138 | My Dark Side
ᴀʟᴇʀᴛᴀ ᴅᴇ ɢᴀᴛɪʟʜᴏs. ᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ ᴀ sᴇɢᴜɪʀ ᴘᴏᴅᴇ ᴄᴏɴᴛᴇʀ ᴄᴏɴᴛᴇúᴅᴏ sᴇɴsíᴠᴇʟ.
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138. Meu Lado Sombrio
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Sem ressentimentos se eu pagar uma bebida para vocês antes que sangue de trouxa seja derramado pelo chão?
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ᴿᵒˣᵃⁿⁿᵉ ᵂᵉᵃˢˡᵉʸ
Vou ser claramente sincera no momento, aquela era a cama mais macia em que eu já estive deitada e tão, tão enorme, afundei naqueles travesseiros suaves e senti que poderia dormir como uma rainha aqui, mas é claro que eu não contava com a rejeição.
Minha mente está... como é a palavra mesmo...? Confusa, isso. É como se de repente eu despertasse e minhas memórias estivessem sido sacudidas, embaralhadas, confundidas, mas não é como se eu fosse dizer isso pra alguém, não para levar nome de louca como sei que acabaria levando se o fizesse.
Minha mente é um misto de emoções contraditórias, sinto raiva e alegria na mesma intensidade, um desejo profundo de poder e glória. O Lorde das Trevas disse que posso ter tudo se eu fizer o que ele manda, tudo e até mesmo o Draco. Na verdade nós namoramos, eu acho... eu não sei, não é como se eu lembrasse, minhas memórias estão confusas e isso me dá raiva! Muita raiva.
Tudo o que lembro é confuso, tudo o que lembro é contraditório, mas as coisas logo vão se aprumar, conforme o Lorde disse, logo as coisas retornarão ao lugar.
Quando desperto na manhã seguinte depois de dormir na cama de Draco, ainda estou furiosa com ele por ter feito objeção de dormir comigo, qual o problema dele afinal?! Preferir dormir em um sofá do que comigo!?
Pior que isso só me faz pensar mais ainda que devo ter feito algo que o chateou, mas sabe qual o problema?! Eu também não lembro disso, lembro apenas que estou com raiva!
Afasto as cobertas que cobrem o belo pijama que a minha sogra me deu no dia anterior, solto um bocejo enquanto me espreguiço e giro minhas pernas para o enorme tapete circular que fica por debaixo da cama. Calço minhas pantufas que estão ali e apago o abajur do criado-mudo do lado direito da cama de dossel.
Levantando-me e viro para o sofá-cama do outro lado onde o meu principezinho ainda dorme como um anjo. Me aproximo de lá passando primeiro pelo piano fechado, e então observo seu rosto, ele parece está tendo bons sonhos, e eu realmente espero que seja comigo que ele esteja sonhando. Há alguns livros e caixas nos pequenos compartimentos ao lado e em cima dele. Tem também alguns quadros interessantes que não consigo evitar pegar para olhar melhor, em um deles tem um Draco miniatura fazendo careta, usando um terninho branco exclusivamente fofo, atrás dele são claramente Lucius e Narcissa abraçados e sorrindo do menino. No canto da moldura tem uma data. 1987. Com um sorriso coloquei o quadro de volta no lugar ao lado de um urso de pelúcia azul pequeno. Um outro quadro mostrava um Draco de dois anos montado em uma vassoura de brinquedo e gargalhando, no canto da foto aparecia sua mãe sorrindo e batendo palmas, já outro mostrava Draco em 1991 com o uniforme da Slytherin e com um sorriso enorme, nem um pingo arrogante, apenas feliz.
Passei apenas meu olhar por algumas revistas de quadribol e alguns livros infantis, a sua varinha estava simplesmente jogada em cima de uma caixa organizadora que constatei estar cheia de bonequinhos colecionáveis, que acendeu minha mente, lembrando-me de um livro infantil bem famoso entre as crianças bruxas. Eu não acreditava que ele tinha basicamente a coleção completa daqueles bonecos, um baita riquinho mimado eu diria.
Extasiada de observar o mesmo local fui ver o resto do quarto, o piano estava fechado e eu não entendia nada de partituras então não me demorei observando. A estante de livros do lado das poltronas brancas e do sofá de couro preto também não me interessavam muito. Em sua escrivaninha encontro outra prateleira de livros bem na parte de cima, só que dessa vez não eram livros de histórias normais e sim os seus livros escolares de feitiçaria, entre eles também tinha Quadribol Através dos Séculos e Animais fantásticos e onde habitam. Bem em cima da mesa tinha um pote com várias penas das mais chiques possíveis, um compartimento reservado para pergaminhos e um livro aberto que logo constatei ser de latim avançado. Bem ao lado da escrivaninha que fica do lado direito do quarto depois do criado-mudo tem uma porta que leva até o seu banheiro, e então do outro lado tem um guarda-roupa enorme com as roupas divididas por tons, tons esses que variam do verde-escuro ao preto. Também há um lado com as vestes de Hogwarts, todas em cabides devidamente passadas, junto com o seu uniforme de quadribol, dois deles.
Eu não me paro enquanto simplesmente observo cada detalhe daquele quarto, os pôsteres de quadribol a um canto, perto de onde está a sua vassoura e o que me parece ser três quadros colados na parede, em um está uma foto de uma equipe que não consigo me lembrar o nome, e a foto está toda autografada por todos os membros, na outra está um Draco de provavelmente catorze anos ao lado de um jogador indefinido, outra vez não entendo como não posso lembrar o nome desse jogador, somente quando vejo a última foto é que consigo reconhecer a outra equipe que ele tem todos os autógrafos, é a Chudley Cannons no fim de 1993.
Ao fim de uma observação geral estou quase satisfeita até a raiva voltar de novo.
— Mas que droga! — Sibilo impaciente assim que encontro uma gaveta de sua cômoda simplesmente trancada, tentei puxar, tentei usar magia, mas nada parece ser suficiente e mesmo depois de dá outra olhada pelo quarto constatei que não fazia ideia onde poderia estar uma chave
Bufei com impaciência e fui até o sofá-cama onde o principezinho ainda dormia tranquilamente, seu braço esquerdo está jogado pra fora da cama e como seu pijama é de manga curta consigo ver claramente a imagem de uma caveira com uma cobra gravada ali, o esmalte preto das unhas, no entanto, já parece estar saindo. Eu o observei por mais dois segundos até ficar impaciente demais e me decidir que o que ele fez ontem comigo não era algo para se deixar impune.
Fechei o robe para esconder o meu pijama e simplesmente saí do quarto, por sorte não encontrei ninguém no corredor até chegar no outro andar, andar esse que a minha sogra tratara de mandar preparar um quarto pra mim. Não era um ambiente ruim, devia ser menor que o quarto de Draco, é claro, mas era agradável. Uma cama de dossel, um enorme guarda-roupa branco, criado-mudo, poltronas, uma mesinha, também tinha um banheiro afixado. Em outras palavras era perfeito, não que isso fosse o suficiente pra me fazer dormir aqui e deixar o Draco sozinho naquele quarto sabendo que aquela garota também mora aqui na mansão. Não, eu não sou idiota, minha memória pode estar embaralhada, mas eu não gosto de Sol Lestrange, isso eu sei.
Estou usando uma calça de couro preta e blusa branca por baixo de uma capa preta com detalhes prateados, quando finalmente eu desço para a sala de jantar, são nove horas e sinto que chegarei bem no momento do café da manhã, e como esperado, encontro com quatro pessoas sentadas à mesa se servindo.
— Bom dia. — É um cumprimento quase frio senão fosse pelo sorriso que não é em si tão verdadeiro
Narcissa e Sol Lestrange são os únicos a retribuir o cumprimento. Lucius Malfoy e Rodolphus Lestrange parecem ocupados demais pra isso. Indiferente, simplesmente me sento à mesa, uma cadeira depois da que está a frente da garota de tranças, então começo a me servir de torradas, panquecas e cogumelos salteados com espinafre.
— Estranho... — Escuto a voz da minha sogra alguns segundos depois bem no momento em que estou cortando um cogumelo — Draco ainda não ter descido para tomar café.
— Se quiser eu posso chamá-lo, tia. — Se ofereceu prontamente a intrometida que com certeza não iria querer perder a chance de ir até o quarto do Draco para acordá-lo
— Não precisa, querida. — Falei secamente sem nem mesmo olhar pra ela, incapaz de ficar calada e querendo fazer que a faca que estava na minha mão encontrasse caminho direto ao seu pescoço — Imagino que o meu docinho esteja muito cansado, talvez seja mais aconselhável deixá-lo dormir um pouco.
— Ah, ok. — Fez a tal Lestrange como se não se importasse — Você passou no quarto dele antes de descer?
Só aí que eu levantei a cabeça para encarar aquela naja, só pra mostrar que eu podia ser mais cobra do que ela, e que eu quem sou a princesa aqui.
— Eu dormi lá. — Falei claramente com um sorrisinho enquanto mordiscava uma torrada com superioridade
A simples frase deixou um silêncio instaurado na mesa, logo depois da minha sogrinha se engasgar com algo e seu marido lhe oferecer um copo de água que ele mesmo acabara de encher.
— Ah... — Disse Sol finalmente, seu rosto impassível, não conseguia entender sua expressão, ela só se voltou para o seu bacon, antes de dizer por fim: — Legal.
Eu estava mais que satisfeita em ver o impacto que a minha mera frase causou na mesa. Apenas dei de ombros indiferente a todos enquanto me concentrava no meu café, um sorrisinho satisfeito de lado. Quando levanto minha mão esquerda para apanhar um guardanapo, no entanto, me surpreendo drasticamente com uma coisa. Deixo minhas íris fixas bem na palma da minha mão e observo a estranha cicatriz ali que parece-me tão estranha.
Não devo contar mentiras. Mas por que eu teria uma cicatriz na palma da mão, com uma frase ainda mais? Com essa frase...
Estou tão perturbada e perdida com aquilo que só me surpreendo mais quando noto a grossa cicatriz no meu pulso, ela não chega a ser completa, apenas pela metade, mas é funda e não parece ser antiga.
— Rox...?
— Hm? — Levanto minha cabeça rapidamente e olho para frente esquecendo por hora as cicatrizes esquisitas que não me lembro de ter adquirido
— Tudo bem? — É a Lestrange. O que ela quer? Acha que pode ser minha amiga com esse papinho furado?
Assumo rapidamente uma cara fechada só de perceber que foi ela quem me chamou.
— Está. — Respondo seca, antes de me virar para os pais de Draco — Onde está o Lorde das Trevas?
Lucius e Narcissa se entreolham e parecem quase pálidos, o que com certeza eu não consigo entender o porquê.
— O Lorde das Trevas tem coisas mais importantes para fazer, feiticeira. — Disse uma voz meio fria assim que a porta da sala de jantar foi aberta, me virei para Bellatrix Lestrange que, pelo que eu já notei, se acha a melhor amiga do Lorde
— Isso não responde a minha pergunta, Bellatrix. — Retruco indiferente ao seu tom enquanto encho um copo com suco de frutas vermelhas
— Imagino que não, feiticeira. — Retrucou depois de soltar um bocejo, já puxando uma cadeira e sentando-se ao lado da filha que murmurou um "bom dia, mãe" bem baixo
— Roxanne. — Falei séria fazendo ela me olhar e soltar um "hum?" — Roxanne. É o meu nome, não feiticeira. É Roxanne Weasley. — E dando um sorrisinho enquanto vislumbrava um anel de prata na minha mão, do qual eu nem me recordava direito — Futura Malfoy, talvez?
Bellatrix deu uma risadinha aguda, mas que ao mesmo tempo pareceu um pouco simpática, eu não sei dizer. No fundo eu até que gosto dela, ok que ela quer ser a preferida do Lorde, e esse papel obviamente é meu, mas mesmo assim, ela é cruel, e isso me diverte.
— Claro, Roxanne. — Falou em um tom divertido enquanto erguia seu copo com suco pra mim em uma forma de cumprimento — Sabia que é um prazer pra nós te ter aqui, não?
— Imagino que seja.
— Ótimo. — Ela sorriu baixando a cabeça para pegar as coisas de seu café — Espero que esteja bem acomodada, tudo pela nossa hóspede mais especial.
Não sei dizer se seu sorriso era verdadeiro ou se tinha algo mais em sua frase, apenas olhei para as outras pessoas presentes na mesa, Rodolphus Lestrange e a filha já pareciam ter terminado seu café, mas continuavam ali, o marido de Bellatrix tinha um olhar de quem assente e concorda com tudo o que ela fala, ele parece cruel também e é o que me faz achar que ele igualmente deve ser legal, Sol, no entanto, apenas me dá ânsia, por isso evito pensar muito nela, seu olhar não tem nada de cruel, e ela nem ao menos parece querer estar aqui. Que vá embora, eu é quem não me importaria com isso.
— Obrigada. — Respondo simplesmente sem a menor sinceridade. "obrigada", ah, fala sério, como se uma feiticeira poderosa como eu precisasse ficar agradecendo por receber tudo aquilo o que precisa? Ah, na verdade meu agradecimento foi mas para a minha sogra do que pra ela, é importante saber agradar às vezes
Vejo as horas do dia passando e se arrastando enquanto eu me aventuro pela mansão observando tudo desde os quadros dos antepassados de Draco às especiarias extremamente caras, tudinho. Por incrível que pareça são três horas da tarde quando a preciosidade de cabelos brancos finalmente acorda, bem depois do café, bem depois do almoço, mas mesmo assim ele ainda parece um pouco cansado, como se não tivesse conseguido dormir direito.
Meu sorriso é enorme assim que o vejo, meu coração sempre parece que vai saltar quando meus olhos param nele, é tudo confuso na minha mente, menos a certeza de que eu faria qualquer coisa por esse garoto, qualquer coisa.
— Boa tarde, dorminhoco. — Tento usar a minha simpatia novamente, por segundos esquecendo o que aconteceu na noite anterior só de vê-lo descer as escadas para a sala de estar
O garoto que parecia um pouco extasiado parece se acalmar assim que me ver, e suspira aliviado. Deve me amar muito, com certeza.
— Você está aí. — Diz ele, Draco Malfoy, enquanto passa uma mão pelos cabelos, e tento evitar suspirar para tanta beleza; olhando bem acho que não é possível que ele seja humano, é beleza demais para um simples mortal, tinha que ter sangue bruxo, é claro, única explicação, sangues ruins não são capazes de ter uma beleza sobrehumana assim
— Estou. — Sorrio para o garoto de cabelos louros brancos
— Cadê a Sol?
E é nesse momento que o meu sorriso murcha completamente e a minha confusa mente lembra-me do quão irritada eu estou com ele.
E agora essa! E agora essa! Ele me perguntar por Sol Lestrange.
Sentada – quase deitada – na poltrona da Sala de Estar dos Malfoy, eu me remexo impaciente, virando-me para o outro lado onde ficava a ornamentada lareira de mármore, logo cruzando os braços irritada e observando o fogo crepitar.
— O que foi? — Veio a voz de Draco — Você viu ou não viu ela?
Não respondo, giro no lugar e coloco minhas pernas sobre um dos braços da poltrona e encosto minhas costas no outro para ficar de costas para ele.
— Rox!?
Bufando eu dou um pulo da poltrona até ficar em pé diante dele, minha cabeça mal atinge seu ombro.
— Eu não vi sua prima idiota, ok!? E nem quero ver! Mas se você se importa tanto com ela e gosta mais dela do quê de mim vai atrás dela então. — Rosno voltando a cruzar os braços enquanto fixo meus olhos no dele
Ele parece perdido.
— O quê? — Pergunta finalmente com a testa franzida
Irritada dou uns passos em direção ao corredor.
— Onde você vai? Qual o seu problema? Ela é minha prima, ôu.
Não respondo, apenas seguindo reto, até que sinto uma mão apertando meu pulso me fazendo parar, sinto seu perfume bem próximo quando ele me vira pra olhar para ele. Draco suspira fundo, penso que ele vai voltar a falar do assunto, mas ele meramente diz.
— Foi mal, eu não tive uma boa noite.
— Teria tido se não tivesse feito objeção e tivesse deitado na cama comigo. — Resmungo baixinho voltando a cruzar os braços
Ele dá uma risadinha de lado e meio que vira o olhar.
— Você já comeu?
— Já, tanto o café da manhã quanto o almoço.
— Ok. — E ele solta um suspiro meio cansado, desvia o olhar rapidamente enquanto parece pensar, mas logo volta a olhar pra mim — Eu vou comer alguma coisa, você pode me esperar aqui? Lembra que você me pediu ontem pra tocar piano pra você? Eu posso tocar, a música que você quiser, mas você tem que me esperar, tá bom?
O modo como ele falava comigo quase me pareceu que ele estivesse temeroso que eu fosse sumir a qualquer momento, que eu fosse... ele está com medo que eu vá embora?? Ahh, se esse docinho de coco soubesse que eu não vou embora da vida dele nem arrastada, e qualquer um que fique no meu caminho sofrerá uma morte lenta e bastante dolorosa. Qualquer um.
Mas ao mesmo tempo que sou capaz de fazer qualquer coisa que esse garoto me pedir, ainda estou irritada, e tenho outras coisas para resolver, coisas pelo nosso bem.
— Uhum. — Resmungo em concordância, não me dói mentir para o meu docinho, algumas coisas precisam ser feitas pelo nosso bem, ele vai entender logo logo, e também precisa entender que não pode rejeitar a princesa, não não
Observo o meu principezinho loiro se afastar em direção à sala de jantar sem nem ao menos ter me dado um beijo de bom dia – ou boa tarde considerando a hora que ele acordou –, mas uma vez apenas me rejeitando. É nesse momento que eu sigo pela mansão sabendo bem que é o ponto principal de encontros de Comensais da Morte, e sabendo bem com quem devo encontrar nas próximas horas.
O Comensal da Morte mais jovem depois de Draco e a prima insolente dele é Marisa Travers que parece ter pelo menos vinte e três anos, o que significa que a maioria dos Comensais ou não tem filhos, ou não tem a sensatez de trazer seus filhos para se aliatarem, patético. Mas para minha felicidade tinha duas pessoinhas quase da idade da garota Travers e bem mais eficiente que ela, e esses eram Jane Nott e Michael Sticker. Ela? 25, Ele? 26. Ambos, cruéis, mas estritamente divertidíssimos.
E foram esses dois que o Lorde das Trevas encaminhou de me ajudarem.
— Não diria que é a melhor hora de agir. — Dizia Jane sentada na mesa de sinuca da sala de jogos da Mansão Malfoy, o lugar em que eu os recebi quase dez minutos depois de ter mandado chamá-los
— Claro que não. Não deu nem seis da tarde. — Retrucou Michael, ou Mike, que mexia em umas caixas que parecia conter xadrez bruxo
Jane tem cabelos muito escuros e lisos, são curtos e chegam até seu ombro, seu rosto contém alguns sinais e seus olhos são suaves de uma tonalidade quase como avelã, as vestes estritamente pretas. Mike também está todo de preto, ele é alto e esguio, a pele parda e o cabelo em dreads, além de olhos escuros e puxadinhos. A primeira vista são dois jovens bonitos e de classe alta, mas não, são comensais da morte, assassinos, dois jovens que devotaram sua vida a um propósito maior do que eles, e por isso sei que vão fazer tudo o que o Lorde tiver mandado.
— E que hora vocês esperam agir? — Pergunto indiferente encostando-me ao lado da porta e observando o rosto presunçoso dos dois
— Ao anoitecer — Responde Jane dando um pulinho da mesa —, depois que a lua surge, essa é a melhor hora, é difícil saber de onde veio o ataque quando se está escuro. Não dá pra se esperar pelo que não se ver.
— Escuro. — Repito com um risinho maléfico, os braços cruzados — Ver.
A Nott me observa totalmente sem entender, enquanto Sticker continua mexendo naqueles benditos jogos, eu não me mexo, só sorrio, e em segundos a caixa fechada de Snap explosivo que Mike segura está em chamas, ele grita aterrorizado quando o lança no chão e depois olha para suas próprias mãos que ardem em fogo. Jane que se sobressaltou ao ouvir seu grito vira-se pra ele de repente muito assustada, e mais ainda ao ver o fogo.
— ÁGUA, JANE! ÁGUA! CUIDA! — Suplica Sticker balançando as mãos e berrando cada vez mais
A garota saca a varinha desesperada e faz um jato de água sair dela até as mãos do garoto para apagar o fogo, no desespero Mike também se molha, assim como algumas coisas atrás dele. Eu não me mexo, ainda estou sorrindo quando o fogo desaparece por completo. As mãos de Sticker não têm uma mínima queimadura, mas ele está molhado, assim como muitas coisas atrás dele. Seu rosto assustado, parece intrigado, surpreso, contrariado.
— C-como...? — Para aquele cérebro minúsculo não faz sentido algum
Jane é a primeira a olhar pra mim, logo Mike faz o mesmo. Não houve fogo em nenhum momento, mas a dor, por apenas alguns segundos, foi tão real e incessante como se ele realmente tivesse existido.
— Sabem, talvez tenham esquecido... — Falei descruzando os braços e dando um passo a frente, o sorriso superior —, mas eu sou a feiticeira aqui, e estou dizendo que vamos sair da mansão, agora!
Nott e Sticker se entreolham, eles não tem escolha.
— Ah gente. — Eu dou um gargalhada de leve e sorrio docemente — Sem caras tristes, eu só quero me divertir um pouquinho. Desculpa pelo fogo, Mike, não está mais doendo, né? Foi mal, mas era necessário que vocês entendessem que eu não sou a criança aqui.
Os dois piscam e parece difícil para eles retornar ao seu ar normal.
— Sem ressentimentos se eu pagar uma bebida para vocês antes que sangue de trouxa seja derramado pelo chão?
Eles não precisavam saber que o motivo de eu querer sair já era porque eu não queria me encontrar com Draco naquele momento, e eu sabia que não iria demorar muito até ele me achar, ele já deveria ter terminado de comer há séculos. Tadinho do meu docinho, espero que não sinta minha falta, talvez ele entenda logo logo que tudo o que eu faço é para o nosso bem, para nosso crescimento como casal, ele tem que entender.
— Por que Londres? — Mike pergunta assim que aparatamos no beco de uma rua movimentada e iluminada já que já tinha começado a escurecer há um tempo
— Porque ainda devo bebidas para vocês e algo que me diz que Londres é o lugar perfeito para isso. — Respondo sorrindo sagaz enquanto caminho entre o horripilante cheiro de um sangue tão nojento e inferior
É só olhar pra eles, trouxas, sangues-ruins. Tão sem graça, tão sem ânimo, sem magia alguma. Como conseguem sobreviver sem ter algo tão maravilhoso quanto poderes? Como conseguem sorrir sendo tão inferiores? Eles me dão nojo.
Caminho com Mike e Jane pela rua percebendo que eles não parecem entender o meu motivo para querer andar entre os trouxas. Mas eles não precisam saber que isso é só uma forma de adaptar a minha mente um pouco, algo que me parece o certo, caminhar entre futuros cadáveres, o Lorde das Trevas disse que as coisas da minha cabeça logo vão se aprumar se eu fizer o que ele pede, e é o que preciso, que tudo se aprume.
Sou surpreendida quando vejo um letreiro colorido e animador de um estabelecimento enorme bem em um canto da rua, no centro da cidade, e que dificilmente passa despercebido já que as lojas vizinhas estão há uma certa distância dele; dou um pulinho saltitante enquanto sorrio e bato palmas. Várias luzinhas piscam ao redor de um nome, "Ice Cream Planet", antes de 'Planet' há uma figura de saturno e o estabelecimento por si próprio passava ter uma vibe de estação espacial, com a loja em si sendo quase do formato do belo planeta com um anel, e o letreiro ser bem em cima do mesmo. Há também até um pequeno foguete ao lado que também pisca, só que apenas em branco e vermelho. É de fato uma visão encantadora e bastante chamativa.
— Ali é uma sorveteria. — Diz Jane, como se aquilo não já fosse óbvio, enquanto franze a testa sem entender minha animação, mas Mike sorrir, dando uma gargalhada animada e parecendo se segurar pra não dar um pulinho como eu
— Caralho, é aquelas sorveterias temáticas com fliperama e todo o todo o tipo de jogos, eu sempre quis ir em uma dessa! — Exclama ele parecendo extasiado com a perspectiva
— Capuccino de chocolate! — Sorrio sem mesmo saber o porquê, mas a lembrança me faz se animar de qualquer forma
Jane não tem escolha senão nos acompanhar, mesmo que indiferente aquilo tudo. Há muitos carros estacionados lá, o que indica que o ambiente deve estar cheio, eu estou quase pulando quando Mike e Jane me acompanham até a entrada onde dois seguranças robôs a guardavam e repetiam "tem permissão para entrar?", mas logo abriam passagem para o completo paraíso de luzes brilhantes enquanto diziam "bem vindos ao Ice Cream Planet".
O ambiente era espetacular, desde o piso quadriculado e colorido ao teto estrelado com um lustre de saturno e outros planetas pendendo nele. Então tinha os brinquedos, todos os tipos que você pudesse imaginar, alguns com aspecto espacial e outros nem tanto, mas todos divertidíssimos. A sorveteria ficava mais para frente depois da área mais divertida do local, o balcão estava cheio de pessoas risonhas tomando bebidas com temas planetários ou comendo outro tipo de coisas, os garçons se vestem como astronautas e todos parecem simpáticos e contentes enquanto servem as pessoas. São tantas luzes que é até difícil saber pra onde olhar, ou o que captar, o que detalhar, mas é lindo.
O Ice Cream Planet é um sucesso. Estava quase completamente cheio e pelo que pude ouvir, enquanto eu e os outros dois procurávamos um lugar para nos sentar, ele acabara de inaugurar e estava sendo um completo triunfo. Um lugar exatamente perfeito. Um paraíso perfeito.
— Vou tentar pegar fichas para os brinquedos, mas o que eu quero mesmo é ir no boliche. Vocês vão jogar boliche, não é? — E esse era Mike Sticker extasiado enquanto tomava uma taça enorme de... como era o nome disso mesmo? Ah, Milkshake, um milkshake de morango
— Não. — Disse Jane indiferente, mas que não parecia tão irritada agora que tomava uma vitamina de frutas vermelhas largada em um sofá vermelho e observando duas crianças correrem para os brinquedos
— Sim. — Respondi ao mesmo tempo que a garota enquanto apreciava o meu capuccino de chocolate que parecia uma coisa dos deuses
Jane Nott me olhou intrigada, mas ao mesmo tempo assustada.
— O que acha que o... — E se aproximou de mim quase sussurrando, não que precisasse fazer isso, tinha muito barulho no local, risadas, conversas e uma música animada com um aspecto espacial, então era óbvio que ninguém estava nos ouvindo — Lorde das Trevas pensaria se soubesse que estamos simplesmente comendo em uma sorveteria de sangues ruins nojentos?
— Ele ficaria satisfeito assim que soubesse o desfecho da noite. — Sorri confiante assim que terminei de beber o meu delicioso capuccino e coloquei a taça na mesinha à minha frente
— O quê!? — Jane não parece entender
Eu sorri assim que vejo meu reflexo pela mesa que tinha um aspecto laminado.
— Bigode de leite. — Sorrio brincalhona e pego um guardanapo para limpar; indiferente à Jane eu olho para Michael — Hey Mike, duvido você derrubar mais pinos no boliche do que eu.
— Ah, nem sonhando. — Rebate o garoto se levantando, mas também gargalhando
Jane nos olha com a testa franzida, a boca colada no canudo de sua vitamina enquanto só nos observa se afastar gargalhando, prontos para ser agraciados por risadas extasiadas de crianças e adolescentes, ou até mesmo adultos.
Ilusão é o bastante para eu e Michael nos enchermos de fichas o suficiente para ir nos brinquedos que quisermos, qualquer um.
Tem uns brinquedos que são minifoguetes que apenas balançam para frente e para trás, mas as crianças pequenas parecem adorar, alguns dos mais velhos preferem os jogos da caixa colorida com uma tela, tem um garoto decididamente agressivo jogando um tal de "mate o alien", onde ele martela sorrindo aos gritos de 'toma! toma!' esperando acabar com os bonecos verdes que aparecem a intervalos nos círculos do brinquedo. Tem um que me chama muita atenção, na verdade deve haver bem uns dez deles espalhados, uma máquina cheia de ursinhos de pelúcia e outros bonequinhos, com uma garra para que alguém tente o pegar, àquele com certeza eu iria querer tentar. Há também uma máquina de dança, algo que simula um carro para jogos de corrida, e um de atirar que parecia decididamente excitante.
— Eu sou o exterminador de aliens!! — Mike grita empolgado, ele está sentado na cadeira ao meu lado e apertando nos botões de seu controle com os olhos fixos na tela a nossa frente que mostra vários mini aliens que temos que matar
— Não. — O contrario completamente sanguinária, enquanto aperto os botões do meu controle empolgada — Eu que sou!
— Vocês parecem crianças. — Diz a voz de Jane assim que ela nos alcança, me viro para ela assim que a tela da máquina mostra que eu e Michael vencemos. A garota não parece muito incomodada, segura um panda de pelúcia nos braços e tem na mão direita um negócio esquisito e cor-de-rosa parecido com nuvem e espetado em um palito
— O que é isso? — Pergunto erguendo uma sobrancelha para a especiaria que ela leva à boca e saboreia animada
— Não sei, as crianças chamam de algodão, peguei ali atrás perto da máquina de boliche e do foguete. — Explica com um dar de ombros
— Tem gosto de quê?
Jane olha para o tal "algodão" e franze a testa antes de responder.
— Sei lá — Diz simplesmente voltando a comer —, é doce.
— Me dá um... — Ia dizendo Mike enquanto ergue a mão para o algodão de Jane, mas recebe um tapa na hora
— Não, se quiser vai pegar um pra você.
Eu me levanto na mesma hora, indiferente aos resmungos e birra dos dois e vou diretamente ao caminho por onde Jane veio, apenas para ver se acho o tal algodão. Sorrio assim que avisto a máquina do tal doce e me empolgo enquanto vejo um cara vestido de robô preparar um das especiarias coloridas pra mim. Logo estou comendo o meu algodão azul-bebê e correndo para a máquina de brinquedos com a garra para pegar um.
— Eu quero um... — Começo a pensar enquanto observo os bichinhos de pelúcia de máquina — coelho! Isso!
Acabo o resto do algodão e deixo o palito cair enquanto levo minha mão a alavanca do brinquedo, com convicção de que vou fazer aquela garra pegar o coelho branco.
— Qual você quer? — Pergunta uma voz desconhecida ao meu lado
— O quê? — Eu nem olho, estou focada demais e já ficando impaciente enquanto tento segurar as orelhas do coelho com a garra
— Ah, você quer um coelho. Realmente é bem fofo. — A voz sorrir me fazendo se virar para ela; eis ao meu lado um garoto alto e de sorriso brilhante, seus cabelos são negros e encaracolados, ele passava bem aquele vibe de garotos ricos, metidos e extremamente incovenientes
— É sim. — Respondo simplesmente seca enquanto me viro para voltar ao trabalho
— Igual você.
Algo lateja no meu pescoço com um pingo de impaciência com o comentário do insolente, mas eu não respondo nada.
— O que foi, delícia, não sabe aceitar um elogio? — Pergunta com uma risadinha me fazendo respirar fundo
Sou tomada de uma inexplicável fúria, mas apenas uso meus sentidos fazendo as malditas orelhas do coelho grudarem como um ímã na garra, fazendo a raiva temporariamente sumir e eu sorrir animada.
— Peguei! — Bato palminhas ignorando o indivíduo assim que consigo colocar minhas mãos no coelho de pelúcia e logo o abraço sorrindo
— A sorte sempre aparece uma hora ou outra. — Escuto a voz insignificante e atrevida — Talvez a minha resolveu aparecer já que te encontrei aqui, não é?
Eu suspiro profundamente e a minha vontade era de explodir a sua cabeça aqui e agora, mas eu ainda não fui na máquina de dança e estou doida para experimentar umas batatas fritas trouxa, por isso sei que não é hora.
— Eu tenho namorado. — É a minha resposta seca com um sorriso falso e frio, totalmente calculado
— Qual é — Ainda escuto a voz do moleque intrometido assim que me viro abraçada com o meu coelho pronta pra ir à máquina de dança —, ele não pode ser assim tão melhor do que eu, pode?
Eu quero matá-lo! Sei que quero matá-lo. Minha respiração fica mais profunda e só Merlim sabe do esforço que tive pra continuar andando até a máquina de dança. Do esforço que eu tive que ter para não o torturar naquela exata hora por ousar pensar ser melhor do que Draco. O que ele pensa pra falar assim do meu principezinho!? O que ele pensa!?
Estou furiosa, mas isso passa assim que eu encontro novamente com Michael e Jane, nós duas fazemos Mike segurar nossos ursos enquanto brincamos na máquina de fazer uns passos esquisitos e rimos muito, antes de os três irmos até o boliche mais uma vez.
Nós rimos como crianças, brincamos como crianças, mas nos divertimos de forma bem diferente.
São exatamente oito horas da noite quando ocorre o primeiro assassinato.
Willian, é assim como os pais o chamam enquanto tentam o reanimar, sem entender como de repente a criança de nove anos ficou pálida, sem ar, como se alguém tivesse magicamente feito seus pulmões pararem.
Ninguém entende nada. Minhas mãos seguram apenas o meu coelho de pelúcia e uma maçã caramelizada. Jane e Mike olham pra mim.
— Sabem, eu cansei dos brinquedos. — Falo no meu tom mais doce e infantil, mimada e impaciente quando simplesmente derrubo a maçã no chão — Querem brincar de outro jogo?
Seus olhos parecem excitados.
— Sr. Coelho, você me espera só um pouquinho? — Pergunto doce ao meu bichinho enquanto o deixo sentadinho em uma poltrona vermelha da área de jogos e volto a olhar para os outros dois
Jane e Mike me observam à espera do meu comando.
Eles entendem onde quero chegar.
As luzes do ambiente dos jogos do Ice Cream Planet piscam, não de forma bonita, mas como se fossem apagar de repente.
Todas as portas agora estão trancadas.
Ninguém que está lá fora pode ver nada.
Tem pessoas gritando.
Mas também há uma gargalhada cruel e infantil acompanhada de duas risadas divertidas.
O massacre começou.
Era tão engraçado ver aqueles que achavam que podiam fugir, que achavam que podiam mesmo se salvar, se defender. O que um montinho de sangues-ruins são capazes de fazer contra três bruxos? Eu os respondo meus amigos, nada.
Adoro as luzes verdes que cortam o vento com os feitiços de morte que Jane lança, mas adoro ainda mais a luz vermelha dos feitiços de tortura que Michael lança, esses dois são perfeitos. Mas nada é mais satisfatório do que ouvir as pessoas gemer quando eu as sufoco até a morte. Meus olhos estão completamente brancos e meus pés quase não tocam o chão quando faço minhas mãos cortarem o vento e apenas vejo os corpos caírem no piso quadriculado e colorido. A musiquinha animada ainda toca, me dá vontade de dançar.
São poucos minutos até parecer que não há nada mais que se mexa na sorveteria, até fico triste de achar que a diversão acabou tão cedo, mas no fundo sinto-me satisfeita quando faço meus pés tocarem o chão e mando Mike e Jane procurarem em todos os lugares para se certificar de que não tem ninguém escondido.
Eles me obedecem e vão cada um para um lado, é só aí que meus olhos encontram um garoto de cabelos escuros abaixado do lado de um jogo de acertar ao alvo. Bem escondido. Ele está tremendo, eu imediatamente me lembro dele, é exatamente o mesmo garoto que deu em cima de mim há apenas uma hora na máquina de pegar bichinhos, é o bebezinho convencido que achou que teria alguma chance comigo, que alguém me faria desistir do amor da minha vida, ou simplesmente traí-lo.
Estou gargalhando quando me aproximo do esconderijo do fugitivo cantarolando algo como "te achei".
— Oi — Sorri divertida em ver como ele parece assustado comigo, horrorizado, mesmo que eu esteja sendo doce —, como foi que você me chamou mesmo? Ah... delícia. Não que você seja uma delícia, mas eu sei que eu sou, obrigada pela preferência.
Ele treme mais em seu lugar, aterrorizado no canto, agachado, não parece mais tão machão, não parece mais um homem, só um moleque chorão que achou ser melhor que o meu amor, que o meu príncipe bruxo.
— Que foi? Você parecia mais confiante quando achou que poderia flertar comigo, não foi? Tão cheio de si. — Falo dando risadinhas frenéticas
Quanto mais amedrontado ele fica, mas eu sinto prazer naquilo, é maravilhoso demais, é insano demais, é incrível. Vejo lágrimas no rosto dele e isso me faz rir. Eu estendo minha mão direita para ele e então a levanto, fazendo assim com que o garoto também se erga junto com ela, sendo segurado pelo pescoço não parece ter forças para mais nada, nem pra gritar para mamãe o salvar, não que gritar fosse adiantar, talvez ele devesse... quem sabe, rezar?
— B-bruxa... — É o que sai sufocado da sua boca quando aperto meus dedos para o ver sufocar, indiferente à todo o resto do trabalho sujo que Mike e Jane estejam tendo ao procurar fugitivos
— É... — Eu rio histérica animada que ele tenha percebido — Eu sou.
E contorço meus dedos com força girando a minha mão, de modo que seu pescoço faz o mesmo, tão rápido e forte que é arrancado do corpo. A parte de baixo é a primeira a tombar no chão e então sua cabeça faz o mesmo, mas antes espalha sangue para todos os lados até na minha roupa e no meu rosto, mas aí finalmente caí, não quicando como uma bola faria, mas apenas tomba no piso vermelho e branco.
Coberta de seu sangue imundo eu observo agora muito séria a cabeça decapitada do delinquentezinho juvenil que ousou flertar comigo, os olhos estão esbugalhados, mas a visão é maravilhosa.
— Desculpa — Digo dando finalmente um doce sorrisinho enquanto o salto da minha bota encontra o toco do seu pescoço, já que a cabeça está virada para baixo —, o problema não sou eu, é você, sangue ruim.
— Puta merda! — Diz uma voz excitadíssima e me viro presunçosa e superior para ver o rosto maravilhado de Michael a contemplar nossa obra de arte. Tantos corpos, grandes e pequenos, alguns jogados um por cima do outro, uns com sangue, outros de olhos arregalados, mas todos inconfundivelmente mortos
— Não há mais ninguém? — Pergunto tirando a minha bota daquele toco de pescoço nojento
— Não, uma só alma ruim não sobrou pra contar história. — Mike se vira pra mim — Você está coberta de sangue.
— É, eu sei. — Dou de ombros indiferente enquanto caminho até a parte do balcão da sorveteria e observo dois atendentes vestidos de astronautas caídos com seus rostos em cima de bandejas — Onde está Jane?
— Foi ver se achava mais vitamina na cozinha, quem sabe os caras não deixaram algo pronto antes de morrerem, né? — Mike fala com uma risadinha cruel
Eu o olho e lhe dou um sorrisinho doce.
— Você quer outro milkshake, Michael?
Quando termino meu segundo capuccino de chocolate eu aproveito para pegar uma saca cheia de chocolates, surpresa como doces trouxas são diferente dos bruxos, mas igualmente deliciosos, como mais um algodão colorido e pego meu coelhinho na poltrona em que o deixei. Então Jane, Mike e eu saímos da sorveteria, ambos escondidos por uma ilusão, de modo que mesmo se houvesse alguém na rua, eles não veriam nada, assim como ainda fiz parecer que a Ice Cream Planet continua cheia e animada como estava horas atrás.
Eu já fiz o trabalho lá dentro, e agora é hora de Nott e Sticker completarem, eles sorriem quando erguem a varinha e em um feitiço não verbal lançam um presente aos trouxas, e graças a uma ajudinha que deixamos lá dentro o Incendio se espalha rápido e não são dois segundos até todo o Ice Cream Planet está ardendo em chamas, e os trouxas do lado de fora, que apenas passavam casualmente pela rua, começarem a se assustar e gritarem ao redor, mas antes mesmo que alguém tenha a chance de se aproximar com a ilusão de que podem salvar alguém, Jane, Mike e eu já aparatamos.
Hello bruxinhos!!!
Como estamos? Gente... eu não tenho muito o que falar desse capítulo, mas acho tão engraçado toda vez que descobrem que eu sou escritora e acham que eu escrevo romance, enquanto isso tá eu escrevendo fantasia e do nada um massacre. 😅
Bom, coloquei o anúncio no começo do capítulo com alerta porque nunca sei o que vocês vão achar do capítulo, às vezes pode ser pesado pra alguém, né? Bom, quero saber opiniões de vocês, e o que acham da Dark Rox... talvez eu a ache engraçada as vezes.
É isso, nos vemos segunda-feira com mais um capítulo pela visão do Draco. O que acham que vem por aí?
– Bjosss da tia Nick.
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