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135 | Snake Eyes

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135. Olhos de Cobra

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  Eu posso matá-lo a qualquer momento, não faz diferença alguma pra mim. Ele é um covarde.

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   Draco passou suas mãos por meus cabelos suavemente, acariciando as mechas com suavidade, o percebi fungar enquanto suspirava, parecia que estava chorando, me apertou mais forte no seu abraço, como se estivesse com medo que eu pudesse fugir dali.

— Não. — Respondeu ainda com a voz trêmula — Claro que não, você não é um monstro, Rox.

  Eu levei uma das mãos aos meus olhos e enxuguei um pouco das lágrimas, ainda sem olhar para ele.

— O que te faz pensar isso? — Perguntou ainda acariciando meu cabelo, meu corpo aconchegado junto ao dele que continuava de joelhos naquele chão duro — É claro que você não é um monstro, é mais fácil... é mais fácil eu ser um monstro.

— Não... — Disse trêmula e me afastei para poder observar melhor o seu rosto

   Nem sei quanto tempo tem ao certo desde que o vi, até porque nem sei em que data estamos, mas sei que ele continua tão lindo como sempre foi. Vejo seus lindos olhos cinzentos meio vermelhos, marejados, seu rosto mais pálido que o normal, ele parece doente, os cabelos louros quase brancos estão muito bem penteados como sempre, e ele ainda me olha assustado, mas não é com medo de mim, ele tem medo de outra coisa. Enquanto o observo, ele faz o mesmo comigo, fitando meus olhos e passando sua mão direita pelo meu rosto com carinho.

— Desculpa... — Sussurra quando uma lágrima começa a escolher de seus olhos acinzentados — Desculpa por não ter vindo antes... e-eu, não sabia...

   Fecho meus olhos enquanto sinto apenas sua mão acariciando minha bochecha, seu toque tão suave parece mentira no meio de tantas coisas ruins. Ele está tão cheiroso, o mesmo cheiro amadeirado e suave de sempre, tão gracioso, diferente de mim.

— Eu e Sol brigamos. — Anuncia quando volto a aconchegar minha cabeça em seu braço — Eu fiquei sabendo hoje de tudo, vim assim que pude, assim que... assim que consegui distrair todo mundo.

   Pra mim parece tudo tão esquisito, é estranho captar suas palavras, mas não duvido de nada do que ele diz, eu já duvidei de mais de Draco, e agora, simplesmente sinto verdadeiramente a verdade em seu tom de voz, o tanto que ele está infeliz com tudo isso, de está aqui.

— Eu não conseguiria me perdoar se tivesse demorado mais... se eu tivesse chegado aqui e você, você... — Ele agora chorava, chorava mesmo, e eu mal tinha forças pra falar nada, meu corpo tremia enquanto eu o olhava — Eu sei que eu fiquei o último ano todo tentando te afastar, mas eu só queria que você ficasse bem, que você ficasse segura, que você nunca... nunca pensasse em uma coisa dessa. Eu não suportaria viver em um mundo que você não existisse.

— E-eles... acham que e-eu sou um monstro... — Falei com toda a força que consegui juntar, minhas palavras saindo como uma criança as pronunciaria

— Quem? Quem acha isso?

— Eles... — Repeti passando o dorso da mão com força nos olhos pra impedir as lágrimas — Todo mundo... eu vejo...

— Ninguém acha que você é um monstro... — Fungou enquanto mexia no meu cabelo novamente, os olhos marejados — Você é a pessoa mais incrível desse mundo, como...como pode achar que alguém pensaria isso?

   Mais uma vez me faltaram palavras, eu ainda queria morrer, estava fraca demais, e não tinha idéia do que aconteceria comigo, Draco não conseguiria me proteger do Lorde das Trevas, é claro que não, nada seria suficiente. Eu já estava chorando novamente quando ele me abraçou mais uma vez, então notei o estado em que eu deixara sua camisa social branco.

— D-desculpa... — Pedi ao notar o sangue que ainda saia do meu pulso que graças à ele eu não terminara de cortar

— Não peça desculpas, você tá viva, é o que importa. — Disse ele enquanto enquanto segurava meu braço esquerdo, apanhou um lenço branco do bolso e o envolveu no meu pulso para poder estancar o sangue que logo foi enchendo o tecido

   Eu abri um sorriso vago pra ele enquanto me aconchegava mais perto, na minha mente eu chorava mais alto lembrando de como o tempo era fácil quando éramos crianças, o tempo em que fingíamos nos odiar, agora era tudo tão difícil, tão complicado, assustador.

   Estávamos simplesmente sentados no chão de um calabouço, ora abraçados, ora com pequenas lágrimas caindo, os dois devidamente atormentados com tudo.

   Em determinado momento Draco pôs as costas de suas mãos em minha testa, depois repetiu o processo no meu pescoço, parecendo enfim notar porquê eu estava tão pálida e tão fraca, nem eu mesmo lembrava que estava faminta, que apenas água de um cantil quente e um pedaço de pão a intervalos de dias era a única coisa que vinha me alimentando desde que cheguei ali.

— Eu deveria ter perguntado antes, ou trazido algo. — Falou enquanto se levantava, mas eu agarrei seus braços incapaz de deixá-lo ir, eu não queria ficar sozinha, não tinha idéia do que aconteceria se eu ficasse — Tudo bem, é só um segundo, você precisa comer alguma coisa.

  Eu me arrastei até o canto do quarto escuro e deitei minha cabeça na parede o observando sair, como se achasse que se ele saísse não voltaria mais, eu não queria o perder de novo, não assim, não queria que ele me deixasse. Mas em segundos, como prometido, Draco estava de volta, sem se preocupar com o que poderia acontecer a ele se fosse visto, ele voltou pra mim e levou ataduras para o meu pulso enquanto usava um feitiço de cura.

   Ele cuidou de mim, assombrado com o lugar em que estávamos e com nossa situação, mas ele o fez, ele me salvou, de novo. Mais uma vez Draco Malfoy me livrara da morte, mais uma vez ele estava cuidando de mim. Ele não podia me tirar daqui, mas estava me ajudando como conseguia.

— Quantos dias? — Perguntei com um suspiro, a cabeça encostada na parede do pequeno ambiente quadrado enquanto eu mordiscava um sanduíche; é a terceira vez que Draco vem me ver e parece que só agora eu consigo formar frases completas e minha cabeça parece estar voltando aos eixos, ele é a única pessoa que vejo desde a visita de Voldemort que parece fazer séculos, e segundo o loiro, ele anda sendo muito cuidadoso todas às vezes que desce ao calabouço; ele diz que ninguém desconfia que ele vem me ver, nem mesmo Sol

— Quantos dias do quê? — Perguntou sem olhar pra mim, sentado do meu lado e apenas fixando suas íris cinzas no portão de ferro

— Quantos dias fazem que estou aqui. — Insisti, deixando um pouco de lado a comida para saborear o vinho que ele trouxera

   Eu ignorava o fato de até suas comidas serem coisa de rico, dar vinho e sanduíche de lagosta, com pão ciabatta, a um prisioneiro é surpreendente, ou até mesmo o fato dele lembrar que eu não como nada de carne de porco na hora de trazer comida, mal sabe ele que eu comeria sim um porco inteiro se ele aparecesse na minha frente há uns dias, esqueceria totalmente minhas crenças pelo bem maior do desespero.

— Não sei. — Admitiu olhando pra mim, seus olhos meio sem foco, ele sempre parecia nervoso demais e assustado — Eu não sei quando você chegou aqui.

— O outono tinha acabado de começar... só lembro disso antes de... antes de acordar aqui.

   O vi suspirar e desviar o olhar, sem conseguir se fixar em mim.

— Draco...

   Ele solta outro longo suspiro e soca o chão entre nós de leve.

— Dezembro. — Revelou com pesar enquanto me fazia arregalar os olhos aterrorizada com a revelação — Hoje é quinze de dezembro. O outono começa no fim de setembro, isso... isso foi há semanas! São quase três meses, daqui a pouco... — E então me olhou ressentido, como se me pedisse desculpas, como se fosse culpa dele eu estar trancafiada ali — daqui a pouco já é inverno.

   Pisquei os olhos para tal afirmação, a boca aberta e a mão paralisada segurando um dos biscoitos de cacau que ele contrabandeara pra mim junto com o sanduíche e a garrafa de vinho.

— Você está aqui desde o fim de setembro e eu não sei disso!? — O vi bater com a mão no rosto com impaciência, ódio de si mesmo, e quase pressenti que ele estava segurando o choro

— Hey. — Eu seguro sua mão fazendo-o olhar pra mim — Para, ok? Só para, não é sua culpa, nada do que está acontecendo é sua culpa.

— E-eu... — Mas então pigarreou e limpou a garganta, seus olhos fixos no chão — Eu sou um Comensal da Morte, Rox. Juro que não entendo como você ainda olha na minha cara.

   Levei o biscoito à boca e o mastiguei calmamente, não para ganhar tempo com a resposta que tinha que dar, eu sabia bem o que dizer. Como posso olhar nos olhos desse garoto sabendo que ele é um Comensal? Como posso amá-lo sabendo que minha família o odeia? Que acham que ele não passa de um vilão adolescente.

   É simples... eu o amo, e por amá-lo eu vejo além do que ele tenta transparecer, eu vejo além desse muro que ele ergueu sobre si para se proteger das pessoas, eu vejo o verdadeiro Draco Malfoy, um garoto sensível, amoroso e que está assustado com tudo isso, que não sabe como chegou a esse ponto, que tudo o que ele mais quer é fugir.

— Eu sou uma médiumaga — Comecei —, o destino da batalha está nas minhas mais. Era esperado que algo assim — E nisso faço um gesto abrangendo o lugar em que estamos — fosse acontecer. Não te culpo por estar no calabouço da sua maravilhosa mansão, Draco. Eu fui a idiota de sair do acompamento, eu quem estou aqui...

— Mas a Sol...

— É, estava escrito na profecia. — Suspirei — Pelo visto, ao menos ela cumpriu sua parte.

   Draco não respondeu, olhava para o portão de ferro como se pudesse ver além dele, continuava parecendo cansado e doente, mas tão lindo como sempre. Tudo que eu queria era ter meus poderes de volta para saber o que ele estava pensando, mas o bracelete de ferro continuava a perfurar o meu braço, impossibilitando qualquer tipo de magia.

— Sabe o que ele está planejando...? —Perguntei finalmente depois de deixar de lado o alimento

— Não, não faço a menor ideia do que ele espera conseguir deixando você aqui. Você estava fraca e doente quando cheguei, poderia... poderia ter... não só de fraqueza, você própria ia...

— Talvez é isso que ele queira. — Falo de repente, como se só agora uma ideia perpassasse na minha cabeça

— O quê?

— Não que eu morra. Ele queria que eu ficasse fraca, que eu visse coisas... ele quer me forçar a ir para o seu lado.

   A idéia era convicta demais pra não ser verdade, ele me queria de todas as formas, mas não se arriscaria a perder meus poderes, ele me quer em seu domínio, quer que use minha magia a favor dele na guerra, então porque me deixaria pra morrer? Não, não, com certeza eram apenas provocações. O tempo para pensar que ele me recomendou, o tempo no inferno.

   Eu não chorei mais nas duas noites seguintes, me sentia mais forte, estava começando a acreditar que tinha um propósito, que tudo ficaria bem assim que eu saísse daqui, que os meninos e Hermione conseguiram destruir a primeira Horcrux e estão a um passo das outras, que talvez, talvez tudo dê certo, e então não precisarei pensar no que me acontecera nas últimas semanas, seria apenas... lembranças ruins do passado. Que eu posso ser salva, e que ele... que Draco pode ser salvo comigo.

   Mas pena que a alegria tinha que durar tão pouco.

   Ele não tinha vindo me ver ainda, e foi o que me motivou a ficar esperançosa quanto aos passos que ouvi se aproximando do quarto escuro em que eu estava. Ok, eu poderia ter sido inteligente, podia não ter esperanças quanto aquilo, os passos de Draco eram incertos e leves, não tinha essa determinação toda, nem ele emanava um frio que podia fazer arrepiar a alma. Porém, eu estava preparada para o que viria a seguir, estava preparada para Voldemort, não estava mais tão fraca, embora suas últimas palavras ainda martelassem a minha mente.

   O Lorde das Trevas sorriu com afeição ao me ver, seus olhos vermelhos captando tudo no quarto, ele não estranhou em me ver saudável e sagaz a encará-lo com ódio. Era como se... como se tudo estivesse indo conforme seus planos.

— Vejo que parece ótima. — Falou em sua voz sinistra de sempre — Talvez... talvez até melhor do que a última vez que a vi. Aquele pirralho parece te fazer bem, feiticeira.

   Minha fúria apagou-se do meu rosto, sendo substituída pela surpresa de suas palavras.

— Oh, vocês não pensaram que poderiam esconder algo de mim, não é? — Desdenhou com superioridade me encarando do alto — O que pensaram? Que simplesmente depois de semanas o mini Malfoy descobrira que sua amada estava trancafiada nos calabouços de sua própria casa, e que ainda mais, podia simplesmente vim vê-la e ninguém ia perceber coisa alguma? Oh, patéticos... crianças são sempre tão lentas.

   Eu amarrei minha cara enquanto o fitava com ódio, ódio por ter sido tão idiota, estava com tanta saudade de Draco que não me alertei a todos os detalhes; Voldemort é um manipulador, ele só esteve nos usando, todas as vezes em que eu e Draco nos vimos, o Lorde sabia que estávamos juntos, ele sabe, ele sempre soube de tudo. Eu e Draco fomos apenas dois adolescentes idiotas e apaixonados no meio de um plano maligno do bruxo mais poderoso de todos os tempos no quesito Artes das Trevas.

— E então, Roxanne, imagino que já tenha a sua resposta, não? — Tornou ele com seu costume tão idiota de andar no ambiente como se fosse o maioral o todo poderoso — Sobre qual lado vale mais a pena. Acho que esse tempo foi o suficiente para você decidir o que você quer? A quem você deve obediência.

   Eu só queria que minhas pernas não estivessem simplesmente dormentes junto com meus poderes, assim eu poderia ficar de pé, meu orgulho restaurado ao dar minha resposta.

— Nunca! — E simplesmente cuspi na direção dele — Eu nunca vou pro seu lado!

   Seu sorriso foi substituído por raiva, ele não estava conseguindo parecer tão pleno agora, mas tentava sustentar um sorriso enraivecido.

— Não, né? Prefere eles!? Prefere aqueles que te acham um mostro...? Os que querem que seu poder desapareçam? Que têm medo de você? — E ele começou a gargalhar histericamente, tocando no fundo da minha alma com as palavras cruéis

   Eu desviei o olhar por míseros segundos, mas então senti todo o meu ar fugir dos meus pulmões e ofeguei, percebendo sua mão apertar forte o meu pescoço, sem medo que eu sufocasse, meus pés agora não tocavam mais o chão e minhas costas estavam grudadas na parede.

— Eu estou tentando ser paciente com você sua peste! — Rosnava em uma voz grossa e sinistra — Voldemort pode dar poder, honra, glória, pode ser bondoso, mas também pode ser muito mais vingativo, e imagino que não queira sentir o peso da minha ira.

   Lá estava eu, impotente, sem força alguma, pendurada pelo pescoço, ofegando e sufocando, tinha certeza que minha pele estava ficando vermelha.

— M-me mata. — Pedi com as palavras que me restaram, saindo ofegantes e desdenhosas, vi seu rosto enfurecido sorrir

— Não. — Disse ele — Acha que é fácil assim? Simplesmente eu matar você e perder de ter seus poderes pra mim? Acho que não, Weasley. Você ainda tem muita serventia pra mim. — Eu me remexi sem fôlego, sua mão apertava meu pescoço com mais força; então, sua voz ficou de repente mais grossa e mais cruel — Mais sabe quem não tem serventia alguma para mim!? Quem poderia morrer agora e Lorde Voldemort não sentiria nada?

   O desdém atingiu em cheio a mim e eu não precisei que ele repetisse pra saber de quem ele estava falando, quis gritar e me mexer, mas mal tinha fôlego, então Voldemort me soltou e eu simplesmente caí no chão duro, fraca e sem escolhas.

— Eu posso matá-lo a qualquer momento, não faz diferença alguma pra mim. Ele é um covarde. — E suas palavras me afetaram fortemente, tudo que eu queria era gritar e o defender, dizer que ele não era um covarde e que não deixaria que esse ser ofídico tocasse em um fio de cabelo dele, mas onde estava a minha força?

— Não... — Falei muito baixo, ofegante, com o pouco de ar que me restou

— O quê? Acho que não estou escutando direito... talvez, talvez você queira que o garoto Malfoy seja morto, não, Weasley? — Ele ria com satisfação — Talvez, quem sabe, eu possa matá-lo bem na sua frente!

— Não! — Falei com mais força, simplesmente determinada e olhando com firmeza para os olhos vermelhos de Lorde Voldemort — Ele não precisa morrer. — Respirei fundo, completamente rendida, pra mim não importava mais nada, estava decidida, então eu assinei minha sentença — Eu faço tudo que você quiser.

   Lorde Voldemort sorriu com afeição, sorriu grandemente, gargalhou de prazer em me ver se render aos seus pés, sem forças para coisa alguma. Rindo, ele mexeu na capa, como se estivesse procurando algo.

— Eu não confio em você. — Disse ainda sorrindo — Mas tenho algo que vai garantir que você não saia da linha, foi difícil conseguir, meses pra ser exato, magia antiga sempre tão turbulenta, mas talvez você goste do seu novo amiguinho.

   Eu engoli em seco, sem entender, até que Voldemort atirou no chão ao meu lado o que parecia simplesmente um círculo preto, olhando direito percebi se tratar de uma gargantilha grossa de couro, alguns detalhes em prata, a simples jóia não parecia ser tão simples assim e emanava um tipo de magia que me fazia temer até se aproximar dela.

— Seja uma boa menina pra Lorde Voldemort e coloque-o.

   Eu o olhei, medo era o que estava escrito em meus olhos.

— A menos que ainda deseje assistir a morte do garotinho Malfoy.

    Meus olhos lacrimejavam quando estendi minhas mãos para apanhar aquele objeto desconhecido. Estava amedrontada, magia antiga sempre me assombrou.

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   Eu estava irado com Sol. Estava tão atormentado com os acontecimentos dos últimos dias e simplesmente sem acreditar que minha prima fizera mesmo o que fez, mas ao mesmo tempo, eu não conseguia ficar tão irritado com ela, não sabendo a forma que sua mãe a pressiona, e tendo em vista a Profecia, ela realmente precisava agir, mas mesmo assim... mesmo com isso, não consigo a perdoar direito ainda, ao menos não por enquanto.

   Ela também está perturbada, ao menos é o que eu acho, não temos nos falado muito, o que é turbulento, já que só tínhamos um ao outro para contar, mas ainda assim ela me cobre sempre que preciso desaparecer pra saber como Rox está. Sol não é má pessoa, ela só está quebrada, nós estamos quebrados... ao menos mamãe me compreende e ao seu modo tenta me fazer se sentir melhor, enquanto tia Bellatrix só faz com que minha prima se sinta mais inútil e desesperada por um resquício de orgulho da parte da mãe.

   É com pensamentos turbulentos que saio do meu quarto àquela ocasião, sem querer esbarrar com ninguém com o qual eu não quero falar, meus pais estão no topo da lista, junto com o Milorde deles, já Sol está bem perto, abaixo apenas de sua mãe. Indiferente aos pensamentos distintos, eu segui para o andar de baixo da Mansão, não dando ouvido às vozes que eu ouvia da Sala de Estar, caminhava calmamente por aquele lugar sombrio que eu tanto odiava, mas fazia esse esforço e faria muito mais só por ela. Eu queria que ela estivesse longe e segura, mas não posso ser tolo e mentir alegando que eu não sentia a sua falta, pois eu a senti e muito.

   Dei passos lentos e hesitantes, até que parei bem em frente ao último portão de ferro do corredor, então constatei uma coisa muito estranha, uma coisa que não deveria constar ali. O portão de ferro estava claramente entreaberto. Sem entender nada, eu o empurrei e ouvi o som do ferro rangendo. Muito receoso com o que aconteceria lá dentro, as minhas íris acinzentadas subiram, desceram e ziguezaguearam tudo no ambiente até se confirmar com o que minha mente já mostrava claramente, Rox não estava ali, ela simplesmente sumiu.

   Atordoado simplesmente me pus a observar uma a uma as outras celas do calabouço da Mansão, algumas vezes me arrependendo quando constatava que a cela estava ocupada, e seu ocupante lançara o olhar suplicante em mim só por me ver se aproximar, mas, para meu horror e completo desentendimento, notei que Rox não estava em lugar algum. Atormentado com tais visões e sem compreender nada eu saí dali quase dando de cara com Sol quando irrompi no corredor próximo a cozinha.

— Draco... — Disse ela, e pelo seu tom estava claro que ou ela tinha acabado de ver um fantasma, ou uma coisa muito grave tinha acontecido

   Ergui uma sobrancelha para que ela prosseguisse.

— Você... er... — E suspirou fundo perdida — estão te esperando na sala de estar.

   Eu não entendi onde Sol queria chegar, mas da última vez que fui chamado assim acabei ganhando a marca negra, então era óbvio que a cada passo que eu dava, mais amedrontado eu ficava, a sensação de estar indo para o desconhecido me assombrando mais a cada minuto. Então adentrei o cômodo que virara o lugar dos meus pesadelos naquela casa, a sala onde tinha a mesa ornamental comprida que costumava ficar cheia de Comensais da Morte silenciosos e sinistros.

   Ninguém se virou ao ouvir o som do rangido da porta, pareciam focados em algo mais interessante, na hora notei que a mesa não estava em completo silêncio, meus olhos foram atraídos para alguém novo, uma figura sentada na cadeira ao lado do Lorde, bem na do lado direito, a pessoa estava meio de costas para a entrada, e gargalhava de algo, de uma forma sinistra, talvez maléfica, mas que parecia satisfazer o Milorde que a incentivava com louvor. Eu continuei travado no lugar, até que ele me olhou, logo olhando para ela, que no mesmo instante pareceu também perceber minha chegada e se levantou de imediato de sua cadeira. Os cabelos muito ruivos soltos e livres ao vento, um sorriso enorme, mas bem diferente de seu habitual, como uma felicidade... cruel, no seu pescoço uma gargantilha preta e grossa que parecia cintilar, brilhar em contraste com sua pele morena-clara, mas não parecia a machucar de forma alguma.

— Meu docinho — Ela cumprimentou com avidez; eu ainda não se mexia, paralisado pela visão da garota que eu amo em uma mesa de Comensais da Morte segurando uma taça com canudo do que parecia ser algum tipo de coquetel —, você chegou! Estávamos te esperando!

   Quando piscou de uma forma que pareceu meio doce, meio cruel e sacana, fui atraído para outro detalhe que a distinguia completamente de quem ela é, dessa vez não tinha haver com sua personalidade, com o seu jeito estranho de agir, era algo na sua aparência. Os olhos esverdeados escuros brilhavam para mim com uma fenda preta transpassando-os bem no meio, como olhos de uma cobra.

   Verde, repeti para mim mesmo, Rox tem olhos azuis.

   Hello bruxinhos!!

   Então, como estamos? kkkkkkkk. Ah, eu tava LOUCA pra postar esse capítulo, muito ansiosa para saber a opinião de vocês sobre essa nova fase aí. Nervosos? Curiosos? Ansiosos? Entenderam o que rolou?

   Ahhhh, nos vemos na próxima segunda-feira bruxinhos, o de segunda é pela narração do Harry novamente, mas de hoje a quinze teremos um completo do ponto de vista do Draco onde vocês descobrirão o que rolou com a Rox. Ansiosos?

   Hehehe, amo vocês.

– Bjosss da tia Nick.

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