apontando a varinha para a mão prateada, mas nada aconteceu; Pettigrew caiu de joelhos e, no mesmo instante, Hermione soltou um urro pavoroso na sala em cima. Os olhos de Rabicho giraram no rosto arroxeado, ele deu um último estremeção e ficou imóvel
Harry e eu nos entreolhamos e, deixando o corpo de Rabicho no chão, saímos correndo escada acima, de volta ao corredor sombrio que levava à sala de visitas. Cautelosamente, avançamos até a porta da sala, que estava entreaberta. Tivemos, então, uma visão clara de Bellatrix olhando do alto para Grampo, que segurava a espada de Gryffindor nas mãos de dedos longos. Hermione se achava caída aos pés de Bellatrix. Mal se movia.
Ouvimos uns passos leves e uma exclamação de súbito, apenas uma respiração vindo de um ponto atrás de nós. Harry e eu nos viramos na mesma hora, se sobressaltando. De cabelos trançados, vestes pretas e olhos arregalados, lá estava Sol Lestrange, parada bem à nossa frente, nos vendo imóveis na porta da Sala de Visitas.
Me preparei pra erguer a varinha depressa, mesmo com receio de que ela gritasse ou fizesse qualquer coisa. A Lestrange apenas nos olhou, e de mim para a varinha que eu segurava, observou Harry também, mas não falou coisa alguma, e nos surpreendendo mais ainda Sol Lestrange deu meia volta e se foi, sem falar nada, sem nos dedurar, sem nos atacar, simplesmente foi embora pelo caminho que viera.
Olhei para Harry na mesma hora, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ouvi a voz de Bellatrix vindo da Sala de Visitas.
— Então. — Perguntou a bruxa a Grampo — É a espada verdadeira?
Harry e eu aguardamos, prendendo a respiração.
— Não. — Respondeu Grampo — É falsa.
— Você tem certeza? — Ofegou Bellatrix — Certeza absoluta?
— Tenho.
O alívio se espalhou em seu rosto, toda a tensão se dissipou.
— Ótimo. — Disse ela, e, com um gesto displicente da varinha, fez mais um corte profundo no rosto do duende, fazendo-o cair, com um berro, aos seus pés. Ela chutou-o para longe — E agora — Acrescentou com uma voz transbordante de triunfo —, vamos chamar o Lorde das Trevas.
Puxou a manga para cima e encostou o dedo indicador na Marca Negra.
— E acho — Disse a voz de Bellatrix — que podemos dar um fim na sangue ruim. Greyback, leve-a se quiser.
— NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!
Sem pensar duas vezes, irrompi pela sala de visitas; Bellatrix olhou para os lados e virou a varinha para me enfrentar...
— Expelliarmus! — Urrei apontando a varinha de Rabicho para Bellatrix, e a da bruxa foi arremessada no ar e agarrada por Harry, que correra atrás de mim. Lucius, Narcissa e Greyback se viraram; eu berrei:
— Estupefaça!
E Lucius Malfoy caiu contra a lareira. Jorros de luz voaram das varinhas de Narcissa e Greyback; me atirei ao chão, rolando para trás de um sofá para evitá-los.
— PARE OU ELA MORRE!
Ofegante, espiei pela borda do sofá. Bellatrix sustentava Hermione, que parecia inconsciente, e segurava a faca de prata contra a garganta da garota.
— Larguem suas varinhas. — Sussurrou a bruxa — Larguem ou verão como o sangue dela é imundo!
Fiquei rígido, meus olhos arregalados enquanto me erguia empunhando a varinha de Rabicho. Harry parecia igualmente imóvel, a varinha de Bellatrix ainda na mão.
— Eu disse, larguem as varinhas! — Guinchou ela, enfiando a faca contra a garganta de Hermione; eu vi gotas de sangue brotarem
— Está bem! — Gritei nervoso, e deixei cair a varinha de Rabicho aos meus próprios pés. Harry fez o mesmo com a varinha de Bellatrix. Nós dois erguemos as mãos à altura dos ombros.
— Ótimo. — A bruxa olhou de esguelha. Parado à porta estava Malfoy, sozinho, não havia sinal da minha irmã ou de sua prima — Draco, apanhe-as! O Lorde das Trevas está vindo, Harry Potter! A sua morte está próxima!
Estávamos perdidos. Tudo indicava isso, e saber que minha irmã nos traiu apenas piora tudo na minha mente.
— Agora — Disse Bellatrix, com suavidade, quando Draco voltou correndo com as varinhas —, Ciça, acho que devemos amarrar esses heroizinhos outra vez, enquanto Greyback cuida da senhorita sangue ruim. Tenho certeza de que o Lorde das Trevas não vai lhe negar a garota, Greyback, depois do que você fez esta noite.
Quando ela disse a última palavra, ouvimos um rangido peculiar vindo do alto. Todos ergueram os olhos em tempo de ver o lustre de cristal estremecer; e, com um forte estalo e um tinido agourento, começar a despencar. Bellatrix estava diretamente embaixo do lustre; largando Hermione, atirou-se para um lado, berrando. O lustre se espatifou no chão, produzindo uma explosão de cristais e correntes, desabando sobre Hermione e o duende, que ainda segurava a espada de Gryffindor. Estilhaços de cristal cintilante voaram em todas as direções; Draco se dobrou, as mãos cobrindo o rosto ensanguentado.
Eu corri para retirar Hermione dos destroços, Harry aproveitou a oportunidade: saltou por cima da poltrona, arrancou as três varinhas das mãos de Draco, apontou todas para Greyback e berrou:
— Estupefaça!
O lobisomem foi levantado pelo feitiço triplo, voou contra o teto e se arrebentou no chão. Enquanto Narcissa arrastava seu filhinho querido para longe, tentando poupá-lo de outros ferimentos, Bellatrix se levantou de um pulo, os cabelos desgrenhados, brandindo a faca de prata; mas sua irmã apontara a varinha para a porta.
— Dobby! — Berrou ela, e até Bellatrix parou — Você! Você fez o lustre cair...
O pequeno elfo entrou na sala, o dedo trêmulo apontando para sua antiga senhora.
— Não deve ferir Harry Potter. — Guinchou
— SEU ELFO ESTÚPIDO! — Bellatrix Rosna — PODIA TER ME MATADO!
— Dobby não quis matar, Dobby somente queria causar um ferimento grave!
— Mate-o, Ciça! — Guinchou Bellatrix, mas houve outro forte estalo, e a varinha de Narcissa também voou pelo ar e caiu do lado oposto da sala — Mas o quê? Cadê a Sol? E onde está a feiticeira quando se precisa dela!?
Mas Bellatrix estava fora de si, se voltou de imediato para Dobby.
— Seu macaquinho imundo! — Vociferou no instante que notou que fora ele à desarmar Narcissa — Como ousa tirar a varinha de uma bruxa, como ousa desafiar os seus senhores?
— Dobby não tem nenhum senhor! — Guinchou o elfo — Dobby é um elfo livre, e Dobby veio pra salvar Harry Potter e seus amigos!
— Rony, pegue... e VÁ! — Berrou Harry, atirando uma das varinhas para mim; abaixou-se para puxar Grampo debaixo do lustre. Levando ao ombro o duende, que ainda gemia, agarrado à espada, Harry segurou a mão de Dobby e rodopiou para desaparatar
Abraçado à Hermione e segurando uma varinha, simplesmente mergulhei na escuridão, enquanto tinha um último vislumbre da sala: as figuras pálidas e imóveis de Narcissa e Draco, um risco preto que eram os cabelos de Harry, e um borrão de prata que voava, a faca de Bellatrix arremessada pela sala contra o lugar em que Harry estava desaparecendo...
A casa de Bill e Fleur... O Chalé das Conchas... a casa de Bill e Fleur...
Então, finalmente pisamos em terra firme e senti um cheiro de salinidade no ar. Eu estava de joelhos na areia de uma praia totalmente vazia, sob um vasto céu estrelado. Senti um alívio inundar cada partícula do meu corpo ao saber que não estava mais naquela casa horrível, e saber que Hermione estava bem, também ajoelhada, quase deitada na areia com a cabeça encostada no meu peito e tremendo, mas estava aqui perto de mim, e eu podia a proteger de qualquer um. Mas no fundo eu não estava totalmente aliviado, minha irmã continuava lá naquela casa, e se tornou tudo aquilo que eu mais abomino, pensar nela neste momento machuca muito.
— Hermione... — Disse Harry vindo até nós urgentemente — Você está bem? Estão todos bem?
Ele ajoelhou-se, tentando baixar Grampo gentilmente no chão, mas o duende apenas gemeu, não parecia bem.
— Harry Potter... — Guinchou uma voz trêmula
Eu, Hermione e Harry olhamos. Lá estava Dobby, a alguns passos apenas.
— DOBBY!
O elfo oscilou levemente, as estrelas se refletiram em seus grandes olhos brilhantes. Ele gemeu no mesmo instante em que olhou para o cabo de prata da faca espetada no seu peito arfante. Meus olhos se arregalaram assim que eu notei.
— Dobby... não...aguenta firme, nós vamos te ajudar. — Dizia Harry segurando o pequeno elfo nos braços
Eu olhava aterrorizado enquanto notava a mancha escura que se espalhava pelo peito de Dobby, e que o elfo estendera os braços finos para Harry com um olhar súplice.
— Hermione... — Disse Harry começando a lacrimejar, e se virou para nós; Hermione tentou ficar de joelhos, eu ainda tinha meu braço passado por seu ombro, igualmente aterrorizado com o que acontecia — Hermione, tem que ter alguma coisa... na bolsa, Hermione?
A voz de Harry estava ofegante, as lágrimas começarem a brotar, e percebi que Hermione também chorava e tremia, eu observava tudo sentindo que ia chorar também a qualquer momento.
— Hermione... — Harry gemeu, parecia mais ofegante, a respiração fraca enquanto chorava — Olhe, ele tá... Hermione... ME AJUDA!
Hermione cedeu suas pernas à areia novamente, sem aguentar ficar mais de joelhos e chorava, chorava porque sabia não ter nada que pudesse fazer, eu a abracei mais forte, sem tirar os olhos de Dobby.
— Que lugar mais lindo... — O elfo gemeu quase sem forças, e lágrimas escorreram do meu rosto também — pra se estar com os amigos.
— Dobby, não, não morra, não morra... — Pediu Harry chorando mais
— Dobby está feliz... de estar com seu amigo... Harry... Potter...
E, então, com um tremor, o elfo ficou muito quieto e seus olhos eram apenas grandes globos vítreos salpicados com a luz das estrelas que eles já não podiam ver.
Hello bruxinhos!!
Como estamos??
Cheirinho de depressão... pois é, esse capítulo é um tanto pesado, ver a tortura da Hermione pela visão do Rony, e o que ele está pensando sobre a irmã, e ainda a morte do Dobby, tudo junto... pois é, meio pesado.
Mas e aí, o que acharam? E a Sol não dedurando os garotos?? Aiaiai, a cada dia o fim está se aproximando, eu tô ansiosa, vocês tão ansiosos??
Tenho novidades sobre a fanfic que irá substituir TW, ontem mesmo eu terminei o ano dois e já estou escrevendo Prisioneiro de Azkaban, a história está ficando tão Ahhhh, tenho certeza que vocês vão gostar, se estão cansados de ver a Gryffindor se dando bem em tudo é certeza que vocês vão adorar, eu já estou louca pra falar tudo dessa fanfic pra vocês, tô escrevendo com todo amor e carinho, e espero que vocês a recebam com o mesmo amor que tem por TW, pois ela é pra vocês.
Aproveitando a deixa, hoje 15 de maio é aniversário daquela que de mera amiga da protagonista passou pra suspeita mais provável, garota dos segredos e então a traidora, para depois se tornar deusa incompreendida. Pois o mundo não é dividido entre pessoas boas e comensais da morte, não é??
Feliz vida Sol!! Happy Birthday!!!
E nós bruxinhos, nos vemos segunda-feira.
– Bjosss da tia Nick.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro