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131 | Captivity

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131. Cativeiro

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Eu sou um monstro?

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ᴿᵒˣᵃⁿⁿᵉ ᵂᵉᵃˢˡᵉʸ

     Abro meus olhos lentamente, sem muito esforço, sem muita vontade, então encontro a escuridão.

   Primeiro eu entro em pânico, fico desesperada assim que percebo com clareza o lugar em que me encontro... um quarto pequeno e escuro, uma porta de ferro bem a frente. É ele, o mesmo lugar que eu venho sonhando há tempos, aconteceu, era realmente uma visão.

    Olho para baixo e sinto as sensações nervosas que mesmo em sonho pareciam tão vívidas para mim, e agora são duplamente piores. Um frio intenso que faz meu corpo tremer, sinto dor por cada partícula do meu organismo, e a sensação de que não consigo sentir nada da cintura pra baixo. Em minha mão jaz um bracelete de ferro que aperta meu punho muito forte e queima a minha pele me fazendo sentir náuseas de tão aterrorizante que a dor é.

   Depois do pânico e o terror, me vem o ódio, mais uma vez fui burra o suficiente ao ponto de me deixar enganar por Sol Lestrange. Como pude sair do acampamento por uma raposa? Como?

   Aqui e agora, sozinha e com dor, me vejo repensando os últimos acontecimentos e sentindo mais ódio ainda de mim mesma, eu não deveria ter saído daquele acampamento... mas, no momento nada importa, nem a Ametista que Draco me deu pode impedir qualquer coisa, Sol a tirou de mim, provando mais uma vez que nunca esteve do meu lado, mas pior que tudo isso, ela também levou de mim o colar de prata com a minha inicial, o colar que seu primo me presenteou no Natal de noventa e dois, o que simboliza nosso amor. Ela me tirou tudo o que mais me importava...

   Mas não é hora pra ficar remoendo meu ódio por ela, preciso saber onde estou. Mas como?? Só o que vejo é que estou sozinha, deitada em um colchão duro e sentindo dor, sentindo muita dor.

   Não sei quanto tempo fiquei inconsciente ou quanto tempo faz que Sol e os Burke me trouxeram aqui. Enquanto o tempo passa e o silêncio é a minha única companhia, a fúria de Sol se vai e o desespero volta a me encher. Desespero e arrependimentos.

   Eu gostaria de nunca ter saído do acampamento. Eu gostaria de ter conversado com o meu irmão. Eu gostaria de ter impedido que ele e Harry discutissem. Queria ter dito que os amo.

  Gostaria de não ser tão apaixonada por criaturas mágicas. Eu gostaria de nunca ter sido amiga de Sol Lestrange.

   Será que os meninos já sentiram minha falta?

  Não sei por quanto tempo fiquei martelando meus pensamentos naquela espécie de calabouço, quantas vezes tentei forçar meus poderes e vi que era em vão, porque o bracelete de ferro me impedia de usá-los, não sei quantas vezes entro em pânico e tento me mover, mas a dor aumenta. Então finalmente eu ouço algo.

   São passos leves, mas determinados. Consigo detectar que a pessoa que caminha poderia fazer isso em absoluto silêncio, mas quer que eu sinta que está se aproximando, que eu sinta o poder que ele exala. Olho para a porta de ferro, lembrando-me da última visão.

   O frio e o arrepio vieram juntos assim que ouvi o som da porta ser aberta, potencialmente com um feitiço não-verbal. Sua risadinha maléfica não me fez tremer tanto quanto faria se eu não soubesse que seria ele. Observei a luz do lado de fora clarear uma parte de seu rosto pálido e os olhos vermelhos brilhantes. Era uma visão terrível, sua presença roubava todo o mínimo calor que podia ter no ambiente, me causava arrepios, mas ao mesmo tempo ódio.

   Não quis demonstrar pânico. Quando ele fixou seus olhos em mim, me vendo sentada no canto da parede em um estado deplorável, tentei parecer menos abatida possível, sustentando o olhar, com ódio e sangue em minhas íris azuladas.

— Ora... — Cantarolou Voldemort com sua voz fria e arrepiante — vejo que a minha arma já acordou. Como se sente querida?

   Ele sorria, me olhando vitorioso, feliz da vida, como se eu estivesse sob seu domínio. Percebi logo, com muita dor e aflição, que eu realmente estava.

— O que houve? — Ele riu dando um passo à frente, a capa preta arrastando no chão — Não está gostando das suas acomodações? É... certamente que esse não é um lugar muito apropriado para uma feiticeira tão poderosa, não?

   Eu não respondi. Grunhi de ódio enquanto desviava o olhar dele.

— Posso te dar novas acomodações, bem mais confortáveis e apropriadas para alguém com tamanho poder. Algo na sua altura.

— Eu... — Me assusto ao perceber o quão fraca minha voz está, e o quanto minha garganta está seca, mas me forço a continuar a falar — não quero nada... nada que venha de você.

    Muitos morreram por menos que isso, se dirigir dessa forma ao Lorde das Trevas é uma afronta sem tamanho, mas eu sei o suficiente pra entender que ele não faria nada contra mim, ele me quer em seu domínio.

   Como esperado, Voldemort solta uma risadinha seca, achando graça em minha revolta.

— Imagino que esteja com fome. — Ele fala, fazendo-me pela primeira vez perceber o quanto estou faminta — Não queremos que você fique fraca, muito menos o seu poder, preciso que esteja bastante forte quando precisar usar sua magia para o que eu mandar.

— Nunca. — É o que digo com a voz seca e irritada

   Ele ainda sorria, e eu queria tanto bater naquela cara risonha até eu parar de sentir medo dela.

— É tão deprimente. — Ele começa a andar pelo pequeno quarto, olhando para a parede, ou para o chão enquanto fala casualmente, sabendo bem que eu não conseguiria me mexer ou tentar fugir — Decididamente deprimente, ver você aí com tanto... tanto ódio de mim.

  Eu sentia a manipulação em sua voz, no modo como ele falava e isso me assustava.

— Eu sei tudo sobre você, Roxanne — Ele prosseguiu —, bom, basicamente tudo, até o que você menos imagina.

   Ele para de andar pela sala e volta a fixar seus olhos em mim.

— É deprimente vê-la tão fiel a Dumbledore, depois de tudo, tudo o que ele fez pra você... como consegue ser tão tola e continuar fiel às pessoas que te machucaram? Como consegue?

   Eu virei o rosto, muito irritada, incapaz de conseguir olhá-lo, ficando irada, o problema é que ele só estava começando.

— Na verdade... somos mais semelhantes do que você pensa, querida. — Ia dizendo enquanto passeava pelo local, eu apenas ouvia os passos, sem querer olhá-lo — Meu pai, um imundo, desprezou a minha mãe, que acabou morrendo assim que nasci, eu não tinha ninguém, fiquei sozinho naquele orfanato, tendo que cuidar de mim mesmo...

— Nós não somos iguais! — Exclamei com toda a força e ódio que consigo juntar — Você é um monstro!

   Voldemort se abaixa, olhando em meus olhos e sorrindo deliberadamente.

— Posso ser considerado um monstro, mas seus pais não ficam tão atrás de mim, né?

— O que meus pais tem haver com isso!? — Gritei começando a me irar e tremer furiosa com aquele ser grotesco em minha frente

— A forma como você foi criada, o modo como eles te deixaram de lado a vida toda, você só queria que eles sentissem orgulho de você, não é? Só queria sentir-se importante, acreditar que sua família se importava com você, mas não... — Ele levantou enquanto seguia falando e eu escondi o rosto nas mãos sentindo o peso de suas palavras — seus pais só queriam saber de sua irmã, a princesinha. Você sempre foi um caso perdido, minha cara feiticeira, um inconveniente, uma pedra no sapato pra eles.

— Isso não é verdade! — Gritei sentindo meus olhos marejarem

   Ele sorriu.

— Não é? Sua mãe passou a vida toda querendo simplesmente passar uma tesoura em seu destino, ela não queria que você sentisse esses poderes maravilhosos que você tem, ela não queria que você fosse grande! Ela te tratou como lixo por simplesmente ser você.

— Não... — Falei um pouco mais baixo, os olhos ardendo e as lágrimas suplicando para escorrerem

— A Ginny que é a princesinha da família, a Ginny que tem o nome da sua mãe no registro, o que sobrou pra você, Roxanne? O que sobrou além dos restos de seus irmãos mais velhos?! Isso é amor!? A família unida que você quer proteger, é essa? Você quer mesmo isso!? A que virou as costas para você desde que você nasceu!?

— E-eles mudaram. — Falei com a voz muito trêmula, fraquinha

— Ahhh, como você me faz rir, tão tola, com crenças tão fora de cogitação. — Gargalhou me fazendo tremer e esconder mais o meu rosto nas mãos — Sabe, não é? De quem é a culpa de tudo que aconteceu com você desde que era criança? Dumbledore. Ele é o culpado por tudo que você passou, criança, pelos traumas, as noites em que foi dormir chorando, a noite que você só quis ser especial.

   Eu não respondi, só queria que ele se calasse, que ele parasse.

— Mesmo assim você quer proteger a todos, a pedido dele, quer fazer exatamente o que o homem que destruiu sua vida pediu.

— VOCÊ DESTRUIU A MINHA VIDA! — Gritei com a voz trêmula — VOCÊ! DUMBLEDORE NÃO FEZ NADA!

— Aquele velho e seus segredos profundos, como pode continuar defendendo tanto um homem que você não conhecia direito? Você não sabe um terço do que Dumbledore já fez, criança. Agora me diga, o que eu fiz, o que eu fiz pra você?

— Você tentou matar a minha irmã na Câmara Secreta e... e... você é um monstro! Você fez coisas horríveis! Muitas coisas horríveis!

— Eu tentei matar sua irmã? Há... a irmã que você odeia? Ah, é, viraram amiguinhas, esqueceu de tudo que ela fez pra você? Esqueceu das vezes que ela te humilhou? Que exibiu todas as suas lindas bonecas ou vestidos deslumbrantes enquanto pra você só restavam sobras? Esqueceu tão facilmente anos de torturas?

— V-você não sabe de nada! — Funguei enquanto lágrimas desciam

— Eu não sei de nada!? Eu sei de tudo, tudo o que você passou, e quem estava lá para você? Quem? Você está sozinha, criança, e tem poderes inimagináveis, poderes dos quais vocês mal tem idéia. — Disse em sua voz teatral e arrepiante — Junte-se a mim, eu saberei reconhecer seus poderes, não vou tentar tirar isso de você como eles fizeram, não quero cortar seu destino, você pode ser você mesma, me escute. Aqui você será quem você quer, será grande, terá poder, ninguém mais vai pisar em você, escolha o lado certo por quem lutar.

— Eu já sei o lado certo! — Rosnei furiosa, os olhos lacrimejando e a fúria irradiando enquanto eu olhava o rosto presunçoso do lorde das trevas

— Sabe? — Ele riu com desdém — Sabe mesmo? O que está esperando? Pelo bocó do seu irmão gêmeo? Aquele que nunca te entende, nunca está nem aí pro seu lado, que só se importa com o ponto de vista dele. Quantas vezes ele tentou ver o que você sentia? Quantas vezes ele tentou ver seu lado pra te ajudar? Pra te aconselhar? Me responda, quantas vezes seu irmão gêmeo esteve lá pra você no momento que você mais precisou? Que não foi um mané?

— Não fala do meu irmão... — Sibilei muito baixo, irada, mas chorando

— Ôu, quer defender os bobos dos seus amiguinhos? Eles por acaso sabem o que você está passando? Onde eles estavam no momento que você mais precisou? Onde estavam quando você foi torturada, quando estava em seu pior ano? Onde? Não havia ninguém. Ninguém. Ou mesmo quer defender o grandioso Harry Potter? Jura, o menino que desvalorizou a sua dor? Depois de você ser submetida ao pior pesadelo de sua vida e ele ainda desvalorizou seus sentimentos? É esse o povo que você quer salvar? Eles que você quer defender?

   Mentira. Mentira. Mentira. Eu repetia sem parar em minha mente, logo ele iria embora, logo ele pararia, logo meus amigos viriam atrás de mim, claro que viriam.

— Ninguém entende, ninguém está ao seu lado, ninguém se importa, a menos que você prove que tenha serventia para eles.

— MENTIRA! — Exclamei com milhares de pensamentos como um furacão na minha cabeça e mais lágrimas caindo, minha mente estava uma bagunça

— Sabe porquê eles te querem lá? Sabem porque estão do seu lado? — O Lorde das Trevas pergunta com superioridade — Pelos seus poderes, criança, só por isso, eles sabem que você pode ser perigosa, eles só querem te controlar, acham que podem ganhar a guerra se você estiver do lado deles. Bom, e talvez possam, e então, te eliminarão, simplesmente cortarão o que sempre quiseram cortar, seus poderes. Eles têm medo de você, só te querem ao lado deles por medo do que você possa fazer se ficar do outro lado, medo é tudo que eles sentem.

— Eles não tem... — Mas me perdi no meio das frases, como se o furacão que suas palavras faziam na minha mente a ampliasse para coisas que antes eu não percebia

— Oho! É claro que você também notou, eles não gostam do que você é, eles querem tirar isso de você, criança, e um dom assim não pode ser tirado, é uma dádiva de Merlim, te faz poderosa, e comigo você poderá alcançar glória. Você quer isso não quer, glória?

— Não! — Rosnei com força, indiferente as lágrimas que molhavam meu rosto e querendo me levantar e matá-lo

— Ow, talvez você precise de um tempinho pra pensar melhor. — Falou ajeitando sua capa de forma superior, sentindo-se como o maioral

— Eu não preciso de nada! Eu não vou pro seu lado, nunca! — Esbravejei com força querendo me mexer, mas sem conseguir me levantar

— Lembre-se, com Lorde Voldemort você terá fama, glória, poder e... ainda uma certa pessoa que talvez fique contente em te ver.

— O quê?

— Draco Malfoy está do meu lado, Roxanne, seja uma boa menina e faça uma boa escolha, como ele...

  Eu escutei o jeito cruel que ele falara aquilo, mas evitei olhar em seus olhos e perceber o tão presunçoso ele estava em dizer tais palavras, em achar que estou em suas mãos, em achar que eu vou para o seu lado, só porque... só porque Draco caiu em suas manipulações. Mas é inevitável, eu estou em lágrimas agora, Draco está aqui e tudo que eu mais quero é vê-lo, mas não posso ir para o outro lado, não posso me deixar levar por tudo que eu ouvi, simplesmente não posso.

— Você terá um tempo pra pensar. — Tornou a voz presunçosa e superior do Lorde das Trevas — Mas se arrependerá de não ter me dado uma resposta imediata, criança.

   A forma que sua frase final soou me causou arrepios, senti como se estivesse acabado de entrar no inferno, e o tempo que ele me deu não será simplesmente um tempo para pensar, com certeza não é algo bom que ele tente adiar as coisas um pouco. Aqui e agora estou em território inimigo, e não há nada de legal nisso, estou em sua área e cada minuto a mais aqui é motivo para temer, o tempo que ele adiou será apenas mais sofrimento, não um tempo pra pensar, é isso que sua voz me diz, eu estou no inferno agora.

   Então ele sai, a porta volta a se trancar e mais uma vez estou sozinha. Ainda com dor, cambaleio meu corpo para o lado tentando fazer minha cabeça encostar no colchão duro, e então choro, choro como nunca me permiti chorar antes, deixo minhas lágrimas caírem até secarem, até eu esquecer porque estou lamentando, mas é claro que em momento algum eu esqueço, simplesmente me afogo em lágrimas até cair no sono.

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  Da segunda vez que acordo, não tenho tido sonho algum, sinto terríveis câimbras e tonturas, mais fraca do que jamais me senti alguma vez na vida. Suo frio na minha testa e meus membros tremem incontrolavelmente.

   Sinto fome, continuo extremamente faminta como da última vez em que estive acordada, mas não há nada aqui, talvez Voldemort queira me ver fraca, queira me fazer implorar, o que ele espera conseguir com isso? Se eu morrer, meus poderes morrerão comigo e pra ele não sobrará nada, o que ele acha que acontecerá me privando de algo assim?

   Por horas continuo parada no mesmo ponto, sem forças alguma pra fazer nada, e, em decorrência disso, os pensamentos vêm com força, incapazes de serem esquecidos.

  "Ninguém entende, ninguém está ao seu lado, ninguém se importa, a menos que você prove que tenha serventia para eles."

   As frases do Lorde das Trevas martelam com força na minha mente, me sinto fraca, inútil e impotente, remoendo tudo o que ouvi, remoendo cada palavrinha, quando tento chorar percebo que não tenho mais lágrimas.

   Às vezes penso em Draco enquanto estou deitada aqui. Eu penso sobre como deve ter sido crescer em um ambiente como o qual ele cresceu, penso em como ele pode estar agora, no meio de Comensais da Morte, seguindo os passos do pai, será que finalmente Lucius têm orgulho dele? Será que ele sabe que estou tão perto e ao mesmo tempo tão longe dele? Será que ele ainda se importa comigo?

    Por dias, ninguém vem.

    Não vejo ninguém, estou mais fraca do que nunca e não sei há quanto tempo estou aqui. Não venho comendo nada, apenas bebendo água de um cantil que aparece todas os dias no canto da porta.

   Então, com o tempo, começo a vê-los novamente, não sei se são visões, não sei se são sonhos, não sei se são alucinações, eu só os vejo novamente.

— Eu nunca quis ter uma filha. — Gritava Molly Weasley ao vento, envolta em uma nuvem de fumaça e flutuando em lembranças perdidas na minha mente — Ou queria, mas não uma que viesse em uma gravidez de gêmeos. Eu não pedi pra ter o bebê da profecia, eu não quero, não quero um monstro que carregue o propósito de matar pessoas.

— Um monstro. — Assentia seu marido, concordando com tudo o que ela dizia

   Eu os olhava como se não os enxergasse, parada, os observando, sem mais um pingo de lágrimas, mas sedenta por falar com eles, por gritar por eles, só queria que eles me ouvissem, que me atendessem, que entendessem que não sou um monstro, sou a filha deles, sou apenas eu. Mas então papai e mamãe sumiram, e foram substituídos por Rony.

— A forma que os olhos dela ficaram brancos, e então ela flutuou. — Sua voz era trêmula, ele usava o uniforme da Gryffindor e conversava com Harry e Hermione na Comunal — Foi assustador, aterrorizante, aquela não é minha irmã. Parecia...

— Um monstro. — Hermione completou com o mesmo olhar de terror

— Mas ela não pode saber que pensamos isso. — Interveio Harry — Vocês sabem da Profecia, precisamos dela do nosso lado, se tivermos ela aqui, poderemos vencer a guerra.

— Você tem razão, Harry, não podemos deixar ela saber o que pensamos sobre ela, ao menos não agora, precisamos dos poderes dela, pelo menos por enquanto. — Concordou Hermione

   Suas vozes me abalam, e agora sinto-me desamparada, sem reação, só os observo, querendo mais uma vez gritar, mas eles sorriem enquanto conversam, parecem bem, parecem muito bem sem mim. Como devem estar agora atualmente?? Sabendo que não tem mais um monstro com eles? Com certeza devem estar desesperados, sem os meus poderes eles não tem chance alguma contra Voldemort, mas ao mesmo tempo devem estar felizes, não há mais um monstro em seus pés.

   Agora, ouço mais vozes, vindo de todos os cantos, todos os lados, várias cabeças flutuantes de pessoas conhecidas, todas repetem a mesma coisa:

Monstro. Monstro. Monstro. Monstro. Monstro.

  Eu choro, mesmo que não tenha mais lágrimas. Levo as mãos aos meus ouvidos, mas suas vozes ficam cada vez mais altas, eu fecho os olhos e grito desesperada.

— CALEM A BOCA! CALEM A BOCA! CALEM A BOCA!

    Mas é a verdade, eu sou um monstro, eles tem medo de mim, consigo lembrar dos rostos de pavor todas às vezes em que meus olhos se embranqueceram, o único motivo para serem legais é porque precisam dos meus poderes, apenas isso.

   Voldemort quer meus poderes, o outro lado quer meus poderes. Todo mundo quer meus poderes!

   Estou desesperada quando passo o olhar pelo quarto, incapaz de continuar parada e permitindo os pensamentos de voltar a entrar na minha cabeça, então lembro-me de algo e levo minhas mãos até minhas pernas travadas, tentando alcançar as botas, em um compartimento escondido arranco o que parece um losango preto normal, um pingente talvez, então o abro, até dar de cara com uma pequena lâmina, do tamanho da palma da minha mão, tão pequena, tão impotente, claro, quem ligaria para facas tendo uma varinha? Mesmo assim a apanho, decidida a acabar com o sofrimento e com as escolhas.

   A lâmina não é grande, e eu nem lembrava que tinha uma escondida nas minhas botas, era caso eu precisasse cortar alguma coisa aleatoriamente ou precisasse me defender e não tivesse uma varinha ao alcance, costume de uma garota que cresceu apaixonada por guerreiras que são apresentadas em livros, sempre ter uma pequena faca ao alcance.

  Sinto lágrimas caindo quando fecho forte os olhos e bato a minha cabeça na parede, minha mão direita está tensa enquanto aperta a lâmina contra meu pulso esquerdo, estou decidida, eu só quero desaparecer, só quero morrer.

   Sinto a dor do contato da lâmina com minha pele, sou uma bruxa, mas já estou tão fraca que a dor parece pior do que deveria, avanço com tudo no que pretendo fazer, determinada.

   Nem escuto os passos incertos se aproximarem, passos assustados, e muito menos presto atenção no terror da voz que chama meu nome e arranca a lâmina da minha mão, até que percebo seu rosto tão próximo ao meu e noto que ele treme.

— Você está louca!? — Sua voz estava tão trêmula e aterrorizada que chegava a assustar, enquanto ele simplesmente jogava a lâmina pra longe — Por que? Por que você ia fazer isso!?

  Eu pisco os olhos para ele, reconhecendo sua voz enquanto abro os olhos devagar, as lágrimas caindo, e meu próprio corpo tremendo. Ele está de joelhos à minha frente.

— Se... se eu tivesse demorado mais um pouco, v-você... v-você... — Vejo em seus olhos o desespero, mas por quê ele está tão desesperado? Por que me segura como se não quisesse me soltar nunca? Eu sou um monstro, não sou? — Me d-desculpa... eu descobri hoje... eu só descobri hoje...

— D-Draco... — Pronuncio com toda dificuldade do mundo, enquanto agarro sua camisa e tento sentir o seu cheiro, me enterrando em seus braços e chorando, ele me agarra como se nunca tivesse me abraçado antes, ele ainda treme, está apavorado... ele está com medo

— Eu tô aqui agora. — Diz trêmulo — Me desculpa, eu tô aqui agora.

— D-Draco... — Eu digo de novo, ainda chorando e com medo, mas é ele ali, é o seu cheiro

— Oi, eu tô aqui... — Diz ele me apertando mais forte contra seu peito

   Sinto dor, náuseas, tontura, mas não quero entender o que está acontecendo, se é uma visão, ou me apegar demais ao seu corpo, ao fato de depois de dias ele ter ido me ver, eu só preciso saber a verdade, então eu faço a pergunta que quero saber, simplesmente a faço enquanto ele me abraça e o sangue escorre do meu pulso, e eu sei que se Draco tivesse demorado uma hora a chegar, tudo que encontraria seria o meu corpo morto.

E-eu sou um monstro?

  Hello, Hellos meus bruxinhos amados!!!

  Olha só quem voltou, simmmmm. As aulas de tia Nick voltaram, e como promessa, eis as postagens tão aguardadas, tia Nick tá a tona também escrevendo o novo livro que vai ser postado após The Weasley, e aí preparados para uma protagonista corvina?? hum hum kkkkkkk.

   Espero que sim, porque eu tô empolgada. Mas por enquanto o que nos resta é a tensão dos capítulos finais dessa história que sempre vai ficar no meu coração.

   Nos vemos logo bruxinhos.

   – Bjos bjos bjos da tia Nick.

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